Texto de José Carlos Tonin
Engenheiro Civil e prefeito de Indaiatuba de 1983 a 1988
A negociação para a vinda da Toyota para Indaiatuba foi conduzida pelo prefeito Flávio Tonin e pelo deputado José Carlos Tonin, então Líder na Assembleia Legislativa de SP e que contou com o seu aliado e amigo Governador Mário Covas. Covas foi o deputado federal mais votado em Indaiatuba em 1982, apoiado pelos irmãos Tonin.
Entre ouras exigências da empresa para aqui se instalar, foi colocada uma fundamental. A construção de um linhão de energia da Estação Rebaixadora de Tensão de Cabreúva que recebe carga de grandes usinas do Brasil e distribui para boa parte do Estado. Havia insegurança na eficiência do sistema elétrico de então. O deputado negociou com a Eletropaulo, evidentemente com apoio de Covas, a instalação do pretendido linhão. Além disso conseguiu implantar servidão para passagem do mesmo sem custo nenhum, boa parte em terras da Fazenda Pimenta. O prefeito Flávio desapropriou área junto ao terreno da Toyota para a instalação da sub-estação de energia. Esse foi um item fundamental para a decisão final da vinda da empresa.
Note-se o interesse dos políticos da época. E para citar outro exemplo. Quando a Yanmar do Brasil cogitava trazer a fabricação do trator de 04 rodas para a sua unidade fabril de Indaiatuba, o Prefeito José Carlos Tonin foi ao Japão e se reuniu em Tóquio com o presidente mundial da empresa e visitou a fábrica de tratores da empresa em Kinomoto, cidade próxima à Nagoya, centro industrial importante do Japão. Houve interesse do Município à época visto que a Yanmar tem muito a ver com o desenvolvimento de Indaiatuba e chegou a representar 70% de todo o ICMS que o Município recebia na década de 70. Foi na sequência que a Prefeitura urbanizou a praça no cruzamento da Avenida Presidente Vargas esquina com Avenida Conceição e denominou-a como Massashi Sato, o executivo que coordenou a implantação da Yanmar em Indaiatuba.
Hoje, o que acontece?
O prefeito Gaspar diz que "após a decisão" da Toyota em zarpar de Indaiatuba ele se reuniu com dirigentes da empresa, depois do leite derramado. E olha que essa cogitação de sair de Indaiatuba já vem de alguns anos. A imprensa bem que registrou.
Nada, nada, a Toyota faturou em 2023 na sua fábrica de Indaiatuba mais de 7 bilhões e 160 milhões de reais, o maior faturamento da cidade o que representou mais e 7% de todo o ICMS de Indaiatuba. Ela sozinha versus todos os outros arrecadadores de ICMS, indústria, comércio e serviços.
O Município tem uma cota parte do ICMS do Estado de 0,73% e deve neste por mês mais de $ 30 milhões, podendo beirar $400 milhões neste 2024.
Com a perda da Toyota daqui a pouco teremos cerca de aproximadamente 30 milhões de ICMS a menos no tesouro municipal. Isto mesmo o equivalente a um mês inteiro a menos por ano. Como se o ano tivesse só 11 meses em termos do ICMS para Indaiatuba. Não é pouca coisa !!!!!!!
Empregos 1.500 a menos, sem falar dos indiretos, terceirizados da empresa que pode chegar a outros pelo menos 500. Segurança, limpeza, fornecimento de peças e insumos, estão entre os fornecimentos de materiais e serviços que a empresa contrata. A JSL Júlio Simões Logística, a maior empresa de logística da América Latina está em Indaiatuba para transportar os trabalhadores da Toyota. Daqui a pouco não mais. Quantos empregos e impostos serão perdidos com a saída da JSL de Indaiatuba?
Em resumo a política da cidade envelheceu, está bolorenta e só se pensa em empreendimentos imobiliários. A mudança da Cobreq para Salto já foi há algum tempo ficando patente as consequências desse pensamento na direção do patrimonialismo. O que é patrimonialismo se não a mistura do público com o privado? Prefeitura virou imobiliária, balcão de negócios. Ou o terreno da antiga Cobreq não está de encomenda prá algum parceiro?
Haja vista a fantástica aplicação de 53 milhões de reais no BVA, o que é proibido pela nossa Constituição num banco falido. Fizeram o que fizerem e depois colocaram a culpa no Ma***o Pi***o, então titular da Secretaria da Fazenda.
E o rolo no SAAE de se contratar uma tal de Ampla para escavar a cava do Rio Capivari Mirim depois do lago cheio? Dá prá entender, enche-se a represa e depois faz a escavação no lodo do fundo dela. Absurdo.
Onde está Ampla se instalou? Num prédio de propriedade da mãe e da esposa de um cacique político. Quem era o executivo da empresa? O cunhado do mesmo cacique. Quem era o superintendente do SAAE? O atual prefeito. Foi uma mistureba do público com o privado ou não?
Um X-tudo familiar e pros chegados.
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