Eliana Belo Silva
Coluna semanal “Identidade Indaiatubana”
Jornal exemplo de 10.06.2016
O caipira e o caipirismo
O Museu Casarão Pau Preto está sediando a exposição "Porta, Porteira, Portão: modos de ‘falarrr’ e costumes do ‘interiorrr’”, mostra que chega a nossa cidade por meio da parceria entre o Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP) e Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari (ACAM Portinari), instituições ligadas à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
Ter a parceria do SISEM e da ACAM já é uma grande honra para a Fundação Pró-Memória, que inclusive também foi convidada para representar nossa região no Conselho do SISEM, convite este aceito com honra pelo Conselho Administrativo, através da nomeação do superintendente Dr. Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus para tal fim.
Mas a honra não é só essa. Honra é ter uma exposição tremendamente bem elaborada, criativa e com textos, imagens e objetos integrados com o tema do caipira e seu mundo, de forma tão técnica e ao mesmo tempo sensível ao alcance dos nossos sentidos. Sim, porque a exposição não é só para ver, para ler, espiar.
Não só olhos. É uma exposição que desperta muitas memórias de tato, ouvido, paladar, olfato. A maioria de nós está ali representada, com as memórias pessoais adquiridas em sítios e fazendas dos pais, avós, e bisavós sendo trazidas à tona através de várias sensibilidades despertadas. São nossas memórias retratadas em um museu, são lembranças que viraram história.
OBJETIVO E PROPOSTA
O objetivo é justamente esse: disseminar o conhecimento sobre a verdadeira identidade e o repertório caipira, valorizando a tradição local e preservando a memória cultural. A expografia foi concebida fazendo uma alusão a estruturas de portas, portões e porteiras de madeira rústica como suportes expositivos. São utilizados artesanatos, objetos como gaiolas e outros símbolos referenciais do interior paulista postados com luminosidade emocionante, que, junto com pesquisa primorosa em linguagem elegante, oferece uma leitura contemporânea do caipira e do caipirismo.
O público é convidado a interagir com suas memórias pessoais em um universo de identidade interiorana por meio de seu modo de falar, costumes, música, artes, culinária e religiosidade, tão presentes nas lembranças e no cotidiano. A mostra retrata o caipira como sinônimo de um modo de vida que tem como base a subsistência, simplicidade e caráter de solidariedade entre os demais. No espaço expositivo também estão previstas músicas caipiras e sonorização ambiente para a extroversão artística de cada visitante. O Museu Casarão Pau Preto inseriu na mostra as imagens do Arquivo Público da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, incluindo a iconografia local à temática como um todo. Você verá cenas do cotidiano das fazendas de Indaiatuba, e conhecerá ou relembrará a vida cotidiana no caipira local, inserida no todo.
Não perca essa experiência de encontrar SUAS memórias retratadas em um museu.
Com entrada gratuita, a montagem fica em cartaz até 3 de julho, de segunda a sábado das 9h às 17h, domingo 13h às 17h.
O Museu Casarão Pau Preto fica na Rua Pedro Gonçalves, 477.
Outras informações pelo telefone (19) 3875-8383
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