Eliana Belo Silva
Coluna Semanal “Identidade Indaiatubana”
Jornal exemplo de 14/04/2015
NOTAS HISTÓRICAS SOBRE O MÊS DE ABRIL
Nas efemérides de Indaiatuba do século XIX
22 de abril de 1819
Foi a primeira data em que se comprova que a capela de Indaiatuba já era curada e se chamava Capela do Santíssimo Coração de Maria Santíssima. Não se sabe ainda com toda a certeza quem teria curado essa primeira, uma das várias prováveis capelinhas que existiam aqui (pois praticamente todo engenho de açúcar tinha uma, por menor que fosse). Após um período de alguns anos os registros mostram que a capela de Indaiatuba se chamava Nossa Senhora da Candelária, ou seja, mudou de padroeira. Carecemos de mais estudos sobre tudo isso.
25 de abril de 1833
A freguesia de Indaiatuba teve o seu primeiro livro do Cartório com notas feitas por um Juíz de Paz em 1833, quando, no dia 25 de abril desse ano, tomou posse, nomeado pela comarca de Itu, o Juiz de Direito Dr. Fernando Pacheco Jordão.
3 de abril de 1873
Até a Proclamação da República, quando então houve um significativo esforço para delimitar uma vez por todas os limites de grande parte dos municípios das regiões mais habitadas, os fazendeiros tinham a liberdade de mudar suas fazendas de município. Isso dificulta muito o trabalho dos historiadores. Quando havia um conflito entre um fazendeiro de Indaiatuba com as autoridades locais, ele pedia, por exemplo, para desanexar a fazenda dele daqui e anexar em Jundiaí ou Itu, por exemplo. A Lei 41 do dia 3 de abril de 1873 desanexou, dessa maneira, do município de Itu para anexar ao de Indaiatuba a fazenda de José Vasconcellos de Almeida Prado e a Lei 83 do mesmo mês declarou ficar pertencente à Indaiatuba a propriedade do mesmo senhor.
18 de abril de 1873
Houve a reunião do Partido Republicano Paulista, fato que passou a ser conhecido como Convenção de Itu, que teve forte influência, junto com ações da maçonaria e outros fatos, para
a Proclamação da República. Assinaram presença como representantes de Indaiatuba: Diogo do Amaral Campos, João Tibiriçá Piratininga, José de Almeida Prado Neto, José do Amaral Campos, José Vasconcellos de Almeida Prado, Ladislau do Amaral Campos, Luiz Augusto da Fonseca, Manoel José Ferreira de Carvalho e Theophilo de Oliveira Camargo. Este último se arrependeu e riscou seu nome na ata.
16 de abril de 1892
Faleceu Joaquim Emigdio de Campos Bicudo, que havia nascido 5 de novembro de 1843 aqui em nossa cidade, quando Indaiatuba ainda era ‘Freguesia de Itu’, filho do casal João de Campos Bicudo e Ana Gertrudes de Campos, sendo a família Bicudo uma das mais antigas conhecidas povoadoras da região. Joaquim Emigdio foi inicialmente um comerciante de tecidos. Mas deixou esse oficio pela prosperidade de seus mais de 90 mil pés de café tratados por trabalhadores negros escravizados. Foi um indaiatubano muito ativo politicamente, conforme sua renda permitia que fosse: foi eleitor, vereador, coletor de rendas gerais e provinciais e participava das juntas de qualificação dos votantes de Indaiatuba, (que grosso modo indicava quem podia ou não votar), além de auxiliar a organização das eleições para cargos públicos de vereador, juiz de paz e deputados provinciais e federais; convém registrar que tudo isso só era feito por quem pertencia a uma elite econômica e intelectual. Foi assumidamente republicano na época de um governo imperial.
Foi muito ativo socialmente também: consta que ajudou a liderar a ‘vaquinha’ para juntar dinheiro para construir a estação ferroviária (atual Museu Ferroviário), e moderou, com outros senhores de escravos, a destinação do Fundo da Emancipação dos Escravos, da Lei do Ventre Livre em nossa cidade, onde 4 escravos foram libertos, entre outras ações.
Foi casado com Escolástica da Fonseca Bicudo e faleceu muito jovem, com apenas 48 anos, deixando oito filhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário