quarta-feira, 23 de junho de 2021

Maternidade "Dona Albertina Sampaio de Paula Leite"


Texto de Eliana Belo Silva

Historiadora e Pedagoga


A Instituição Beneficente Dona Albertina Sampaio de Paula Leite foi fundada em 5 de janeiro de 1949, sob a denominação de de Maternidade Dona Albertina Sampaio de Paula Leite”.  No Estatuto consta que era uma organização de duração indeterminada e que tinha por fins:

  • “prestar assistência médica, hospitalar, clínica e cirúrgica às mulheres reconhecidamente pobres” residentes em Indaiatuba;
  • dar proteção à maternidade e a infância, dando assistência e especialmente abrigo à infância abandonada e aos filhos de mães operárias durante o período de trabalho;
  • promover a assistência e formação cultural e religiosa das crianças pobres do município mediante a manutenção de cursos pré-primários e primários;
  • promover a assistência e formação cultural e religiosa da juventude, por intermédio de estabelecimentos de ensino de grau médio de primeiro e segundo ciclos do colegial, técnico e comércio e técnico industrial e outros semelhantes;
  • manter estabelecimentos destinados ao abrigo de pobres e andantes classificados como albergues noturnos e;
  • dentro de suas possibilidades econômicas e financeiras, promover a realização de palestras, cursos, seminários e outros equivalentes, visando a divulgação de seus fins e melhoria da cultura do povo em geral, em estreita colaboração com os poderes constituídos para a melhora e evolução do meio social”.

Ou seja, diferentemente do que ficou na memória de muita gente, ela não foi fundada apenas para ser uma opção de maternidade além do Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC), mas também para ser uma escola, abrigo de menores, albergue e creche, ou seja, executar tarefas relacionadas à saúde, educação, cultura e assistência social.



Para compreender parte da história da Maternidade Albertina, principalmente no que tange as parturientes, é relevante considerar que sua fundação aconteceu após 15 anos da fundação do HAOC – ocorrida em 27 de junho de 1933 - uma obra feita de forma benemérita pela Fundação Leonor de Barros Camargo e que era reconhecidamente superdimensionada para a população indaiatubana da época, sendo muitas vezes registrado por diferentes memorialistas que parte de seus quartos ficavam vazios por “falta de pacientes”. Os membros da instituição beneficente diziam que a Maternidade Albertina era a “única” da cidade, retirando assim – ou tentando retirar - através dessa narrativa, essa função do HAOC.

Ao consultarmos o dicionário Petit Larousse de 1924, consta que hospital é “uma casa onde se tratam gratuitamente doentes pobres ou onde se agasalham pessoas pobres”.

 A maternidade foi construída em terreno doado pelo então prefeito Luiz Teixeira de Camargo (Lita) - que exerceu o mandato entre 01/01/1948 e 31/12/1950 - na esquina da Rua Rio Branco (atual Rua Adhemar de Barros),  com a atual Avenida Itororó, exatamente onde hoje é o Fórum, na frente da Escola Estadual Helena de Campos Camargo. Cogitou-se construir essa maternidade no prédio onde hoje á a FIEC II, no bairro Cidade Nova, inclusive os projetos são parecidos do ponto de vista arquitetônico; mas isso não se viabilizou. 

Inicialmente, cogitou-se que a maternidade ganharia o nome do então Deputado Antônio de Paula Leite Neto, o Nico; mas por fim, recebeu o nome da esposa dele, a Dona Albertina, reconhecida mecenas da Santa Casa de Itu . O prédio foi construído com verbas da prefeitura e advindas de vários eventos beneficentes, entre eles os planejados e executados pela professora Sylvia Teixeira de Camargo Sannazzaro, juntamente com seu marido Luiz Carlos SannazzaroGuerino Lui e outros voluntários.


Imagem 1 - Construção do prédio da Maternidade Albertina
Acervo Iconográfico do Arquivo Público Municipal
Coleção Antônio Reginaldo Geiss


Imagem 2 - Construção do prédio da Maternidade Albertina
Acervo Iconográfico do Arquivo Público Municipal
Coleção Antônio Reginaldo Geiss



           Imagem 3 - Festa de Inauguração do Prédio da Maternidade Albertina (sem data)
Acervo Iconográfico do Arquivo Público Municipal
Coleção Antonio Reginaldo Geiss

Vale ressaltar que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 e antes dele, tanto o HAOC como a Maternidade Albertina tiveram suas histórias iniciadas sem os recursos desse sistema, que foi a maior conquista social da nossa Carta Magna. Na época em que foram fundados, existiam apenas algumas Instituições de Aposentadorias e Pensões organizadas por categorias profissionais (comerciários, bancários, marítimos,  etc.) que em determinadas situações provinham serviços funerários, médicos e descontos em alguns medicamentos e, mesmo com a criação do Serviço Especial de Saúde Pública em 1942, a situação financeira era sempre delicada e essas organizações, como tantas outras, dependiam muito da benevolência de doadores e/ou outros meios de angariar fundos de maneira privada e/ou se mantinham associados com congregações religiosas.

