quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Indaiatubana SILVANE LEITE lança livro sobre História da Educação em Indaiatuba

 


Na quarta-feira, onze de dezembro, a historiadora Silvane Leite Poltronieri que é funcionária pública municipal da Secretaria da Educação, vai lançar o livro "Primórdios da Instrução Pública no Brasil - O caso de Indaiatuba - 1854-1930".

O evento acontecerá  no Teatro Antônio Carlos Boldori dentro do Colégio Objetivo, na Rotatória do Parque - Avenida Eng. Fábio Roberto Barnabé no. 1400, no Jardim Esplanada.

O evento é aberto e a obra será vendida no local.

 A autora trabalhou como arquivista na então Fundação Pró-Memória de Indaiatuba logo no início, quando o Arquivo Público Municipal ainda era incipiente. Junto com outros funcionários públicos, organizou os primeiros documentos e as primeiras coleções, advindos de locais diferentes  e em estados de conservação que variavam com características como umidade, pós, detritos de animais e outros resíduos.

Enquanto fazia esse trabalho de limpeza e conservação, foi elaborando sua pesquisa com o que seria, mais tarde, sua tese de mestrado na UNICAMP, produzindo o material que agora é publicado neste livro.

Em uma obra imperdível para quem gosta e pesquisa sobre a história de Indaiatuba, a autora desenha todo o cenário local desde o fim do período colonial, passando pela República, até 1930, ano que deu início a "Era Vargas".

Você terá a oportunidade de conhecer os primeiros educadores de nossa cidade, as primeiras escolas e o relacionamento da Educação local com as áreas da política e economia. 

Embora seja uma tese de mestrado, a autora discorre sua narrativa em uma linguagem acessível e elegante, nos transportando para os ambientes onde se davam as "primeiras letras" dos indaiatubaninhos e a complexa relação que a Educação sempre teve (e tem) com o cenário emoldurado pela política, quer seja ela municipal, estadual ou federal.

PRESTIGIE O PESQUISADOR LOCAL.



domingo, 24 de novembro de 2024

Centro Acadêmico Esperanza Garcia da Faculdade de Direito da Anhanguera, OAB e CONI promovem evento em alusão ao NOVEMBRO NEGRO

Nesta terça-feira dia 26 de novembro, em alusão ao NOVEMBRO NEGRO, o Centro Acadêmico Esperanza Garcia promove, no Plenarinho na Câmara Municipal discussão e debate sobre o livro "Gramática negra contra a violência de Estado", do indaiatubano Paulo César Ramos.


Em novo livro, pesquisador do AFRO-Cebrap realiza reconstrução inédita das denúncias do movimento negro sobre violência de Estado

 Resultado da tese de doutorado do sociólogo Paulo César Ramos, “Gramática negra contra a violência de Estado” sai pela Editora Elefante e consolida trabalho do autor na área de memória negra, linha de pesquisa do AFRO que é pioneira no país.

No Brasil, as pessoas negras têm 3,8 vezes mais chances de morrer em uma intervenção policial do que pessoas brancas, de acordo com a última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O fenômeno no entanto, já tem longa data: há décadas, organizações e ativistas do movimento negro denunciam que a violência de estado no Brasil possui um indicador racial determinante. 

É o que apresenta o livro “Gramática negra contra a violência de Estado”, trabalho pioneiro do sociólogo e coordenador de pesquisa do AFRO-Cebrap, Paulo César Ramos. 

Resultado da sua tese de doutorado, o livro propõe uma linha do tempo sobre as mudanças das palavras utilizadas para denunciar a violência de Estado nos últimos 50 anos, demonstrando quais ações contra a população negra ganham destaque conforme transcorrem os capítulos da história da política brasileira. “Há uma nítida elevação no tom da violência policial denunciada pelo movimento negro ao longo das últimas décadas, e uma progressiva atenção dada ao par vida/morte no conteúdo dessa denúncia. Se, inicialmente, tal violência policial era equiparada à proibição da entrada de atletas negros em seu próprio clube esportivo, em um segundo momento a violência contra o corpo físico se tornou o drama central da população negra. Na sequência, o Estado apareceu como o protagonista geral de um ato que intentava a morte da população negra no Brasil, sob o nome de ‘genocídio’”, explica o autor na introdução da obra.


