Neste ano em que a igreja Nossa Senhora da Candelária completa 180 anos, tivemos a grata satisfação de ter de volta a imagem original da santa que dá o nome a nossa matriz e é padroeira da cidade. Trata-se de uma imagem de roca que foi restaurada e (re) apresentada no dia 2 de fevereiro, na Procissão das Luzes, as 5 horas da manhã.
Santo de roca é uma imagem de santo em que a cabeça, os braços, parte das pernas e pés são fixados na roca (armação de madeira). Como são imagens vestidas com roupas de tecidos, também são chamadas de imagem de vestir ou santo de vestir.
A Igreja Católica faz uso de imagens sob diversas formas, em todos os espaços religiosos, ou nos espaços de manifestação pública e coletiva de religiosidade, como as procissões - desde há tempos remotos, sendo que foi no Concílio de Tentro que foi confirmada a intenção do seu uso: a multiplicação da fé.
A utilização desse tipo de imagem articulada teve início na Idade Média, principalmente na Espanha e Portugal. Nessa época, nos eventos religiosos onde haviam apresentações dramatizando as vidas dos santos, os organizadores tomaram emprestada a ideia do teatro de marionetes, que sabemos, usa os bonecos articulados que trocam de roupa de acordo com a cena que representa. No Brasil, os primeiros jesuítas introduziram o uso das imagens de roca nos eventos religiosos que faziam nos largos nas frentes das igrejas em pequenos povoados ou em frente às missões.
Não se sabe a procedência e a data em que foi feita dessa imagem de Nossa Senhora da Candelária, mas - segundo informação do site da igreja (http://www.nscandelaria.com.br/roca.htm) - deve datar da primeira metade do século XIX.
Esta imagem, assim como a de São José e a de São Bendito, também de roca, foram levadas da igreja para a fazenda Cachoeira em 1923, lá permanecendo até a década de 80, quando retornaram para a Matriz. E agora retorna restaurda na comemoração dos 180 anos de fundação da igreja.
Claro que é para lá de insensato e destituído de lógica acusar qualquer cristão de idólotra, ninguém adora uma imagem de barro, de gesso ou de roca. O importante é o que cada signo (símbolo) tem de significado. E é assim que devemos valorizar nossa Nossa Senhora da Candelária de roca: além de um preciso objeto de arte de nossa história, uma patrimônio histórico e cultural, uma referência de renovação da fé.
Bem vinda (novamente) Nossa Senhora da Candelária de roca!
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Obrigado pela grande informação! Eu não teria descoberto este o contrário!
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