domingo, 24 de novembro de 2024

Centro Acadêmico Esperanza Garcia da Faculdade de Direito da Anhanguera, OAB e CONI promovem evento em alusão ao NOVEMBRO NEGRO

Nesta terça-feira dia 26 de novembro, em alusão ao NOVEMBRO NEGRO, o Centro Acadêmico Esperanza Garcia promove, no Plenarinho na Câmara Municipal discussão e debate sobre o livro "Gramática negra contra a violência de Estado", do indaiatubano Paulo César Ramos.


Em novo livro, pesquisador do AFRO-Cebrap realiza reconstrução inédita das denúncias do movimento negro sobre violência de Estado

 Resultado da tese de doutorado do sociólogo Paulo César Ramos, “Gramática negra contra a violência de Estado” sai pela Editora Elefante e consolida trabalho do autor na área de memória negra, linha de pesquisa do AFRO que é pioneira no país.

No Brasil, as pessoas negras têm 3,8 vezes mais chances de morrer em uma intervenção policial do que pessoas brancas, de acordo com a última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O fenômeno no entanto, já tem longa data: há décadas, organizações e ativistas do movimento negro denunciam que a violência de estado no Brasil possui um indicador racial determinante. 

É o que apresenta o livro “Gramática negra contra a violência de Estado”, trabalho pioneiro do sociólogo e coordenador de pesquisa do AFRO-Cebrap, Paulo César Ramos. 

Resultado da sua tese de doutorado, o livro propõe uma linha do tempo sobre as mudanças das palavras utilizadas para denunciar a violência de Estado nos últimos 50 anos, demonstrando quais ações contra a população negra ganham destaque conforme transcorrem os capítulos da história da política brasileira. “Há uma nítida elevação no tom da violência policial denunciada pelo movimento negro ao longo das últimas décadas, e uma progressiva atenção dada ao par vida/morte no conteúdo dessa denúncia. Se, inicialmente, tal violência policial era equiparada à proibição da entrada de atletas negros em seu próprio clube esportivo, em um segundo momento a violência contra o corpo físico se tornou o drama central da população negra. Na sequência, o Estado apareceu como o protagonista geral de um ato que intentava a morte da população negra no Brasil, sob o nome de ‘genocídio’”, explica o autor na introdução da obra.


Resgate da memória negra 

Para a pesquisa, Paulo César Ramos realizou um trabalho minucioso de pesquisa de acervo de organizações, além de entrevistas com militantes que protagonizaram momentos emblemáticos de denúncia. A metodologia de trabalho também foi emprestada à criação do AFRO-Memória, projeto de pesquisa do AFRO que, há cinco anos, realiza a coleta e digitalização de arquivos da memória negra em parceria com o Arquivo Edgard Leuenroth, centro de pesquisa da UNICAMP. Para além da etapa de disponibilizar o acervo para o público, o projeto também se preocupa com a disseminação do conhecimento, por meio das publicações do Caderno AFRO, que reúnem textos de pesquisadores e ativistas que explicam a importância de cada acervo resgatado. “Pode-se dizer que a minha tese, agora transformada em livro, é o primeiro trabalho de fôlego que vamos disponibilizar ao grande público em que não só apresentamos o resultado de uma pesquisa baseada na memória negra, mas buscamos consolidar a importância de emprestar rigor e nome científico a uma linha de pensamento que é fundamental para entender o passado e o presente do país. Isto tudo, em torno de um tema central para a democracia brasileira que é a violência policial contra pessoas negras”, destaca Paulo Ramos.


Sobre o autor 

Paulo César Ramos é doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre e bacharel em sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. Também é coordenador de pesquisa do Núcleo Afro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e coordenador do Projeto Reconexão Periferias da Fundação Perseu Abramo. Tem se dedicado ao estudo das relações raciais, violência, memória, movimentos sociais, juventude e políticas públicas. É autor do livro “Contrariando a estatística”: genocídio, juventude negra e participação política (Alameda, 2021). Sobre o AFRO O Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial, ou Afro-Cebrap, é um núcleo de pesquisa, formação e difusão sobre a temática racial que busca contribuir para o fortalecimento das pesquisas acadêmicas sobre desigualdades, relações raciais e interseccionalidade. O núcleo tem como prioridades a produção de pesquisa com alto rigor metodológico, a formação de novos pesquisadores e a divulgação científica. São desenvolvidas pesquisas de caráter multidisciplinar visando a produção e a análise de dados de natureza quantitativa e qualitativa.

sábado, 16 de novembro de 2024

Avaliação do ato contra a escala 6x1 em Indaiatuba no dia 15 de novembro de 2024

       Caio Silva, Denis Rodrigo e Paulo Cesar Ramos

       

Crédito das imagens: @psolindaiatuba e  @joelmasabino


No último feriado, 15 de novembro, ocorreu em Indaiatuba um ato contra a escala 6x1, realizado no Parque Ecológico, na altura do Parque Temático. A manifestação, marcada para as 10h, sofreu com a baixa circulação de pessoas no local, contando com a participação de, no máximo, 40 pessoas ao longo do evento.

O ato faz parte de uma ampla mobilização nacional em apoio à PEC da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que propõe o fim da jornada de trabalho de 44 horas semanais. Essa proposta dialoga com iniciativas já apresentadas por figuras como o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e o senador Paulo Paim (PT-RS). Erika Hilton, no entanto, trouxe um diferencial ao alinhar-se com o influenciador Rick Azevedo, vereador no Rio de Janeiro com 30 mil votos em uma campanha de baixo custo. Rick lidera o movimento Vida Além do Trabalho, conhecido por sua forte atuação nas redes sociais, ampliando o alcance do debate sobre a redução da jornada sem perda de direitos.

No ato de Indaiatuba, militantes dos partidos de esquerda tiveram papel central na organização. O evento contou com a presença do PT, PSOL e UP, embora este último não tenha um diretório formal na cidade. Apesar disso, a UP destacou-se pelo envio de jovens dirigentes que marcaram presença significativa. Entre os petistas, havia 11 pessoas, incluindo duas crianças, e três fizeram discursos utilizando o microfone, sendo o presidente uma delas. Um dos militantes petistas destacou os abusos enfrentados pelos trabalhadores submetidos a esse regime e os impactos negativos na vida familiar, qualidade da criação dos filhos e acompanhamento emocional e escolar das crianças. Também a fala de outro militante petista indicou a necessidade de prosseguir com aquela mobilização e construção de uma audiência pública sobre o tema na cidade.

O evento, que se estendeu até as 12h, teve uma programação modesta, com circulação pelo parque até as 11h30 e discursos dos participantes a partir deste horário. No entanto, foi evidente a ausência de apoio institucional das centrais sindicais da cidade, mesmo havendo uma diversidade de representações sindicais em Indaiatuba. Com exceção do presidente do SINPRO, nenhuma direção sindical parece ter mobilizado ou enviou representantes, tampouco levaram materiais, bandeiras, panfletos ou demonstração de apoio formal.

Apesar das dificuldades de mobilização e da baixa adesão popular, o ato em Indaiatuba demonstra o compromisso das bases militantes locais com a luta pela redução da jornada de trabalho. O protagonismo da UP, junto com outros partidos de esquerda, evidencia a persistência de movimentos sociais em pautar temas transformadores, mesmo enfrentando desafios como a pouca participação popular e o silêncio das lideranças sindicais. O debate sobre o fim da escala 6x1, inserido em um contexto mais amplo de redução da jornada, pode se consolidar como uma marca importante do terceiro governo Lula, caso avance com o apoio da sociedade.
















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