Resgate da memória negra 

Para a pesquisa, Paulo César Ramos realizou um trabalho minucioso de pesquisa de acervo de organizações, além de entrevistas com militantes que protagonizaram momentos emblemáticos de denúncia. A metodologia de trabalho também foi emprestada à criação do AFRO-Memória, projeto de pesquisa do AFRO que, há cinco anos, realiza a coleta e digitalização de arquivos da memória negra em parceria com o Arquivo Edgard Leuenroth, centro de pesquisa da UNICAMP. Para além da etapa de disponibilizar o acervo para o público, o projeto também se preocupa com a disseminação do conhecimento, por meio das publicações do Caderno AFRO, que reúnem textos de pesquisadores e ativistas que explicam a importância de cada acervo resgatado. “Pode-se dizer que a minha tese, agora transformada em livro, é o primeiro trabalho de fôlego que vamos disponibilizar ao grande público em que não só apresentamos o resultado de uma pesquisa baseada na memória negra, mas buscamos consolidar a importância de emprestar rigor e nome científico a uma linha de pensamento que é fundamental para entender o passado e o presente do país. Isto tudo, em torno de um tema central para a democracia brasileira que é a violência policial contra pessoas negras”, destaca Paulo Ramos.


Sobre o autor 

Paulo César Ramos é doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre e bacharel em sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. Também é coordenador de pesquisa do Núcleo Afro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e coordenador do Projeto Reconexão Periferias da Fundação Perseu Abramo. Tem se dedicado ao estudo das relações raciais, violência, memória, movimentos sociais, juventude e políticas públicas. É autor do livro “Contrariando a estatística”: genocídio, juventude negra e participação política (Alameda, 2021). Sobre o AFRO O Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial, ou Afro-Cebrap, é um núcleo de pesquisa, formação e difusão sobre a temática racial que busca contribuir para o fortalecimento das pesquisas acadêmicas sobre desigualdades, relações raciais e interseccionalidade. O núcleo tem como prioridades a produção de pesquisa com alto rigor metodológico, a formação de novos pesquisadores e a divulgação científica. São desenvolvidas pesquisas de caráter multidisciplinar visando a produção e a análise de dados de natureza quantitativa e qualitativa.

sábado, 16 de novembro de 2024

Avaliação do ato contra a escala 6x1 em Indaiatuba no dia 15 de novembro de 2024

       Caio Silva, Denis Rodrigo e Paulo Cesar Ramos

       

Crédito das imagens: @psolindaiatuba e  @joelmasabino


No último feriado, 15 de novembro, ocorreu em Indaiatuba um ato contra a escala 6x1, realizado no Parque Ecológico, na altura do Parque Temático. A manifestação, marcada para as 10h, sofreu com a baixa circulação de pessoas no local, contando com a participação de, no máximo, 40 pessoas ao longo do evento.

O ato faz parte de uma ampla mobilização nacional em apoio à PEC da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que propõe o fim da jornada de trabalho de 44 horas semanais. Essa proposta dialoga com iniciativas já apresentadas por figuras como o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e o senador Paulo Paim (PT-RS). Erika Hilton, no entanto, trouxe um diferencial ao alinhar-se com o influenciador Rick Azevedo, vereador no Rio de Janeiro com 30 mil votos em uma campanha de baixo custo. Rick lidera o movimento Vida Além do Trabalho, conhecido por sua forte atuação nas redes sociais, ampliando o alcance do debate sobre a redução da jornada sem perda de direitos.

No ato de Indaiatuba, militantes dos partidos de esquerda tiveram papel central na organização. O evento contou com a presença do PT, PSOL e UP, embora este último não tenha um diretório formal na cidade. Apesar disso, a UP destacou-se pelo envio de jovens dirigentes que marcaram presença significativa. Entre os petistas, havia 11 pessoas, incluindo duas crianças, e três fizeram discursos utilizando o microfone, sendo o presidente uma delas. Um dos militantes petistas destacou os abusos enfrentados pelos trabalhadores submetidos a esse regime e os impactos negativos na vida familiar, qualidade da criação dos filhos e acompanhamento emocional e escolar das crianças. Também a fala de outro militante petista indicou a necessidade de prosseguir com aquela mobilização e construção de uma audiência pública sobre o tema na cidade.

O evento, que se estendeu até as 12h, teve uma programação modesta, com circulação pelo parque até as 11h30 e discursos dos participantes a partir deste horário. No entanto, foi evidente a ausência de apoio institucional das centrais sindicais da cidade, mesmo havendo uma diversidade de representações sindicais em Indaiatuba. Com exceção do presidente do SINPRO, nenhuma direção sindical parece ter mobilizado ou enviou representantes, tampouco levaram materiais, bandeiras, panfletos ou demonstração de apoio formal.

Apesar das dificuldades de mobilização e da baixa adesão popular, o ato em Indaiatuba demonstra o compromisso das bases militantes locais com a luta pela redução da jornada de trabalho. O protagonismo da UP, junto com outros partidos de esquerda, evidencia a persistência de movimentos sociais em pautar temas transformadores, mesmo enfrentando desafios como a pouca participação popular e o silêncio das lideranças sindicais. O debate sobre o fim da escala 6x1, inserido em um contexto mais amplo de redução da jornada, pode se consolidar como uma marca importante do terceiro governo Lula, caso avance com o apoio da sociedade.
















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terça-feira, 29 de outubro de 2024

A HISTÓRIA DO TIJOLO À VISTA EM INDAIATUBA



 

Na década de 80 do Século XX, o tijolo à vista foi usado tão extensivamente na nossa região que impregnou seu visual nessa época; mas poucos sabem que a sua origem é MUITO anterior, e que foi uma inteligente ferramenta que visava facilitar a venda de produtos manufaturados ingleses e norte americanos e a captação de mercados de consumo para produtos estrangeiros no Brasil e em todo o mundo colonial.

Apesar do tijolo à vista ter sido usado desde a Roma antiga, é sua versão da Era Industrial que marca a primeira presença desta linguagem na região de Indaiatuba, versão chamada posteriormente de ALVENARIA INDUSTRIAL INGLESA, podendo ser considerada uma das primeiras versões históricas de pré-fabricação e prototipagem em arquitetura, sendo uma inteligente solução para executar projetos concebidos para receber equipamentos e máquinas vendidos para qualquer lugar do mundo.
Esse estilo é determinado por uma técnica construtiva baseado em materiais básicos que existem em praticamente qualquer local por onde a ferrovia chegasse no fim do séc. XIX e início do XX. Os engenheiros ingleses desenvolveram soluções para serem implantadas de maneira simples e eficiente, apenas com TIJOLOS DE BARRO, esquadrias executadas com madeira das caixas de peças, algumas vezes com estruturas adicionais que podem utilizar somente o aço dos trilhos ou poucas peças pré-moldadas importadas.
A linguagem dos prédios de Alvenaria Inglesa é resultado da textura obtida através do assentamento dos tijolos aparentes e representam elementos da arquitetura clássica como pedestais, pilastras, entablamentos e frontões.
Um dos mais antigos prédios de tijolo à vista da cidade foi a ESTAÇÃO PIMENTA, construída pela Companhia Ituana de Estradas de Ferro, que chegou na cidade no ano de 1873. Todos os elementos históricos que dão certa linguagem ao prédio que possuem função estrutural, são vergas retas de portas ou arcos de tijolos, pilastras e oitões de empenas laterais que sustentam estruturas muitas vezes feitas de trilhos de trem, tirantes metálicos ou madeira da região.
Outro exemplar foi o prédio da TULHA DO CASARÃO PAU PRETO, construído para receber maquinário adquirido para beneficiamento de café, desenvolvido com os mesmos recursos e tecnologia das estações ferroviárias, lembrando que estas pesadas e volumosas máquinas, apenas conseguiam chegar por nossas terras com o advento da chegada dos trens. A Alvenaria Inglesa é uma ferramenta de capacitação de mercados de consumo para receber com velocidade os equipamentos adquiridos.
O Prédio da TULHA do Casarão Pau Preto possui exatamente o mesmo acabamento do prédio da FUNDIÇÃO LIDGERWOOD em Campinas, sede da distribuidora de equipamentos agrícolas importados, o que ilustra a utilização desta tecnologia construtiva nos prédios destinados a receber maquinário vendido pela empresa para todo o estado de São Paulo.


Durante muito tempo os acabamentos da Tulha do Casarão e da Estação Pimenta foram reproduzidos em muitas fachadas da cidade para imputar "modernidade ferroviária" aos edifícios, e hoje são textura muito utilizada para REVIVER épocas passadas, ou trazer rusticidade do tijolo em estado bruto para projetos contemporâneos.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Associação Beneficente Abid celebra 25 anos em evento na Câmara

 Entidade é responsável por acolhimento institucional de crianças e adolescentes


Representantes da Associação Beneficente Abid promoveram na manhã desta quinta-feira (17) evento alusivo aos 25 anos da entidade, considerada referência no acolhimento institucional de crianças em Indaiatuba. O evento contou com as presenças de funcionários da associação, membros da sociedade civil organizada, agentes do poder público e parceiros da Abid. O presidente do Legislativo, Dr. Luiz Carlos Chiaparine, foi representado pelo vereador Sérgio José Teixeira.

