crônica de Charles Fernandes*
Chegava em
uma canoa pelo y[1]
dos jundiás[2],
uma pessoa muito importante, que desembarcou no povoado[3]
da ycy[4]
de ita[5].
Dali tinha, ainda, que continuar viagem para o outro povoado que tinha tuba
inda
que a gente yá a casca.
Para! Esquecemos de ligar nosso tradutor da língua tupi-guarani!
Teremos que começar novamente, pois não sabemos falar a língua desses índios, ainda
porque eles parecem norte-americanos, que colocam o adjetivo na frente do substantivo.
Que difícil!
Vamos lá, para
a segunda tentativa.
Chegava em
uma canoa pelo rio dos bagres[6],
uma pessoa muito importante, que desembarcou no povoado da nascente da pedra[7],
pois tinha, ainda, que continuar viagem para outro povoado que tinha bastante
fruta de rachar a casca.
Para de novo!
Como é que saberemos onde é que ficam esses lugares se ficarmos traduzindo
tudo?
Bom, teremos
que tentar mais uma vez, mas acho que agora, conseguiremos:
Chegava em
uma canoa pelo Jundiaí, uma pessoa
muito importante, que desembarcou no povoado de Itaici[8],
pois tinha, ainda, que continuar viagem para o outro povoado chamado de Indaiatuba[9].
Ufa!
Mas porque
essa importante pessoa veio de canoa por Itaici? Que lugar era esse, no qual um
dia havia se falado a língua usada pelos Tupis e pelos Guaranis?
Muito antes
de nosso personagem chegar, tanto Indaiatuba como Itaici[10],
eram bairros de Itu. Só que Indaiatuba, em lugar mais alto e plano, acabou
recebendo mais gente. De uma pequena pousada de tropeiros, foi crescendo, até
que ficou maior, e de tão grande, o imperador finalmente concedeu a esta
comunidade a categoria de Freguesia[11],
quando fazia apenas oito anos que ele governava[12].
Este foi o
primeiro Imperador do Brasil, por isso foi chamado de Pedro Primeiro. E
Indaiatuba virou uma das freguesias de uma das Vilas mais importantes do interior de São Paulo, freguesia
da grande e populosa Itu. Nessa época, a
cidade de São Paulo era muito distante de tudo e São Carlos, que depois foi
chamada de Campinas, mais ainda. Quem ficava no caminho era Itu, mas nosso
personagem vai explicar isso melhor.
Em 1831, um
ano após Indaiatuba ter recebido o título de Freguesia, esse imperador voltou para
o país onde nasceu, mas deixou seu filho em seu lugar. Um menino de cinco anos
de idade, não era o mais velho, era o sétimo filho e terceiro varão, mas tinha
perdido seus dois irmãos mais velhos. Veja como era dura a vida desta época,
até filho de rei morria de qualquer coisa.
Esse foi o Imperador Menino, o segundo do Brasil, e chamaram ele de
Pedro Segundo. Pouco criativo, né!
Quando esse
imperador completou 15 anos, foi coroado, pois acharam que o menino já podia
governar... O imperador já era quase um moço, mas vou continuar a chamar este
país de Terra do Imperador Menino, porque ao que sabemos, esse tal Pedro filho
de Pedro, apesar de muito estudioso e sabido das máquinas e da modernidade, sempre
teve uma queda para criancices. Um ano depois, quando ele tinha 16 anos, mais
precisamente em 1841, nossa história começa...
Nosso personagem principal chega na terra da fruta de partir, que
vinha da palmeira Indaiá, que ali abundava. Ele era um padre, e veio substituir
outro Pedro, o Padre Pedro[13]
que tinha terminado a igreja da vila, que era dedicada a Nossa Senhora da Candelária.
Essa igreja[14]
tinha uma das maiores naves das cercanias, cerca de 10 passos de largura, por
23 passos de comprimento.
A igreja da terra das palmeiras de indaiá tinha uma característica curiosa: a
antiga capelinha que existia no lugar fora demolida ou reformada, e passou a ter o que chamamos
de nave, a parte central da igreja, onde se sentam os fiéis; porque a igreja é
o barco do apóstolo Pedro, que vai pescando almas para o Senhor. Nessa época,
em Portugal, de onde quase tudo vinha, as naves das igrejas eram construídas
pelos mesmos carpinteiros que faziam as naus, ou naves, de se navegar os mares.
