quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Muro de Taipa é tombado pela Secretaria da Cultura

 

Foi publicado na Imprensa Oficial Municipal de quinta-feira dia 30 de novembro de 2023, o tombamento, para fins de preservação, do Muro de Taipa, localizado do lado da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária.

 A Resolução 03/2023, datada de 29 de novembro de 2023 e assinada por Tânia Castanho Ferreira, Secretária da Cultura e por Josielle Martinuzzo Costa Diretora do Departamento de Preservação e Memória, que assumiu as funções da extinta Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, assim descreve esse patrimônio:

“Muro de Taipa”, construído utilizando a técnica de taipa, com largura média de 0,55m e altura de 2,00m com acabamento de respaldo e alvenaria de tijolos de barro cozido rebocados com argamassa de cal e pintado a cal. Partes deste foram restauradas em 1999.


O muro de taipa foi construído por trabalhadores negros escravizados, possui uma estrutura com valor histórico e cultural significativo. A taipa é uma técnica de construção tradicional que representa parte relevante da identidade da comunidade indaiatubana, inclusive por estar no Centro Histórico. Esse tipo de construção pode ser feio com materiais naturais, como barro, terra, palha, bambus, sendo mais sustentável do que muitos métodos modernos de construção que consomem mais recursos; isso significa que é positivo para o meio ambiente, ao mesmo tempo que, se não cuidado, possui mais riscos de demolição. Se bem mantido, possui uma durabilidade impressionante , resistindo ao tempo e às intempéries. Preservá-lo não apenas conserva a nossa história, mas também pode ser uma forma de aprender sobre técnicas de construção antigas e adaptá-las para serem mais sustentáveis nos dias de hoje. Assim, a preservação dessa estrutura pode servir como exemplo para o uso de métodos de construção mais sustentáveis no futuro, ajudando a inspirar práticas que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente.


A partir de agora, todos os projetos, obras e intervenções físicas cuja realização venham a alterar ou comprometer a preservação deste muro, deverão ser submetidos a análise da Secretaria Municipal de Cultura, nos termos da Lei 7.628 de 12 de agosto de 2021.

Mas não é só isso. Como o muro foi formalmente elevado a um bem de valor cultural (1) municipal, agora é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, através do Departamento de Preservação e Memória, preservar o bem e tomar as medidas para garantir que o muro não seja destruído, demolido ou mutilado.

Cabe ainda a esses responsáveis colocar uma placa, plaqueta ou etiqueta com indicação da categoria do bem tombado e da Resolução de tombamento, conforme obrigado por lei.

Dos três patrimônios tombados neste final de ano pela Secretaria da Cultura, (1) partes do Cemitério da Candelária, (2) Chafariz e (3) Muro de Taipa, o muro é o que está em maior estado de vulnerabilidade. Confira nas fotos tiradas NO MESMO DIA da declaração de seu tombamento:

 


















 

 (1) Consideram-se bens de valor cultural aqueles que se distinguem dos demais pelas suas características histórica, artística, estética, arquitetônica, urbanística, documentária, bibliográfica, museográfica, ecológica, paisagística, arqueológica, ambiental ou referencial

 

sábado, 9 de dezembro de 2023

Indaiatuba 193 anos - Um presente sobre mudanças & permanências


Hoje nossa cidade comemora 193 anos de sua fundação oficial (e que fique claro: essa data de fundação não é a data de origem de Indaiatuba).

Neste aniversário, o arquiteto Charles Fernandes preparou um presente para todos nós, com uma técnica de arqueologia digital, na qual o antigo prédio da Câmara e Cadeia - que existia na atual Praça Prudente de Morais - é colocado virtualmente no exato local, com as mesmas proporções que ele existiu.




Nas imagens abaixo, você poderá conferir como era o prédio, suas proporções, sua localização e a comparação disso tudo com a paisagem taudl, em fotos tiradas recentemente para servir como substrato para esse detalhado processo de reconstrução. 



