sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Casarão do Pau Preto

O casarão do Pau Preto ainda não possui uma data de construção precisa, mas os memorialistas afirmam que foi construído entre 1810 e 1812.

O que se sabe por pesquisa documental é que foi casa paroquial até o final do século XlX. No entanto, as primeiras referências de um sítio do Pau Preto em Indaiatuba foram encontradas em documentos cartoriais de 1840. Trata-se de uma edificação localizada nas bordas da colina onde o núcleo urbano da cidade foi instalado. Por isso, ela apresenta diferentes níveis.

O bem encontra-se muito próximo de outros bens preservados da cidade, como a Casa Paroquial, o Muro de taipa e a Igreja Matriz.

Trata-se de um ícone da história e da cultura da cidade.

Suas origens, mesmo desconhecidas, remontam aos tempos de fundação de Indaiatuba, à sua economia rural e às trocas comerciais feitas por tropas em lombos de animais.

No final do século XIX foi colocado à venda em praça pública , pelo então pároco Cassemiro Roriz e foi adquirido por Joaquim Emígdio de Campos Bicudo. No mesmo período, o sítio recebeu as primeiras máquinas para a beneficiação de café da cidade, instaladas no espaço erguido em alvenaria inglesa.

A edificação apresenta diversas técnicas construtivas, além da alvenaria inglesa, apresenta, também a taipa de pilão e taipa de mão. Sua fachada principal apresenta 12 janelas com folhas de madeira, verga reta e grade de madeira, e 2 portas com folhas de madeira.

O casarão possui um lanço de cômodos paralelo a rua, onde encontra-se a fachada principal, e dois lanços perpendiculares.

O piso, em algumas áreas é de madeira e, em outras, de tijolos e pisos hidráulicos .

O telhado do lanço principal é de duas águas com beiral e os lanços perpendiculares possuem três águas cada.

Dada sua proximidade com o perímetro urbano original de Indaiatuba e suas características construtivas é possível dizer que, além de ser sede de uma propriedade rural, o casarão também foi utilizado como pouso de tropeiros que percorriam o caminho entre Sorocaba, Jundiaí e Campinas.

Na década de 1980, os cidadãos fizeram um movimento para a sua manutenção, pois parte da Tulha tinha sido destruída .

O apelo popular transformou-o em museu municipal e sede da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba alguns anos mais tarde.

Assim, o Casarão Pau Preto recebeu atenção do poder público , foi reformado nos anos 1980 e décadas depois teve uma precisa obra de restauração entre 2013 e 2014, o que auxiliou a deixar ainda mais evidente suas características de exemplo de casario do século XIX em Indaiatuba.

Anos antes , tal característica também já tinha sido evidenciada para fins de seu tombamento em esfera municipal, o que ocorreu por meio Decreto Municipal número 10108 de 2008.




















JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de; SIVIERO, Fernando Pascuotte. O Patrimônio Cultural de Indaiatuba: História e Memória. Indaiatuba/SP: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2020.
Fotos: Coleção Antônio da Cunha Penna e Fernando Siviero

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Hospital Augusto de Oliveira Camargo







O Hospital Augusto de Oliveira Camargo foi construído entre 1932 e 1933 em um terreno mais baixo que o perímetro urbano inicial da cidade. Sua fachada principal e seu portão de entrada estão alinhados de frente a fachada da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária.

Na época de sua construção, foi o maior prédio da cidade. Além de sua monumentalidade, o Hospital apresenta um considerável conjunto de obras de arte (esculturas e pinturas) e elementos decorativos (afrescos, balaustradas, cornijas, estuques, lambris etc.).

Seus construtores, Augusto de Oliveira Camargo e Leonor de Paula Leite fizeram uma edificação com muito apreço estético, técnico e medicinal.

O prédio foi feito em alvenaria de tijolos, rebocado, com forros decorativos no tetos e amplas janelas com basculante horizontais. Tudo pensado para ser uma construção sólida, bonita, moderna, arejada e higiênica.

O hospital é formado por um prédio principal de três pavimentos com várias alas de enfermaria e cômodos divididas ao redor de um pátio central, e um salão nobre no último pavimento. Além disso, há também uma capela, uma edificação residencial, um necrotério, uma garagem/oficina, uma casa de força, uma lavanderia e um anexo onde se encontra o arquivo do hospital. Tudo isso dentro de um grande parque arborizado.

Além de sua arquitetura, o Hospital Augusto de Oliveira Camargo também possui um conjunto de bens móveis relevantes, como as estátuas do portão monumental de acesso, os bustos do jardim, as estátuas e quadros a óleo na parte interna, no salão nobre e na capela e os apetrechos hospitalares antigos.













JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de; SIVIERO, Fernando Pascuotte. O Patrimônio Cultural de Indaiatuba: História e Memória. Indaiatuba/SP: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2020.
Fotografias:
  • SIVIERO, Fernando. Entrada do Hospital Augusto deOliveira Camargo. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2018.
  • Coleção Antonio Mingorance Filho “Chido”. Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson Cardoso de Carvalho.
  • Coleção Antônio da Cunha Penna. Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson Cardoso de Carvalho.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária






A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária é um símbolo da história e da religião da cidade de Indaiatuba. Sua construção marca o surgimento do perímetro urbano da cidade, no alto de uma pequena colina entre os córregos Barnabé e Belchior. Sua data de construção ainda é incerta, mas sabe-se quem em 1839 suas grandes paredes externas de taipa de pilão estavam construídas.

A Igreja situa-se na Rua da Candelária, de frente à praça Dom José de Camargo Barros. Fica próxima à outros bens culturais tombados da cidade, como o Casarão Pau Preto e a Casa Paroquial. Sua fachada está alinhada de frente à fachada do Hospital Augusto de Oliveira Camargo.

Como todas igrejas paulistas do século XIX, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária foi construída de taipa de pilão e tem suas paredes originais revestidas por uma camada de tijolos.

Ela possui duas torres sineiras, uma ampla nave-mãe, uma capela-mor com um belíssimo retábulo de madeira enfeitado com tubos de ferro de um órgão de fole, galerias laterais, coro, sacristia e capela do santíssimo. Há janelas de vergas retas e de arco pleno em todas as fachadas, garantindo uma boa iluminação para o interior da igreja.

O coro apresenta piso de largas tábuas de madeira e um guarda corpo de ferro fundido. Ele é sustentado por duas colunas de madeira que formam o paravento da porta principal da Igreja, feita de madeira e vidro. A parede interna da igreja, que forma a nave mãe, é de taipa de mão. As galerias laterais superiores possuem aberturas com balcão de madeira e guarda corpo de ferro fundido.

O teto é em abóbada de berço, feita de madeira.

Além das celebrações semanais de missa, a Igreja realiza todo ano a popular festa da padroeira da cidade, ocupando a praça a sua frente (Dom José de Camargo Barros) e os becos em suas laterais.











JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de; SIVIERO, Fernando Pascuotte. O Patrimônio Cultural de Indaiatuba: História e Memória. Indaiatuba/SP: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2020.
SIVIERO, Fernando. Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária.
Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2018.
Coleção Antonio Mingorance Filho
“Chido” e Coleção Antônio da Cunha Penna.

Caixa d'água da Praça Rotary





As caixas d'água ou castelos d'água são construções modernas que simbolizam o avanço da modernidade na vida das cidades.

Tratam-se de marcos simbólicos na paisagem urbana e sinalizam os esforços dos poderes políticos locais na melhoria da qualidade de vida das cidades que cresciam cada vez mais ao longo do século XX.

No caso de Indaiatuba, não haveria de ser diferente.

A caixa d'água da praça Rotary, construída na segunda metade da década de 1930, encontra-se em um ponto de destaque na paisagem urbana indaiatubana.

Ela foi erguida no cruzamento da avenida Presidente Vargas com a rua 24 de maio e em frente ao antigo Terminal Rodoviário Alberto Brizolla (hoje Ponto Cidadão). Ou seja, ela era um marco nas vias de entrada ao centro da cidade.

Formada por um conjunto de setes colunas de concreto com cintas circulares e vigas horizontais e um reservatório de placas rejuntadas e um tampão de metal de 400 m³, a caixa d'água possui um sistema de encanamento exposto e um conjunto de três lanços de escadas metálicas que dão acesso aos registros e à parte superior da construção.

Ao lado da caixa d'água do Casarão do Pau Preto e do chafariz da praça Elis Regina, esse bem cultural representa a memória da história do abastecimento de água da cidade, uma história que se inicia com os poços caipiras nos quintais, com as torneiras e bicas públicas e começa a se modernizar na década de 1930 com a distribuição de água encanada pela cidade.

Fonte: JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de; SIVIERO, Fernando Pascuotte. O Patrimônio Cultural de Indaiatuba: História e Memória. Indaiatuba/SP: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2020.

Fotografia: SIVIERO, Fernando. Caixa d’água da Praça Rotary.Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2018.

