sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Partos, parteiras e doulas

                                                                                                                                            Eliana Belo Silva

Coluna semanal “identidade indaiatubana” do Jornal Exemplo de 16.09.2016



Partos, parteiras e doulas


Desde 1985 a Organização Mundial da Saúde (OMS) em consonância com a comunidade médica internacional, considera que a taxa ideal de cesárea seria entre 10% e 15%, insistindo que não há justificativa para que as taxas sejam maiores do que essas. No Brasil, as taxas de cesárea chegam a 50%.


Segundo o SEADE, dos partos realizados em Indaiatuba durante o ano de 2013, 68,68% foram cesáreas, que tornando-se cada vez mais frequentes nos países desenvolvidos e mais ainda nos países em desenvolvimento não modificaram as taxas de mortalidade infantil de maneira proporcional.

 

Em Indaiatuba, nos últimos anos e mais acirradamente nos últimos meses, um confronto público entre as partes interessadas passou a tomar os noticiários, principalmente das redes sociais.


De um lado, doulas que defendem o parto humanizado e de outro, alguns médicos obstetras que utilizam um contra-argumento complexo: o não-reconhecimento das doulas como profissão “oficial”. Isso apenas para citar um dos motivos de confrontos.

 

O fato é que o HAOC adequou uma sala específica para partos humanizados e paralelamente, tramitou pela Câmara Municipal um projeto de lei que visa instituir a assistência humanizada na Rede de Saúde Pública do Município, e que está prestes a ser votado.

 

E nessa discussão, relembro um texto escrito pelo memorialista Eutemiro Lisoni, que registra o trabalho da parteira Nhá Emilia Becari, a admirável mulher que teve o condão de ver nascer grande parte dos indaiatubanos que orgulhosamente sustentam hoje sobre a carcaça, a carga de meio século de anos, bem ou mal vividos, criatura que era a "mensageira da cegonha" aos lares de nossos ascendentes. Naquele tempo em que não existia técnica moderna da arte ginecológica, nem médicos, nem recursos que os métodos assépticos, Nhá Emília Beccari teria feito, por certo, verdadeiros prodígios, lutando bravamente pela vida de mamães e dos bebês!

 

"Vai aqui, nosso preito de veneração a essa expressiva figura que teve muito de maternal, que viveu sua vida mansa, heróica e santamente."

 

 

 

 

 


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