Em 13 de novembro do corrente ano, isto é, há dois dias antes das eleições últimas, renunciei ao mandato de vereador que me foi outorgado pelo povo de Indaiatuba para zelar e fiscalizar por quatro anos a administração pública municipal.
Muitos me perguntaram "porque"? E eu não poderia faltar ao dever de lhes explicar os motivos da minha decisão.
Muitos me perguntaram "porque"? E eu não poderia faltar ao dever de lhes explicar os motivos da minha decisão.
Em 15 de novembro de 1972, disputei pela ARENA uma das 13 cadeiras existentes para a vereança municipal; logrei êxito e fui escolhido pelo povo da minha cidade para representá-lo durante 4 anos. Nessa ocasião, como se sabe, para o cargo de prefeito disputaram dois candidatos da ARENA, formando assim a sublegenda número 1 e sublegenda número 2 e nenhum candidato do M.D.B. Segui e apoiei o candidato da sublegenda número 1, o Dr. Clain Ferrari, advogado e professor, que infelizmente não conseguiu se eleger. Entretanto, eu e mais cinco companheiros que o acompanhavam em sua luta, conseguimos nos eleger e recebemos a árdua tarefa de zelar pela administração pública, embora estivéssemos em minoria.
Dois anos são passados e, durante esse tempo, nada mais pude fazer a não ser dar minha frequência naquela casa de leis. Aquilo que propus ao povo, ou seja, defender o seu direito, me foi cerceado. Vi verdadeiros absurdos praticados - sem poder, contudo, evitá-los - pois estava em minoria e tinha de me conter e aceitar as decisões impostas pelo Executivo; bem como, com as aprovações dos sete vereadores que, poder dever, dão inteira cobertura ao prefeito.
Quanta coisa absurda se faz quando se tem o poder nas mãos!
Quanta injustiça cometida quando se tem a cobertura dos homens que deveriam, por ser representantes do povo, evitá-la!
Não aceitei e jamais vou aceitar como vereador ou como simples cidadão indaiatubano, que a Prefeitura possua para sua comodidade dois automóveis marca "Galaxie" enquanto sua Assistência Social deixa muito a desejar por falta de condução; não aceitei e jamais posso aceitar, nas mesmas condições, que se asfalte nossas ruas pelo preço absurdo apresentado pela única firma que participou e venceu a Concorrência Pública para essa finalidade; também não posso aceitar jamais, que o Chefe do nosso Executivo, por se julgar um homem forte do nosso partido (ARENA), em flagrante desrespeito ao povo de nossa cidade, monte a cavalo e invada vários estabelecimentos comerciais, tornando-se por isso notícia não só no jornal da cidade, como também na região, identificando-se com o personagem "Pedro Azulão" da novela "Fogo Sobre Terra".
Mas é chegado o momento!
Basta, povo de Indaiatuba.
Fui tolerante até mesmo acima de minhas forças, lutei com alguns companheiros que, como eu, estavam imbuídos do mesmo ideal, zelar pelo interesse público, zelar pelo nome de nossa tão querida e amada Indaiatuba.
Fiz o que pude, mas infelizmente vi e percebi que, embora tudo fizesse, não estava eu verdadeiramente correspondendo aos anseios do povo e em especial daqueles que votaram em mim, depositando assim a sua confiança.
Vi e percebi também que, nos dois anos de mandato que me restam, outra coisa não poderia eu deixar de fazer a não ser comparecer as Sessões de Câmara e silenciar, para não ser considerado infiel ao partido que procurei, com todas as minhas forças honrar para o engrandecimento cada vez maior da nossa pátria.
Assim outra alternativa não me resta a não ser RENUNCIAR ao mandato que me foi outorgado, e o faço sem caráter irrevogável, deixando na mesma oportunidade, isto é, dois dias antes das últimas eleições, para não ser taxada de aproveitador de resultados.
Agradeço publicamente aos amigos que me confiaram seus votos, agradeço aos cinco companheiros da Câmara que queriam e querem uma Indaiatuba melhor, enfim, agradeço ao povo de Indaiatuba.
Dois anos são passados e, durante esse tempo, nada mais pude fazer a não ser dar minha frequência naquela casa de leis. Aquilo que propus ao povo, ou seja, defender o seu direito, me foi cerceado. Vi verdadeiros absurdos praticados - sem poder, contudo, evitá-los - pois estava em minoria e tinha de me conter e aceitar as decisões impostas pelo Executivo; bem como, com as aprovações dos sete vereadores que, poder dever, dão inteira cobertura ao prefeito.
Quanta coisa absurda se faz quando se tem o poder nas mãos!
Quanta injustiça cometida quando se tem a cobertura dos homens que deveriam, por ser representantes do povo, evitá-la!
Não aceitei e jamais vou aceitar como vereador ou como simples cidadão indaiatubano, que a Prefeitura possua para sua comodidade dois automóveis marca "Galaxie" enquanto sua Assistência Social deixa muito a desejar por falta de condução; não aceitei e jamais posso aceitar, nas mesmas condições, que se asfalte nossas ruas pelo preço absurdo apresentado pela única firma que participou e venceu a Concorrência Pública para essa finalidade; também não posso aceitar jamais, que o Chefe do nosso Executivo, por se julgar um homem forte do nosso partido (ARENA), em flagrante desrespeito ao povo de nossa cidade, monte a cavalo e invada vários estabelecimentos comerciais, tornando-se por isso notícia não só no jornal da cidade, como também na região, identificando-se com o personagem "Pedro Azulão" da novela "Fogo Sobre Terra".
Mas é chegado o momento!
Basta, povo de Indaiatuba.
Fui tolerante até mesmo acima de minhas forças, lutei com alguns companheiros que, como eu, estavam imbuídos do mesmo ideal, zelar pelo interesse público, zelar pelo nome de nossa tão querida e amada Indaiatuba.
Fiz o que pude, mas infelizmente vi e percebi que, embora tudo fizesse, não estava eu verdadeiramente correspondendo aos anseios do povo e em especial daqueles que votaram em mim, depositando assim a sua confiança.
Vi e percebi também que, nos dois anos de mandato que me restam, outra coisa não poderia eu deixar de fazer a não ser comparecer as Sessões de Câmara e silenciar, para não ser considerado infiel ao partido que procurei, com todas as minhas forças honrar para o engrandecimento cada vez maior da nossa pátria.
Assim outra alternativa não me resta a não ser RENUNCIAR ao mandato que me foi outorgado, e o faço sem caráter irrevogável, deixando na mesma oportunidade, isto é, dois dias antes das últimas eleições, para não ser taxada de aproveitador de resultados.
Agradeço publicamente aos amigos que me confiaram seus votos, agradeço aos cinco companheiros da Câmara que queriam e querem uma Indaiatuba melhor, enfim, agradeço ao povo de Indaiatuba.
Indaiatuba, 20 de novembro de 1974
GERALDO HACKMAN
(ex-vereador)
(firma reconhecida)
.....oooooOooooo.....
Juca de Oliveira no personagem Pedro Azulão da novela
Fogo Sobre Terra (1974-1975)
Ford Galaxie - 1974
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