texto de Maria Luisa Costa Villanova
Há um mês (09/12/22) Indaiatuba completou 192 anos, é jovem se pensarmos que o Brasil terá oficialmente - agora em abril de 2023 - 523 anos.
Não podemos dizer que seja uma
cidade pequena do interior, afinal com seus 311.545 km², é maior que Malta, país próximo da Itália,
por exemplo, que possui 301.230 km².
Como
sabemos, Indaiatuba localiza-se a noroeste da capital do estado, a 23º05'24"
de latitude sul e 47º13'04"
de longitude oeste, a uma altitude média de 700 metros acima do nível
do mar. Mas, muita coisa aconteceu por aqui antes de 1830, quando nossa cidade
foi fundada.
Pertencente
a uma parte do Estado de São Paulo chamado de Depressão Periférica, a região caracteriza-se pelo relevo pouco desgastado, clima quente e úmido e manchas de
solos férteis — uma soma de condições naturais que ajudou o nosso
desenvolvimento econômico, principalmente no período das culturas do tomate,
batata e do açúcar.
Esse solo se formou cerca de um bilhão de anos atrás, período em que os continentes estavam se formando (período Neotroterozóico, ou Pré Cambriano). No final desse período geológico que varia de 635 a 541 milhões de anos atrás e representa um ponto de virada na história da vida com o surgimento dos primeiros grandes e complexos organismos multicelulares de corpo mole, que inclui esponjas e cnidários¹, além de vários grupos representados por macrofósseis e microfósseis. Alguns desses fósseis são tradicionalmente considerados restos de precursores dos animais cambrianos (e modernos), enquanto outros são vistos como um reino completamente extinto. Foi um tempo de imensas mudanças geológicas e biológicas, e registra a transição de um planeta amplamente dominado por organismos microscópicos para um mundo cambriano repleto de animais. É, portanto, um dos períodos mais fascinantes e únicos da história da vida na Terra e é de grande importância para a nossa compreensão de como e por que os primeiros animais evoluíram e se diversificaram.
Falando em animais, por aqui também
andaram alguns, como:
O Ibirania
parva, um titanossauro do grupo saurópode (possuíam corpos
enormes, com um pescoço muito comprido que terminava em uma cabeça muito
pequena), com cinco a seis metros de
comprimento e herbívoro. Ele foi considerado o primeiro dinossauro-anão das
Américas.
O Baurubatrachus santosdoroi uma espécie de rã
que viveu com dinossauros, há 90 milhões de anos.
Os Titanossauros: grandes
dinossauros herbívoros, saurópodes quadrúpedes que pesavam quase 10 toneladas e
mediam cerca de 12 metros;
Os Carnossauros: dinossauros
carnívoros, terápodes ( pescoço geralmente mais
curto que o tronco, membros anteriores com dois ou três dedos, e posteriores
com três, todos dotados de garras) bípedes que pesavam de duas a três toneladas e
mediam de três a quatro metros de altura;
Kurupi itaata teria braços
pequenos, assim como outros abelissauros (carnívoro, cabeça grande, focinho
arredondado, e relativamente dentes pequenos), teria vivido há cerca de 70
milhões de anos.
Arrudatitan era leve e resistente viveu há,
mais ou menos, 85 milhões de anos, media cerca de 20 metros de comprimento,
considerado o terceiro maior dinossauro do país. Herbívoro, ele pertencia ao
grupo dos saurópodes.
Thanos simonattoi, o dinossauro predador era um
abelissaurídeo que tinha cerca de 5 metros de comprimento e disputava com os
megaraptores o topo da cadeia alimentar na região, há 80 milhões de anos.
Amabilis uchoensis , uma
tartaruguinha de 15 centímetros de comprimento viveu entre ferozes crocodilos e
dinossauros gigantes há 85 milhões de anos,
Crocodiliformes
mais próximos de um lobo-guará que de um jacaré moderno, diferentes dos gigantescos
encontrados na região amazônica.
Muito tempo depois desses animais, nosso
território começou a ser habitado por humanos.
Sabemos que havia uma tribo por aqui,
qual, não sabemos, uma urna funerária foi encontrada aqui perto, em Monte Mor e
segundo diziam quando me mudei para cá (lá se vão 35 anos), a Praça Prudente de
Moraes foi feita sobre um cemitério indígena e os prédios da antiga prefeitura
e dos correios eram assombrados, apesar de perguntar muito, nunca consegui
muitas informações.
O nome Indaiatuba vem do tupi-guarani,
porém, o termo tupi-guarani não designa uma nação específica,
trata-se de uma expressão genérica que contempla um variado grupo de línguas
indígenas. Os guaranis se dividem em guarani-kaiowá, guarani-ñhandeva e guarani-m'byá.
E apesar de possuírem mesma origem histórica, linguística e cultural, esses
povos possuem especificidades no uso da língua, práticas religiosas e uso de
tecnologias para se relacionar com o meio ambiente.
São tupis os seguintes grupos: tupinambá,
tupiniquim, tamoio, temiminó, tabajara, potiguara, caeté, viatã, amoipira,
aricobé, tupinaé ou tupiná. Os mais poderosos entre os tupis eram os tupinambás
e os tupiniquins. Todos os outros povos que não falavam o tupi foram
denominados tapuias. Os tapuias pertenciam a vários troncos culturais e
linguísticos, alguns grupos eram os jês, os caraíbas e os cariris. A maioria
dos tapuias habitava o interior, assim tiveram menor contato com os portugueses
nos primeiros anos da colonização.
Com os colonizadores chegaram os
bandeirantes, os tropeiros com o comércio com São Carlos (hoje Campinas), a
vila que pertencia a Ytú e de 1830 para cá já sabemos o que aconteceu.
¹Cnidários ou
celenterados (filo Cnidaria) surgiram há aproximadamente 680 milhões de anos, são
organismos pluricelulares que vivem em ambientes aquáticos, Existem mais de 11.000 espécies de cnidários em todo o mundo. Os
principais representantes do grupo são as águas-vivas, os corais, as
anêmonas-do-mar e as hidras.
Bibliografia:
https://pt.wikipedia.org
https://pt.wikipedia.org/wiki/Indaiatuba
http://www.cprm.gov.br
https://www.bbc.com/portuguese/brasil
https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/museugeologico
Nenhum comentário:
Postar um comentário