Eliana Belo Silva
Texto originalmente publicado no Jornal Exemplo em 20/05/2016
Onde escrevo semanalmente na coluna "Identidade Indaiatubana"
Flamínio Fávero foi um médico
brasileiro nascido no dia 26 de outubro de 1895.
No site da Academia de
Medicina de São Paulo, uma das poucas referências que existe sobre sua
biografia na Internet, consta que ele nasceu em São Paulo, informação que penso
precisa ser melhor confirmada, uma vez que ele foi batizado na Igreja Nossa
Senhora da Candelária e aqui em nosso município passou sua infância, estudando
na escola local municipal, chamada então de Grupo Escolar.
Em seguida Flamínio foi estudar
em Itu para finalmente ir para a primeira turma da Faculdade de Medicina e
Cirurgia de São Paulo, formando-se com 24 anos em 23 de fevereiro de 1919 após
notável defesa de tese aprovada com “grande distinção” naquela que mais tarde
se constituiria como uma das unidades da Universidade de São Paulo (USP).
Flamínio Fávero foi um dos vultos
de destaque nos círculos médicos pela inovação de suas pesquisas publicadas
sobre um assunto pioneiro do que na época era caracterizado como reeducação de
criminosos.
Logo após sua formação, Dr.
Flamínio conquistou, através de concurso, uma cadeira na área de Higiene e
Medicina Legal da Faculdade de Medicina. Em 20 de dezembro de 1923 foi indicado
para reger a cátedra de Medicina Legal na mesma Escola, onde chegou a ser
vice-diretor desta Faculdade, Secretário, membro do Conselho Técnico
Administrativo e finalmente Diretor.
Fez parte do Conselho
Penitenciário e do Conselho Médico-Legal do Estado de São Paulo. No Instituto
Oscar Freire realizou para mais de cem trabalhos, muitos deles originais.
Destacam-se entre suas obras: “Medicina Legal dos Acidentes de Trabalho e das
Doenças Profissionais” em colaboração com os professores Afrânio Peixoto e Leonildo
Ribeiro; “Deontologia Médica e Medicina Profissional (1930); “Acidentes do
Trabalho, em colaboração com Afrânio Peixoto, Leonildo Ribeiro e Barros Barreto
(1934); Medicina Legal (1938), obra premiada pela Faculdade de Medicina e pela
Sociedade Legal e Criminologia, entre outros.
A obra “Medicina Legal” foi muito
esperada, pois nela ele compendiou mais de 20 anos de experiência, inclusive
advinda de seu grande mestre Dr. Oscar Freire, médico formado na Bahia que foi
o primeiro, a convite do Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho, a reger a cátedra de
Medicina Legal.
Ainda sobre a obra ‘Medicina Legal”, ela tratou de temas como Traumatologia,
Infortúnios do trabalho, Tanatologia, Sexologia; Criminologia, Psicopatologia e
Legislação, constituindo exatamente o conteúdo do programa de ensino na
Faculdade de Direito de São Paulo.
Por possuir habilidades que hoje
classificamos como transversalidade entre as ciências, esse livro de Flamínio
Fávero foi uma referência utilizada por muitos juristas, uma vez que todos os
capítulos eram assim divididos: na primeira parte, transcrevia a legislação
vigente; em seguida, expunha em síntese, a doutrina médico-legal; no terceiro,
por fim, formulava as regras práticas da perícia integrando em linguagem e
técnica impecável a ânsia dos profissionais da época.
Flamínio Fávero foi sócio
correspondente e honorário das mais importantes sociedades de criminologia e
medicina legal do mundo e colaborou em revestias especializadas de maior
respeitabilidade em sua época.
Faleceu em 12 de fevereiro de 1982.
Composição Musical Lyra Indaiatubana do início do século XX.
No centro, o maestro Francisco Fávero.
Flamínio Fávero é o menino com flauta transversal.
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