Voltada à proteção social especial de alta complexidade, a entidade abriga crianças que estão em situação de risco. Até que retornem a suas famílias e cuidadores designados ou que sejam adotados, recebem toda a proteção necessária e atividades educativas e culturais.

No evento comemorativo foi apresentado o histórico da entidade, cujas ações são direcionadas para minimizar o tempo de institucionalização. Entre os programas detalhados está o Projeto Moradas, em que famílias acolhedoras acolhem crianças e adolescentes por períodos provisórios.

“O problema do abandono nunca é da criança. O problema é da sociedade que a deixou exposta a essa situação”, manifestou a mobilizadora de recursos da Abid, Tamires Ribeiro. “O que nós precisamos é garantir que no futuro próximo não haja mais crianças em risco”.

A supervisora do Projeto Acolher, Jane Valente, falou sobre iniciativas que garantem os direitos das crianças que se encontram afastadas do convívio familiar. Em outro momento, dirigentes da entidade e representantes de secretarias municipais participaram de uma mesa de debates realizada no plenário. Em pauta, a importância da intersetorialidade na definição de políticas públicas voltadas para crianças em situação de vulnerabilidade.

“A Abid presta um trabalho fundamental para Indaiatuba e para a região, e por isso merece o reconhecimento da Câmara nestes 25 anos de protagonismo no acolhimento institucional”, apontou o professor Sérgio Teixeira, que reforçou o papel do Legislativo e do Executivo na manutenção dos convênios que garantem parte dos projetos desempenhados pela entidade.




Imagens e Texto: Câmara Municipal de Indaiatuba (divulgação).


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HISTÓRICO

A Associação Beneficente ABID é uma OSC - Organização da Sociedade Civil, sem fins enconômicos ou lucrativos, fundada em 01 de outubro de 1.999, por um grupo de pessoas pertencentes à sociedade de Indaiatuba, objetivando atender em regime de abrigo, crianças em situação de risco psicossocial, encaminhadas pelo Poder Judiciário, residentes no município de Indaiatuba.

A princípio foi nomeada como Associação Beneficente Irmã Dulce em homenagem às obras realizadas por ela, mas por razões de patente teve seu nome alterado para Associação Beneficente ABID. 

Em 2003 teve incício o Serviço de Acolhimento Institucional e, em poucos meses registrava-se em torno de 30 crianças e adolescentes, justificando a necessidade do serviço. Assim vem vem contribuindo, através de seus projetos, para que crianças e adolescentes sejam consideradas sujeitos de direito, bem como garantir a convivência familiar e comunitária e a disseminação de cultura.
Nesse sentido, a Associação desenvolve projetos culturais e assistências que buscam garantir a segurança básica, integridade física e desenvolvimento psicossocial como o Projeto Acolher, Projeto de Vida, CIF Conviver, Projeto CIF Oficina de Dança, e Projeto Moradas.




Em cumprimento ao ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, a ABID tem como base:

 Preservação dos vínculos familiares;
 Integração de crianças e adolescentes em família substituta (adotiva), quando esgotados os recursos de manutenção na família de origem;

A centralidade na família é enfatizada pelas políticas públicas, destacando a Política Nacional de Assistência Social (PNAS, 2004) que reconhece as Organizações da Sociedade Civil - OSC’s, como corresponsáveis na construção e mediação de garantia dos direitos às famílias, o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS nº109/2009).

Veja mais sobre a História da ABID aqui.


domingo, 13 de outubro de 2024

Eleições 2024 e o futuro das políticas públicas sobre nossa História

Eliana Belo Silva

 

Patrimônio Cultural  é definido como um conjunto de bens móveis e imóveis  cuja conservação é de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história, quer por seu valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.


