quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Museu Municipal Antonio Reginaldo Geiss no Casarão Pau Preto

 

Museu Municipal do Casarão Pau Preto

Museu Municipal Antonio Reginaldo Geiss

Acervo

O Museu iniciou suas atividades em 1983, quando o Casarão Pau Preto foi declarado de utilidade pública. Desde então, recolhe objetos significativos à história de Indaiatuba. Neste amplo contexto constituiu-se um acervo eclético que representa várias histórias indaiatubanas do século XX. É formado por conjuntos de objetos dos universos doméstico, trabalho urbano, trabalho rural, artísticos e outros. Para expô-los ao público é necessário, ao longo do ano, apresentá-los através de exposições temáticas e temporárias.

Acervo Arquitetônico

A antiga sede da Fazenda Pau Preto foi construída no início do século XIX, através da técnica da taipa, tanto a de pilão como a de mão, utilizando mão-de-obra escrava.

Para levantar paredes de taipa-de-pilão era necessário o uso de formas móveis com peças encaixáveis que se moviam, de acordo com a necessidade de elevar ou estender as paredes. No interior da forma feita de tábuas, era depositada uma massa composta majoritariamente por uma mistura de terra e água. Após o depósito da massa era necessário pilar, ou seja, compactá-la com intensas batidas, através do uso de uma ferramenta de madeira. A forma era desmontada após a massa estar seca e montada e assim a parede ia se constituindo. As paredes de taipa-de-mão eram feitas de madeira bruta, amarradas com cipó, numa estrutura que levava o nome de “gaiola”.  

Depois de estarem prontas, os espaços vazios da estrutura eram preenchidos com a massa de terra e água, mas, desta vez, com o uso das mãos.

Em outras paredes foi identificado o uso de pedras, além de tijolos, que foram usados num segundo momento, quando o prédio sofreu alterações para adaptar-se às várias gerações da família Bicudo, que ali residiu desde 1885 até a década de 1980.

Por volta de 1885, o proprietário da Fazenda Pau Preto agregou a suas terras a chácara onde havia sido construído o Casarão e o transformou em sede da propriedade e, logo após, construiu ao lado do Casarão um prédio de tijolos para abrigar uma máquina a vapor para beneficiar café, sendo por muito tempo a única na cidade. Este prédio que possui traços da arquitetura industrial inglesa é denominado Tulha.

A arquitetura do Casarão e da Tulha são portadoras de informações da economia brasileira em dois períodos. No período em que o Brasil foi colônia de Portugal, o Casarão foi construído com o incentivo português à produção açucareira, voltada ao mercado predominantemente europeu. O açúcar era transportado por animais, por precários caminhos até o litoral, onde eram embarcados em navios. A Tulha é fruto da economia cafeeira, do início da industrialização no Brasil. Neste período, houve na região a introdução de linhas férreas que dinamizou a escoação da produção até o Atlântico.

Na década de 1980 a fazenda Pau Preto já recortada por ruas e outras construções, tornou-se alvo do mercado imobiliário, ocasionando a destruição parcial da Tulha. Neste momento surgiu um movimento para impedir a sua total demolição, e em 1983 o Casarão foi declarado de utilidade pública, para nele ser instalado um Museu. Após esta data o prédio sofreu algumas intervenções e passou a abrigar a Secretaria Municipal de Cultura.

O mesmo movimento originário para impedir a demolição do Casarão deu origem a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba que se tornou responsável pela preservação do imóvel.

Em 2007 o Casarão Pau Preto deixou de abrigar a Secretaria da Cultura e passou a ser sede administrativa da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, além disso, atualmente, abriga, também, o Museu, o auditório Tulha e um espaço aberto (o bosque), com árvores centenárias remanescentes da antiga fazenda.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens mais visitadas na última semana