As escolas de samba de Indaiatuba passaram por um momento de redefinição, após o fim dos desfiles competitivos, que custavam caro aos cofres públicos e muitas vezes acabavam em confusão na apuração dos votos (um dos custos mais altos era justamente a contratação de jurados da Federação Paulista de Escolas de Samba).
A Imperador de Santa Cruz, ressurgiu a partir de um edital da Prefeitura para o Carnaval oficial, e a Acadêmicos do Sereno por iniciativa própria.
Historicamente, sempre houve blocos na cidade.
Antônio da Cunha Penna registra em seu livro Retrovisões que nos “anos 1930, Indaiatuba havia vivido carnavais de rua inesquecíveis”, com blocos acompanhados por bonecões de papel machê confeccionados pelo artista popular Gildo Pinto.
A folia nas ruas foi dando lugar aos bailes nos salões, até que em 1974 alguns blocos passaram a desfilar em torno na Praça Prudente de Moraes. Um deles deu origem à Unidos de Indaiá, que dominou o Carnaval de Rua da cidade, que tinha como grande rival a Academicos do Sereno, fundada em 1977. Na época dos desfiles nas ruas, destacava-se o Bloco da Pastoral, que por anos fez a abertura para as escolas.
Mais recentemente, surgiu o Bloco do Serjão, hoje conhecido como Só Vou se Você For, que chegou a fazer concentração na Viber para desfilar na Avenida Tamandaré. Hoje, acaba fazendo mais barulho no lançamento em dezembro da Pepis e no pré, uma semana antes do Carnaval no Indaiatuba Clube, que no desfile propriamente dito, que acontece na Avenida Presidente Vargas no sábado do reinado de Momo.
Desde que os bloquinhos viraram moda no Rio de Janeiro e São Paulo, diversas cidades foram na onda, com destaque para Campinas, que ressuscitou o Nem Sangue Nem Areia, da Vila Industrial, e onde a City Banda reinou no Cambuí até morrer em 2023 e ressuscitar gentrificada este ano, numa festa na Fazenda Santa Margarida.
O Unidos da Pauares recebe o nome da localização do Bloco2, a Rua Paul Harris, popularmente conhecida como “Pauares” (sorry, rotarianos). Inciativa da empresária Bruna Garcia e seu marido Bernardo Couto, o bloquinho envolveu negociação com vizinhos, Prefeitura e ensaios da bateria formada por foliões abnegados. Nos dois dias em que saiu, 4 e 10, teve alegria, diversidade, bom humor e muita animação. Tomara que outros surjam para dar uma cara diferente ao nosso carnaval.
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