Em uma das atas lavradas pela Diretoria da Instituição, constam dados sobre a arrecadação; vejamos:

    e)  A Casa Walter S.A. pondo a disposição desta Instituição o material que for necessário para     o seu bom aparelhamento hospitalar;

  f) carta do Deputado Benedito Matarazzo, comunicando já estarem ultimados os estudos relativos ao Convênio entre a Maternidade “Dona Albertina Sampaio de Paula Leite” e o I.A.P.I – Instituo de Aposentadoria e Pensões dos Industriários;

    g) cartas dos dignos deputados Hari Normanton. José Adriano Lopes Castelo Branco. José Maria Leal Costa Neves, Juvenal Rodrigues de Morais, Rocha Mendes Filho, Rubens Ferreira Martins e Salvador Romano, notificando já terem anotados pedidos de verbas-auxílios pedidos para a Maternidade e a ser incluída no próximo orçamento;

    h) comunicação de que o número de pessoas contribuintes da Maternidade ficou aumentado de centro e trinta e dois para duzentos e oitenta e quatro, correspondendo a uma arrecadação anual de Cr$ 144.720,00

Considerando o cenário composto por todas essas informações, pode-se afirmar que a Maternidade, mesmo tendo como padrinhos membros da elite indaiatubana da época, passou por sérias dificuldades financeiras, o que se confirma na edição do jornal Tribuna de Indaiá do dia 17 de maio de 1959 que anunciou que alguns membros da diretoria da sociedade mantenedora da “única maternidade da cidade” pediram demissão, abrindo mão de seus cargos por causa da situação financeira que “não era das melhores”, na expectativa de conceder “oportunidades” para outros membros. Como resultado, Roque Torce Filho e Julio Nicolau, presidente e  2º vice-presidente foram substituídos, a pedido, por Eduardo Fayzano e Abilio Vasconi para os respectivos cargos vagos, recebendo um déficit de CR$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil cruzeiros) ao qual, para saná-la, anunciaram que buscariam verbas doadas pelo governo estadual e municipal.

Presidida por Eduardo Fayzano e secretariada por Caio da Costa Sampaio, a reunião para compor a nova diretoria teve a participação de:

Abílio Vasconi

André Bergamo

Caio da Costa Sampaio

Dr. Mário Paulo

Eduardo Faysano

Fortunato Colcolari

Nelson de Almeida Domingues

Orlando Zerbini

Paulo Gübel

Rafael José Aun

Sra. Adélia Gübel

Sra. Antônia Colcolari

Sra. Carmem Abraão Farah

Sra. Ignês C. Scisci

Sra. Kasue Hayashi

Sra. Ludovina G. Guimarães

Sra. Maria Ignes Domingues

Sra. Nair Negreiros

Sra. Odete Faysano

Sra. Palmira de Genaro

Sra. Thereza Zerbini

Srta. Maria Abigail Zoppi

Srta. Maria João de Campos

Srta. Maria Thereza Zoppi

 

O mesmo jornal, cerca de seis meses depois, em sua edição de janeiro de 1960, anunciava que a nova diretoria empossada em junho de 1959, havia feito mudanças positivas e planejava melhorias, entre elas a construção de mais um pavilhão, montagem de uma farmácia e um laboratório, compra de aparelho de Raio X e vinda de mais irmãs de caridade para funções assistenciais; ao mesmo tempo em que reportou “70 partos no último semestre” – sendo “61 partos normais, três cesárias e seis fórceps”, com um corpo clínico eficiente, incluindo “parteiras licenciadas”. Às mulheres presentes na reunião (vide nomes na lista) coube a tarefa de reunirem-se para que estabelecessem estratégias de buscar mais associados, colaboradores mensalistas entre as indústrias e comércio:

“... a presença das senhoras na reunião prendia-se ao fato da necessidade de se conseguir maior número de contribuintes entre a indústria e o comércio, e que as patronesses organizassem equipes para percorrer a cidade, visando essa finalidade importante para a vida da Maternidade. Em seguida o presidente Eduardo Faysano deixou as senhoras e senhoritas à vontade para entre elas decidirem sobre essa questão.”

