segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Os primeiros habitantes de Indaiatuba - ESCAVAÇÕES DE UMA ALDEIA PRÉ-HISTÓRICA EM MONTE MOR

                                                                                         Eliana Belo Silva


Os primeiros habitantes do território onde hoje é Indaiatuba foram os povos tupis-guaranis e a maior prova disso é o nome de nossa terra que, na linguagem deles, significa "muitas" (tuba) e "palmeiras de indaiá" (indaiá). 

Esses indígenas tinham o costume de dar nomes aos lugares para contar o que existia ali. Eles observavam a natureza, os animais, as plantas e até as histórias que aconteciam em cada região. Dar nome era uma forma de lembrar e cuidar do lugar. O nome Indaiatuba é uma das provas que esses indígenas viveram por aqui.

Mas essa não é a principal evidência desses antigos habitantes.


ESCAVAÇÕES DE UMA ALDEIA PRÉ-HISTÓRICA EM MONTE MÓR

Em 1949, o Museu Paulista, sob a direção do professor Paulo Duarte, deu início às escavações de uma aldeia pré-histórica localizada no município de Monte Mor, às margens do rio Capivari, estado de São Paulo. A área havia sido descoberta anteriormente pelo pesquisador José Loureiro Fernandes, que identificara vestígios cerâmicos e líticos aflorando na superfície do terreno.

Os trabalhos de campo revelaram uma aldeia de grandes proporções, com centenas de fragmentos de cerâmica, artefatos de pedra polida e lascada, restos de fogueiras e ossadas humanas e animais. As escavações indicaram a presença de várias camadas de ocupação, sugerindo que o local foi habitado durante longos períodos.

A cerâmica apresenta decoração simples, predominando os vasos de paredes finas e bordas levemente expandidas. Alguns exemplares mostram vestígios de engobo vermelho e marcas de esteira, características comuns a outras tradições arqueológicas do planalto paulista.

Os instrumentos de pedra incluem lâminas de machado, raspadores, percutores e pequenas pontas de projétil. Entre os achados ósseos, identificaram-se fragmentos de animais de caça e peixes, indicando que a dieta dos habitantes combinava recursos fluviais e terrestres.

A disposição dos vestígios e das fogueiras sugere que as habitações eram circulares, feitas de madeira e cobertas de folhas ou palha, semelhante a outras aldeias estudadas no interior do estado. Em alguns pontos foram encontrados restos de estacas carbonizadas, possivelmente bases de antigas cabanas.

Os resultados preliminares permitiram situar o sítio dentro da chamada “Tradição Aratu”, identificada em diversas regiões do Brasil central. Essa tradição se caracteriza pelo uso de cerâmica simples e pela agricultura de coivara, com cultivo de mandioca, milho e outras espécies nativas.

Os materiais recolhidos foram encaminhados ao Museu Paulista, onde passaram por triagem, classificação e análise comparativa. As escavações de Monte Mor contribuíram para ampliar o conhecimento sobre os povos pré-históricos do interior paulista, suas formas de vida e sua adaptação ao ambiente.

Trabalhos posteriores confirmaram a importância do sítio, que passou a ser referência para estudos sobre a ocupação indígena pré-colonial na bacia do rio Capivari e regiões adjacentes, incluindo Indaiatuba.


(texto em construção)













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