quinta-feira, 9 de maio de 2024

PLANO DE GOVERNO - ELEIÇÃO MUNICIPAL de 1959

Eliana Belo Silva


Ontem, 08 de maio de 2024, o cartório de Indaiatuba estava lotado, cheio de gente em longa fila para regularizar o título de eleitor.


Nas últimas eleições, mais de 30% do eleitorado local não votou, anulou o voto ou votou em branco.

É muita omissão.

Quando você age assim, significa que está aprovando o status quo (os governantes e o governo instituído), mesmo que não pense assim. O "isentão" sempre favorece a ordem estabelecida. Para mudar, há de se escolher outra opção; isso parece óbvio mas tem que ser dito.

Cada vez que alguém diz "eu não gosto de política", tem alguém que pensa: "ótimo, cale-se e deixe tudo como está".

Foi assim que os candidatos em 1959 aqui em Indaiatuba pensaram: de certa forma, queriam mudanças ou melhorias, Hélio Milani para prefeito e Roque Torce Filho para vice.

Nesse pleito, os vencedores foram Alberto Brizzola (prefeito) e Odilon Ferreira (vice).

Naquela época, era possível votar separadamente, no prefeito e vice, de forma independente (não eram de uma chapa só).





Quais os motivos de tantas abstenções?

Muitos eleitores não votam em razão da decepção com os políticos?






Uma eleição municipal, embora tenha características muito específicas, não pode desprezar cenários maiores e nesta eleição de 2024, entre várias indagações que são corriqueiras, a maior questão é o quanto a bipolaridade advinda do cenário nacional - que ficou muito acirrada depois do golpe midiático-parlamentar contra a Presidenta Dilma e configurou-se mais acirrada ainda com a eleição de Lula (esquerda moderada, um social-democrata) contra Bolsonaro (extremista de direita) - irá influenciar o pleito local, sempre determinado por condições bastante reduzidas no espaço e no tempo.

Na eleição municipal, os eleitores estão inseridos nesse espaço-tempo e isso influencia de forma muito impactante seu cotidiano quanto ele precisa se deslocar e vê o trânsito caótico, quando precisa de uma vaga em período integral ou extendido para sua criança e não há essa oferta, quando conduz seu veículo em vias esburacas de forma reincidente, ou quando ele precisa de um atendimento emergencial e fica horas sentado em um pronto-socorro abarrotado de gente. Todo esse ambiente social é, de imediato, transformado em ambiente eleitoral - salvaguardados os privilégios de alguns, obviamente.

O ambiente da cidade condiciona a escolha no dia da eleição, isso é inegável; mas mais do que em anos anteriores, poderemos verificar qual será a influência do ambiente virtual - onde há os conflitos ideológicos agravados pela violência propagada nos últimos quatro anos, principalmente com base em fanatismo religioso, anticiência, armamentismo e intolerância generalizada influenciará as decisões dos eleitores e a qual ponto.






Fonte do gráfico: OLIVEIRA, Adriano. OS RECADOS DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2016 : manutenção do status quo ou mudança? Revista Observatório, 2017.


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