                De imediato, no mesmo mês, as mulheres conseguiram arrecadar muitas roupas e louças para a Instituição, e tiveram os seguintes colaboradores como doadores desses itens:

Ada E. Bernardinetti

Ana Torres Quaiote

Ângela Baroni

Armazém Casa Grande e Becari

Armazém Piva

Delaide Monaim

Deolinda Silverio

Dulce Zonder Scodro

Elide Rossignatti

Eliza B. Nunes

Francisca Bernardinetti Nunes

Helena Amstalden Fiori

Idalina Stocco

Irene Papa

Jandira Cruz Boldine

João Jordom

Lídia Penciron Monteiro

Luiza França

Mercedes Nunes

Odete Bigatto Von Ah

Otília Bernardinetti Teller

Regina Monain Brizola

Rosa Pezzopane Bernardinetti

Tercilia Bernardinetti Stocco

Tereza Bernardinetti Kroneis

Terezinha Saraim Scodro

 

Após seis meses, o resultado do trabalho dessas mulheres – que nunca estiveram na diretoria de fato – foi publicado no Jornal Tribuna, na edição de agosto de 1960. Além de vários associados mensais como pessoa física, a Maternidade também recebeu doações de pessoas jurídicas, entre elas Cr$ 10.000,00 do Banco Segurança S.A, através de lobby feito pelo gerente da agência de Indaiatuba, Sr. Gentil Zoppi, junto à diretoria central. A gratidão foi exposta na edição do periódico, com o título “Menção Honrosa”, talvez com o intuito de também estimular novos doadores.

“A Diretoria da Maternidade agradece profundamente este valiosíssimo donativo que tanto irá ajudar para ir formando fundo para compra de materiais cirúrgicos que estamos comprando para cirurgias na futura ampliação da referida Instituição que tanto está honrando a cidade de Indaiatuba.” Foram novos associados:

Abílio Silvério

Cr$ 10,00

 

Albina Krähembühl Wolf

Cr$ 10,00

 

Aleides Maria Melo

Cr$ 10,00

 

Alfio Mazzoni

Cr$ 10,00

 

Ana Teller

Cr$ 10,00

 

Anadyr Barnabé Civolani

Cr$ 10,00

 

Anastácia Von Ah

Cr$ 10,00

 

Anésio Filetto

Cr$ 20,00

 

Angelo Ratti

Cr$ 10,00

 

Ângelo Stocco

Cr$ 10,00

 

Antenor de Quadros

Cr$ 10,00

 

Anthero Joaquim Santiago

Cr$ 20,00

 

Antonia Ferreira

Cr$ 10,00

 

Antonio Anadão

Cr$ 10,00

 

Antonio Dirceu Sigrist

Cr$ 10,00

 

Antonio Gomes

Cr$ 10,00

 

Aristides Novachi

Cr$ 10,00

 

Armando Bergamo

Cr$ 20,00

 

Augustinho Cação

Cr$ 10,00

 

Augusto Castro Alves

Cr$ 10,00

 

Claudette Rossetto

Cr$ 10,00

 

Cristina Beccari

Cr$ 10,00

 

Delvina Stocco Ribeira

Cr$ 10,00

 

Dulce Tancler Escodro

Cr$ 10,00

 

Eduardo Ferreira

Cr$ 10,00

 

Farmácia Coração de Jesus

Cr$ 10,00

 

Floriano de Camargo

Cr$ 10,00

 

Floriano Morais

Cr$ 10,00

 

Francisco Godoi

Cr$ 10,00

Frederico Quitzau

Cr$ 10,00

Gloria Mazzoni

Cr$ 10,00

Helena Quinteiro França

Cr$ 10,00

Hélio Milani

Cr$ 200,00

Hyran B. Teixeira

Cr$ 20,00

Idalina Candello

Cr$ 10,00

Irmã Martini Camargo

Cr$ 10,00

João Batista M. Becari

Cr$ 10,00

José Bernardinetti

Cr$ 10,00

José de Campos

Cr$ 10,00

 

Josefhina Delboni

Cr$ 10,00

 

Juan Garcia Del Hoyo

Cr$ 10,00

 

Julio Nicolau

Cr$ 10,00

 

 

UTILIDADE PÚBLICA

    Em 23 de setembro de 1961 o Deputado Gustavo Martini apresentou o Projeto de Lei 872, declarando a Maternidade Dona Albertina Sampaio de Paula Leite, de Indaiatuba, de utilidade publica; em 1963 o PL foi promulgado pelo Governador Adhemar Pereira de Barros.


