Eliana Belo Silva
26.06.2015
FAZENDEIROS DE NOSSA TERRA (1) – Totó Sampaio de Pimenta
Antônio de Almeida Sampaio foi um dos fazendeiros influentes de Indaiatuba no final do século 19 e início do século 20, sendo que todos o chamavam de “Coroné” Totó Sampaio. Seu nome constava sempre na lista dos eleitores do século 19 (privilégio para poucos na época), era suplente do delegado de Indaiatuba, onde também participava da organização das eleições para vereadores e juízes de paz, mas tramitava politicamente também em Itu - onde foi presidente da Câmara - e em São Paulo, então capital da província, onde foi negociar para conseguir cravar uma estação ferroviária em suas terras, a Estação Pimenta, cujo prédio, inaugurado em 1899, ele ajudou a construir.
Riqueza e Inovação
Talvez tenha sido o maior proprietário de terras da região, dono das fazendas Pimenta, Grama, Santa Rita, Ingá-Mirim e Sitio Grande tendo seus cafezais somado mais de 1 milhão de pés. Trabalhou desde menino na lavoura de maneira tradicional com seu pai e avô, mas não hesitou em inovar: foi um dos primeiros cafeicultores a utilizar o “phosphato de cal” como adubo quando poucos o faziam, e não hesitou em comprar a máquina “Luiz Barreto” para matar formigas, quando a maioria nem sonhava em usar esses artefatos no campo. Escravocrata, incentivou também a vinda de imigrantes espanhóis para trabalhar em suas lavouras. Por muitas vezes expôs seus produtos em feiras agrícolas, sendo premiado muitas vezes. Faleceu em sua fazenda Pimenta em 3 de novembro de 1910, após ter sido presidente da câmara de Itu.
Para saber mais
Leia o livro “Clarita da Pá Virada”, escrito por Maria Clarice Marinho Villac, neta do “Coroné”, onde ela narra a meninice dela, vivida entre os anos de 1908 e 1913 na Fazenda Pimenta. Além de narrar o cotidiano da vida rural no início do século XX na zona rural de nossa cidade, ela dá o testemunho de um dos fatos mais emblemáticos da história de Indaiatuba: o avô dela, o Coroné Totó Sampaio, doou terras de sua propriedade para alguns dos “pretos” após a libertação oficial dos escravos. Um exemplar do livro encontra-se na Biblioteca Pública Rui Barbosa.
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