Caixa d' Praça Rotary. Coleção Antonio Mingorance Filho “Chido”. Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson
Cardoso de Carvalho

Casa número 1




Ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no cruzamento da Rua da Candelária com o Beco da Matriz, encontra-se uma casa térrea com suas portas e janelas coladas na rua. Embora em sua porta haja o número 495, essa residência é popularmente conhecida como casa número nº1.

A casa foi construída em taipa-de-mão e tem algumas partes em alvenaria de tijolos.

Suas portas e janelas estão coladas na rua e possuem verga reta.

Além disso, as portas externas e internas possuem bandeira (elemento arquitetônico para melhorar a iluminação e ventilação).

A casa tinha a área de seu lote dividida por um muro de taipa.

A casa é composta por dois cômodos na parte de frente, um corredor que corta a casa da fachada da frente à posterior, algumas alcovas, uma varanda na parte de trás e cômodos externos, construídos posteriormente.

O pé direito da casa (altura do chão ao forro/telhado) é alto e ela apresenta um forro de tábuas que esconde a estrutura do telhado de três águas (frente, posterior e lateral esquerda).

Em 1980, os proprietários realizaram um prolongamento da fachada do beco da matriz com um telhado mais baixo e janelas destoantes das originais que nos ajuda a compreender que essa parte da residência foi construída em um momento posterior.

Reconhecida no imaginário indaiatubano como uma das construções urbanas mais antigas da cidade, esse imóvel de interesse histórico ainda não tem uma data de origem confirmada. No entanto, suas características construtivas dialogam com as construções residenciais paulistas do início do século XIX. Ou seja, trata-se de uma construção do período de surgimento do perímetro urbano de Indaiatuba.










Fonte: JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de; SIVIERO, Fernando Pascuotte. O Patrimônio Cultural de Indaiatuba: História e Memória. Indaiatuba/SP: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2020.
Fotografia: SIVIERO, Fernando. Casa número 1. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2018.

Jornal "O Indaiatubano"

Fundado em 17 de agosto de 1913,

foi o primeiro jornal a circular em Indaiatuba.



No periódico de número 152 consta que em 17 de agosto de 1916, o Indaiatubano completaria seu terceiro ano de publicidade e para comemorar a data, o periódico que tem no acervo da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba - traz fotos de seu fundador G. Migel Bosio, do então redator, C. P. Sampaio Neto, do diretor proprietário Benedicto Taborda, do Prefeito Major Alfredo Fonseca e do diretor do grupo escolar Octavio de Almeida Bueno.


Fonte: CARVALHO, Nilson Cardoso de. Cronologia Indaiatubana. Indaiatuba: Prefeitura Municipal de Indaiatuba e Fundação Pró-memória de Indaiatuba, 2009. P. 106. E informações retiradas do próprio periódico.

O chafariz da praça Elis Regina





O chafariz da praça Elis Regina encontra-se no meio de uma praça arborizada de Indaiatuba, às margens da avenida Engenheiro Fábio Rodrigo Barnabé, que percorre o leito do córrego Barnabé.

Construído na década de 1970 , o chafariz apresenta um monumento de cimento e uma base retangular revestida de azulejos. A água do chafariz jorra de quatro bicas de ferro instaladas em dois lados da base do monumento.








Embora hoje não seja potável, durante muito tempo essas águas serviram as residências da cidade. Vestígio dos períodos de crescimento e modernização da cidade, o chafariz é uma marca da história do abastecimento de água e da luta dos indaiatubanos em prol de melhores condições de vida.



No começo do século XX, o primeiro sistema de abastecimento era composto por um conjunto de torneiras espalhadas por algumas ruas do centro e duas bicas: uma na nascente do córrego Belchior (perto da antiga Estação Ferroviária de Indaiatuba) e outra nas margens do córrego do Barnabé.

Crianças entregavam baldes de água nas residências do centro da cidade todas as manhãs. Indaiatuba crescia e a água potável tornou se um problema da vida urbana.

Já no final da década de 1930, os habitantes começaram a receber água encanada nas suas próprias residências a partir da construção da adutora do Cupini.

O chafariz, que era uma antiga bica nos limites da cidade, foi então construído na década de 1970 para melhorar a qualidade da distribuição de água na cidade. Hoje, é um monumento da história e da cultura de Indaiatuba.


Fonte: JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de; SIVIERO, Fernando Pascuotte. O Patrimônio Cultural de Indaiatuba: História e Memória. Indaiatuba/SP: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2020.

Fotografias: SIVIERO, Fernando. Chafariz da praça Elis Regina. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2018.

Coleção Antonio da Cunha Penna. Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson Cardoso de Carvalho.

Coleção História de Indaiatuba -Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson Cardoso de Carvalho.

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