O teto das igrejas eram barcos de ponta cabeça. E curiosamente, em Indaiatuba,
o barco de Pedro, feito em nome da Senhora da Candelária, foi terminado por um
Pedro, o Padre Pedro, que estava deixando sua paróquia para nosso personagem, o
novo padre da terra dos Indaiás.
E esse novo padre, que era o Padre Toninho[15],
foi logo atrás de um lugar pra morar, que fosse perto da igreja, que tivesse
uma linda vista para a fonte de água da cidade, lá embaixo, no córrego junto da
mata, atrás da igreja.
O Padre Pedro tinha deixado um barraco para ele, atrás da igreja, pequeno
do tamanho de um quarto, aliás era só um quarto, quadradinho feito de barro
socado, que chamavam de taipa, a mesma taipa de pilão que fora usada na igreja
que ele ajudou a construir. Apesar de
muito pequena, a vista da casinha era ótima, na pontinha da planície, onde a
cidade se instalava, debruçada para um vale com vista para um belo campo com
árvores esparsas que se estendia até chegar na mata do córrego[16].
O lugar era perfeito. De madrugada dava para ouvir os jacus acordando
lá na mata, barulhentos na primavera, mas bem preguiçosos no inverno:
_ Cacaamm uuuó, cacaamm uuuó!
Era um despertador natural, uma vez que relógio mesmo, não havia por
lá!
Nessa época,
Indaiatuba tinha oito quarteirões todos juntinhos da igreja. Até o cemitério
ficava por ali, os mortos eram sepultados ali mesmo, na frente da igreja, que
naquela época não era praça, era só um largo, um lugar sem casas, de chão batido,
próprio para todas as pessoas se reunirem sem nada para atrapalhar. E tudo era feito de carroça, porque os carros
só apareceriam mais de 100 anos depois por essas terras, e não havia máquina
alguma que não pudesse ser carregada por uma mula, desde o porto de Santos, até
Itu, que era a porta do sertão e caminho para Indaiatuba.
Aliás a
história desse padre, o padre Toninho, não é de modernidade ou de máquinas, é de
como ele usou a natureza para se virar, e construir uma casa sustentável. E
veja bem... 200 anos antes dessa palavra virar moda, o nosso personagem já praticava
ecologia. Que cara visionário!
E Padre Toninho,
analisou seu barraco, de taipa de pilão, onde quase não cabia sua cama, de
paredes que tinham mais de um braço de largura. E percebeu que a noite, todas
as paredes ficavam quentes, porque eram grossas demais e tinham a capacidade de
acumular o calor do sol, e ir esfriando aos poucos, durante a noite. Era quente
mesmo, no verão até era chato, mas era uma delícia no inverno.
Bom mesmo seria
achar um meio termo, e o padre já foi pensando em reformar o pequeno cômodo,
mesmo porque a cidade crescia com a lavoura de “assucar” e com a venda de
rapadura para Itu. Os fiéis aumentavam e precisavam de um lugar para organizar
as atividades da igreja. Curiosamente, ainda hoje, há mais de 200 anos depois, o que muito se
tem na lavoura de Indaiatuba ainda é cana.
E o pároco
decidiu aumentar essa casinha quente.
O Padre
Toninho colocou-se a observar o nascer e o por do sol todos os dias do ano,
sempre olhando para um mesmo local, para o córrego lá embaixo, que ficava a
norte de sua casinha quente. Chegou a pensar até que um dia esse córrego
poderia ser um belo parque.
Percebeu que
o sol se inclinava diferente a cada estação do ano, no inverno, nascia mais
para nordeste, bem para o lado da fonte de água da cidade, a biquinha. E no
verão, nascia em direção das ruas da cidade, mais para trás, para sudeste. Mas ao meio dia, o sol sempre se inclinava para
o córrego, e sempre a parede que era voltada para este lado, pegava sol durante
todo o dia, e era essa a parede que esquentava sua casa. As outras eram bem agradáveis.
E o padre
então criou para sua casa, uma proteção para essa parede, que era quente porque
recebia esse sol durante todo o dia - um equipamento de tecnologia avançada
para a época- chamado varanda. Foi simples, o padre aumentou o telhado e criou
um espaço sem paredes que protegia sua casa do sol durante o horário mais quente,
no meio dia.
