Da minha antiga cidade.
Daqueles verdejantes campos,
Onde havia frutas em quantidade.
Daquelas professoras e professores.
Lutavam com paciência e amor,
Pois eram uns sofredores.
Havia alguns alunos indisciplinados,
Mas foram perdedores.
Onde jogávamos futebol.
Era todo rodeado de arvores,
Não chegava nem um pouco de sol.
Daqueles antigos farvestões.
Pois as atrações não são as mesmas,
Que sentimos quando éramos molecões.
Daqueles dinâmicos futebolistas.
Pagavam para jogar , tinham amor,
E na pelota, alguns eram malabaristas.
Daqueles coitados que a todos divertiam.
Alguns não possuiam seus lares,
E por aquele motivo muito padeciam.
É daqueles carrinhos de mão.
Pois baldeavam aquela pura água,
Por aquele longo subidão.
Era o Largo das Caneleiras
Daquelas melodias e velhas cantigas,
Que cantavam a semana inteira.
Do pau de sebo, do judas, da molecada.
Todos queriam subir primeiro,
Tinha dinheiro, salame, pão e marmelada.
Daquelas antigas procissões.
Daquelas divertidas quermesses,
E dos engraçados sacristões.
em algumas esquinas existiam.
Havia briga e brincadeiras,
Alguns não gostavam,
Mas outros se divertiam.
Daqueles inspirados seresteiros.
Daquelas divertidas tocadas,
E dos bailinhos em terreiros.
Nas vésperas de treze de maio realizavam.
Dançavam e cantavam a noite inteira,
Zabumbas, tamborins, guaias, reco-reco tocavam.
Que no largo da Matriz existiam.
Eram lindas e altaneiras,
Perto da padroeira viviam.
As 21 horas, o sino da cadeia soava.
A patrulha saia pelas ruas percorrer,
E todos, o regulamento respeitavam.
Eram cocadas, queijadinhas, e pastelões,
Gostosos e caprichosamente preparados,
E se comia de tudo por alguns tostões.
Tocavam em frente ao Cine Internacional.
Eram dobrados, maxixes, polcas, valsinhas,
Para o povo entusiasmar.
Das histórias de assombração.
Que eu com outros ouvia-mos.
De um bondoso preto já ancião.
De velhos indaiatubanos.
Eram um caboclos bondosos,
Muitos já morreram há anos.
Oh! que saudades da cadeia,
Na Praça principal.
Pois nos dias de retrata,
Os presos gostavam de escutar.
Do velho grupo Escolar,
Ficava perto da Matriz,
Aquele casarão quase secular.
Do Corintians e Indaiatubano.
Eram esforçados clubes de futebol,
Que existiam há muitos anos.
Daquele velho sanfonista.
Tocava no Cine Recreio,
Com o juvenal clarinetista,
E que apesar de cego, era artista.
Foi em mil novecentos e trinta.
Eu contava treze anos de idade,
As festas duraram alguns dias,
Pois a cidade se engalanou.
Muita música, rojada, quermesse, alegria,
Por muitos anos na lembrança de todos ficou.