Desde a extinção da Fundação Pró-Memória feita através da Lei Complementar 71 de 23/03/2021, de autoria do prefeito Nilson Gaspar e aprovada por todos os vereadores da Base, o patrimônio cultural de Indaiatuba passou a ser de responsabilidade da Secretaria da Cultura, mais especificamente de uma estrutura denominada Departamento de Preservação e Memória, formada por três gerências, a de Gestão do Arquivo Público, a de Gestão da Biblioteca Municipal e a de Gestão do Museu Municipal e um Conselho de Preservação. Desde então, pouco tem-se visto de ações de divulgação das ações do novo Departamento/Conselho e nada foi planejado, divulgado e feito com inovação, seguindo o DNA da extinta Fundação que, além da organização do Arquivo Público (seu maior legado), da viabilidade da construção da Casa da Memória e do tombamento de alguns bens depois de muita pressão popular, também pouco realizou quando se considera a estrutura funcional que teve por praticamente 27 anos.

Passada a eleição municipal de 2024, com a vitória do candidato Custódio Tavares (MDB), necessário é inferir sobre o cenário futuro da História, Memória e Patrimônio de nossa cidade, (1) com  base nesse passado de ações mornas, (2) com base nas ações dos vereadores da Câmara Municipal e (3) com base nos compromissos declarados pelo futuro prefeito, tomando-se como referência suas promessas de campanha, registradas em seu Plano de Governo.

Dos atuais doze vereadores (muito pouco, pelo número de eleitores), nove foram reeleitos e apenas as duas únicas mulheres, Ana Maria dos Santos (da Oposição) e Silene Silvana Carvalini (da Base) não foram. Nove vereadores voltarão para a Legislatura de 2025/2028 com apenas três novos nomes: Clélia Santos e Túlio José Tomass do Couto (Base) e Danilo Bertipáglia Barnabé (Oposição). Os nove vereadores reeleitos foram questionados sobre o trabalho que já haviam feito na Câmara Municipal de Indaiatuba em pról da História, Memória e Patrimônio de Indaiatuba e apenas o vereador da oposição Du Tonin se posicionou (em texto que você poderá ler, em breve, aqui). Os demais vereadores da Base - Adalto, Alexandre Peres, Cebolinha, Hélio Ribeiro, Indio da 12, Leandro Pinto, Othniel e Prof. Sérgio,  não responderam à questões feitas pelo blog, o que nos leva ao direito de inferir sobre o descompromisso ou com o desprezo pelos temas.  Resta-nos acompanhar a próxima legislatura, principalmente na viabilidade das ações propostas o que é muito diferente das muitas tentativas feitas por alguns vereadores - sempre os mesmos: Du Tonin, Prof. Sérgio e Alexandre Peres - que apresentaram propostas, mas que não foram viabilizadas pela Secretaria da Cultura.

No Plano de Governo protocolado pelo então candidato Custódio Tavares, há, timidamente e sem nenhum desdobramento em ações, o compromisso de (...) "no desenvolvimento da cidade, garantir o uso sustentável (...) do patrimônio cultural e histórico" - o que é obrigatório por Lei e nem deveria ser citado como promessa de campanha. Lamentavelmente, apenas isso. No capítulo sobre compromissos com a Cultura, o assunto não foi citado em nenhuma ação. Em outras palavras: "cumprirei a Lei, mas com foco no desenolvimento da cidade". Notem bem: o assunto foi citado tendo "o desenvolvimento da cidade" como sujeito da frase. Mais do mesmo em um governo de quase 30 anos que sempre privilegiou a expansão territorial em detrimento do desenvolvimento sustentável, e a falta e problemas com a qualidade da água é a maior testemunha que temos disso. 

A Secretaria de Relações Institucionais e Comunicação (RIC) da Prefeitura Municipal de Indaiatuba foi questionada sobre o teor do conteúdo do Plano de Governo do prefeito eleito Custódio, uma vez que ele foi apresentado amplamente como o "candidato do atual prefeito Nilson Gaspar", mas não houve resposta.

O Plano de Governo do candidato eleito Custódio, quando comparado aos demais, só não é pior do que o do candidato Fabrício Salvaterra (NOVO) que citou os assuntos em duas oportunidades de seu planejamento: inicialmente afirmando que (1) a polícia iria guardar o patrimônio histórico (...) além de combater o tráfico de drogas (tudo na mesma linha). Em seguida (2) atribuindo à iniciativa privada a responsabilidade pelo desenvolvimento do setor da Cultura que iria "reconhecer e valorizar as referências históricas, culturais e identitárias" cabendo a prefeitura o papel de incentivador. Esses dois itens são "incomentáveis".