_ E sabe que
ficou ótimo?[17]
Agora as outras paredes mantinham o calor do
dia sem exageros, e sua casa ficou a casa mais confortável da cidade. Naquela época, muitas casas eram altas por
dentro, e as janelas eram muito grandes também, porque quando era necessário,
deveriam ventilar todo o ambiente. A varanda do padre, e as janelas altas da
casa, eram uma ótima solução para essa terra quente. E posso dizer que os
ventiladores domésticos não haviam sido inventados, e mesmo que existissem, a
energia elétrica só chegou mais de 70 anos depois na Vila do padre.
Essa varanda
quebrava um galhão, porque nesse tempo, tudo era feito de barro ou de madeira,
então, ou a água levava embora, ou podia pegar fogo; e a varanda, que não tinha
paredes, podia receber algumas atividades que não combinavam com a casa de
barro, por exemplo - cozinhar ou lavar coisas.
E sabem onde
ficava o banheiro do padre Toninho?
Não ficava,
pois não tinha água encanada.
Ela só chegaria
nas casas de Indaiatuba 95 anos depois dessa época, em 1936, e tudo que o padre
tinha era seu pinico, que ele guardava embaixo da cama, pra limpar de manhã, lá
no mato. Também não havia canos, que na época eram chamados de manilhas, também
feitos de barro, porque não se podia transportar na Genoveva, que era a mula
que o padre comprou.
Curioso, não
é? Indaiatuba recebeu energia elétrica antes da água encanada!
Nesse
momento, a casa do padre passou a ter um limitador de recursos para a reforma:
ou cabia no jacá da Genoveva, ou não dava para usar.
As ampliações
que pretendia fazer na casa teriam que ser feitas com os recursos que tinha,
com ferramentas simples, porque serras e máquinas somente chegariam de trem, e
o trem ainda demoraria 35 anos para passar ali. A Genoveva era o “caminhão” do
padre.
Para
continuar a ampliar sua casa, padre Toninho optou por uma nova maneira de se
construir, que veio com artesãos que migraram das minas do centro do país, onde
o ouro já não fluía, e estavam sem emprego por lá. Eles faziam um esqueleto de
casa, com madeira, serrada e falquejada a mão, depois tampavam os vãos com uma
tela de galhos queimados e aplicavam barro, dando sopapos uns nos outros, um de
cada lado da parede. A técnica era conhecida como taipa de sopapo, mas o nome
que pegou mesmo foi pau-a-pique. Difícil escolher qual nome é o mais engraçado!
E o padre fez
mais um cômodo na casa, maior e mais amplo, e levou a varanda para toda a
parede até a lateral da casa, que ficava voltada para a igreja, para receber as
visitas dos fiéis. Este espaço lateral da casa era chamado de alpendre, que era
uma varanda que servia para receber as pessoas: numa época onde tudo
era de terra, ninguém queria
todos entrando em casa com o pé sujo. O alpendre e a varanda eram os ambientes
onde se recebia as pessoas, fora de casa, até o oratório do padre ficava na
varanda, do lado de fora, bem atrás do quarto dele.
Durante 40
anos esse foi o padre da terra dos Indaiás, o Padre Toninho, e tornou-se tão...
mas tão querido da população que quando ele voltou para o lado do Senhor,
sepultaram seu corpo, escondido, debaixo do altar da igreja. Acho que hoje o
padre reza a missa lá, bem em cima.
Essa esplêndida
casa sustentável foi vendida para uma fazenda, pois eles queriam uma nova sede
perto da cidade, e a fazenda do Pau Preto agora tinha uma casa, que foi
novamente ampliada e tornou-se um dos maiores casarões da cidade. O Casarão Pau
Preto.
E sempre que você visitar o
Casarão, que ainda está lá, vai ver o quarto de barro, que o Padre Toninho
recebeu do Padre Pedro, do lado da Tulha, o de parede mais grossa, que era
quente, mas que depois ficou bem gostoso.
___________________________________________________________
[1]
Y, yg
ou ty
significa água e/ou rio em tupi-guarani.
[2]
Jundiá
significa bagre em tupi-guarani.
[3] O povoado de Itaici foi um dos 4 bairros que, juntos,
formaram Indaiatuba (Piraí, Buru, Mato Dentro e Jundiaí, que era o antigo nome
de Itaici).