O hábito de comemorar aniversários surgiu por volta de três mil anos antes de Cristo, no Egito, onde era aplicado apenas para deuses e faraós (que eram considerados o próprio deus ou representante dele entre os homens). Esse hábito também existiu na Grécia antiga e, conforme o cristianismo avançou, foi abandonado, por ser considerada uma prática pagã. 




Somente no século IV a própria Igreja Católica começou a comemorar o nascimento de Jesus, então a prática retornou para o cotidiano entre, os mortais só que desta vez com um novo significado místico: o aniversariante deveria ganhar presentes, como forma de comemorar um novo ano e afastar os maus espíritos, o que, de maneira mais recente e com base na astrologia, recebeu o nome de "fim do inferno astral", ou seja um novo começo de um novo ciclo, uma celebração da vida. Embora grande parte das pessoas não acreditem eu não se importam com a relação da data com a astrologia, o fato é que a grande maioria comemora a data de aniversário como um marco afetivo, de rever lembranças e fazer planejamento. E é exatamente isso que propomos hoje: relembrar a história de nossa cidade e refletir sobre o futuro que queremos para ela e, sobretudo, como podemos colaborar com esse futuro melhor, mas sustentável e humanitário.







Sobre este presente de aniversário para nossa cidade, para nosso senso de cidadania e para o futuro que nossas ações provocarão em Indaiatuba, Charles Fernandes registra que:

"Em 2011 foi feito um trabalho de pesquisa sobre a Casa de Câmara e Cadeia de Indaiatuba, denominado de “Arqueologia Digital”, onde através de textos e fotos foi possível recriar em computação gráfica um modelo que representasse este importante prédio histórico de Indaiatuba, demolido na década de 60. 
A história completa deste prédio, você poderá ver na publicação original desta pesquisa, em https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2011/07/arqueologia-digital-o-predio-da-antiga.html?m=1

Doze anos depois resolvi implantar a maquete eletrônica na atual praça Prudente de Morais, utilizando editores de imagem e computação gráfica, para se ter a sensação de que o prédio ainda existe, e que nosso patrimônio não fora perdido. 
 
A praça foi edificada em dois momentos e a Casa de Câmara  e Cadeia era o limite da primeira etapa de construção, tendo originalmente o antigo Coreto, também demolido, a esquerda (em direção ao Bradesco), e o busto do Voluntário João dos Santos a frente. Atualmente o local onde se localizada a obra demolida é marcado pela primeira fileira de palmeiras da fonte luminosa. A projeção da antiga Casa de Câmara e Cadeia quase não sobrepõe a fonte existente. "

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Elementos do Cemitério da Candelária são tombados pela Secretaria da Cultura


Foi publicado na Imprensa Oficial Municipal de quinta-feira dia 30 de novembro de 2023, o tombamento, para fins de preservação, do conjunto arquitetônico do Cemitério da Candelária, composto pelo “Cemitério de Taipas” (lado esquerdo de quem sobe a Rua Candelária sentido Centro-bairro) e “Cemitério de Pedras” (lado direito), localizados na Rua Candelária, na cidade de Indaiatuba, estado de São Paulo.


A Resolução 02/2023, datada de 29 de novembro de 2023 e assinada por Tânia Castanho Ferreira, Secretária da Cultura e por Josielle Martinuzzo Costa Diretora do Departamento de Preservação e Memória, que assumiu as funções da extinta Fundação Pró-Memória de Indaiatuba descreve o conjunto como sendo três itens:

I – Muro ao redor do “Cemitério de Taipas” (conhecido também como Cemitério Velho) construído utilizando a técnica de taipa na década de 1880;

II – Capela do “Cemitério de Taipas” (conhecido também como Cemitério Velho).

III – Muro ao redor do “Cemitério de Pedras” construído em pedras no início do século XX.

 

A partir de agora, todos os projetos, obras e intervenções físicas cuja realização venha a alterar ou comprometer a preservação das partes desse conjunto, deverão ser submetidos a análise da Secretaria Municipal de Cultura, nos termos da Lei 7.628 de 12 de agosto de 2021.

