quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Cemitério da Candelária - um museu a céu aberto

 Vereador Arthur Spíndola indica que sejam feitos estudos de viabilidade para visitas guiadas no Cemitério da Candelária


Na última sessão da Câmara Municipal de Indaiatuba, ocorrida em 03.p.p., o vereador Arthur Spíndola chamou à atenção por indicar à Secretaria competente que seja feito um estudo de viabilidade para criar e implantar visitas guiadas no Cemitério da Candelária.

Para alguns, ao ler o título deste post, a primeira ideia pode ter sido a morte, e isso pode assustar, uma vez que no Ocidente, ainda nos dias de hoje, falar do assunto pode ser motivo de mau agouro. Para outros é o contrário: o cemitério é um local de profunda paz e reflexão. E ambas as sensações possuem razões históricas.

Mas não é apenas as sensações que podem ser observadas e estudadas em um cemitério; muito pelo contrário. O cemitério pode ser visto como um local para celebrar a vida e aproveitá-la ao máximo, uma vez que a finitude está sempre à espreita. O local é também um museu à céu aberto que escancara a ocupação do espaço advinda da sociedade dividida em classes sociais, sem contar que é imensurável o valor dos símbolos e seus significados. Um deleite de obras de arte que são classificadas - para quem não conhece o termo - como arte tumular (ou arte funerária).

O vereador pontuou sensível e precisamente que 

Há uma modalidade específica de Turismo que se chama “Turismo Cemiterial”. Consiste em contar a história de uma cidade, de um povo e de pessoas a partir dos túmulos ali presentes. A visita guiada deve ser feita por profissionais das Ciências Humanas e/ou das Artes e da Arquitetura – há, também, uma grande riqueza no que diz respeito às artes tumulares. A escolha do Cemitério da Candelária faz sentido por ser um dos cemitérios de Indaiatuba mais antigos desde a colonização. Nele, quase três séculos de história estão em um verdadeiro museu a céu aberto. Visitas guiadas em cemitérios já são realizadas como políticas públicas. Há, em São Paulo, no cemitério da Consolação; e em Campinas, no cemitério da Saudade. Indaiatuba, cheia de histórias pra contar e tendo o povo como o seu maior patrimônio, certamente tem muito o que ensinar para os vivos a partir de seus falecidos.

Há muitos estudos e iniciativas que discutem o quanto o patrimônio funerário é ou não um patrimônio cultural e a iniciativa do vereador, se aceita, pode identificar caminhos para melhorar os instrumentos de gestão que preservem o Cemitério da Candelária, apontando ainda responsabilidades para que se façam intervenções museológicos que tragam questões como memória e identidade nesse relevante sítio cultural de nossa Indaiatuba.

Você conhece a história do primeiro sepultamento do Cemitério da Candelária - Pedras? Veja aqui


Arte tumular na sepultura de Ário Barnabé


Área do Cemitério de Pedras chamada de "Cemitério dos Anjinhos" 
onde estão sepultadas apenas crianças


Por qual motivo essa estrelinha estaria aí?




Crédito das imagens: Cássio Sampaio, tiradas em 2016, ocasião em que um grupo de voluntários fotografou e produziu conteúdo sobre o Cemitério da Candelária (obra não publicada).


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