Antônio Zoppi nasceu no dia 23 de outubro de 1904, filho do imigrante italiano Cesari Zoppi e da senhora Teodora Cerqueira Leite e faleceu no dia 6 de abril de 1961 em sua residência, após ser confortado pelos santos sacramentos da Igreja Católica, onde sempre frequentou. Teve os filhos Gentil Zoppi, casado com Alayde Zoppi, Maria Mercedes Zoppi Bonito, casada com Rubens Bonito e Waldyr Zoppi, casado com Anita Zoppi.
Foi construtor como o pai e, entre suas muitas obras em Indaiatuba, destacam-se o Cine Rex e o Cotonifício Indaiatuba.
Em 1996, o memorialista Nilson Cardoso de Carvalho escreveu que ... "presenciou o desmonte de uma de suas obras, que foi o prédio do Cotonifício Indaiatuba; quanta dificuldade e sacrifício para derrubar as formidáveis paredes internas, as colunas e vigas de concreto, o mesmo acontecendo no Cine Rex, também uma obra sua, pois era um dos principais projetistas-construtores de Indaiatuba, e não só construiu indústrias como também uma infinidade de residências."
Construção do Cine Rex, obra feita por Antônio Zoppi
Como vários membros da família Zoppi, Antoninho, como era chamado, tinha "uma vocação musical que cultivou desde menino". Quem afirma isso é Arquimedes Prandini, que conta ainda que "ele aprendeu música com o saudoso maestro Esterlino Minioli com a idade de treze anos e, após um ano, já tocava sax na Corporação Musical Internacional. Essa banda tocava num cinema de zinco chamado Cine Teatro Íris, que ficava onde mais tarde seria o Hotel Savioli, na Praça Prudente de Morais.
Os filmes que passavam no Cine Teatro Íris eram mudos, então uma banda musicalizava a obra ao vivo. Conta Prandini que "o músico tinha que tocar de ouvido porque o cinema era escuro e naturalmente não havia luz para ler a música e o Antoninho, nesse ponto era grande, pois era capaz de tocar dois dias seguidos sem repetir uma só música só de ouvido.
Em 1930 deixou de existir o cinema mudo e o Antoninho foi tocar na Corporação Musical 7 de Setembro cujo mestre era o grande músico Paschoalino Boffa. Nesse tempo começou a tocar trombone de harmonia, depois gênis e por fim tocava todos os instrumentos, exceto baixo e clarinete.
Lembro-me de que na família havia cinco irmãos e quatro eram músicos de banda: um é o senhor Themístocles, violinista e cantor; Rêmulo tocava o primeiro trombone, Vitório o primeiro pistão, Homero o primeiro clarinete e o Antoninho o primeiro bombardino. Os quatro faziam parte do canto.
Em um concerto que a nossa banda realizou na cidade de Itapira, o Antoninho fez um perfeito solo de gênis na música clássica 'Eva', arrancando calorosos aplausos de uma enorme assistência. Outra ocasião, na cidade de Salto, terra de grandes músicos, ele chamou a atenção de uma multidão que assistia um concerto com a nossa Banda ao executar, no bombardino, um solo quando da execução da ópera 'Aída": foi grandemente aplaudido.
O Antoninho gostava de tocar na
procissão do enterro da Sexta-feira Santa e muitos ainda lembram se que seu
irmão Rêmulo fazia com seu trombone, o canto; e o Antoninho o contracanto
naquelas marchas fúnebres que que emocionavam qualquer cristão - por mais duro de
coração que fosse.
Foi merecidamente presidente da Corporação Musical Sete de Setembro. Mas em 1942 por necessidade de extrair os dentes, nunca mais soprou um instrumento e assim também nunca mais tivemos o prazer de ouvir e sentir na alma aqueles acordes maviosos que saíam da alma daquele grande indaiatubano. Mas não parou nisso. Dedicando-se ao jornalismo amador saiu-se esplendidamente. [...] Era um grande humorista, inventava as piadas às vezes de improviso e quando saía com as suas era um estrondo, arrancando risadas do mais sisudo ouvinte."
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