por Eliana Belo Silva
Publicado orginalmente na coluna semanal que escrevo no Jornal Exemplo "Identidade Indaiatubana"
O 185º ANIVERSÁRIO DE INDAIATUBA
No
próximo dia 09 de dezembro, Indaiatuba vai completar “oficialmente” 185 anos,
uma jovem senhora quando comparada as demais cidades vizinhas, umas mais idosas
como Itu (fundada em 1610) e Campinas (1774) e outras bem mais jovens como
Elias Fausto (1944) e Itupeva (1965).
DE CAPELA CURADA À FREGUESIA
09
de dezembro de 1830 foi o dia em que a então capelinha Nossa Senhora da Candelária, passou a ser reconhecidamente uma capela curada, ganhando o
status de paróquia, ou seja, a igreja, que recebia um padre apenas de vez em
quando, passou a ter um pároco fixo, o padre Pedro Dias Paes Leme, que ficou na
função durante dez anos.
Naquela
época, uma capela curada só era reconhecida pela Igreja Católica e pela Coroa
Portuguesa quando um número considerável de “fogos” (casas) - e portanto, de
fiéis - pudessem justificar a fixação de um pároco para fazer casamentos,
batizados e sepultamentos.
COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO
Foi
somente em 1930 que o então prefeito Major Alfredo Camargo Fonseca decidiu
comemorar o aniversário do 100º. ano da elevação de Indaiatuba à freguesia.
Até
essa data, não se falava no assunto. Para comemorar a efeméride, entre outros
eventos, a administração municipal encomendou o Hino Indaiatubano para o
Maestro Nabor Pires Camargo, que compôs a melodia e Acrisio Camargo, que compôs
a letra e inaugurou o “Monolito em Comemoração ao 1º. Centenário” na praça do
Grupo Escolar Randolfo Moreira Fernandes, sob seção solene com bandas e rojões.
A oposição política do Major julgou a comemoração como ato político, ou pior,
partidário, e como assumiu o Poder Executivo nos anos subsequentes, o monólito
foi arrancado do local, o hino foi esquecido e a data, novamente apagada do
calendário.
O ROTARY, A DISCUSSÃO SOBRE A FUNDAÇÃO E
A OFICIALIZAÇÃO DA DATA
Na década de 1970, o Rotary Clube de Indaiatuba esteve
envolvido em diversas ações relacionadas à identidade de nosso município,
principalmente após terem conseguido implementar uma Comarca aqui.
Uma dessas
ações foi a de oficializar a data de fundação da cidade, assunto morto desde
1930. No ano de 1974, Antonio Reginaldo Geiss, cujos ancestrais eram afiliados,
amigos e ferrenhos defensores do Major propôs o dia 09 de dezembro e o também
rotariano Caio da Costa Sampaio, cujo pai era líder dos inimigos políticos do
Major, propôs o dia 24 de março, em alusão ao dia em que Indaiatuba fora
elevada à categoria de Vila, em 1859, através da Lei Provincial no. 12, quando deixou de ser uma Freguesia e passou a
ser uma Villa (conceito muito próximo ao de município atualmente), deixando
assim, de ser uma satélite de Itu e passando a ter autonomia para construir sua
vida própria nos aspectos políticos e administrativos.
Após cada um dos dois amigos Geiss e Caio defenderem seus argumentos (bons argumentos, convenhamos), uma Assembleia
rotariana definiu, por votos, que o dia 09 de dezembro seria o dia da fundação
de Indaiatuba e o prefeito Romeu Zerbini oficializou a data, de uma vez por
todas.
Por consequência, por ter sido
Pedro Gonçalves Meira quem doou patrimônio para que aquela capelinha “sem eira nem beira” fosse transformada
em “capela curada”, recebeu ele o título de “fundador de Indaiatuba”,
desbancando o até então querido José da Costa, tão amado pelos indaiatubanos
antigos, que, por não ter registros comprobatórios (até agora) que teria sido
ele a erguer a capela que o tenente Pedro Gonçalves “curou”, ficou categorizado como um ser “mítico”.
Penso que essa história ainda precisa
de mais pesquisas.
PARABÉNS INDAIATUBA !!
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