[4]
Fila, fileira, conjunto ou sequencia em tupi-guarani
[5]
Itá
ou ita
significa pedra em tupi-guarani.
[6] Atual Rio Jundiaí, onde parte dele pertencia à vila de
Itu (desde a foz do córrego da fazenda Itatuba até início do antigo bairro
Piraí (ao Sul da atual Fazenda Pimenta).
[7] As pedras das nascentes às margens do Rio Jundiaí
foram, em considerável quantidade, utilizadas para aplicação na construção
civil na região de Indaiatuba.
[8]
A palavra itaici pode ser separada
de duas formas: Itá-y-cy ou Itá-ycy. A primeira é composta por
“mãe”, “nascente” ou “fonte” (cy) do rio (y) de pedra (ita ou itá). A segunda é
composta por fila, fileira ou conjunto (ycy) de pedra (ita ou itá). Optei pela tradução “nascente das pedras” (nota
do autor).
[9] A palavra indaiatuba pode ser separada de duas formas: Inda-yá-tuba ou Indaia-tuba. A primeira é composta
por “fruta” (inda), “partir, dividir, quebrar” (yá) e “tuba” (muito, abundância
de sítio/local ou pomar). A segunda é composta por “palmeira” (indaiá) e (tuba). Optei pela tradução “local de muitas frutas de
rachar a casca”, frutas essas que seriam o indaiá, da palmeira de indaiá (nota
do autor).
[10] Que se chamava Jundiaí e se limitava com o território
da Vila de Jundiaí, ou mais precisamente, com o bairro de Itupeva, que em 1795
já existia com esse nome. A divisa, ao norte, era com terras da freguesia de
Campinas (que se chamava São Carlos) e a oeste, com o bairro de Mato Dentro.
[11] Indaiatuba foi elevada à condição de Freguesia do Distrito da
Vila Itu, em 9 de dezembro de 1830 e seu território for formado por áreas dos
bairros Piraí, Mato Dentro, Buru, Jundiaí (na verdade, Itaici) e Indaiatuba.
Outros bairros rurais de Itu eram Caiacatinga, Itahim. Itahim-Guaçu,
Pirapitingui e Potribu.
[12] D Pedro I passou a ser o imperador do Brasil em 1822,
na Proclamação da Independência, feita por ele mesmo. Essa manobra política foi feita após o pai
dele, D. João VI ter sido obrigado a voltar para Portugal para não perder seus
domínios na Europa. A historiografia aponta que pai e filho estavam em comum
acordo quando a independência foi proclamada, mas tinham como oponentes à essa
atitude a mãe de D. Pedro – Carlota Joaquina - e seu irmão mais velho, Miguel.
Durante março e maio de 1826, D.
Pedro fica simultaneamente imperador do Brasil e de Portugal e opta por enviar
sua filha mais velha que se tornará Maria
II de Portugal, ficando ele no Brasil. Em 1831 ele abdica do trono a favor
de seu filho para voltar para Portugal e lutar contra o seu irmão Miguel, que
no seu entendimento, havia usurpado o trono de sua filha Maria II. É vitorioso
em 1832 e morre de tuberculose em 1834.
[13] O primeiro pároco da freguesia de
Indaiatuba foi o vigário encomendado Pedro Dias Paes Leme, que assumiu a função
em 15 de agosto de 1832 até 14 de fevereiro de 1841. Segundo relatos a candelária já
possuía suas paredes de Taipa em 1839 o que indicaria que esse primeiro padre
foi o responsável pela finalização da primeira fase de construção da igreja
“nesse local”. Mas o encamisamento de tijolos que criou a fachada atual é muito
posterior, naquela época a igreja tinha linguagem muito mais simples e os
beirais de telhas ainda eram aparentes.
[14] A planta original da
igreja da Candelária
é comum a quase todas as igrejas construídas no Brasil colônia, sua organização
vem de uma Bula Papal, instituída na Contra-Reforma da igreja católica, no
início do século XVI - que indica como as igrejas deveriam ser construídas para
que melhorassem a percepção dos fiéis durante a missa. O altar, seguido de
cadeiril e nave principal, criam uma espécie de CORNETA, que faz com que a voz
do Padre, se projete para os fiéis. Esta disposição é na verdade, um projeto
acústico.