A título de nota, os demais candidatos ao pleito registraram os seguintes itens em seus Planos de Governo, por ordem alfabética:

Professora Bel (PT):

  • Restaurar e revitalizar espaços históricos de Indaiatuba, transformando-os em pontos de interesse cultural e turístico, preservando o patrimônio e criando novos atrativos para residentes e visitantes;
  • Destacar e preservar a memória e o patrimônio cultural negro, promovendo ações que combatam o apagamento histórico e valorizem a contribuição das comunidades negras para o desenvolvimento da cidade;
  • Criar roteiros turísticos temáticos que valorizem a história, cultura e natureza de Indaiatuba, atraindo visitantes e fomentando o turismo local; 
  • Implementar programas educativos nas escolas municipais que promovam a história e a cultura afro-brasileira, além de combater o racismo e a discriminação racial. 


Bruno Ganem (PODEMOS):

  • Reorganizar o Sistema Municipal de Cultura de Indaiatuba, priorizando as culturas  afro-brasileira, indígena e dos muitos migrantes (nordestinos, riograndenses e paranaenses, principalmente) e imigrantes (suíços, alemães, libaneses, italianos, japoneses, coreanos, bolivianos, entre outros) e artistas locais, propondo um Plano Municipal de Cultura - em consonância com o Conselho Municipal de Política Cultural - que estimule a produção inovadora, mas também mantenha as tradições do passado de tal forma que fomente uma identidade cultural local, que proporcione exponencialmente a percepção de pertencimento de cada cidadão ou cada coletivo à nossa Indaiatuba, mitigando as exclusões e valorizando uma cultura de paz. (ODS 11) 
  • Instituir um Programa de Formação Cultural, realizando periodicamente cursos, oficinas, fóruns e seminários de qualificação de gestão cultural, linguagens artísticas, patrimônio cultural e demais áreas da cultura, capacitando assim os agentes públicos e agentes culturais independentes, incluindo todos os tipos de arte, sem detrimento de nenhuma: música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, fotografia, história em quadrinhos (HQ), jogos eletrônicos e arte digital. (ODS 4)  
  • Promover o turismo rural, através de meios que valorizem os produtos, história e memória das famílias camponesas bem como a promoção e outras atividades como: trilhas, passeios a cavalo, observação de aves, pesca, colheitas participativas e outras experiências que promovam as tradições rurais locais, incluindo festivais e feiras. (ODS 8)
  • Dinamizar o Calendário Municipal já existente e ampliá-lo, com programação diversificada priorizando a participação dos locais, que façam apresentações artísticas que retratam as tradições culturais locais, incluindo a história, a memória e os saberes de Indaiatuba. (ODS 16) 
  • Criar o Sistema Municipal de Museus, integrando as ações do Museu do Casarão Pau Preto “Antonio Reginaldo Geiss”, Museu da Água, Museu Ferroviário, Museu do Mirim e Arquivo Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho”. (ODS 11)
  • Criação do evento “Noite nos Museus”, na qual os museus oferecem visitas noturnas. (ODS 11)
  • Elaborar Planos Expositivos – inclusive virtuais - que priorizem a História, Memória e Patrimônios locais, considerando a pluralidade dos munícipes indaiatubanos e suas diversas origens e saberes: etnias afro-brasileira, indígena e dos muitos migrantes (nordestinos, riograndenses e paranaenses, principalmente) e imigrantes (suíços, alemães, libaneses, italianos, japoneses, coreanos, bolivianos, entre outros). (ODS 11)
  • Disponibilizar conteúdo do acervo do Arquivo Público Municipal de forma virtual. (ODS 11)
  • Firmar parcerias com museus e colecionadores particulares. (ODS 11)
  •  Implementar o Programa Memória Pró-Idosos garantindo a visitação de idosos aos espaços de cultura e patrimônio da cidade. (ODS 10)     
  • Estimular a geração de conteúdo para visibilizar diferentes rotas: Rota das Nascentes, Rota Gastronômica, Rota dos Produtos e Saberes Rurais, Rota Histórica e outras que possam gerar desenvolvimento econômico e social. (ODS 8) 
  • Ressignificar o sistema de tombamento do patrimônio material e imaterial do município: prover especial ações aplicáveis aos patrimônios históricos já tombados e em fase de indicação para tombamento; entre outras ações, rever a Lei sobre Tombamento, fazer reserva financeira para fazer manutenções nos bens públicos tombados e equipar o Conselho de Preservação com profissionais técnicos. (ODS 11)
  •   Valorizar a cultura popular local: Carnaval, Jongo, Folia de Reis e outras a serem inventariadas. (ODS 11) 
  •  Produzir e publicar livros sobre a História de Indaiatuba e sobre Educação Patrimonial para o público infantil e para Educadores explorarem os patrimônios da cidade. (ODS 4)
  • Desenvolver materiais de divulgação dos patrimônios locais aos turistas. (ODS 11)
  • Estabelecer políticas de aquisição de acervo para os museus municipais e arquivo público. (ODS 11)
  • Produção de um catálogo online do patrimônio material e imaterial da cidade. (ODS 11) 

