Vereador Arthur Spíndola indica que sejam feitos estudos de viabilidade para visitas guiadas no Cemitério da Candelária
Na última sessão da Câmara Municipal de Indaiatuba, ocorrida em 03.p.p., o vereador Arthur Spíndola chamou à atenção por indicar à Secretaria competente que seja feito um estudo de viabilidade para criar e implantar visitas guiadas no Cemitério da Candelária.
Para alguns, ao ler o título deste post, a primeira ideia pode ter sido a morte, e isso pode assustar, uma vez que no Ocidente, ainda nos dias de hoje, falar do assunto pode ser motivo de mau agouro. Para outros é o contrário: o cemitério é um local de profunda paz e reflexão. E ambas as sensações possuem razões históricas.
Mas não é apenas as sensações que podem ser observadas e estudadas em um cemitério; muito pelo contrário. O cemitério pode ser visto como um local para celebrar a vida e aproveitá-la ao máximo, uma vez que a finitude está sempre à espreita. O local é também um museu à céu aberto que escancara a ocupação do espaço advinda da sociedade dividida em classes sociais, sem contar que é imensurável o valor dos símbolos e seus significados. Um deleite de obras de arte que são classificadas - para quem não conhece o termo - como arte tumular (ou arte funerária).
O vereador pontuou sensível e precisamente que
Há uma modalidade específica de Turismo que se chama “Turismo Cemiterial”. Consiste em contar a história de uma cidade, de um povo e de pessoas a partir dos túmulos ali presentes. A visita guiada deve ser feita por profissionais das Ciências Humanas e/ou das Artes e da Arquitetura – há, também, uma grande riqueza no que diz respeito às artes tumulares. A escolha do Cemitério da Candelária faz sentido por ser um dos cemitérios de Indaiatuba mais antigos desde a colonização. Nele, quase três séculos de história estão em um verdadeiro museu a céu aberto. Visitas guiadas em cemitérios já são realizadas como políticas públicas. Há, em São Paulo, no cemitério da Consolação; e em Campinas, no cemitério da Saudade. Indaiatuba, cheia de histórias pra contar e tendo o povo como o seu maior patrimônio, certamente tem muito o que ensinar para os vivos a partir de seus falecidos.
Há muitos estudos e iniciativas que discutem o quanto o patrimônio funerário é ou não um patrimônio cultural e a iniciativa do vereador, se aceita, pode identificar caminhos para melhorar os instrumentos de gestão que preservem o Cemitério da Candelária, apontando ainda responsabilidades para que se façam intervenções museológicos que tragam questões como memória e identidade nesse relevante sítio cultural de nossa Indaiatuba.
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