 Mas não é só isso. Como o conjunto foi formalmente elevado a um bem de valor cultural (1) municipal, agora é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, através do Departamento de Preservação e Memória, preservar o bem e tomar as medidas para garantir que esses elementos não sejam  destruidos, demolidos ou mutilados.

Cabe ainda a esses responsáveis colocar uma placa, plaqueta ou etiqueta com indicação da categoria do bem tombado e da Resolução de tombamento, conforme obrigado por lei.

 

(1) Consideram-se bens de valor cultural aqueles que se distinguem dos demais pelas suas características histórica, artística, estética, arquitetônica, urbanística, documentária, bibliográfica, museográfica, ecológica, paisagística, arqueológica, ambiental ou referencial



Muro de Pedras do Cemitério da Candelária, agora para sempre preservado
Crédito: acervo família Drusiani


As pedras desse muro vinham das pedreiras de Itupeva, trazidas de trem e depois transportadas em lombos de muares da Estação de Indaiatuba até o local. Meu bisavô Benedito Estevam era o "pedreiro" responsável pela obra e o que se chama de "pedra" é granito rosa. O material que foi usado para fazer muitas sepulturas da época. Ele contava que as pedras vinha "brutas" e se transformavam em um "retângulo" com martelinhos de verdadeiros artistas. 
Um muro muito valioso, esculpido, parte por parte, por pedreiros artesãos.
(Eliana Belo Silva)



Leia mais sobre o assunto:


https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2022/11/muro-de-taipa-do-cemiterio-da.html


https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2022/10/cemiterio-da-candelaria-um-museu-ceu.html


https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2020/07/os-segredos-dos-tumulos-ecleticos-de.html


https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2012/04/vende-se-um-cemiterio.html


sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Chafariz da Praça Elis Regina é tombado pela Secretaria da Cultura

Notável óleo sobre tela de Hermenegildo Pinto
Acervo pessoal de Eliana Spoliante, espólio do avô Archimedes Prandini, 


Foi publicado na Imprensa Oficial Municipal de ontem, quinta-feira dia 30 de novembro de 2023, o tombamento, para fins de preservação, da edificação que fica na praça Elis Regina, denominada "chafariz". 

Quadro pintado (releitura) por Dona Maria Inês Milani Domingues, retratando as lavadeiras que iam lavar roupas na então "biquinha"


A Resolução 01/2023, datada de 29 de novembro de 2023 e assinada por Tânia Castanho Ferreira, Secretária da Cultura e por Josielle Martinuzzo Costa Diretora do Departamento de Preservação e Memória, que assumiu as funções da extinta Fundação Pró-Memória de Indaiatuba descreve o chafariz como sendo um bem construído em cimento com uma base retangular revestida de azulejos brancos e azuis com moldura de cerâmica bege e sobre esta base o símbolo da cidade representado pela letra “i”, além de quatro bicas de ferro que jorram água nos dois lados da base. 


Praça do Chafariz, antes do Parque Ecológico - década de 1970
Ao fundo, sede da Fazenda Pau Preto
(acervo de Jaime José Pozzan)


A partir de agora, todos os projetos, obras e intervenções físicas cuja realização venha a alterar ou comprometer a preservação do chafariz ou do seu entorno, deverão ser submetidos a análise da Secretaria Municipal de Cultura, nos termos da Lei 7.628 de 12 de agosto de 2021. 

Mas não é só isso. Como o chafariz foi formalmente elevado a um bem de valor cultural (1) municipal, agora é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, através do Departamento de Preservação e Memória, preservar o bem e tomar as medidas para garantir que o chafariz não seja  destruido, demolido ou mutilado.

Cabe ainda a esses  responsáveis colocar uma placa, plaqueta ou etiqueta com indicação da categoria do bem tombado e da Resolução de tombamento, conforme obrigado por lei.


