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texto de Glória D. Q. Belo e
Anaida Quinteiro Perez Canovas
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Padre Padre Antônio Jannoni foi pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária de Indaiatuba por onze anos, entre 1945 e 1956.
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Carismático como ninguém, soube arrebanhar os fiéis para frequentarem com disciplina e constância sua igreja.
Foi um líder muito dinâmico, alegre, sempre presente na comunidade; e essa sua personalidade marcou uma época na Matriz: aos poucos foi aumentando a quantidade de missas rezadas, ouvia a todos com muita atenção, ficou conhecido por reformar e manter o patrimônio e ainda por incentivar a construção de capelas como a do cemitério, a da Fazenda Cruz Alta, a do Mato Dentro, entre outras.
Foi um líder muito dinâmico, alegre, sempre presente na comunidade; e essa sua personalidade marcou uma época na Matriz: aos poucos foi aumentando a quantidade de missas rezadas, ouvia a todos com muita atenção, ficou conhecido por reformar e manter o patrimônio e ainda por incentivar a construção de capelas como a do cemitério, a da Fazenda Cruz Alta, a do Mato Dentro, entre outras.
.Naquela época, ir à missa era um evento importante: todos se arrumavam com presteza e só faltavam em último caso. A igreja não era só um local religioso, mas também social e político.
Por serem as missas rezadas em latim, língua que o povo de nada entendia, o que se mais gostava mesmo eram as festas religiosas. Em épocas festivas a fé e a criatividade afloravam mais ainda, e em massa, o povo correspondia ao chamado do Padre Jannoni para que participassem das comemorações.
Por serem as missas rezadas em latim, língua que o povo de nada entendia, o que se mais gostava mesmo eram as festas religiosas. Em épocas festivas a fé e a criatividade afloravam mais ainda, e em massa, o povo correspondia ao chamado do Padre Jannoni para que participassem das comemorações.
.No dia da Padroeira Nossa Senhora da Candelária, após as missas, eram realizados leilões de gado.
Os participantes ficavam ansiosos e até eufóricos aguardando para ver àquele que era o “ponto alto” desta festa: a magnitude da ornamentação do andor da Santa, que era levado em procissão pelas ruas da cidade. O povo acompanhava orando ou cantando com a banda.
"Lembro-me perfeitamente do nosso leiloeiro oficial daquelas eras - escreve Rubens de Campos Penteado - , o Sr. Eduardo Ambiel, de saudosa memória, com seu linguajar característico: _ Quem dá mais! Dou-lhe uma, dou-lhe duas ... Mil reis! Mil reis! Mil reis!"
Os participantes ficavam ansiosos e até eufóricos aguardando para ver àquele que era o “ponto alto” desta festa: a magnitude da ornamentação do andor da Santa, que era levado em procissão pelas ruas da cidade. O povo acompanhava orando ou cantando com a banda.
A Semana Santa também era um acontecimento na cidade.
No Domingo de Ramos, todos com ramos nas mãos, acompanhavam a procissão. Os homens saiam da Igreja de São Benedito, carregando uma cruz. As mulheres saiam da matriz identificadas com diferentes fitas no pescoço, cada qual simbolizando uma irmandade: Filhas de Maria, Irmandade de Santo Antonio, Sagrado Coração de Jesus, Irmandade de São Benedito, entre outras. O encontro acontecia na Praça Prudente de Moraes, onde Padre Jannoni realizava uma comovente celebração. Durante toda a semana tinha a vigília: a igreja permanecia aberta e não ficava um minuto sequer sem pessoas orando. Na quinta-feira havia a cerimônia do “Lava-Pés” onde, repetindo simbolicamente o gesto de Jesus, o padre lavava os pés dos elementos da congregação. Na sexta-feira às três horas da tarde, começavam as cerimônias comemorativas à data. A noite saia a “Procissão do Enterro”. Era grande a multidão que acompanhava. As senhoras tinham a cabeça coberta por véu preto e as jovens, por véu branco. Todos carregavam uma vela acesa na mão. As janelas das casas por onde passava a procissão eram ornamentadas com toalhas rendadas, flores e imagens para homenagear o Senhor. Em cada “Estação da Via Sacra” parava-se e era feita uma referência e a “Verônica” toda vestida de preto, com o rosto coberto com véu, cantava com as mãos para cima aonde ia desenrolando uma toalha com a imagem de Jesus. O silêncio era total. As “verônicas” eram senhoras dotadas de belíssimas vozes; ocorrem-nos os nomes de: Luísa Fanger, Tereza Zoppi e Alba Tomazi.
No Sábado de Aleluia a igreja permanecia com suas portas fechadas, até que se anunciasse a ressurreição através dos sinos que ressoavam alegremente. O povo então se reunia na praça para assistir a “malhação de Judas”, que era feita após alguém ter conseguido, após sucessivas tentativas, derrubar o boneco do “pau de sebo”. Era festivo! A banda se fazia presente em todas as solenidades, tocando músicas que emocionavam a todos. Na madrugada de domingo era realizada a “Procissão de Encontro”: Maria encontrava-se com Jesus ressuscitado. Era o encerramento, onde mais uma vez o povo comparecia em massa. . No mês de maio, todas as noites, durante a reza, entrava-se em fila na igreja levando flores para oferecer à Maria, cantando em seu louvor: . “ Vinde, vamos todos, com flores à porfia, com flores à Maria, que mãe nossa é...” . E ainda: . “ Neste mês de alegria, tão lindo mês de flores, queremos com alegria, celebrar os louvores...”
