domingo, 20 de dezembro de 2009

Carlos Tanclér



(clique para ampliar)*





Professor Carlos Tanclér e alunos



José Tanclér (esquerda), sua esposa Maria Pugliesi Tanclér (direita), 
com o filho CARLOS TANCLÉR
em foto de 5 de abril de 1901, feita onde moravam, na Rua 7 de setembro





SEMPRE AVANTI SAVÓIA
Comércio de Secos & Molhados da família Tanclér, onde hoje é a Foto Hugo.

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Os "Tanclér" foram um dos primeiros imigrantes italianos a chegar em Indaiatuba. Veja mais, em texto da Revista da Tribuna:



OS PRIMEIROS A CHEGAR

Documentos registram Francesco Squittini, Franscisco Lanzi e José Tancler como pioneiros

TEXTO DE ADRIANA CARVALHO KOYAMA


Especial para a Revista da Tribuna

O primeiro registro de imigração italiana encontradonos documentos da cidade é o de Francesco Squittini, dono do hotel d’Itália, em 1873. Em seguida encontramos referência a Francisco Lanzi, que em 1881 casa-se em Indaiatuba e será vereador na última câmara do período imperial. José Tancler veio para Itu em 1875, com 25 anos, trabalhando como mascate nas fazendas da região. 


Em 1880, estabeleceu-se em Indaiatuba com a loja Sempre Avanti  Savoia, ocasião em que trouxe para cá sua família que havia permanecido em Salerno, na Itália. Participou ativamente da vida pública local. Em sua casa, na Rua Sete de Setembro, esquina com a 15 de Novembro (onde hoje é o Foto Hugo), foi fundado, em 1887, o núcleo local do Partido Republicano. Em 1900, foi presidente da Câmara, já com o título de Tenente da Guarda Nacional, e em seguida tornou-se Juiz de Paz. 


Também entre os pioneiros está Cesare Zoppi, em 1893.0



Coronel emprega imigrantes 

Em Indaiatuba os fazendeiros abriram as portas aos imigrantes. Segundo anotações de Nilson Cardoso de Carvalho, o Coronel Antônio de Almeida Sampaio, em 1910, em suas três fazendas, em Indaiatuba (Pimenta, Gramma e Santa Rita), com área de 900 alqueires, 645 mil pés de café e 111 casas de colonos, abrigou muitos dos primeiros imigrantes italianos. 

O expressivo volume de sua produção determinou a existência de uma estação de trem dentro da fazenda Pimenta. O destino de muitas das fazendas paulistas no século 20 será o de serem adquiridas por ex-colonos e seus descendentes. Em1924, os fazendeiros de origem italiana irão deter, juntos, mais de 10% de todos os pés de café existentes em Indaiatuba.


Participação comunitária 

A grande participação dos italianos em Indaiatuba no final do século 19 pode ser percebida na Câmara Municipal: desde a chegada dos primeiros imigrantes o número de eleitores de origem italiana não parou de crescer: em 1892 votaram na eleição para Presidente do Estado os Schettini (Francesco, José e Domingos) e os Tancler ( Vicente e José) Squittini, Lanzi e Tancler. Em 1900 assinam como eleitores Cesare Lisoni, Enrique Brazzi, Giovanno Pessoto, Angelo Pefsoto, Giovanni Zamboni, eng/arq. Rômulo Zambom, Lourenço e Luiz Salla, Carlo Montibello, Giovanni Panzetti, Cesare Zoppi, Paulo e Valeriano Bernabé, Angelo Fanti, João Ungaretti, Andréa Tomaggio, Dante e Luiz Coppini, Luiz Pieropini, Pascuale Ciampi, Luigi Minioli, Agostino e Pietro Marcolongo, Rodolfo Ferretti, Carlos Tancler, Ferrucio Lucchesi, Francesco Zancheta, Horacio Ostranti, José Artoni, Tomazo Ripabelo, Eugênio Chechinato, Luiz Bosquetto, Ferrucio Carletti, Antonio Madari, João Vitto, Ricardo Righetto, Guido Fiorini, Jacinto Burgato, Guise Castelan, José Fasignato, Antonio Merli e Natale Furgeri. Nessa época, um terço dos eleitores de Indaiatuba era de origem italiana.


Economia 

Na vida econômica urbana a presença italiana também é notável: recebemos mestres artesãos, negociantes e construtores. Em1895, tínhamos uma fábrica de cerveja e um curtume, ambos de Carlo Montibello; um bilhar, de José Tancler; lojas de tecidos, de José Tancler e José Schettini; sapatarias de Fortunato Baroni e de Francisco Canatta; padarias, de Cesar Lisoni e de Roberto Pinfaro; lojas de Secos e Molhados, de João Sargentelli, Domingos Schettini, Luiz Brassi, Theodoro Proia, Francisco Canatta, João Ungaretti, Honorato Manfredi, Jacob Campagna, Angelo Fantin, Francesco Schettini e Vicente Tancler, que também vendia ferragens e artefatos de folha de flandres. Nos sítios negociavam Julio Bertucci, Fortunato Baroni e Bordini & Companhia.


Em 1910, Casare Lisoni era vereador, o Tenente José Tancler e Luiz Coppini eram juízes de paz. Luiz Petri tem uma fábrica de cerveja e Paschoal Dettiles um moinho de fubá. Lojas de fazendas são a atividade de José Tancler, Rodolfo Ferretti, João Panzetti e José Bichará. Luiz Minioli e Francisco Passini são marceneiros, Marco Matrani é Ferreiro, Vicente Tancler e Domingos Gazfgnatti são funileiros, Batista Rosignati é oleiro, Adolfo Boari, Elias Pioli e Ângelo Nicolini são padeiros, Pedro Rosignatti é relojoeiro, Horacio Ostranti, Paschoal Mateo, Frederico Pavanelli, Cesare Purgatto, Faustino Miraggio e Pinfare Roberto são sapateiros, Frederico Pavanelli é seleiro. 
Merita Bertolotti tem um hotel e João Panzetti uma fábrica de sabão. Armazéns de Secos e Molhados são muitos: de Ambrosio Lisoni, Nicola Ferrari, Arthur Tomazzi, Vicente Gandini, Cesare Lisoni, Merita Bertolotti, Elia Pioli, Ettore Mosca, João Ciampi, Luiza Ferrari, Domingos Gazignati, Felipe Feletti e Domingos Carotti.

Vistos em um contexto mais amplo, esses registros nos mostram como desde os primeiros tempos a comunidade italiana abraçou a cidade e seus habitantes, incorporando-se e colaborando ativamente para sua vida pública, religiosa e social, como o fazem até hoje os seus descendentes. 

Ao que os moradores locais disseram: Benvenutti!




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*Este é um dos recortes que tenho dos muitos textos escritos e publicados pelo advogado Rubens de Campos Penteado, membro do Conselho Administrativo da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba.

Muitos dos textos que escreveu estão compilados no livro "Gente da Nossa Terra, Terra da Nossa Gente", que foi publicado em 1999.


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