CHAFARIZ EM DIFERENTES TEMPORALIDADES


Mapa de Indaiatuba feito em 1913
Com indicação de onde era o chafariz



Quando o chafariz era uma "biquinha"


Inauguração do Chafariz com "i"












(1) Consideram-se bens de valor cultural aqueles que se distinguem dos demais pelas suas características histórica, artística, estética, arquitetônica, urbanística, documentária, bibliográfica, museográfica, ecológica, paisagística, arqueológica, ambiental ou referencial

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

A Kombi que leva Indaiatuba adesivada pelas ruas da cidade

 Hugo Antoneli Junior*

A primeira vez que eu quis dirigir um carro com Indaiatuba impressa nele foi durante o meu trabalho no Comando Notícia, site mais acessado da cidade entre os anos de 2015 e 2020. A ideia era contar histórias da cidade para uma nova cidade que se formava. Indaiatuba tem um caráter cosmopolita, recebe pessoas de todos os lugares – dos maiores como São Paulo, uma das maiores cidades do mundo, até a paranaense Mariluz, minúscula no entorno de uma praça, distante 700 quilômetros, carregando ainda nuances nordestinas e mineiras.


Durante as eleições de 2020 escolhi contar a história do Hospital Augusto de Oliveira Camargo, dos seus fundadores, de dona Leonor, a protagonista desta história. Sempre me impressionou um hospital de portas abertas ser pensado e construído antes do SUS – que só veio quase na década de 1990 e era moderno para a ocasião, imagine para os anos 1930. Durante as conversas com as pessoas, percebi que a história era desconhecida para uma massa dos moradores da cidade, alguns até nascidos aqui.


Fiz testes ao longos dos tempos seguintes com outras histórias como o Crime do Poço ou até mesmo o caráter agrícola da cidade que foi dos tomates, das uvas e das bicicletas, mas todas caíam em um grande: “eu não conhecia” que vinha seguido de um “gostei muito de conhecer a história da cidade.” No final de 2022, quando precisava de um carro para trabalhar, resolvi revisitar essa vontade de percorrer a cidade com a própria cidade estampada nela e com planejamento de alguns meses pensei sobre a arte de um dos lados da Kombi, o que se materializou ainda no primeiro semestre de 2023. De uma lado, são 14 pontos turísticos espalhados e misturados de um lado do veículo. 


Toda a arte feita por um amigo está sob o Parque Ecológico, maior e mais importante obra da história de Indaiatuba, feita sob encomenda do prefeito Clain Ferrari para o arquiteto Ruy Ohtake, há cerca de 40 anos. Da direita para a esquerda estão o Parque da Criança (1), a Pista de Skate (2), os primeiros exemplares da Palmeira Indaiá (3), que nomeia a cidade, os pássaros do Parque Ecológico (4) e as pontes vermelhas (5), alinhados com o Mirante do Parque do Mirim 96), e com o Barco (7), junto ao Cristo da Ário Barnabé (8), coberto por um dos três aviões (9) que representam a proximidade com Viracopos. Ainda há o Ciaei (10), teatro que é sede da educação na cidade, a Igreja Nossa Senhora da Candelária (11), a Prefeitura (12), o Museu Ferroviário (13) e o próprio Parque Ecológico (14). Do outro lado, são 13 pontos de referência.



Adesivar meu carro de trabalho com Indaiatuba também é uma forma de agradecer à cidade que me acolheu há 20 anos nos mesmos moldes que acolhe e abraça a todos que escolhem colher de suas oportunidades. É um presente e homenagem a Indaiatuba que seguirá e só aumentará nos próximos tempos. Não consigo medir o quanto as pessoas enxergam o desenho, mas quando consigo observar – parado esperando o semáforo abrir -, o olho de uma criança buscando lugar o desenho aos lugares e acompanhando o partir da Kombi com os olhos como quem quer fotografar aquele momento para coletar todos os detalhes – é neste momento que vejo que meu dever está sendo cumprido. O nome da Kombi é Indaiatuba e a história dela não pode ficar parada.

