Na obra da professora e escritora indaiatubana Sylvia
Teixeira de Camargo Sannazzaro, 'O Tempo e a Gente', um capítulo inteiro é
dedicado a história do bairro Itaicy (forma como a maioria dos livros
históricos escreve o nome do bairro).
Segundo o livro, na década de 30, o grande movimento no
bairro devia-se a Estrada de Ferro Sorocabana, que o tornou famoso e importante, devido a grande movimentação diária dos trens.
Era grande o número de passageiros que por ali passava e que
fazia baldeações para os seus diversos destinos.
Estação Ferroviária de Itaici
A população local era pequena, porém, grande era o número de
fazendeiros e sitiantes desse bairro considerado o mais nobre do município. Aí,
então, existiam algumas das poucas casas que circundavam a estação, quase na
maioria dos ferroviários, do agente do Correio, Dona Vitória Thebas, outras de
moradores de uma serraria de propriedade do sr. João Pelegrini, um armazém de
secos e molhados do sr. Miguel Nicolau, que também era comerciante aqui em
Indaiatuba, outro situado no mesmo pátio da estação, do Sr. Joaquim Pedroso de
Alvarenga, cujo nome figura no grupo escolar do bairro.
Existia também, ao lado do escritório da Estação, o
restaurante da Dona Rosa Cerqueira anexo a um botequim de que o seu esposo,
seu Zezinho Cerqueira, tomava conta. Além do almoço, famoso pela suas iguarias e fartura, servido
nesse horário de encontro dos trens, na entrada da sala de refeições, numa
espécie de ante-sala, era servido um delicioso café quentinho acompanhado dos
famosos “pastéis de Itaicy”, que além de gostosos eram enormes', diz um trecho
do livro.
Mas em Itaicy também passava a estrada de ferro Ytuana, que
foi inaugurada em 17 de abril de 1873, e transportava tanto passageiros como
cargas. Na primeira etapa, o trem passava pelos bairros Pimenta e Itaicy, e na
segunda etapa, os trilhos chegaram ao município, mas sem ter um prédio para a
estação. Dois anos após, em 1875, a estrada de ferro atingiu Capivari e a
cidade ainda não tinha sua estação. Em 1880, a estação foi inaugurada. “Os
trens corriam apenas dois por dia, um às 11h30, saindo de Piracicaba, com
destino a Itaicy, e outro vice-versa ao meio-dia. Não era possível ir a São
Paulo e regressar a Indaiatuba no mesmo dia”, esclarece, no livro, Sylvia.
Grupo Escolar
Em 1937 funcionavam no bairro duas escolas mistas rurais,
localizadas na estação ferroviária de Itaici. As professoras Sylvia Teixeira de
Camargo Sannazzaro e Isola Rodrigues, foram as responsáveis por visitar as
propriedades que existiam em volta do bairro e arrolar crianças com idade
escolar, para assim, formar o Grupo Escolar da Estação de Itaicy. “Percorrendo
os sítios em companhia dos alunos que nos ensinavam os caminhos, entramos em
contato com as famílias ali residentes conseguindo arrolar mais de cem crianças
com idade escolar que podiam frequentar os quatro anos primários”, explica
Sylvia em seu livro.
Na continuidade do texto, a professora descreve que à partir
do momento em que as crianças começaram a frequentar as aulas, foram abertas
quatro classes funcionando em um único período, das 8 às 12 horas.
Ainda de acordo com o livro, em 1962, através de uma lei de 4
de janeiro do mesmo ano, o grupo escolar recebeu o nome de um morador muito
famoso do bairro, tornando-se o Grupo Escolar Joaquim Pedroso de Alvarenga.
Rio Jundiaí
O bairro Itaici é cortado pelo rio Jundiaí, que antigamente reunia
em suas margens os moradores da cidade que passavam o dia manuseando suas varas
e samburás (cestos). Lambaris, bagres, traíras fazem parte das lembranças
apresentadas por Antonio 'Nenê' Martins na sessão 'Gente da Nossa Terra, Terra
da Nossa Gente', de Rubens de Campos Penteado, conforme relata o livro 'O
Ofício de Compartilhar Histórias', de Ana Ligia Scachetti.
O Rio Jundiaí tem 1.180 quilômetros quadrados, e passa pelas
cidades de Mairiporã, Atibaia, Janiru, Franco da Rocha, Campo Limpo Paulista,
Várzea Paulista, Jundiaí, Itupeva, Cabreúva, Itu, Indaiatuba e Salto.
Atualmente, as águas do Rio Jundiaí, em Indaiatuba, não
apresentam a mesma limpidez de antigamente, e não se vê mais moradores na beira
do riacho pescando, já que suas águas precisam passar por um processo de
despoluição.
