O casarão do Pau Preto ainda não possui uma data de construção precisa, mas os memorialistas afirmam que foi construído entre 1810 e 1812.
O que se sabe por pesquisa documental é que foi casa paroquial até o final do século XlX. No entanto, as primeiras referências de um sítio do Pau Preto em Indaiatuba foram encontradas em documentos cartoriais de 1840. Trata-se de uma edificação localizada nas bordas da colina onde o núcleo urbano da cidade foi instalado. Por isso, ela apresenta diferentes níveis.
O bem encontra-se muito próximo de outros bens preservados da cidade, como a Casa Paroquial, o Muro de taipa e a Igreja Matriz.
Trata-se de um ícone da história e da cultura da cidade.
Suas origens, mesmo desconhecidas, remontam aos tempos de fundação de Indaiatuba, à sua economia rural e às trocas comerciais feitas por tropas em lombos de animais.
No final do século XIX foi colocado à venda em praça pública , pelo então pároco Cassemiro Roriz e foi adquirido por Joaquim Emígdio de Campos Bicudo. No mesmo período, o sítio recebeu as primeiras máquinas para a beneficiação de café da cidade, instaladas no espaço erguido em alvenaria inglesa.
A edificação apresenta diversas técnicas construtivas, além da alvenaria inglesa, apresenta, também a taipa de pilão e taipa de mão. Sua fachada principal apresenta 12 janelas com folhas de madeira, verga reta e grade de madeira, e 2 portas com folhas de madeira.
O casarão possui um lanço de cômodos paralelo a rua, onde encontra-se a fachada principal, e dois lanços perpendiculares.
O piso, em algumas áreas é de madeira e, em outras, de tijolos e pisos hidráulicos .
O telhado do lanço principal é de duas águas com beiral e os lanços perpendiculares possuem três águas cada.
Dada sua proximidade com o perímetro urbano original de Indaiatuba e suas características construtivas é possível dizer que, além de ser sede de uma propriedade rural, o casarão também foi utilizado como pouso de tropeiros que percorriam o caminho entre Sorocaba, Jundiaí e Campinas.
Na década de 1980, os cidadãos fizeram um movimento para a sua manutenção, pois parte da Tulha tinha sido destruída .
O apelo popular transformou-o em museu municipal e sede da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba alguns anos mais tarde.
Assim, o Casarão Pau Preto recebeu atenção do poder público , foi reformado nos anos 1980 e décadas depois teve uma precisa obra de restauração entre 2013 e 2014, o que auxiliou a deixar ainda mais evidente suas características de exemplo de casario do século XIX em Indaiatuba.
Anos antes , tal característica também já tinha sido evidenciada para fins de seu tombamento em esfera municipal, o que ocorreu por meio Decreto Municipal número 10108 de 2008.
JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de; SIVIERO, Fernando Pascuotte. O Patrimônio Cultural de Indaiatuba: História e Memória. Indaiatuba/SP: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2020.
Fotos: Coleção Antônio da Cunha Penna e Fernando Siviero
Nenhum comentário:
Postar um comentário