A Prefeitura Municipal de Indaiatuba promoverá o "Dia da Comunidade Japonesa" no próximo domingo, na Câmara Municipal.
A comemoração acontece pela primeira vez e será celebrada anualmente sempre no terceiro domingo de junho, mês que abriga o Dia da Imigração Japonesa (18 de junho).
O evento será promovido com parceria da Associação Cultural e Esportiva Nipo Brasileira de Indaiatuba (ACENBI). A programação conta com apresentações de dança, canto e tambores japoneses.
A data foi instituída por meio de projeto de lei do vereador Fábio Marmo Conte (PSB) na Câmara Municipal. Com a iniciativa, a data passa a fazer parte do calendáio anual de eventos de nossa Indaiatuba.
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A Colônia Japonesa em Indaiatuba
A chegada dos primeiros imigrantes e a formação da primeira Associação
Os primeiros colonos japoneses vieram à Indaiatuba em 1935. Doze anos após, isto é, em 1947, foi organizada uma associação de japoneses, que aqui chamaremos de NIHONJINKAI, cuja existência perdura até o presente momento, com a denominação de Associação Cultural, Esportiva Nipo Brasileira de Indaiatuba.
Desta forma, para se falar inicialmente da trajetória dos 60 anos da associação, é preciso conhecer primeiro um pouco da história dos primeiros colonos que aqui se estabeleceram.
Crise no café
O início de 1930 foi marcado por um período de crise na economia brasileira gerada pela queda na exportação do café, devido a uma grande crise mundial do produto. A região mogiana, que englobava de Campinas a Ribeirão Preto, também foi atingida pela crise, levando à falência grandes fazendas de café. Por outro lado, os imigrantes japoneses dessa região conseguiram sobreviver nesse período, devido às pequenas plantações de arroz e algodão. O imigrante Nakaji Gomassako, que nessa época morava em Campinas (atual Rodovia Anhanguera, km 96, no trevo de Campinas), é um deles.
Em 1935, Gomassako mudou-se para a cidade vizinha, na Fazenda Pimenta de Indaiatuba, trazendo sua família e iniciando sua plantação de algodãoo num terreno arrendado. Por Indaiatuba passava a Estrada de Ferro Ituana, ligando Campinas a São Paulo. Com as péssimas condições das estradas vicinais existentes na época, as boas condições da linha férrea eram contrastes que favoreciam a região Muitos japoneses se utilizavam da linha férrea e também procuravam se estabelecer nas suas imediações (da linha férrea Ituana ou da linha férrea Douradense), no período que antecede a 2ª Guerra Mundial. Os imigrantes da época procuravam produzir produtos que não necessitassem negociar diretamente no mercado, por isso um dos produtos escolhidos foi o algodão.
Algodão e tomate
Em 1941, também vieram, para a mesma Fazenda Pimenta, Teruo Imanishi e Uichi Miyake, arrendando um pedaço de terra para plantio. Em seguida vieram as famílias Takahashi e Miura, aumentando gradativamente o número de imigrantes japoneses na região e posteriormente formando uma pequena colônia japonesa. Esses imigrantes cultivavam principalmente o algodão, mas paralelamente foram introduzindo a plantação de tomate.
Na segunda metade da década de 30, a plantação de tomate nas cercanias de São Paulo (principalmente nas regiões de Suzano e Mogi das Cruzes) aumentava consideravelmente, e posteriormente, na década de 40, espalhou-se para regiões mais distantes como Jacareí e Campinas. Crescia o número de japoneses que plantavam e se utilizavam das linhas férreas para o transporte de tomate para o mercado de São Paulo.
Região privilegiada
Como Indaiatuba se localiza numa região privilegiada, com excelentes condições de transporte, não seria surpreendente que se tornasse uma grande produtora de tomate, mesmo sabendo que na época eram poucas as famílias agrícolas nikkeis, com pouca área de plantio.
Apesar disso, a cidade de Indaiatuba era atraente para os agricultores, pois tinha um solo que propiciava e possibilitava a plantação simultânea de algodão e tomate. A primeira metade da década de 40 (durante a Segunda Guerra Mundial) foi marcada por pouca migração de famílias japonesas. No entanto, após o término da Segunda Guerra Mundial, isto é, após 1946, observou-se um grande aumento da migração dessas famílias.
Japoneses que buscavam por novos pedaços de terras passaram a migrar basicamente para duas regiões. Visando basicamente o cultivo de café, muitos migraram para o norte do Paraná e a outra corrente migrou para a região próxima a São Paulo, visando o cultivo de hortaliças. Dessa segunda corrente, muitos acabaram por migrar na direção de Campinas e Jundiaí.
Japoneses em Indaiatuba
Diante desse cenário, iniciaram-se as migrações para as cercanias de Indaiatuba, tornando-se notória a presença de japoneses na cidade. No início do ano de 1947, Magotaiyu Kuwahara se estabeleceu na região de Valinhos. Em março, Miyoji Takahara mudou-se para Indaiatuba, vindo da cidade de Garça (Alta Paulista). No mesmo período, a Fazenda Pau Preto acolheu as famílias de Yoshiro Hayashi, Takashi Fujiwara, Tamotsu Fujiwara e Etsutaro Tumoto, todas dedicadas ao cultivo de tomate.
Desta forma, os japoneses que vieram para Indaiatuba estabeleceram-se todos em fazendas, empenhados no cultivo da terra, inicialmente, e posteriormente, com o objetivo de formar um pequeno grupo de colonos japoneses, no Bicudo, que ficava dentro da Fazenda Pau Preto.
O único que não foi para a fazenda, instalando-se em um imóvel alugado no centro da cidade, foi Miyoji Takahara. Foi o primeiro japonês a morar no centro da cidade de Indaiatuba.
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Crédio da imagem: Kleber Patrício.
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