segunda-feira, 11 de maio de 2020

4ª curiosidade sobre a História de Indaiatuba - (conteúdo na pandemia do COVID-19) - O sistema natural de climatização da Matriz Nossa Senhora Candelária

Para auxiliar com conteúdo bacana neste período de isolamento social o blog História de Indaiatuba irá publicar "curiosidades" sobre a História de Indaiatuba com ais frequência, para colaborar na aprendizagem ou mesmo distração dos indaiatubanos, ao mesmo tempo em que se divulga conteúdo sobre nossa História, Memória e Patrimônio.

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4ª curiosidade sobre a História de Indaiatuba

O sistema natural de climatização da Matriz Nossa Senhora da Candelária



A construção feita em taipa da atual da Matriz Nossa Senhora da Candelária teve início em 1807, pouco antes – aproximadamente um ano - da chegada da família real portuguesa no Rio de Janeiro, fugida de Portugal aos trancos e barrancos, com medo da eminente invasão de Napoleão.

Foi somente em 1839 que essa construção foi finalmente coberta e a capelinha original que permanecera preservada dentro dela foi demolida. A edificação que já estava em novas condições de receber o povo, foi então, inaugurada, ou melhor, benzida no dia 21 de outubro por ordem de Dom Manoel Joaquim Gonçalves, bispo de São Paulo.

Era uma construção bastante rudimentar, uma vez que em 1852 o vigário Antônio Cassemiro da Costa Roris descreveu que “minha matriz [...] está ainda sem reboco, sem forro, sem assoalhos, sem gradis nas janelas todas, [...] o telhado só com telhas soltas, muitas goteiras, as pontas dos caibros apodrecendo”. 

Quase cem anos depois, em 1940, após outras reformas e melhorias a matriz passou por uma considerável reforma custeada por D. Leonor de Barros Camargo, onde foi feito revestimento de reboco, troca de telhado, fechamento das fendas das torres, recolocação dos sinos, pintura na Capela do Santíssimo e melhorias no sacrário. Em 1941 as paredes externas foram revestidas de tijolos, as portas externas foram transformadas em janelas, o relógio foi consertado e a instalação elétrica foi totalmente reformada.

A edificação original em taipa possui muitas das características de uma típica igreja barroca, embora com poucos adornos e construção bastante tardia. Sua primeira configuração foi composta por altar-mor, seguido dos cadeiris do presbitério e nave única com duas capelas laterais que sustentam tribunas num pavimento superior. Esta configuração foi utilizada em todo o período da Contra-Reforma da Igreja Católica, em plantas maneiristas e barrocas, na intenção de proporcionar igrejas acústica e termicamente mais agradáveis.


Na Igreja da Candelária, tribunas destinadas ao uso de pessoas de grande importância na cidade, também atendem a uma função muito especial.  Localizadas sobre as capelas laterais, em um pavimento superior, proporcionam o que chamamos de ventilação cruzada, pois possuem aberturas protegidas que servem de exaustores para o ar quente, menos denso - que sobe - proporcionando que o ar mais frio e mais denso entre pelas portas, criando um fluxo contínuo, ventilando e tornando a temperatura da edificação mais amena.



Curiosidade adicional 01: A balaustrada de madeira entalhada dos guarda-corpos das tribunas, sobre o presbitério, com volutas e acantos barrocos, são possivelmente as mais antigas e expressivas peças de arte de toda a cidade. 

Curiosidade adicional 02: A disposição do altar-mor, presbitério e nave central, reflete uma solução acústica, destinada a projetar a voz do padre, como uma grande corneta, em direção ao fundo da igreja.

Curiosidade adicional 03: A expressão nave central, usada para descrever o local onde se acomodam os fiéis, se deve ao formato dos tetos antigos de madeira, que lembram um barco, de São Pedro, o pescador de almas.

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