A Fundação Pró-Memória, vinculada à Prefeitura de Indaiatuba, já conta com um novo superintendente.
O historiador Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, de 35 anos, tomou posse na última quarta-feira (9) durante uma reunião do conselho administrativo da entidade.
Jesus foi selecionado entre 72 candidatos, avaliados pela ‘Comissão de Seleção’, composta pelos seguintes membros do conselho administrativo: Dr. José Luiz Sigrist (Presidente), Deize Clotildes Barnabé de Morais (Secretária), Martha Andrade Barbosa Marinho, Lauro Ratti e Antonio da Cunha Penna.
Natural de Sorocaba, Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus graduou-se em História pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Assis, onde também concluiu seu mestrado e doutorado. É autor de cinco livros, o mais recente, “Anti-semitismo e nacionalismo, negacionismo e memória”, publicado pela Editora Unesp.
Atuou como professor universitário na faculdade onde se formou, na Fafip (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Piraju) e, recentemente, na Faculdade Eduvale, em Avaré, onde era também um dos coordenadores da unidade. Ele afirma que sempre quis trabalhar em arquivos e museus. “A Fundação Pró-Memória é um importante órgão que objetiva preservar a identidade de Indaiatuba. Essa preservação histórica e cultural é o diferencial para a e formação de um povo e pretendo contribuir da melhor forma possível com a entidade”, disse.
Embora Jesus não tenha experiência em gestão de Arquivos e Museus, espero que tenha sucesso em uma demanda que, para mim, como usuária do Arquivo Público e como Conselheira da Fundação, é prioridade: o acesso e a divulgação dos documentos do Arquivo Público Municipal Nilson Cardoso de Carvalho. Discutir sobre o acesso virtual ao Acervo me parece já ser coisa desnecessária e ultrapassada, a questão já é a viabilização técnica e operacional da ação, sem personalismos.
Outro foco que precisa ser dinamizado é o Conselho de Preservação. O seu antecessor, o ex-superintendente Marcelo Alves Cerdan, afastou-se do cargo na mesma época da crise provocada pela derrubada de um dos patrimônios artísticos de Indaiatuba, que estava na rotatória da Avenida Conceição, um obelisco idealizado e projetado pelo artista plástico (in memorian) José Paulo Ifanger. Nosso patrimônio precisa de uma atenção constante, não só os patrimônios tombados, como os não-tombados, como é o caso desse obelisco. O Conselho de Preservação precisa ganhar força legal e legítima novamente, meios que foram sendo usurpados sucessivamente, principalmente por interesses imobiliários, desinteresse político e afins.
Os patrimônios tombados precisam de mais visibilidade, precisam de divulgação e cuidados básicos, como o próprio Casarão, que é sede da Fundação Pró-Memória: esse local, querido por todos os que gostam de nossa história e memória, está com graves problemas estruturais, cada vez que chove, os funcionários precisam remover móveis e escrivaninhas para que os equipamentos não sejam danificados, de tanto que molha dentro. O local onde fica o acervo do Museu também precisa ser reformado e ampliado.
A boa perspectiva para a nova gestão é que há promessa que a nova sede da Fundação Pró-Memória será construída perto do antigo matadouro. Aguardemos.
O zelo pela nossa memória, história e patrimônio é uma necessidade presente, urgente e necessária; não pode ser um projeto para o futuro, que enquanto não chega, tudo isso se esvai no descaso ou na falta de técnica ou meios legais de viabilização.
Boa sorte e muito trabalho ao novo superintendente!
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