Eliana Belo Silva
Coluna Semanal “Identidade Indaiatubana” de 09.09.2016
Jornal Exemplo
A importância dos álbuns de família para uma comunidade
Há mais de um ano escrevo semanalmente esta coluna, procurando contar, através de artigos sucintos, fatos sobre nossa cidade e sua gente, compondo, dessa forma, fragmentos da “identidade de indaiatubana”. O grandioso escritor português José Saramago, afirmou veementemente que “somos a memória que temos”.
Memória e Identidade do Indivíduo
Isso vale para o indivíduo, na medida em que, cada um de nós, ao ser chamado para falar de si, comporá a narrativa com suas principais memórias e as marcas que elas deixaram e sua vida, tramando o que se chama de personalidade, que nada mais é do que a identidade única, que fantasticamente nos diferencia de cada um dos mais de seis bilhões de pessoas nesse mundo.
Memória e Identidade da Família
Mas a frase também é aplicável às famílias. Quando fazemos o exercício de narrar o que é a nossa família, ou melhor, a família de cada um de nós, fazemos uso das memórias mais marcantes acontecidas no decorrer do tempo, sejam elas tristes ou alegres, de vida ou de morte, de saúde ou de doença, de esperança ou desespero. Cada fato impactante vivido por esse grupo social, seja ele composto por duas, quinze ou mais de sessenta pessoas, compõe a memória coletiva que quando exposta, forma a identidade familiar.
Memória e Identidade da Cidade
O mesmo acontece com a identidade de uma cidade: ela é composta por fatos vividos por vários grupos sociais que muitas vezes disputam o poder, a riqueza e até a apropriação do conhecimento. Em última e simples análise, o principal desses grupos é a família, onde estão os indivíduos que, juntos, compõe essa sociedade chamada Cidade. É da junção dos principais fatos vividos pelos indivíduos, pelas famílias e demais grupos, que uma cidade forma sua identidade.
Doação de Álbuns e documentos familiares
Neste sentido, a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba está fazendo uma campanha de arrecadação de álbuns de família e outros objetos, principalmente de famílias descendentes de negros, índios, migrantes ou imigrantes. Cada foto familiar, cada objeto, é um fragmento que traz em si um pouco da memória das pessoas e da sociedade como um todo. Fotografias e objetos, por mais simples que sejam, possuem um significado tremendo quando inseridos na história de uma sociedade, principalmente a de nossa Indaiatuba, que está com a sua História pouco escrita, pouco estudada e pouco desvendada.
Assim, em vez de jogar no lixo, doe o álbum de família de seus avós, e também aquele objetivo que eles tanto gostavam. Construindo uma narrativa das vidas passadas, aprenderemos com os erros e os acertos, entenderemos melhor o presente e, com essa identidade desvendada, construiremos um futuro melhor.
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