Texto originalmente publicado na APMNEWS
Junho de 2019 - Ano XXII - Número 247
Dr. Orlando Annicchino Júnior
Anestesista
O Dr. Orlando
Annicchino Júnior dedicou-se à anestesiologia ainda na faculdade de medicina.
Foi monitor na disciplina de farmacologia e posteriormente, ainda estudante de
graduação, no 5º e 6º anos da faculdade, dedicou-se à anestesiologia que veio a
ser sua especialidade.
Especializou-se em anestesia na Pós-graduação pela PUC Rio de Janeiro e trabalhou no Hospital do Servidor Público do Rio de Janeiro.
Dr. Orlando lembra que este hospital era muito conceituado nos anos 60 e 70,
sendo o primeiro hospital do Rio de Janeiro a criar uma UTI e possuía um
serviço de cirurgia cardíaca de alta qualidade.
Como veio a se tornar comum, o
Dr. Orlando trabalhava também na UTI do hospital, o que contribuiu em muito na
sua formação médica.
Lembra o Dr. Orlando que nos anos 60 sua especialidade
ainda se iniciava no país, razão pela qual aqueles estudantes e médicos
que se dedicavam a ela eram muito valorizados.
Lembra que muitos trabalhos
científicos no campo da anestesia eram produzidos por ginecologistas e obstetras.
Ocorria também de anestesistas ajudarem obstetras em partos e procedimentos
cirúrgicos, além de atuarem nos cuidados ao recém-nascido, especialidade
conhecida como neonatologia que veio a se tornar uma especialidade derivada da
Pediatria posteriormente.
Dr. Orlando foi o primeiro anestesista a se radicar
em Indaiatuba, aqui chegando em 1972 com sua esposa Filomena Annicchino e dois
filhos, André e Guilherme Annicchino, sendo que o terceiro filho, Flávio
Annicchino, nasceria nesta cidade.
Dr. Orlando Annicchino e Filomena Annicchino
Havia poucos médicos na cidade, entre
eles, Dr. Jalma Jurado, Dr. Pedro Maschietto, Dr. Renato Riggio e Dr. Paulo
Koide. Até sua chegada não havia especialistas em anestesia e um médico ajudava
o outro atuando como anestesista em cada momento. Muitas vezes os
procedimentos anestésicos eram realizados por enfermeiros e freiras, sob
orientação médica.
Apesar do grupo de médicos ser pequeno já havia uma certa
divisão em subgrupos, o que significava que o Dr. Orlando não era convidado
para realizar a anestesia para alguns cirurgiões. Não sendo possível trabalhar
o tempo todo como anestesista, dedicou-se à saúde pública, sendo contratado
como servidor público e passou a atuar em postos de saúde.
Aprimorou seus
conhecimentos sobre tuberculose pulmonar, hanseníase e perícia médica, realizando
perícias de servidores públicos estaduais, esta última uma atividade difícil a
que eram encarregados os médicos do serviço público estadual.
Outro fato
lembrado pelo Dr. Orlando foi sua primeira experiência com uma anestesia.
Acometido de uma apendicite veio a Indaiatuba trazido por seu pai, de trem e
foi operado pelo Dr. Pedro Maschietto. A anestesia foi administrada por
uma freira: clorofórmio.
Sobreviveu ao anestésico e possivelmente deve ter
pensado: esse procedimento é sério e precisa ser feito por um profissional
especializado. A evolução só veio nos anos 70, com novas drogas e equipamentos.
Dr. Orlando lembra que o BIRD era caro e estava disponível em poucos serviços.
Havia a “cebolinha” do Takaoka, opção nacional um pouco mais econômica.
Alguns
anos após sua chegada a Indaiatuba, veio o Dr. Roberto Spadella, que havia
feito residência em anestesia no Hospital Penido Burnier em Campinas. P o s t e
r i o r m e n t e começou a trabalhar em Indaiatuba o Dr. Santo Adalberto M a r
d e g a n , especializado no Rio de Janeiro, ambos profissionais altamente
qualificados e com sólida formação, como assinala Dr. Annicchino.
Nos anos
70 era comum que os médicos tivessem seus consultórios em suas próprias casas.
Dr. Orlando, juntamente com outros médicos, decidiram construir uma clínica com
vários consultórios que veio a se chamar Samil. Entre estes médicos havia o Dr.
Edmur Belluomini, Dr. Renato Maschietto, Dr. Berton oftalmologista, entre
outros.
Posteriormente, o plano de saúde Sancil fez uma proposta de sociedade
que acabou se consolidando. Gradativamente o conjunto de consultórios se
transformou num hospital, que veio a se chamar Hospital Santa Inês.
Dr. Orlando
Annicchino, além de ter sido o primeiro médico anestesista a se radicar em
Indaiatuba, tem três filhos médicos, sendo que dois deles, Dr. André e Dr.
Flávio, este também anestesista, foram diretores de nossa Associação.
Sendo
assim, Dr. Orlando tem um papel relevante não apenas na especialidade de
Anestesiologia em nossa cidade, mas na história da Medicina em Indaiatuba como
um todo.
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