segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Indaiatuba antes de Indaiatuba

texto de Maria Luisa Costa Villanova


Há um mês (09/12/22) Indaiatuba completou 192 anos, é jovem se pensarmos que o Brasil terá oficialmente - agora em abril de 2023 -  523 anos.

Não podemos dizer que seja uma cidade pequena do interior, afinal com seus 311.545 km², é maior que Malta, país próximo da Itália, por exemplo, que possui 301.230 km².

Como sabemos, Indaiatuba localiza-se a noroeste da capital do estado, a 23º05'24" de latitude sul e 47º13'04" de longitude oeste, a uma altitude média de 700 metros acima do nível do mar. Mas, muita coisa aconteceu por aqui antes de 1830, quando nossa cidade foi fundada.

Pertencente a uma parte do Estado de São Paulo chamado de Depressão Periférica, a região caracteriza-se pelo relevo pouco desgastado, clima quente e úmido e manchas de solos férteis — uma soma de condições naturais que ajudou o nosso desenvolvimento econômico, principalmente no período das culturas do tomate, batata e do açúcar.

Esse solo se formou cerca de um bilhão de anos atrás, período em que os continentes estavam se formando (período Neotroterozóico, ou Pré Cambriano). No final desse período geológico que varia de 635 a 541 milhões de anos atrás e representa um ponto de virada na história da vida com o surgimento dos primeiros grandes e complexos organismos multicelulares de corpo mole, que inclui esponjas e cnidários¹, além de vários grupos representados por macrofósseis e microfósseis. Alguns desses fósseis são tradicionalmente considerados restos de precursores dos animais cambrianos (e modernos), enquanto outros são vistos como um reino completamente extinto. Foi um tempo de imensas mudanças geológicas e biológicas, e registra a transição de um planeta amplamente dominado por organismos microscópicos para um mundo cambriano repleto de animais. É, portanto, um dos períodos mais fascinantes e únicos da história da vida na Terra e é de grande importância para a nossa compreensão de como e por que os primeiros animais evoluíram e se diversificaram.

Falando em animais, por aqui também andaram alguns, como:

O Ibirania parva, um titanossauro do grupo saurópode (possuíam corpos enormes, com um pescoço muito comprido que terminava em uma cabeça muito pequena), com cinco a seis metros de comprimento e herbívoro. Ele foi considerado o primeiro dinossauro-anão das Américas.

O Baurubatrachus santosdoroi uma espécie de rã que viveu com dinossauros, há 90 milhões de anos.

Os Titanossaurosgrandes dinossauros herbívoros, saurópodes quadrúpedes que pesavam quase 10 toneladas e mediam cerca de 12 metros;

Os Carnossaurosdinossauros carnívoros, terápodes ( pescoço geralmente mais curto que o tronco, membros anteriores com dois ou três dedos, e posteriores com três, todos dotados de garras) bípedes que pesavam de duas a três toneladas e mediam de três a quatro metros de altura;

 Kurupi itaata teria braços pequenos, assim como outros abelissauros (carnívoro, cabeça grande, focinho arredondado, e relativamente dentes pequenos), teria vivido há cerca de 70 milhões de anos.

 Arrudatitan era leve e resistente viveu há, mais ou menos, 85 milhões de anos, media cerca de 20 metros de comprimento, considerado o terceiro maior dinossauro do país. Herbívoro, ele pertencia ao grupo dos saurópodes.

 Thanos simonattoi, o dinossauro predador era um abelissaurídeo que tinha cerca de 5 metros de comprimento e disputava com os megaraptores o topo da cadeia alimentar na região, há 80 milhões de anos.

Amabilis uchoensis , uma tartaruguinha de 15 centímetros de comprimento viveu entre ferozes crocodilos e dinossauros gigantes há 85 milhões de anos, 

Crocodiliformes mais próximos de um lobo-guará que de um jacaré moderno, diferentes dos gigantescos encontrados na região amazônica.

Muito tempo depois desses animais, nosso território começou a ser habitado por humanos.

Sabemos que havia uma tribo por aqui, qual, não sabemos, uma urna funerária foi encontrada aqui perto, em Monte Mor e segundo diziam quando me mudei para cá (lá se vão 35 anos), a Praça Prudente de Moraes foi feita sobre um cemitério indígena e os prédios da antiga prefeitura e dos correios eram assombrados, apesar de perguntar muito, nunca consegui muitas informações.

O nome Indaiatuba vem do tupi-guarani, porém, o termo tupi-guarani não designa uma nação específica, trata-se de uma expressão genérica que contempla um variado grupo de línguas indígenas. Os guaranis se dividem em guarani-kaiowáguarani-ñhandeva e guarani-m'byá. E apesar de possuírem mesma origem histórica, linguística e cultural, esses povos possuem especificidades no uso da língua, práticas religiosas e uso de tecnologias para se relacionar com o meio ambiente

São tupis os seguintes grupos: tupinambá, tupiniquim, tamoio, temiminó, tabajara, potiguara, caeté, viatã, amoipira, aricobé, tupinaé ou tupiná. Os mais poderosos entre os tupis eram os tupinambás e os tupiniquins. Todos os outros povos que não falavam o tupi foram denominados tapuias. Os tapuias pertenciam a vários troncos culturais e linguísticos, alguns grupos eram os jês, os caraíbas e os cariris. A maioria dos tapuias habitava o interior, assim tiveram menor contato com os portugueses nos primeiros anos da colonização.

Com os colonizadores chegaram os bandeirantes, os tropeiros com o comércio com São Carlos (hoje Campinas), a vila que pertencia a Ytú e de 1830 para cá já sabemos o que aconteceu.

 


¹Cnidários ou celenterados (filo Cnidaria) surgiram há aproximadamente 680 milhões de anos, são organismos pluricelulares que vivem em ambientes aquáticos, Existem mais de 11.000 espécies de cnidários em todo o mundo. Os principais representantes do grupo são as águas-vivas, os corais, as anêmonas-do-mar e as hidras. 


Bibliografia:

https://pt.wikipedia.org

https://pt.wikipedia.org/wiki/Indaiatuba

http://www.cprm.gov.br

https://www.bbc.com/portuguese/brasil

https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/museugeologico


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