Vila Kostka
Vila Kostka, antigamente, chamava-se Fazenda Taipas. Todo o
terreno, com a sede da fazenda, construída por volta de 1860, foi adquirida
pelo Colégio São Luís, ainda na época do império e quando este ainda se
encontrava em Itu. A fazenda pertenceu a João Tibiriçá, presidente da Província
de São Paulo (equivalente, hoje, ao governo do Estado).
Em 1950, padres, irmãos e noviços, num total de cem pessoas,
começaram a residir na antiga sede da fazenda. O atual prédio de Vila Kostka
começava a ser construído. Era Provincial o Pe. Artur Alonso. A construção das
três alas (A-B-C) com mais de cem metros cada uma, do auditório, da igreja, do
refeitório e da cozinha só ficaram prontos após 12 anos de árduos trabalhos
realizados e dirigidos por numerosos irmãos jesuítas, muito bem representados
pelo Ir. Francisco Larrañaga, que iniciou a construção desta casa, como mestre
de obras, e foi capaz de concluí-la com a edificação do novo auditório (1989),
quando tinha 78 anos.
Tijolos, ladrilhos, madeiramento para as portas, janelas e
móveis foram realizados pelos jesuítas. Em 1968, os noviços jesuítas, em número
reduzido e necessitando de um local mais central para a formação, foram residir
numa casa bem menor em um bairro de Campinas, onde, até agora se localiza o
noviciado daqueles que querem ser padres ou irmãos da Companhia de Jesus.
Nessa mesma época, Vila Kostka já vinha acolhendo diversos
retirantes para encontros de reflexão e aprofundamento orientados pelos padres
da casa. Durante o mês de dezembro de 1968 a CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil) pediu que a casa ficasse à disposição de uma de suas
Assembléias Regionais. Os superiores jesuítas, numa atitude de discernimento,
viram nesse fato, um apelo da Igreja do Brasil. A partir desse momento, todas
as Assembléias Regionais da CNBB do Estado de São Paulo começaram a ser
realizadas em Vila Kostka. E, mais tarde, as assembléias anuais de toda a CNBB.
O nome
Kostka traduz autenticidade, coragem, compromisso e vida. É
a homenagem singela a um jovem jesuíta polonês: Santo Estanislau Kostka,
falecido em Roma no dia 15 de agosto de 1568, quando tinha apenas 18 anos e
tinha decidido romper, radicalmente, com tudo aquilo que não construía um mundo
mais fraterno e humano.
Kostka simboliza a vida jovem, heróica, comprometida com
Deus, com seu povo e com a igreja. Estanislau Kostka renunciou ao luxo, à vida
cômoda e fácil, desafiando as tradições familiares quando essas se opunham ao
projeto de Deus. Eles o queriam com outros valores e modos de se apresentar na
vida, valores e modos que não eram nada evangélicos! O jovem lutou por um
cristianismo genuíno, sincero e autêntico, enfocando sua juventude dentro de um
estilo de vida mais solidário.
No começo foram os loteamentos de chácaras.
Mosteiro de
Itaici, Vale das Laranjeiras, Recanto das Flores, entre outros, eram muito
procurados pelos paulistanos que desejavam ter uma casa de veraneio no interior
do Estado. Com o passar do tempo, muitas destas pessoas passaram a residir
nestas chácaras e continuando a trabalhar em São Paulo.
Era uma opção que
levava em conta a qualidade de vida para a família: mais espaço, segurança,
tranqüilidade, proximidade com a natureza e um custo de vida menor. Essa nova
demanda fez com que o movimento do bairro aumentasse muito e houve um
incremento natural de comércio, serviços e lazer.
Padarias, postos de gasolina,
restaurantes, bares, escola particular fazem da Avenida Coronel Antônio Estanislau do Amaral uma via importante para os empresários da cidade. Muita
gente de Indaiatuba também começou a considerar Itaici uma excelente opção de
moradia tendo em vista este charme e conveniência que o local oferece.
Nos
últimos anos um novo perfil de lançamento imobiliário começou a aparecer com
mais frequência nesta parte da cidade: além do condomínio de apartamentos
Vilagge Azaléia e de casas no Moradas de Itaici, uma série de loteamentos de
terrenos com área de 150, 175, 300 e 800m². O Portal de Itaici foi um grande
sucesso, seguido pelo Green View, Villaggio di Itaici e mais recentemente pelo
Jardim dos Lagos, todos eles sendo residenciais fechados, com portaria e
segurança 24 horas. A localização privilegiada e a qualidade dos projetos fazem
com que a valorização seja garantida, tanto para aqueles que compram para
morar, como para aqueles considerados investidores, que buscam solidez e
segurança para o seu capital. Outros lançamentos são aguardados para breve, o
que fará com que esta verdadeira ebulição dure ainda muito tempo.
Crédito das imagens: Revista Exemplo
Texto originalmente publicado na REVISTA EXEMPLO IMÓVEIS
Agradecimentos: Sr. Aluísio William, presidente do Grupo AWR
e Débora Andrades, jornalista.
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