No final do século XIX, quando chegaram os imigrantes e no
início do século XX, no período onde a industrialização começava a se destacar
no Brasil e, portanto, a agricultura ainda era o forte em nossa economia -
principalmente com a cafeicultura -
tivemos, em cada uma das regiões rurais de nossa Indaiatuba, fazendeiros que se
destacaram não só pela sua importância econômica, mas pela liderança que exerceram
como políticos partidários ou não-partidários, sendo reconhecidos como
representantes de seus bairros ou comunidades. Apresento cada um deles de forma
resumida hoje, e a partir da semana que vem, cada um deles de forma um pouco
mais abrangente.
Chico de Itaici
Francisco José de Araújo era português de nascimento e chegou
no Brasil, em Itaicy, em 1859, onde fez fortuna com o comércio e com a
agricultura de frutas e sementes, chegando a participar de grandes exposições e
exportar através do porto de Santos com sua empresa Araújo, Tavares & Co.
Era muito popular na região, tinha um restaurante muito frequentado na Estação
Ferroviária de Itaicy, da Linha da Ytuana e recebia em sua casa políticos e
pessoas de influência da província de São Paulo. Era também chamado de “Barão
de Itaicy”.
Chico de Itaici no Largo da Matriz, em sua casa urbana
(ele é o qu está sentado, de chapéu, com crianças em volta no lado direito)
Casas
geminadas construídas por Chico de Itaici no Largo das Caneleiras,
no Largo da
Igreja São Benedito, em Indaiatuba (atualmente estão bastante
descaracterizadas)
Antonio da Helvetia
Antonio Ambiel pertencia a uma das quatro famílias que fundou
a colônia Helvetia, os Amstalden, Bannwart, Wolf e a dele, Ambiel. Antonio destacou-se pela influência que tinha com o
governo da província, especialmente na pasta da Agricultura. Conseguiu por
muitas vezes trazer benefícios pedagógicos de caráter agrícola para a Escola
Colonial Helvetia, que tinha, inclusive, um subsídio financeiro que poucas
escolas da província conseguiam ter. A grandiosidade de sua influência pode ser
ilustrada quando conseguiu estabelecer a estação ferroviária da Sorocabana em
Helvetia, ganhando uma disputa com os moradores de “Vira-Copos”, que também
pleiteavam com unhas e dentes a instalação da estação naquele
bairro.
Totó Sampaio de Pimenta
Antônio de Almeida Sampaio, era considerando tão importante
que era chamado de “Coroné” Totó Sampaio. Talvez tenha sido o maior
proprietário de terras da região, dono das fazendas Pimenta, Grama, Santa Rita,Ingá-Mirim e Sitio Grande, tendo esta última sido a sede da grande propriedade
agrícola do seu avô materno, Capitão-Mor João de Almeida Prado.
"Coroné" Totó Sampaio trabalhou desde menino na lavoura, frequentou
muito a cidade de “Ytú” e faleceu em sua fazenda Pimenta em 3 de novembro de
1910, após ter sido presidente da câmara de Itu.
Joaquim da Fazenda Bicudo
Joaquim Emigdio de Campos Bicudo talvez seja, de todos, o mais conhecido dos
indaiatubanos, ou o que esteja mais próximo do conceito que temos de “história”
ou de “patrimônio histórico”. Ele foi dono da Fazenda onde hoje está o nosso
querido Casarão Pau Preto. Foi uma das figuras mais importantes da “Vila de
Indaiatuba” na segunda metade do século XIX. Seu nome está presente a todas as
atividades de interesse relevante para a comunidade na época. Foi coletor de
rendas gerais e provinciais, comerciante, fazendeiro cafeicultor e industrial
em Indaiatuba.
Eliana Belo Silva
(texto publicado originalmente no Jornal Exemplo de 18/06/2015)
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