        A última ata lavrada em cartório da Maternidade Albertina que está no Arquivo Público Municipal de Indaiatuba  data de 16 de fevereiro de 1964, quando a diretoria era composta pelos seguintes membros, entre diretores e conselheiros, presididos pelo Padre Francisco de Paula Cabral Vasconcelos: Alfio Boldrini, Antonio Cantelli, Antonio de Pádua Prado, Antonio Matheus Batista, Antonio Mingorance Filho, Antonio Reginaldo Geiss, Basílio Martins, Caio da Costa Sampaio, Fortunato José Deltrégia, Horminio Zerbini, Italo Mario (inelegível), João Batista de Macedo e João José Mendes.

Após o encerramento das atividades da maternidade, o prédio passou por algumas adaptações - inclusive com a instalação de um parquinho infantil na parte da frente e passou a abrigar uma escola do SESI. Também era usado pela Paróquia Santa Rita de Cássia para aulas catequese e outros eventos festivos, inclusive o que vitimou o jovem Lettério Polimeni, líder estudantil, no dia 8 de maio de 1965. Por fim, o prédio foi demolido e em seu lugar foi construído o Fórum da Comarca de Indaiatuba, instalada na década de 1960, após muito pressão popular.


O PARTO

O parto e a assistência ao parto passaram por diversas transformações no decorrer dos tempos. Passou da residência ao hospital, de um evento que envolvia parteiras a um evento médico, da não-medicalização a medicalização, do natural a um evento regrado. Devido a tantas transformações que foram desenvolvidas para melhor atender a equipe de saúde e a gestante, a parturiente passou de sujeito a objeto, ou seja, uma pessoa que pouco ou nada decide a respeito de como o parto será conduzido. Por isso, atualmente há um movimento de humanização do parto, preconizado pelo Ministério da Saúde, solicitando assistência integral e humanizada à mulher, como uma tentativa de empoderamento da mulher. (BRASIL, 2001; HELMAN, 2003; MALDONADO, 2002; MOTT, 2002; NAGAHAMA, 2002).

Entre essas transformações e com base nos autores consultados sobre o assunto, podemos considerar as memórias de muitos indaiatubanos sobre o início da Maternidade Albertina. O que mais se diz são dois motivos, os quais são apontados nos pesquisadores citados: o primeiro seria a necessidade sanitária de separar as parturientes e os bebês de um ambiente como um hospital, no caso o HAOC. Outro motivo seria o conflito entre as irmãs católicas do HAOC que insistiam no parto normal e a crescente procura e valorização do parto cesárea; o que significa que não fossem feitos partos normais na maternidade. Mas existia, segundo os memorialistas, uma certa “liberdade de escolha”. Essas informações, repito – embora sejam corroboradas com os textos consultadas, não podem ser confirmadas documentalmente pois não foram encontrados – até agora – registros que confirmem as memórias orais.


"ARQUEOLOGIA MODERNA

Neste início de inverno de 2021, em plena pandemia da COVID-10 a Maternidade Albertina voltou a ser assunto entre os indaiatubanos. As obras de ampliação do Fórum de Indaiatuba, iniciada há poucas semanas, revelou as bases do antigo prédio. O novo prédio do Fórum terá mais de 500 metros quadrados, com custo de cerca de R$ 750 mil e prazo de um ano para entrega. Tudo será custeado com emendas parlamentares do Deputado Bruno Ganem (Podemos) que visitou a obra e cedeu as seguintes imagens, através de sua assessoria de imprensa:








ESTATUTO DA MATERNIDADE ALBERTINA

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BIBLIOGRAFIA

As imagens históricas, as edições de jornais e atas da Maternidade Albertina consultadas/citadas neste artigo pertencem ao Arquivo Municipal ‘Nilson Cardoso de Carvalho” da Casa da Memória, do Departamento de Preservação e Memória da Secretaria da Cultura da Prefeitura Municipal de Indaiatuba.

Informações sobre o Projeto de Lei Estadual nº 872 de 1961  e Estatuto da Maternidade foram consultadas no Departamento de Acervo Histórico e Biblioteca da ALESP - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

HELMAN, Cecil G. Cultura, saúde e doença. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

MALDONADO, Maria Tereza.  Psicologia da Gravidez:  parto e puerpério.  16.  ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

MOTT, Maria Lucia. Parto. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n. 2, p. 399-401, 2002.

NAGAHAMA, Elizabeth Eriko Ishida; SANTIAGO, Silvia Maria. A institucionalização médica doparto no Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 651-657, 2005.

 

AGRADECIMENTOS

  • Antonio Reginaldo Geiss (in memorian)
  • Candinha Sampaio
  • Hugo Antoneli Junior
  • Silvia A. Matsuda (ALESP)
  • Thais Svicero (Arquivo Municipal)


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