Hugo Antoneli e a Kombi "Indaiatuba"


*É jornalista com passagens pelo Comando Notícia, Rádio Jornal, G1, TV Sol, pós-graduado em gestão pública e em ciências sociais.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

A FLORADA DO JEQUITIBÁ BRANCO



Nossa cidade se prepara, nos próximos dias, para um dos seus mais incríveis eventos aromáticos: a florada do jequitibá branco.



Gigante da Mata Atlântica, o jequitibá branco (Cariniana estrellensis) tem como características principais, sua altura de até 45m e seu tronco que pode chegar a 1.20m de diâmetro; seu fruto lenhoso  tem formato de fornilho de cachimbo, o que também lhe dá um outro nome popular, de cachimbeiro. 

É uma espécie de “clímax” de floresta, ou seja, é totalmente dependente  de uma série de condições ecológicas que propiciem sua dispersão, polinização e proteção das mudas para que  consiga prosperar  ou até mesmo ocorrer nas matas ciliares e capões de Mata Atlântica remanescentes em nossa Indaiatuba. Esta espécie “climace” necessita que os ecossistemas estejam protegidos para que possa manter  sua população.

É espécie nativa de Indaiatuba e região e uma das árvores símbolo do município.

Onde você poderá achar um jequitibá branco para de deleitar com o aroma adocicado de sua  florada? 

Na Praça Prudente de Morais tem dois indivíduos, um ao lado do coreto, e outro em frente do Bradesco. O que está em frente ao Bradesco, possui uma das maiores copas de toda a arborização urbana da cidade, com cerca de 25 metros de diâmetro e mais de 400m² de área, muito maior que a maioria dos lotes urbanos da cidade. 

A Avenida Major Alfredo Camargo da Fonseca e a Avenida Itororó são arborizadas com Jequitibás, e o cruzeiro que formam, na região central de Indaiatuba pode ser visto do espaço. 

O mais belo Jequitibá, e o que rende as mais belas fotos, está no Jardim do Casarão Pau Preto, e é enorme, leve dois ou três colegas para poder abraçá-lo.

Jequitibá do Casarão Pau Preto (2017 - acervo pessoal do autor)


Em frente à Prefeitura, ao lado das figueiras (falsa seringueira),  há jatobás e um belo abacateiro que formam uma bela área arborizada, onde existem também jovens jequitibás que já se destacam em porte. No futuro, esta será uma área ainda mais incrível do que é hoje, pois os jequitibás foram plantados formando uma parede verde a norte. 

No chafariz, existem jequitibás que se destacam pelas cascas rugosas. 

O maior jequitibá da cidade, é o enorme morador do Jardim Jequitibá, que está em uma Área de Preservação Permanente, também protegido pelo Programa de Recuperação de Nascentes do SAAE.


O maior jequitibá de Indaiatutuba e provavelmente o ser vivente mais antigo da cidade

Fenologia: A florada do jequitibá branco ocorre entre os meses de outubro e dezembro, quando recebe também novas folhas. Os frutos amadurecem entre julho e setembro, quando a planta perde grande parte se suas folhas. É considerada uma espécie semidecídua, pois caduca parcialmente na estação seca. Caducar, também é uma expressão usada  para descrever o processo de perder as folhas, para evitar assim a evapotranspiração.  Para humanos, a correspondência mais precisa seria dizer que "caducar" seria o processo de se perder os cabelos com a idade.

Reprodução/Dispersão: O jequitibá tem um fruto lenhoso, típico da família das lecythidaceae, onde também podemos achar a Sapucaia (lembra, quebra o coco e não arrebenta a sapucaia?), e a castanha do brasil. As sementes do jequitibá possuem uma incrível estratégia de dispersão, chamada de ANEMOCORIA. Quando maduros, os frutos destacam uma tampa pela parte inferior, e as sementes saem voando, pois possuem uma membrana que possibilita seu voo. 

Existem diversas espécies na cidade, que se utilizam desta estratégia, as tipuanas, os ipês ou os  jacarandás do campo; mas a mais interessante é a ENORME semente do ARARIBÁ que chega a mais de 15 centímetros e voa. Eu conheço alguns na cidade pra você tentar achar: no Parque Ecológico tem, no Mosteiro de Itaici também, mas o mais fácil fica no Parque do Mirim no fim da subida, em frente  ao Mirante.

Chamamos de dispersão a estratégia que as plantas possuem de espalhar seus frutos e sementes, sendo que anemocoria é caracterizada pela ajuda dos ventos. Também pode ser por hidrocoria com ajuda de água ou zoocoria quando são animais que dispersam as sementes, seja ingerindo-as e defecando longe da planta, transportando de forma consciente como a cotia faz com o fruto do indaiá - ou simplesmente transportando de forma inconsciente como o picão. Quando a planta não possui dispersor externo, dizemos que é autocórica, ou seja, ela mesma dispersa.

Semente do Araribá, que também usa o vento como dispersor


Fruto do jequitibá e suas sementes aladas


Etimologia: jequitibá – do tupi guarani "jequi-ti"= o covo pontuado; "ibá" =fruto. Nome popular e genérico de árvores da ordem ericales, família das lecythidáceas. São árvores de grande porte, com até 50 metros de altura e troncos com diâmetro superiores á 5 metros. São nativas da mata Atlântica e ocorrem apenas na região sudeste do Brasil.

Esquina do Cemitério da Candelária, em frente à Mecânica Gazziola



CURIOSIDADE

Já houve várias tentativas de fazer o tombamento de árvores em Indaiatuba, mas até agora isso não se viabilizou. Já a cidade de Campinas possui um Cadastro de Árvores Tombadas como Patrimônio Ambiental, esta placa com QR code é do Jequitibá Rosa símbolo  da cidade, o "Seu Rozinha", que fica defronte a prefeitura.





Fontes: 

Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil I Harri Lorenzi. -- Nova Odessa, SP : Editora Plantarum, 2002.

https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2022/03/biodiversidade-em-indaiatuba.html

https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2020/05/6-curiosidade-sobre-historia-de.html

Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena – Clóvis Chiaradia e Dicionário Informal



quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Caminhada em Comemoração ao Dia da Consciência Negra acontece no domingo (12/11)

 Proposta é lutar por uma sociedade igualitária

Caminhada realizada em 2022

No próximo dia 12 de novembro, a partir das 7h30, o Conselho de Promoção de Igualdade Racial de Indaiatuba (Compir) realizará, com o apoio da Prefeitura de Indaiatuba, a 2ª  Caminhada Antirracista de Indaiatuba. O objetivo é sensibilizar a população sobre a importância de batalhar pela igualdade racial. O trajeto começará no Parque Pet, localizado no Parque Ecológico, e terminará em frente à Praça Elis Regina.

A ação visa buscar mudanças a fim de assegurar que todos tenham acesso aos direitos que instituídos na Constituição. O evento é alusivo ao Dia da Consciência Negra que é comemorado no dia 20 de novembro e que tem como inspiração o líder quilombola Zumbi dos Palmares que lutou até a morte para libertar o seu povo.

 

Serviço

2ª Caminhada Antirracista 

Data: 12 de novembro de 2023.

Horário: a partir das 7h30.

Local de Inicio: Parque Pet (Parque ecológico).

Local de Término: em frente à Praça Elis Regina.


....ooooOoooo....


O 20 de novembro (1), aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, é um dia que se tornou símbolo alusivo ao Dia da Consciência Negra no Brasil, em oposição ao 13 de maio, data em que é comemorada a abolição da escravatura no calendário nacional, porém, amplamente criticada pelo Movimento Negro como uma data totalmente desprovida de representatividade em relação aos trabalhadores negros escravizados. 




(1) Fragmentos do texto de Vanessa Cristina Pacheco Silva, (panambi_ness@yahoo.com.br.) que você pode ler completo aqui: https://revistas.uece.br/index.php/bilros/article/view/7582/6353



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