segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Morre Walter de Almeida, do Circo Teatro Irmãos de Almeida, que por inúmeras vezes se apresentou em Indaiatuba

Morre (sexta-feira, dia 04 de outubro de 2019) Walter de Almeida, do Circo Teatro Irmãos de Almeida, que por inúmeras vezes se apresentou em Indaiatuba.

O Circo Teatro Irmãos Almeida que, após época de temporada por todo o Brasil, se estabeleceu definitivamente em Campinas em 1960, é uma herança circense iniciada por José Luis de Almeida e continuada por Diógenes de Almeida, respectivamente avô e pai de Walter de Almeida. 

No circo, onde começou a atuar aos 5 anos como trapezista, Walter de Almeida obteve enorme destaque como ator e cantor, interpretando sucessos teatrais como "E o céu uniu dois corações", "A noite do Riso", "O Direito de nascer" e "Carnaval no Rio", compondo um repertório de cerca de 100 peças diversas.



Ao lado de seus irmãos, Alfredo (o palhaço Fredô) e Abegair (a personagem Nhá Tica), Walter de Almeida conquistou um enorme público e, posteriormente, também passou a dividir o palco com a esposa, Paulina Pachelli de Almeida que, assim como ele, obteve grande sucesso no circo. Aos poucos também os filhos, como Abério Diógenes de Almeida - que encenou seu primeiro espetáculo aos 5 anos - foram conquistando espaço sob a lona do Circo Teatro Irmãos Almeida.


Além do grupo, o circo ainda recebia, periodicamente, diversos artistas de renome, como Os Trapalhões, Oscarito, Mazzaropi, Cauby Peixoto, Luís Gonzaga, Tonico e Tinoco, entre outros.


Entre as homenagens rendidas ao Circo Teatro Irmãos Almeida estão o samba-enredo da Escola de Samba Unidos do Indaiá - que sagrou-se campeã do carnaval de rua de 1986 de Indaiatuba, SP - e o programa de rádio "A Hora do Circo", apresentado por mais de 10 anos na Rádio Educadora de Campinas.


Morre o artista circense Walter de Almeida
Picadeiro está de luto com a perda do multiator e empresário
Publicado 06/10/2019 00:22:40



Casal Paulina e Walter de Almeida em cena no espetáculo Quo Vadis
Mesmo em noites de melodramas mais tristonhas e chorosas do circo-teatro, como a do clássico ...E o Céu Uniu Dois Corações, o picadeiro não se vestia de tamanho luto. Não é para menos: na tarde desta sexta-feira, a cena circense de Campinas entristeceu-se em lágrimas com a morte do multiartista e empresário circense Walter de Almeida, proprietário do tão conhecido Circo Teatro Irmãos Almeida. Aos 94 anos, Walter de Almeida, vítima de insuficiência respiratória, deixa a esposa Paulina, com quem foi casado por 74 anos, quatro filhos, 12 netos e seis bisnetos.
Herdeiro de uma família de artistas mambembes da China, Walter nasceu sob a lona circense em 1925, quando a trupe estava em temporada no distrito de Marcondésia, no Interior de São Paulo. A estreia no picadeiro foi aos três meses de idade em um drama circense. No picadeiro, acumulou as funções de trapezista, cantor, encenador, adaptador, empresário, e, claro, ator principal das peças de circo-teatro. Walter também levou a sua voz inconfundível aos ouvintes da Rádio Educadora. Por 10 anos, apresentou o programa A Hora do Circo. Em 1975, em Campinas, resolveu abaixar de vez a lona do Circo Teatro Irmãos Almeida.
“Walter de Almeida, bem como o Circo Irmãos Almeida, tem uma significativa contribuição para as artes cênicas do Interior de São Paulo, especialmente a de Campinas. Por meio da lona da família, os campineiros puderam assistir a espetáculos belíssimos do repertório do circo-teatro, como Mestiça, Quo VadisMarcelino Pão e Vinho e ... E O Céu Uniu dois Corações, além de conhecer figuras emblemáticas de nossa cultura, como Luiz Gonzaga, Cascatinha e Inhana, Tonico e Tinoco, Vicente Celestino, Os Trapalhões e Mazzaropi”, destaca Tiago Gonçalves, jornalista cultural e pesquisador de circo-teatro.
Quem dividiu a cena com Walter de Almeida não esquece jamais. É o caso da circense Iracema Cavalcante, integrante do Circo Guaraciaba. “Aos poucos, vamos perdendo essas grandes figuras do nosso picadeiro. Walter de Almeida é uma delas: um grande amigo, um homem generoso, além de galã das peças. Mesmo tendo uma estatura baixa, que fugia do típico galã da época, ele interpretava magistralmente esse tipo. Isso sem falar que Walter cantava muito bem. As meninas ficavam impressionadas com a sua beleza e com a sua voz”, recorda-se Iracema.
As donzelas suspiravam, relembrava Walter entre gargalhadas. Das peripécias que protagonizou no circo, a maior e melhor delas, como gostava de brincar, foi encontrar o seu grande amor, Paulina de Almeida. “Eles sempre repetiam essa história para mim. Que tudo aconteceu numa noite de chuva. Paulina tinha ido pela primeira vez a um circo. Quando chegou à lona, descobriu que, por conta da tormenta, o espetáculo tinha sido cancelado. Perdeu a encenação, mas ganhou o coração do galã da trupe. Não se separaram nunca mais. Até mesmo no picadeiro viviam os casais apaixonados das peças”, conta o pesquisador.
Em homenagem a esse grande homem do circo-teatro brasileiro, esta reportagem encerra-se com a letra da canção interpretada pelos artistas do Circo Irmãos Almeida ao final de cada espetáculo: 
“Ó, ó meu povo amigo! 
Ó, boa noite! Até amanhã! 
Que sonhes comigo, é meu desejo, é meu afã!”. 
Aplausos e silêncio.

 
O artista morador de Campinas que fez história no circo, Walter de Almeida, morreu  sexta-feira (4/10/2019) aos 94 anos, por falência múltipla de órgãos. Ele estava internado desde quinta no Centro Médico, no distrito Barão Geraldo.

Segundo a família, ele teve um desconforto pulmonar. "Mas foi tranquilo, ele foi com a idade. Estamos bem confortáveis com a partida dele. Foi uma insuficiência renal, cardíaca e respiratória. Naturais da idade", disse a neta Mariana Bellucci de Almeida.

Walter, que durante boa parte da trajetória foi galã no picadeiro, interpretou diversos personagens como Raul Gil, Chitãozinho e Xororó, Silvio Santos, Os Trapalhões, Tonico e Tinoco, Mazzaropi e membros da Jovem Guarda.

Ele começou a sua carreira aos 24 anos de idade no Circo Teatro Irmãos Almeida, ao qual fundou em 1950. A companhia era um circo sem animais, com apresentações de dança e música. "Era uma época que não existia televisão, então era uma potência. Só tinha isso de entretenimento", contou a neta.

Quando chegou a televisão, preocupado, Walter comprou um terreno para cada família que vivia no circo, em trailers, para que eles não ficassem desamparados. Walter era casado com Dona Paulina, de 92 anos, com quem ficou por 73 anos. Ele deixa a mulher, quatro filhos, 11 netos e 11 bisnetos.

O enterro de Almeida será às 10h30 deste sábado, no Cemitério dos Amarais, em Campinas.

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