Frodo (PSTU)

  • Construir políticas afirmativas de produção e difusão de arte e cultura dos grupos sociais minoritários, como Negros e Negras, Comunidade LGBTQIA+, Povos Originários, Pessoas com Deficiência, entre outros;
  • Construção de um Centro de Memória da História negra, indígena e de outras minorias sociais a cidade;
  • Apoio aos movimentos culturais e sociais das pessoas negras, indígenas e de outras minorias sociais, em especial com apoio para infraestrutura, formações e debates; 
  • Reconhecimento do histórico social e econômico da maioria das crianças e suas famílias, para adequação do ensino a essas realidades, e assim promover uma educação emancipatória;
  • Estruturar e conferir um ordenamento ao (...) Sistema de proteção do patrimônio cultural.

O blog acompanhará a próxima legislatura divulgando as ações dos vereadores que forem viabilizadas pela Secretaria da Cultura, assim como continuará a divulgar as ações feitas na nossa cidade em pról à História, Memória e Patrimônio.









sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Iluminação Pública - 1913

 

Inauguração da Luz Elétrica em Indaiatuba

Eletrificação

FONTE: Jornal "República" de 23 de março de 1913

Censo Populacional - 1917

 



Fonte: Jornal MUNICIPIO DE ITU

25 de março de 1917



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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

A CALÇADA PORTUGUESA DE INDAIATUBA



Esta é mais uma linda curiosidade sobre nosso rico mas escasso patrimônio.

Você sabia que poucos anos após a criação da calçada portuguesa, lá em Portugal, ela era reproduzida em Indaiatuba?

E que aqui na nossa cidade ela foi feita exatamente como em Lisboa, e outras cidades de Portugal, na segunda metade do século XIX?

Criada em 1842 nas terras lusitanas, aqui em nossa cidade ela foi utilizada no entorno de um PRÉDIO IMPERIAL.
O padrão adotado aqui, é exatamente o da PRAÇA DO ROSSIO em LISBOA, chamado de "MAR LARGO".
O padrão MAR LARGO, que cria ondas a partir de pedras em duas cores diferentes, foi utilizado posteriormente por Burle Marx no projeto da Orla de Copacabana. (Tive a chance de reproduzir, também aqui em Indaiatuba, na calçada de uma de minhas obras, o Sagrado Bar.)

Mas existe um detalhe INCRÍVEL nas obras ORIGINAIS de Indaiatuba

VOCÊ JA DEVE TER SACADO, que estamos falando do piso da Praça PRUDENTE DE MORAES, cuja primeira parte, voltada para a Rua Bernardino de Campos, foi executado para receber a CASA DE CÂMARA E CADEIA, um prédio de projeto padrão para vilas imperiais, utilizado também em outras cidades brasileiras, em cerca da década de 1880.

E O DETALHE INCRÍVEL QUE NOS DISTINGUE?

Diferente da versão carioca, o NOSSO calçamento reproduz exatamente as mesmas cores utilizadas em PORTUGAL, e não as modernas do Rio de Janeiro, pois foram construídas nos últimos anos de Império de D. Pedro II, cerca de 1888.
Nós INDAIATUBANOS, podemos dizer com muito orgulho, que nosso calçamento, datado da época do Império, serviu de MODELO para as calçadas de Copacabana.
Andar pela Praça Prudente de Moraes em Indaiatuba, atentando-se ao desenho intrincado de seu piso, é quase hipnótico; impossível não imaginar que ali, um dia, esteve um hábil artesão, com seu martelo de cantaria e um molde de madeira, fazendo desenhos nunca vistos por estas paragens.


O calçamento da Praça Prudente de Moraes já foi indicado para tombamento, mas não houve ação dos órgãos competentes para tal viabilizar tal proteção.

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