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O altar ficava repleto de flores. Era lindo.
No Domingo de Ramos, todos com ramos nas mãos, acompanhavam a procissão. Os homens saiam da Igreja de São Benedito, carregando uma cruz. As mulheres saiam da matriz identificadas com diferentes fitas no pescoço, cada qual simbolizando uma irmandade: Filhas de Maria, Irmandade de Santo Antonio, Sagrado Coração de Jesus, Irmandade de São Benedito, entre outras. O encontro acontecia na Praça Prudente de Moraes, onde Padre Jannoni realizava uma comovente celebração. Durante toda a semana tinha a vigília: a igreja permanecia aberta e não ficava um minuto sequer sem pessoas orando. Na quinta-feira havia a cerimônia do “Lava-Pés” onde, repetindo simbolicamente o gesto de Jesus, o padre lavava os pés dos elementos da congregação. Na sexta-feira às três horas da tarde, começavam as cerimônias comemorativas à data. A noite saia a “Procissão do Enterro”. Era grande a multidão que acompanhava. As senhoras tinham a cabeça coberta por véu preto e as jovens, por véu branco. Todos carregavam uma vela acesa na mão. As janelas das casas por onde passava a procissão eram ornamentadas com toalhas rendadas, flores e imagens para homenagear o Senhor. Em cada “Estação da Via Sacra” parava-se e era feita uma referência e a “Verônica” toda vestida de preto, com o rosto coberto com véu, cantava com as mãos para cima aonde ia desenrolando uma toalha com a imagem de Jesus. O silêncio era total. As “verônicas” eram senhoras dotadas de belíssimas vozes; ocorrem-nos os nomes de: Luísa Fanger, Tereza Zoppi e Alba Tomazi.
No Sábado de Aleluia a igreja permanecia com suas portas fechadas, até que se anunciasse a ressurreição através dos sinos que ressoavam alegremente. O povo então se reunia na praça para assistir a “malhação de Judas”, que era feita após alguém ter conseguido, após sucessivas tentativas, derrubar o boneco do “pau de sebo”. Era festivo! A banda se fazia presente em todas as solenidades, tocando músicas que emocionavam a todos. Na madrugada de domingo era realizada a “Procissão de Encontro”: Maria encontrava-se com Jesus ressuscitado. Era o encerramento, onde mais uma vez o povo comparecia em massa. . No mês de maio, todas as noites, durante a reza, entrava-se em fila na igreja levando flores para oferecer à Maria, cantando em seu louvor: . “ Vinde, vamos todos, com flores à porfia, com flores à Maria, que mãe nossa é...” . E ainda: . “ Neste mês de alegria, tão lindo mês de flores, queremos com alegria, celebrar os louvores...”
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O altar ficava repleto de flores. Era lindo.
.No Mês do Rosário, fazia-se uma procissão, com enormes rosários, feitos com jornal amassado e recobertos de papel crepom, que eram levados por meninas com vestidos de babados, também feitos de papel crepom nas cores branco, rosa e roxo que representando, cada cor, um dos mistérios, a saber: Mistérios Gozosos, Mistérios Dolorosos e Mistérios Gloriosos. Era uma festa diferente e mais uma vez levava toda a população à rua. Padre Jannoni percorria o grupo todo o tempo, organizando e vigiando a ordem das filas para que não houvesse conversas e “espaços” vazios. Todos eram tocados por uma grande fé.
.Além das festas, as atividades de rotina também foram transformadas pelo Padre Antônio. Para atrair os pequeninos para a sua paróquia, celebrava a “Missa das Crianças”. Ele teve a brilhante ideia de premiá-las, desde que comparecessem todos os domingos na missa. Após o término dessa cerimônia, eram distribuídos comprovantes da presença, com data. No final do ano, os cupons eram trocados por prêmios. A exposição de valorosos brindes dava-se uma semana antes, com grande visitação. Aos domingos, às 13 horas, tinha o catecismo, onde eram distribuídos ingressos com desconto para a matinê do Cine Rex.
Após um grande período de permanência na paróquia, Padre Antônio se despede.
O povo chorou sua partida.
Ele é lembrado até hoje por aqueles que o conheceram, pois foi um sacerdote atuante, que cumpriu com louvor e sabedoria sua missão, correspondendo plenamente ao chamado de Jesus.
Ele é lembrado até hoje por aqueles que o conheceram, pois foi um sacerdote atuante, que cumpriu com louvor e sabedoria sua missão, correspondendo plenamente ao chamado de Jesus.
Padre Jannoni em Pirapora, na Romaria (foto de Alcides Gaspar
cedida para o Arquivo Público da Fundação Pró_Memória através
de Antonio Reginaldo Geiss (identificada como da década de 1940 e da década de 1950)
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