[15] Padre Antônio Cassemiro da Costa Roris, que veio de
Porto Feliz para Indaiatuba com apenas 24 anos de idade e que ficaria como
pároco até quando faleceu, em 19 de outubro de 1884, quando foi substituído pelo Padre Bento Pacheco. O apelido
de Padre Toninho é uma licença literária. Padre Roriz, ao falecer foi enterrado
dentro da Igreja da Candelária, na frente do altar, mesmo depois desta prática
ter sido proibida. Isso pode indicar o respeito da população com essa figura
histórica da cidade.
[17] Sobre essa ampliação da casinha inicial que mais
tarde, após várias intervenções se formaria no atual Casarão Pau Preto, leia
mais no Anexo 1.
___________________________________________________________
ANEXO 1
Estudos preliminares sobre o Casarão
em texto e ilustrações
O Casarão Pau Preto possui muitos materiais e diferentes tecnologias construtivas e estas características podem indicar diferentes momentos de construção. Trechos de parede desse casarão do pau preto, de taipa de pilão, do primeiro cômodo ao lado da Tulha, são similares aos da Igreja da Candelária, e relatos dizem que esta moradia já era do Padre Pedro Dias Paes Leme durante seu tempo como pároco em Indaiatuba. O formato da construção, encaixes de estruturas de madeira e posicionamento do piso, indicariam que este cômodo seria o mais antigo do casarão.
Imagem feita com base nos estudos (em andamento) sobre o Casarão Pau Preto, indicando os diferentes materiais empregados, demonstrando-os em diferentes cores.
Cada cor indica uma diferente época de construção, ou uma diferente atividade para cada cômodo. As paredes em cor de rosa, são originalmente feitas exclusivamente em Taipa de Pilão.
Estudos preliminares sobre a estrutura do casarão do pau preto indicariam que a varanda poderia ter sido feita em momento posterior a parede de taipa. Hoje a varanda é um escritório e também uma ala do museu do Casarão, foram fechados por paredes de tijolos muito posteriormente, este fechamento da varanda seria uma das mais tardias reformas do casarão, devido ao tipo dos tijolos utilizados. Neste escritório fechado, onde hoje trabalha o Superintendente do Pró-Memória, o Dr. Gustavo, também está o oratório citado no texto, feito em pedra, encravado na taipa.
Formato proposto para a primeira Casa do Padre Antonio Roriz.
Estes pilares soltos da varanda, ainda existem e não foram utilizados na estrutura de outras reformas, e ajudam a entender um possível formato desta fase de construção do Casarão.
A ideia de construção sustentável é o tema principal do texto, e o casarão é ótimo exemplo, sua implantação indicando a utilizar a disposição do sol durante o dia para proporcionar conforto térmico, a grande altura e dimensões das janelas e portas, mostra a preocupação dos construtores com o clima da região e o uso de materiais sustentáveis de construção.
Muitas peças ainda faltam no quebra cabeça, como a estrutura de madeira do alpendre, ou o formato do piso desta área, mas pode nos instigar a propor formatos para o prédio original.
Com o tempo, novos relatos, documentos e textos aparecem e dão mais robustez à essas possibilidades aqui demonstradas.
Por isso é muito importante doar documentos, fotos e textos referentes a história da cidade para a Fundação Pró-Memória cujos fundos públicos e privados são solicitados para pesquisadores de todo o país.
Latitude de Indaiatuba - o Sol apresenta diferentes trajetos durante as épocas do ano. Os pontos que podem ser trabalhados com esse texto em sala de aula, são:
- solstício de verão, onde o Sol nasce mais para sudeste e ao meio dia, temos a menor sombra do ano.
- solstício de inverno quando o Sol nasce mais a Nordeste. e ao meio dia, temos a maior sombra do ano.
- Os 2 dias do ano quando o Sol nasce exatamente no Leste, são os equinócios de primavera e outono.
Estes fenômenos são causados pela inclinação da Terra durante o movimento de translação.
A cada latitude, mais para norte ou sul, o sol vai dispor trajetos diferentes.
Abaixo a carta de insolação da região, usada para determinar a insolação das edificações, utilizada por arquitetos e engenheiros.
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* Crônica Histórica com estudos e ilustrações
sobre o Casarão Pau Preto.
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