Reconhecer
e valorizar a luta do povo negro
é avançar na luta contra a discriminação e o
preconceito.
Mais de um século se passou e a única
garantia que a população negra obteve com o fim da escravidão foi a mais
completa exclusão. Os negros ainda apresentam menor grau de escolaridade, por
isso são os que amargam o maior desemprego e, quando empregados, trabalham
mais, recebem menos, têm maior dificuldade de ascensão funcional, e levam mais
tempo para se aposentar. O mesmo acontece de forma bastante acentuada com as
mulheres negras, que se encontram em condições de trabalho ainda mais
precárias. Já entre os jovens é a violência que assola: 75% dos jovens que
sofrem ou sofreram algum tipo de violência são negros. Diante este quadro, o
Mandato do Vereador Derci de Lima (PT) realiza uma série de atividades
políticas e culturais, em Indaiatuba, nos dias 20, 22 e 23 de novembro, em comemoração ao Dia
da Consciência Negra.
Na abertura das atividades, no dia 20
de novembro acontece o debate “Construindo o 20 de novembro – Dia da
Consciência Negra”, a partir das 19hs30, na Câmara Municipal de Indaiatuba.
No
dia 22 de novembro, às 19hs00, haverá muita música na Praça do Cato (CECAP) com
apresentações do Bloco Afro Indaiá; shows de Rap com os grupos Maalik MC, OMega
Rap e DK Deiwis Fernando; Roda de Samba com o professor Rodrigo; Velha Guarda
do Pq. Das Nações; Samba Meu & Seu; Grupo Primaz; Toninho do Cavaco e muito
mais!
No dia 23 de novembro, às 09hs00, as comemorações se encerram com a
Marcha da Consciência Negra. A concentração começará no Sindicato dos
Servidores Públicos, que fica na Rua 05 de Julho, nº 1552 (em frente ao Colégio
Áurea), onde os participantes caminharão até a Praça Prudente de Moraes, onde
haverá uma grande Roda de Capoeira, apresentação de Jongo e do Grupo Afro
Indaiá.
Muitos debates e muitas lutas terão
que ser feitas para superarmos o racismo e o preconceito enraizado, e
alimentado, em nossa sociedade, sobretudo pelo sistema capitalista. Nós apenas
começamos!
EM
DEFESA DO FERIADO
O Poder Público tem a obrigação de se
engajar na causa da população afrodescendente no Brasil. Nesse sentido, a
instituição do feriado municipal de 20 de novembro – Dia da Consciência Negra
–, transforma-se num importante momento para reconhecer e valorizar a luta do
povo negro contra a opressão; intensificar o debate contra toda e qualquer
forma de discriminação, inclusive contra a exploração capitalista.
O
PROJETO DE LEI 02/2013
No dia 30 de janeiro, o Mandato do
Vereador Derci de Lima (PT) apresentou à Câmara Municipal de Indaiatuba o
Projeto de Lei 02/13, o qual determina que o dia 20 de novembro – data da morte
do líder quilombola Zumbi dos Palmares e Dia da Consciência Negra –, seja
instituído como feriado municipal.
A maior parte dos feriados de
Indaiatuba foi decretada pelos governos federal e estadual, mas é direito de
todas as cidades decretarem até quatro feriados anuais. O 20 de novembro – Dia
da Consciência Negra – já foi instituído em aproximadamente 800 municípios
brasileiros. No Estado de São Paulo, cidades como Campinas, Amparo, Itú,
Hortolândia, Jundiaí, Limeira, Piracicaba, Sumaré e Valinhos transformaram o 20
de novembro no Dia da Consciência Negra. Em Indaiatuba temos apenas três
feriados municipais.
VÁRIOS
MUNICÍPIOS JÁ ADOTARAM: AGORA É A VEZ DE INDAIATUBA APROVAR!
Homenagear o líder negro Zumbi dos
Palmares significa rememorar a sua resistência e luta contra a escravidão e a
exploração do povo negro. Não há nada que impeça a declaração do feriado e a
valorização da vida e da luta, que é um símbolo nacional da resistência contra
a exploração.
QUEM
FOI ZUMBI DOS PALMARES
Zumbi nasceu no ano de 1655 na Serra
da Barriga, que fica na Capitania de Pernambuco, atual União dos Palmares
(Estado de Alagoas). Foi capturado e entregue a um missionário português quando
tinha aproximadamente seis anos. Como forma de opressão à cultura africana, Zumbi
foi batizado com o nome de ‘Francisco’, recebeu os sacramentos, aprendeu
português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar das
inúmeras tentativas de assimilação cultural, Zumbi escapou em 1670 e, com
quinze anos, retornou à Serra da Barriga. Zumbi se tornou conhecido pela sua
destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando
chegou aos vinte anos.
Por volta de 1678, o governador da
Capitania de Pernambuco, cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares,
se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi
oferecida a liberdade para todos os escravos que fugiram se o quilombo se
submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa. A proposta foi aceita pelo líder,
mas Zumbi a rejeitou e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo
continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo
líder do Quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a
liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para
organizar a invasão do Quilombo de Palmares. Em 06 de fevereiro de 1694 a
capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido,
foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça
em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto em
20 de novembro de 1695. Zumbi teve a cabeça cortada, salgada e levada ao
governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública,
visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Fonte: FONSECA Júnior, Eduardo. Zumbi dos Palmares, A
História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana
Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988.
465 p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário