segunda-feira, 30 de novembro de 2009

As cores da região nas obras de Tarsila do Amaral

Poucos sabem, mas a modernista Tarsila do Amaral, natural de Capivari, morou em Indaiatuba e se inspirou em paisagens da região, inclusive de Itu e Jundiaí para suas obras*.


Obra de Tarsila que teria sido inspirada em fazenda de Indaiatuba


ABAPORU
Obra mais famosa de Tarsila, foi inspirada na região



Retrato de Tarsila do Amaral, incío da década de 1920

Casas humildes, muito verde, céu aberto e a presença de animais. Olhar para uma das obras da artista plástica Tarsila do Amaral requer muito mais do que uma simples admiração. Quem as vê certamente irá se imaginar - ou talvez viajar - por um mundo onde o que importa é o sol que nasce para um novo dia, os pássaros que cantam nas árvores e o "bom dia" entre os compradres. Mas não seria possível reproduzir todas as cenas interioranas sem que houvesse uma convivência mais íntima com esse universo.
Tarsila viveu durante anos no interior de São Paulo, mais precisamente nas regiões de Capivari e Indaiatuba, o que a ajudou a criar o ambiente caipira em seus quadros.
No entanto apenas a inspiração não seria suficiente, já que falar em Tarsila é falar em talento e sensibilidade.
Figura importante do Movimento Modernista de 1922, Tarsila do Amaral nasceu em 1o. de setembro de 1886 em Capivari, na Fazenda São Bernardo. Até mudar-se para São Paulo, pode usufruir do cenário que mais tarde seria fonte para sua criação. É nítido observar em seus quadros a presença de paisagens rurais representadas por casas envoltas em cercas de madeira como em "Cartão Postal" e "O Mamoeiro", entre outros.
Capivari não foi o único reduto da pioneira de 22. Grande parte de sua vida aconteceu na Fazenda Santa Teresa do Alto, vilarejo de Mont Serrat, entre as cidades de Indaiatuba e Jundiaí. Um dos seus quadros mais famosos, o Abaporu,  produzido em 1928, foi inspirado nas pedras que preenchem até hoje as estradas entre Itu e Jundiaí. Formas arredondadas e cores vibrantes caracterizaram a região por meio de um homem com pés e braços enormes, que segundo ela representava um indivíduo selvagem que se alimentava de carne humana. A obra foi um presente para seu então marido Oswald de Andrade.
Seis obras que retratam os convencionais de Itu, expostas ainda hoje no Museu Republicano "Convenção de Itu", também são da autoria da artista, revelando a grande ligação que ela mantinha com a região.
Parentes da artista que ainda vivem em Mombuca (distrito de Capivari) e Indaiatuba tiveram o prazer de conviver com Tarsila, contaram como o interior era fonte inspiradora de suas pinturas. " Ela valorizava muita a região toda. A sua obra intitulada "Paisagem" foi pintada em homenagm a fazenda Santa Teresa do Alto", realça Heloísa Maria do Amaral, sobrinha de Tarsila e proprietária da fazenda Sertão, em Indaiatuba.
A variação de cores e a presença de imagens campestres são as referências apontadas pelo procurador e sobrinho de Tarsila, Guilherme Augusto do Amaral, nas obras de sua tia. Ela costumava afirmar que os tons utilizados nos quadros eram exatamente iguais àqueles que havia tido contato enquanto criança. Orgulho de sua origem, Tarsila soube com perfeição e modernismo retratar olugar onde viveu e passou parte da sua vida. O mundo conheceu e continua conhecendo a simplicidade de uma caivariana que também foi ituana, indaiatubana, juniaiense... ou melhor, brasileira.









*Imagens e texto: Revista Regional.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Anjo Falou

texto e imagem do artista José Paulo Ifanger






Faz bastante tempo que estou representado materialmente aqui na torre da Matriz Nossa Senhora da Candelária. Vejo o nascer do sol todo dia, e com carinho e respeito, executo o toque da alvorada (preste atenção que você consegue ouvir) para o povo gentil desta cidade.


Conheço tudo e todos que aqui viveram e vivem; observei as grandes transformações urbanas que aqui ocorreram e continuam acontecendo, aliás, fico preocupado com esse crescimento exagerado, pois sinto que a infra-estrutura precisa estar devidamente preparada.

Vou falar um pouco sobre a cidade atual, quero abordar as coisas alegres e boas que se passaram nesta “terra querida e venturosa”. Querida porque é nossa, é de todos que a adotam, e venturosa porque, morar aqui, nos faz mais felizes ainda. Vocês sabem que o tempo não conta para mim, razão pela qual me lembro do “campo florente, vasto e bonito”, que esperava a chegada dos primeiros moradores.

Eu vi tudo: as ruas de terra batida, cavalos, carroças e charretes circulando calmamente, a construção das praças, escolas, igrejas, prédios públicos e residenciais. Lembro-me bem da construção do hospital, uma obra importante e grandiosa para aquele tempo e que é apropriada até os dias atuais.

Lembro-me da construção do prédio da Câmara e Cadeia na Praça Prudente de Morais, que foi demolida para ceder lugar a “nada”, uma pena. Tenho lembranças da construção da estação ferroviária, dos cinemas, dos clubes de futebol e mais tarde os sociais.

Eu precisaria de muito espaço para descrever o desenvolvimento da cidade em todos os seus aspectos. Indaiatuba foi administrada por excelentes (mas nem todos) homens que deixaram marcas indeléveis no conceito dos moradores da cidade.

A população da cidade sempre foi maravilhosa, cheia de pessoas simples, trabalhadores respeitosos, intelectuais brilhantes e dedicados em suas atuações, comerciantes, prestadores de serviços, professores, médicos e tantos outros que mantêm sua dignidade na cidade.

Vou passar algumas décadas e comentar os últimos 30 anos quando a cidade começou mesmo a se expandir. Graças à visão administrativa e a vontade popular, tomou novos rumos, grandes avenidas foram elaboradas, condomínios de alto padrão, novos e modernos bairros, novas praças e logradouros públicos se ergueram à nossa vista quase que de imediato.

Houve imensa migração, gente de outros estados, de cidades próximas e distantes, optaram por morar em Indaiatuba; tudo isso graças ao aumento das indústrias, dos serviços e do comércio cada vez mais efetivo e representativo.

Surgiu o shopping center, novas lojas e salas de cinema, os clubes se modificaram e cresceram, grandes escolas foram instaladas favorecendo o futuro da nossa juventude.

A prefeitura saiu do centro da cidade buscando um lugar adequado para o desenvolvimento urbano.

A quantidade de agências bancárias aumentou, hospitais, clínicas médicas e consultórios odontológicos e outros se espalharam pela cidade.

A parte cultural da cidade está muito bem, com um magnífico teatro, cursos de artes, eventos significativos e o nosso povo participando.

Restaurantes, bares e casas noturnas surgiram e continuam despontando para atender a todos a contento.

Assim foi, assim é nossa Indaiatuba: repleta de histórias, de momentos difíceis, ocasiões fáceis e satisfatórias como ocorrem às demais cidade parecidas.

Bem, eu vou parando, pois necessitaria de mais umas duzentas mil páginas para me manifestar sobre Indaiatuba, aí, ninguém leria.

Não é do meu feitio, muito menos minha missão aqui na terra, prever ou orientar sobre o futuro, porém deixo algumas sugestões possíveis à mente do homem de reflexionar e antecipar possíveis desconfortos urbanos.

Crescer é bom, mas estar preparado é bem melhor.

Cuidado com o futuro bem próximo, pensem desde já nas circunstâncias do trânsito, cuidem bem da água, da segurança pública, da educação, do emprego para todos, evitem enquanto é tempo a disseminação das drogas e orem bastante para continuarmos no nosso “santo ninho de amor caro e gentil”.


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Texto originalmente publicado no livro "Um Olhar Sobre Indaiatuba (1) de 2006.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Um bate papo com o busto do herói-soldado

 texto de Jota Dablio

Era uma daquelas noites indaiatubanas: céu límpido, estrelado, uma noite calma, sem vento.

Uma certa nostalgia da praça completamente vazia se apossara de mim.

_ Psiu.... Psiu....

Olhei para trás procurando o dono do psiu, e não via ninguém; nem à direita, à esquerda ou mesmo à frente. Deve ser algum pássaro, também notívago, que se deliciava com a noite gostosa, pensei.

_ Psiu, psiu... Ouvi novamente.  _ Aqui forasteiro, sou eu.

Olhei bem para divisar quem me chamara tão insistentemente.

_ Aqui companheiro desta madrugada, sou eu, o voluntário João dos Santos, herói de Indaiatuba. Aproxime-se, quero bater um papo com você.

Juro por Deus, (falando comigo mesmo) nunca mais hei de abusar do copo!

Puxa, estou escutando coisas.

Credo!

 Já ia apressando o passo do toc toc da bengala companheira, quando um psiu bem mais forte ordenou-me a estacar. Parei e olhei bem para a direita e o encarei o busto de João dos Santos, aproximando-me.

_ Pois não seu João, já vou.

_ Pois não seu João, uma ova. Me trate de voluntário João dos Santos.

_ Sim, sim, é claro  - disse-lhe, suando frio-  me perguntando que será que eu não fiz?!

_ Pronto, voluntário João dos Santos, estou todo ouvidos, todo orelhas, todo não sei que mais na algaravia do medo, em outras palavras desconexas, procurando firmar-me no bambú da minha bengala e na coragem que não possuia.

_ Não foi você que passou lá onde mora meu irmão o Aristóteles? Lá na rua Pedro de Toledo na altura do número oitocentos?

_ Sim, fui eu, claro, por uma grande coincidência não fiz de propósito, eu tinha ido...

_ Silêncio, não enrole. Foi você?

_ Sim, fui eu.

_ Pois bem, conte-me o que viu.

_ Bom, voluntário João dos Santos, eu vi o Aristóteles, onde ele mora, onde ele cozinha, etc.

_ O lugar, forasteiro, o lugar, descreva como é. Você não vê que eu estou preso aqui, nem pernas me colocaram, e não posso sair por ai andando? O que ele diz?

_ Mas ele não vem aqui conversar com você? - arrisquei eu.

_ Sim ele vem, mas fala enrolado e nunca entendi direito. Soube por uns intermédios que você esteve lá e quero tudo bem explicadinho, agora.

_ Bom, na verdade, o lugar que ele mora, por caridade de uma indústria (abençoada seja!) não está no relento. Mas é um quartinho que era uma casa da força, onde de vez em quando chove dentro; ele cozinha no corredor, quase ao relento, num fogãozinho em cima de um caixote. O caixão é bem mais baixinho que ele (hi, hi, hi).

_ Nada demais.

_ Desculpe, mas já falando, aqui onde ele mora, não é lá muito confortável para o irmão de um herói.

_ Chega, nada de gozação. Será que você não aprende?

_ Bom, voluntário João dos Santos, ele me disse ainda que sofre de diabetes, do coração e que quando a saúde permite, ajuda um amigo a vender bilhete da loteria, e vai se defendendo contra a miséria de sua vida. Faz ainda uns biscates aqui e acolá. Enfim, vagabundo ele não é, só que a vida é madrasta para com ele, com todas essas  doenças e um milhão de etecéteras. É isso...

_ Muito bem forasteiro.

_ Perdão voluntário João dos Santos, mas fazem seis anos que moro aqui.

_  Ainda assim posso chamar-lhe de forasteiro e de graças à Deus por isso. Onde se viu, meu irmão nessa situação? Você não tem o pecado da omissão de muitos indaiatubanos por não ter nascido aqui. Não terá que pagar esse pecado. Você sabe que todo ano, alguns me trazem flores, fazem discursos, comemoram a sombra do meu busto o dia do Soldado Contitucionalista? Mas isso adianta? Se o coitado do meu mano passa as piores necessidades? Que dirão os visitantes ao contemplar-me aqui na praça? Quem foi ele? - Este, dirá um indaiatubano bem informado, é nosso herói, voluntário João dos Santos, morto na Revolução de 1932, enchendo o peito de satisfação... Já do irmão do herói... É verdade? Irmão do herói Indaiatubano? Sim, sim... cheio de reticências... ele é o irmão do nosso herói indaiatubano.... (falando murcho).

_ Forasteiro, pegue uma picareta, derruba o bronze que me dignifica e vende aos quilos - o que apurar arranje mais conforto para o meu irmão. O dinheiro das flores, que aos pés desta lage fria me presenteiam, e depositam, empreguem para que aqueçam as noites frias de meu querido. A homenagem e a lembrança de cada ano que a mim são dirigidas, desviem-na para seu amparo e conforto, pois, assim estarei mais homenageado e honrado que todo esse bronze, essas flores e todos esses discursos. 

_ Vá, forasteiro, tenha uma boa madrugada se puder...


Imagem da Rua Voluntário João dos Santos, em Indaiatuba.
Imagem do professor Gentil Gonçales Filho in http://www.panoramio.com/photo/26120873


Embarque dos soldados na Revolução de 1932
Estação de trem da Estrada de Ferro Sorocabana - Indaiatuba.
Imagem do acervo de Antônio da Cunha Penna













quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Padre Luís Del Giudice e a "Lyra Indaiatubana"

texto de Nilson Cardoso de Carvalho*


Antônio Reginaldo Geiss, presidente da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba descobriu recentemente em Itu uma foto que lança luzes sobre um texto que copiei na Cúria Metropolitana de Campinas em 1997. O texto é do padre Luís Del Giudice (1) que foi pároco de Indaiatuba desde o final de 1884 ao início de 1890. Antes de deixar Indaiatuba ele escreveu na folha n.o 96 do 2.o livro tombo da Matriz o seguinte:

E também um facto que está no dominio publico que os instrumentos de muzica, que são nas mãos de diversos amadores d’esta arte pertencem a Igreja, tendo sido comprados por meio de uma subscripção popular por mim pessoalmente promovida e auxiliado pelo Sn.r Antonio Gonçalves Ribeiro. Os instrumentos são dezaseis. A saber: um bombardão, dous saxes, dous pistões, uma requinta, duas clarinettas, um flautim, um bombardino, um rufo, um bumbo, um par de prattos.(2) = // Todos estes instrumentos foram dados aos muzicos responsabilizando-se por elles o Sn.r José Manoel da Fonseca (3) . // Indaiatuba 12 de janeiro de 1890 // Vigr.o Luis Del Giudice (4)

Em fins de 1886 D. Pedro II visitou cidades do interior paulista. De passagem para Piracicaba, o Imperador almoçou em casa de Francisco de Campos Araújo, o ‘Chico da Estação’, em Itaici, juntamente com toda a comitiva. Diz Scyllas Leite de Sampaio que “Apesar de não estar no programa parada em Indaiatuba, a passagem foi assinalada com espocar de fogos, comparecendo à estação as autoridades locais, vereadores, o pároco Luís de Giudice, pessoas de destaque na localidade, além da Corporação Musical, sob batuta de seu regente José Mico, como era chamado.” (5)

Complementando informações sobre os músicos e instrumentos mencionados pelo padre, encontramos no Almanaque de Canuto Thorman de 1895 a informação de que Indaiatuba possuía uma banda de música cujo professor era José Luiz de Moraes e o presidente era o Major Alfredo de Camargo Fonseca (6) . A banda chamava-se “Lyra Indaiatubana”.

Nabor Pires de Camargo informa, em publicação póstuma recente (7) , que antes de 1912 o maestro Hilário Dias de Almeida havia regido uma banda durante alguns anos da qual pertenceram entre outros músicos José Mário (celebre pistonista nas redondezas de Indaiatuba), Vicente Tanclér, Rafael Tanclér, Luiz Laurenciano (Canivete), Carlos Montebello e Alziro Pires de Camargo, o “Miloca”. Depois do maestro Hilário, esteve na direção da banda o maestro Francisco Fávero, pai do grande jurista Flamínio Fávero. Em 1912 o maestro José Lopes dos Reis, o “Dunga”, assumiu a direção da “Primeira Banda Oficial de Indaiatuba”, isto é a primeira banda subvencionada pela Prefeitura. Nesta atuaram elementos das bandas anteriores, e mais: Hermenegildo Pinto, João Nunes, Afonso Bonito, Sylvio Talli, Rêmulo Zoppi, José Minas, Alfredo Coppini, Higino Coppini, Atílio Minioli, Godofredo Pires de Camargo, Jaime Pires de Camargo e Nabor que era o mais jovem dela.

Antônio Zoppi conta que os instrumentos usados pela banda do maestro Dunga eram tão velhos que o trombone do mestre tinha que ser consertado com cera, para tampar os buracos que tinha (9) .

A conclusão é que os dezesseis instrumentos adquiridos pelo padre Giudice foram os responsáveis pela origem da “Lyra” e de outras corporações musicais que tão fortemente atuaram para desenvolver uma cultura musical em Indaiatuba.


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(1) “Revd. Luiz Del Giudice, natural da Itália, nomeado [pároco] de Indaiatuba a 11 de dezembro de 1884 e tomou posse no dia 21, provido por um anno no dia 29 do mesmo mez e anno. Obteve nova provisão por 1 anno em 26 de dezembro de 1885 – Novo provimento annual a 24 de dezembro de 1888. Novo provimento a 20 de dezembro de 1889. Retirou-se do Bispado”. [1890]

(Arquidiocese de São Paulo – Livro de Paróquias n.o 1, fls 57 – Indaiatuba (22-9-1848-26-7-1906)

(2) Apenas treze instrumentos foram relacionados.

(3) Capitão [Guarda Nacional] José Manoel da Fonseca Leite Jr., filho de José Manoel da Fonseca e de D. Gertrudes de Camargo Arruda. Foi casado com D. Thereza de Almeida Prado (1857) e, em segundas núpcias, com D. Maria Brasiliza da Silva Prado (1878). Com a primeira teve os filhos: Doutor José Manoel da Fonseca Leite Júnior, D. Escolástica da Fonseca Bicudo, Jesuino da Fonseca Leite, D. Gertrudes da Fonseca Cotching. Não teve descendência no segundo consórcio. Foi dono das fazendas Morro Torto, Engenho d’Água, e Pau d’Álho entre outras, e ao falecer em 1897 deixou para seus herdeiros as fazendas Cachoeira do Jica, Pau Preto e Bela Vista, além de ações e prédios em São Paulo num monte avaliado em pouco menos de mil contos de réis.

(4) Livro Tombo da Matriz de N.a S.ra da Candelária de Indaiatuba n.o 2 (1876-1890), fls. 96; Arquivo da Cúria Metropolitana de Campinas.

(5) SAMPAIO, Scyllas Leite de, 1891-1966, e SAMPAIO, Caio da Costa. Indaiatuba – sua história.- Indaiatuba SP: Rumograf, 1998, p. 293

(6) Cf. “Completo Almanak administrativo, commercial e profissional do Estado de São Paulo para 1895 contendo Todos os municipios e Districtos de Paz Nono Anno Reorganizado segundo os decretos por Canuto Thorman.” ; ed. fac-similar existente na biblioteca do Arquivo do Estado de São Paulo em novembro de 1995.

(7) O major Fonseca consta no almanaque de Thorman como Intendente da Câmara Municipal, presidente da Lyra Indaiatubana e presidente do diretório do Partido Republicano em Indaiatuba no ano de 1895.

(8) CAMARGO, Nabor Pires, 1902-1996. Recordações de um clarinetista. – Indaiatuba: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, 2000, p. 49 e segs.

(9) ZOPPI, Antônio. Reminiscências de Indaiatuba. Indaiatuba: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, 1998, p. 25.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Brasão de Indaiatuba



A 17 de outubro de 1966, aprovou o legislativo local a Lei n.º 930  que instituiu o "Brasão de Armas da Cidade e Município de Indaiatuba", elaborado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhística, sr. Euzo Silveira, graças à iniciativa e contribuição do Rotary Club local, que veio a realizar o velho sonho do nosso vereador Osvaldo Stein, já falecido.


SÍMBOLOS INTERIORES:

O brasão tem o formato redondo, estilo português peninsular, o que lembra o passado lusíada do Brasil. Os dois campos de góles (vermelho) envocam os sentimentos de liberdade, audácia, intrepidez e combatividade. O terceiro campo de blau (azul) representa a lealdade, a glória, a serenidade e o zelo.

No primeiro campo, o pé de Indaiá é a imediata lembrança do nome da cidade desde os seus primeiros tempos; no segundo campo, as duas polias conjugadas lembram o esforço industrial da cidade que marca o seu progresso e a sua evolução constante. No terceiro campo, a faixa de prata ondulada representa o Rio Jundiaí, que constitui a base de seu sistema hidrográfico. Junidaí é de Junidiá, nome de peixe e "y" que quer dizer água, significando, portanto, Rio dos Jundiás.

As duas destas são: a primeira, de formação do Distrito e a segunda, a da constituição do município.


SÍMBOLOS EXTERIORES

A coroa mural é a simbologia do município em Heráldica, e o escudete de blau (azul) com uma flor de liz de prata que cobre a porta principal da coroa mural é a evocação da Padroeira do Município, Nossa Senhora da Candelária.

O ramo de café frutificado, na sua cor natural,  à direita, é o simbolismo do trabalho de todos os paulistas que formaram os cafezais, contribuindo para o engrandecimento do Brasil e a consolidação do seu crédito no exterior.

O ramo de louro, à esquerda, é a lembrança perene das glórias do povo de Indaiatuba, que tem feito tudo pelo seu engrandecimento e, consequentemente, o de São Paulo e também do Brasil.






Conforme a Lei de Propriedade Industrial Brasileira (Lei 9.279 de 14 de maio de 1996), Capítulo IV, Artigo 191, os símbolos oficiais brasileiros são de Domínio Público. Podem ser copiados e reproduzidos sem qualquer permissão do governo ou qualquer outra pessoa (a menos que eles sejam copiados ou reproduzidos com intenções ofensivas).

Colaborou: vereador Dr. Helton Antonio Ribeiro

Bandeira de Indaiatuba


LEI No. 1.024 DE 20 DE AGOSTO DE 1968

"Dispõe sobre a bandeira do Município de Indaiatuba"

A Câmara Municipal aprova e eu sanciono a seguinte Lei:

ART. 1o. É instituída a Bandeira do Município de Indaiatuba, que se caracteriza por um campo de três palas, sendo o primeiro vermelho, o segundo central, branco (prata) e sobre o Brasão de Indaiatuba, e o terceiro azul.

ART.2o. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de Indaiatuba, aos 20 de Agosto de 1968.

Prefeito Municipal
Romeu Zerbini


Veja também: http://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2009/11/brasao-de-indaiatuba.html


Conforme a Lei de Propriedade Industrial Brasileira (Lei 9.279 de 14 de maio de 1996), Capítulo IV, Artigo 191, os símbolos oficiais brasileiros são de Domínio Público. Podem ser copiados e reproduzidos sem qualquer permissão do governo ou qualquer outra pessoa (a menos que eles sejam copiados ou reproduzidos com intenções ofensivas).



Colaborou: Dr. Helton  Antonio Ribeiro

Capelleti in Brodo

Deize Clotildes Barnabé de Moraes*


Era o aniversário do nonno.

Logo pela manhã, tão logo o sol nascia, a nonna ascendia o fogo a lenha na cozinha, preparava o café, fervia o leite e colocava um grande canecão com água para ferver. As tias, tiritando de frio, enchiam de lenha o forno, que ficava do lado de fora da casa, e tocavam-lhe fogo. As crianças, já de pé, tomavam o café às pressas e corriam ao terreiro, onde, sob as ordens da nonna, aos trambolhões recheados com grandes risadas, pegavam o maior frango, especialmente criado para essa data. Sem nenhum pudor ou melindre, a avó destroncava o frango, mergulhava-o na água fervente e passava a depená-lo com perícia e rapidez, tirando suas entranhas e lavando-o escrupulosamente. Sobre o buraco mais distante do fogão já se colocara uma grande panela de ferro com água. Dentro dela, logo que começasse a ferver, jogava-se o frango inteiro, incluindo os miúdos muito bem limpos, um pedaço generoso de toucinho, uma cebola inteira, um ramo de alecrim, salsa, cebolinha e o que mais houvesse com jeito de tempero. Minutos depois o cheiro do caldo já ia impregnando a casa e os arredores.

As tias, logo que o forno estivesse no ponto exato do calor, retiravam a lenha em brasa com uma longa vassoura feita de galhos verdes, deixando algumas brasas amontoadas nos cantos. Em seguida, colocavam a leitoa, marinada desde a véspera e tapavam a porta do forno, escorando-a com o cabo da vassoura e regulando o calor através de uma abertura no alto que podia ser fechada ou aberta conforme a necessidade de mais ou menos calor. Depois dessa tarefa, passavam a preparar a sobremesa, que teria que estar fria ao ser servida. Ralavam um coco, despejavam água fervente sobre as raspas e coavam, criando o leite de coco, que era misturado ao leite de vaca, açúcar e maizena e levado ao fogo, mexendo-se sempre para não encaroçar. Depois de engrossado, despejava-se em uma forma de buraco no meio que era colocada dentro de uma grande bacia de água fresca, para esfriar. A calda, feita com água, açúcar e vinho tinto, bem rala, era servida com as fatias do manjar, em pratos de sobremesa com grandes cachos de uva pintados no fundo. As crianças pequenas tinham certeza que eram aquelas uvas que soltavam a calda daquele doce!

A esta altura a nonna já enchera uma grande bacia com quilos de trigo que formavam uma montanha branquinha, fizera um buraco no meio daquele trigo todo e dentro desse buraco ia colocando dúzias de ovos inteiros, descartando as cascas com maestria. Com a mão direita começava a misturar o trigo com os ovos enquanto com a esquerda virava a bacia para ajeitar a massa. Depois de todo o trigo estar incorporado aos ovos, tirava o bolo de massa da bacia a passava a sová-la sobre a mesa, tornando-a lisa e elástica. As crianças, interessadíssimas, ficavam ao redor da mesa assistindo à mágica. Nesse ponto, era a vez do pau de macarrão entrar em ação. Era um longo pau, feito de um antigo cabo de enxada de guatambu, liso pelo uso. Separava-se a massa em dois ou três pedaços e trabalhava-se um de cada vez. Os pedaços que não estavam sendo trabalhados voltavam para a bacia, onde eram cobertos por guardanapos alvíssimos, para não perder a umidade. Com habilidade tecida ao longo de toda uma vida, o pau de macarrão, nas mãos da avó, ia moldando a massa e transformando-a numa grande roda, muito fina que, de tão grande, caía ao lado da mesa.

Enquanto a nonna abria a massa sob os olhares encantados das crianças, as tias retiravam da panela do caldo os miúdos do frango e o toucinho já cozidos e moíam-nos, juntando aos poucos farinha de rosca, queijo parmesão ralado e por último um pouco de noz moscada. Estava pronto o recheio dos cappelleti.

Abria-se então a grande mesa da sala de refeições, as crianças e as mulheres sentavam-se ao seu redor, a nonna dividia a massa em grandes tiras que cortava em pequenos quadrados que eram então distribuídos ao longo da mesa e todos, o mais rapidamente que podiam, faziam pequenas bolinhas de recheio, colocavam no centro do quadradinho da massa, dobravam em diagonal e depois juntavam as pontas do triângulo assim formado, dando à massa a forma do chapeuzinho, cappelleti, em italiano. As crianças muito pequenas demoravam em aprender, mas eram incentivadas pelas mais velhas e pelas tias e mães a acertarem. Quando erravam muito, podiam comer aquela massa disforme. Isso era uma festa para os maiores, que erravam de propósito, para comer a massa e principalmente o recheio. A festa acabava quando uma das mães, fingindo só aí ter percebido a manobra, retirava o levado da mesa por algum tempo, como punição pela falcatrua.

De vez em quando uma tia saía da sala para vigiar a leitoa e outra ia cuidar do arroz e da farofa no fogão. Depois voltava para a confecção dos cappelleti que, aos poucos, iam enchendo grandes peneiras de taquara cobertas com panos de prato e colocadas à janela para que a massa enxugasse. Chegava uma hora em que parecia que nada ia ficar pronto a tempo: as vozes dos homens já estavam em alto tom, a leitoa parecia que ia queimar, o arroz já estava cozido e os cappelleti não estavam prontos. Calavam-se as vozes das mulheres e das crianças, acelerava-se a produção e a nonna começava a arrumar o canto da mesa, colocando a toalha, os pratos e talheres.

Enquanto esse ritual se desenvolvia entre as mulheres e as crianças na cozinha e na sala de refeições, os homens, que já tinham cuidado do gado e das tarefas matinais, junto com o aniversariante, sentavam-se na soleira da porta ou na sala e jogavam baralho ou conversa fora. O avô dirigia-se ao porão, um lugar que ele julgava secreto, mas de domínio público (as crianças sabiam exatamente o que se guardava ali...) e escolhia o fiaschim de seu chianti preferido e guardado para as melhores ocasiões. Ao rolar do vinho, as vozes iam ficando cada vez mais exaltadas, até parecerem uma briga. Só parecia. Nunca havia briga de verdade.

O frango era retirado do caldo com a escumadeira e finalmente, os cappelleti já prontos eram entornados nele! Ao mesmo tempo, a leitoa era retirada do forno, pururuca e cheirosa.

Todos à mesa. O nonno à cabeceira, a nonna à sua direita, a grande terrina com os cappelleti in brodo à sua frente, ele ia servindo a todos, adultos e crianças, aquele caldo cheiroso e aquela massa saborosa. Depois era servida a leitoa com arroz e farofa e por último a sobremesa, a mais aguardada pelas crianças: manjar de coco com calda de vinho tinto.

Não havia parabéns nem presentes. Só a presença e a comunhão de todos.


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* Este e outros textos de Deize Clotildes Barnabé de Moraes foram originalmente publicados no livro
"Um Olhar sobre Indaiatuba" (I), publicado pela Fundação Pró-Memória de Indaiatuba em  2006, com apoio institucional da  Câmara Municipal de Indaiatuba, sob presidência de Maurício Baroni, na gestão do então prefeito major José Onério da Silva.
 

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Carta de Indaiatuba

Em  outubro de 2007 aconteceu em nossa cidade o primeiro Seminário da Região Metropolitana de Campinas do Meio Ambiente - 2007 + 10.

Nele foi elaborada a “Carta de Indaiatuba”, documento que estabeleceu as ações que devem ser realizadas em conjunto pelos municípios da Região Metropolitana de Campinas - RMC, visando promover o desenvolvimento sustentável regional nos próximos 10 anos.

Com uma população de aproximadamente 3 milhões de pessoas, distribuídos por 19 municípios, a RMC abriga grandes indústrias, universidades, um sistema viário consolidado, além do terceiro maior aeroporto internacional do País. Em contraste, apresenta também sérios problemas de degradação ambiental: os remanescentes de vegetação natural são escassos, com apenas 5% de mata atlântica, que originariamente cobria toda a região; apenas 50% do esgoto é tratado e a região sofre sérios riscos de desabastecimento, em razão do alto índice de poluição dos rios que formam a bacia do Piracicaba/Capivari/Jundiaí.
A "Carta de Indaiatuba" é o compromisso das 19 cidades  da RMC de atuarem conjuntamente para a otimização de recursos materiais e financeiros e para a maior eficácia das ações, independente de quem esteja no poder.

Por outro lado, cabe a nós, cidadãos: (1) conhecer o teor da Carta, (2) executar ações ao nosso alcance e (3) também ficarmos atentos ao que as autoridades do leglislativo e do executivo por nós eleitas estão ou não fazendo para cumprir a meta para 2017.



CARTA DE INDAIATUBA


DECÁLOGO DE METAS E COMPROMISSOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS COM A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Os participantes do I Seminário RMC do Meio Ambiente 2007+10, realizado dias 16 e 17 de outubro de 2007, em Indaiatuba, reuniram-se sob a marca do compromisso com a integridade e responsabilidade pela vida, considerando a preservação da diversidade biológica, a proteção das águas, o direito ao ar limpo, o direito à moradia em condições dignas de saneamento e a uma educação e comunicação para a sustentabilidade. Assumimos, portanto, um compromisso com a plena sustentabilidade ambiental, considerando os direitos das atuais e futuras gerações à qualidade de vida.

Considerando esses nossos compromissos, identificamos as metas que o conjunto de cidadãos, organizações e poder público buscarão atingir, no prazo de dez anos, para consolidar o esforço metropolitano pela sustentabilidade local, regional, nacional e planetária:

1. Estruturar o sistema metropolitano de planejamento e monitoramento ambiental, que irá considerar a importante contribuição dos centros de ciência e tecnologia localizados na RMC. O sistema metropolitano será responsável pela formulação de planos, programas e projetos voltados a saneamento, conservação e recuperação de áreas verdes, proteção da biodiversidade e qualidade das águas e outros aspectos ambientais de abrangência regional.

2. Estruturar um abrangente programa de educação ambiental, que contribua para as mudanças culturais necessárias à conquista da sustentabilidade. O programa metropolitano de educação ambiental deve ser um componente transversal da ação de os todos órgãos públicos e da sociedade civil.

3. Recuperar as matas ciliares, expandir a mancha verde urbana com árvores de grande porte e estruturar um sistema metropolitano de Unidades de Conservação e de bancos de áreas rurais e urbanas voltados para o reflorestamento. O sistema metropolitano irá contemplar a recuperação e proteção das Áreas de Preservação Permanente, o incentivo a Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), a instalação de corredores ecológicos, o cadastramento da biodiversidade regional, um banco com informações sobre a aplicação de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e a criação de uma nova categoria de Unidades de Conservação UCs, tais como os parques metropolitanos.

4. Estruturar um sistema metropolitano para a sustentabilidade dos recursos hídricos e o pleno abastecimento público de água, contemplando o tratamento de 100% dos esgotos urbanos, o estímulo ao uso racional dos recursos hídricos, ações para o reuso domiciliar de água e captação das águas de chuva e uma ativa participação da RMC na renegociação do Banco de Águas vinculado à operação do Sistema Cantareira. O sistema metropolitano irá reforçar o controle do uso das águas subterrâneas pela população e setor produtivo.

5. Viabilizar um sistema metropolitano de resíduos sólidos, contemplando a formulação de um Plano Sócio-Ambiental Metropolitano de Resíduos Sólidos, a produção consorciada de biocombustíveis a partir da coleta de óleos usados e a realização de um Fórum Metropolitano de Inclusão Sócio-Econômico e Ambiental dos Catadores de Materiais Recicláveis. O sistema regional irá contemplar a viabilização de uma central metropolitana de reciclagem e compostagem, em sinergia com as estruturas dos atuais aterros sanitários da RMC, e também a instalação de uma rede de ecopontos para produtos descartáveis, para resíduos sólidos e inertes, pneus, baterias, pilhas e outros produtos perigosos. As informações sobre resíduos sólidos estarão completamente disponíveis e atualizadas com acesso amplo para os cidadãos.

6. Estruturar um sistema metropolitano de transportes coletivos, incentivando o transporte sobre trilhos e contemplando o uso de biodiesel 5% na frota de ônibus das empresas concessionárias e também em toda frota do serviço público, incluindo automóveis, máquinas e tratores.

7. Implantação de um sistema regional com rotas alternativas para transporte de produtos perigosos que não atravessem, quando possível, as áreas urbanas da RMC.

8. Implantar, em conjunto com o Poder Legislativo, uma central de base de dados sobre leis ambientais aprovadas nas Câmaras Municipais da RMC. O diálogo com o Poder Legislativo deve incluir a proposta de incentivos fiscais para empreendimentos ambientais, manutenção de áreas verdes, implantação de tecnologias limpas e outras atividades de sustentabilidade ambiental.

9. Estabelecimento de convênios em parceria entre as Guardas Municipais, visando à prevenção e combate aos crimes ambientais na RMC, como no caso das queimadas.

10. Diálogo e apresentação de proposta ao Poder Judiciário, no sentido de incentivo à aplicação de penas alternativas para crimes ambientais.

Compromissados com o futuro, a diversidade e a sustentabilidade da vida, os cidadãos metropolitanos querem compartilhar sua fé e esperança em que a ação coletiva e planejada, envolvendo todos os segmentos responsáveis – poder público, setor empresarial, meios de comunicação, universidades e setor educacional em geral, organizações religiosas e sociedade civil de forma ampla – irá resultar em uma Região Metropolitana de Campinas com qualidade e responsabilidade pela vida.

Indaiatuba, 17 de outubro de 2007.


Angelo Augusto Perugini, prefeito de Hortolândia, presidente do
Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas

Rodrigo Maia, prefeito de Monte Mor e vice-presidente do Conselho da RMC

José Onério da Silva, prefeito de Indaiatuba

Demais participantes do I Seminário RMC do Meio Ambiente 2007+10


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Bar do Nato

Denise Stein Rezende da Silva


Dizem que a memória retém os fatos mais marcantes em nossa vida, aqueles que nos deixaram marcas, portanto, os mais felizes e agradáveis e (ou) os mais desagradáveis e tristes. É por isso que dizemos “Não quero nem lembrar” quando nos referimos a uma lembrança triste; e dizemos “É inesquecível” ao nos referirmos a um momento alegre.

É assim que me lembro do Bar do Nato: lembranças boas, agradáveis, alegres, inesquecíveis. Eu era menina ainda e freqüentava o bar de vez em quando juntamente com meus pais e irmãos, quando saíamos do cinema.

“Bar Dom Pedro II” – nome pomposo, de imperador! Porém, era popular e carinhosamente conhecido como Bar do Nato e ficava na rua XV de Novembro esquina com a Padre Bento Pacheco. Eram seus proprietários os senhores Fortunato Deltreggia, o Nato e Antônio Farinello, o Toninho.

Tudo começou por volta de 1943, quando o Sr. Fortunato comprou um pequeno bar e quitanda do Sr. José Luis Fonseca. Na ocasião, o Sr. José Lima era seu sócio, sendo substituído anos mais tarde pelo Sr. Toninho. Ficaram juntos até 1962, quando foi vendido para o Sr. Pedro Tomitake.

O Bar do Nato era um local gostoso e divertido e obteve seu auge na década de 1950. A cidade não possuía clube e o bar era um excelente lugar para ir com a namorada ou namorado, encontrar amigos e jogar conversa fora, ou mesmo discutir sobre futebol ou política. Era bem freqüentado, tanto no sentido de estar sempre lotado, como no sentido de pessoas de bem: eram conhecidos, amigos, torcedores do Primavera, casais, famílias, políticos – sobretudo vereadores. E até artistas, uma vez ou outra. Como pessoas famosas que passaram por lá, lembramos Mazzaropi, Costinha, Jânio Quadros. No dia em que Mazzaropi ali esteve, acomodou-se no reservado do bar mais ao fundo e começou a contar anedotas. A sala foi se enchendo, enchendo e de repente estava lotada!

Era assim: por um motivo ou por outro, sempre estava lotado, mesmo que fosse simplesmente para tomar um sorvete! E que sorvete! Não existia nenhum outro lugar onde se fizesse sorvete tão delicioso. O meu picolé preferido (dizia-se na época ‘sorvete de palito’) era o de coco-queimado, e o de massa, era o de ameixa. Mas havia outros sabores, como coco, milho verde, abacaxi, flocos, esquimo – este era novidade (coco branco envolto em casca de chocolate, e detalhe... o dobro do preço !). Os sorvetes eram incomparáveis!

E quem não se lembra do lombinho? E do famoso bauru? E da bisteca na chapa servida com arroz, ou do lanche de lingüiça? E do churrasquinho... da caipirinha ... É tudo inesquecível! Com o lanche de linguiça na chapa inaugurava-se o primeiro lanche quente na cidade. Era um sucesso! Aos sábados, os espetinhos para churrasco eram preparados no quintal, no fundo do bar e o freguês tinha a liberdade de se dirigir até lá e escolher o seu.

Dos quitutes servidos no bar, o mais famoso era o bauru. O Nato e o seo Toninho adquiriram um aparelho elétrico próprio para preparar bauru: era uma caixa de metal com quatro aberturas; o queijo e o presunto eram arrumados sobre uma espátula comprida, e esta era introduzida na abertura; ali eles eram esquentados, meio torrados. O bauru tinha um sabor especial, exclusivo e soberbo.

Lá pelo ano de 1954 ou 1955, surgiu o chamado liquidificador, sim, o eletrodoméstico! Era algo desconhecido até então, ausente totalmente nos lares brasileiros. Um dia, meu irmão chegou em casa dizendo: “Mãe, no Bar do Nato, tem um aparelho novo que tritura as frutas, misturadas com leite e dá um refresco delicioso!” Era a vitamina de frutas, que finalmente estávamos conhecendo ! Foi um sucesso! Ali se fazia o melhor suco de frutas ou vitamina. Inigualável!

Mas não era só por causa dessas peculiaridades que o bar era um sucesso... A maior causa desse sucesso vinha dos próprios proprietários, que eram simpáticos, gentis, corteses e alegres, inspirando satisfação e deleite aos seus fregueses. Também existia uma amizade fraterna, amizade verdadeira entre eles e nós, os fregueses e clientes. Uma simpatia que irradiava alegria no ambiente.

Era assim o Bar do Nato: bonito, gostoso, simpático, alegre e prazeroso! Era assim!...



(*) texto originalmente publicado no livro "Um Olhar sobre Indaiatuba", da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, a venda no Casarão do Pau Preto.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Vereador Cebolinha faz indicação de plantio de INDAIÁS

Dia 26 p.p. o vereador Cebolinha, através da indicação 769/2009 (cuja cópia está abaixo), fez um ato de incentivo à ecologia e ao mesmo tempo à nossa História.

Prestes a fazer aniversário nossa Indaiatuba está muito, muito longe do que foi quando ainda era uma pequena freguesia. Teve seu desenvolvimento fomentado principalmente com a vinda de indústrias na década de 1970, mas mesmo nessa época, pouco se tinha de sua palmeira mais nobre, que lhe emprestou o nome: a palmeira de indaiá.

E justamente para incentivar o plantio de indaiás que Cebolinha fez a indicação, solicitando ao prefeito Reinaldo Nogueira que, através de secretaria competente, plante inúmeros indaiás!

Se o prefeito atender à indicação do vereador Cebolinha, teremos a oportunidade de ver novamente - tomara que de forma abundante - esse exemplar que existia em muita quantidade em nossa cidade.

Da palmeira de indaiá, quase tudo se aproveitava: das folhas, fazia-se coberturas e colchões, do caule, saboreava-se o palmito, e os coquinhos serviam para inúmeras receitas, principalmente de doces - isso quando não eram saboreados in natura pela criançada que corria pelos campos com muitos indaiás.

Essa abastança toda, somada ao crescimento urbano, novos loteamentos e talvez também um pouco de falta de informação e conscientização, dizimou os indaiás de nossa terra... e seu retorno seria um ótimo presente de aniversário para nossa Indaiatuba.

Termos de volta nossos indaiás é a chance de reconstruir um pedacinho do cenário de nosso passado. E ao contrário do que alguns podem pensar, isso não é simplesmente motivo de deleite para historiadores como eu, não.

Essa é uma chance de revermos nossa história, relembrarmos nosso passado, refletir porque incorporamos (ou não) certos valores, certos modos de pensar, sentir e agir.

Porque não temos mais nossos nativos indaiás?

Buscando essa resposta, com certeza aprendemos mais sobre nossa cidade. Ao ouvirmos as diferentes respostas, ao pesquisarmos quais delas seriam mais "verdadeiras" (existiria uma verdade absoluta?) aprendemos mais (também) sobre nós mesmos e também nos construímos e nos fortalecemos como pessoas inseridas em um grupo social com uma História específica.

Que seu projeto seja viabilizado, Cebolinha!




domingo, 8 de novembro de 2009

Patrimônio e Políticas Públicas

Eliana Belo Silva

No final de 2008, o prefeito em exercício, o major José Onério, ratificou um decreto tombando sete bens de valor cultural em nossa cidade:
 (1) a antiga sede da Fazenda Engenho D´Água, localizada no Jardim Morada do Sol,
(2) a matriz Nossa Senhora da Candelária,
(3) a Casa Paroquial,
(5) o busto de Dom José de Camargo Barros,
(6) a Caixa D´Água do Casarão, e
(7) o Hospital Augusto de Oliveira Camargo. Sem dúvida a ratificação foi uma conquista imensurável no sentido de preservar nosso patrimônio, nossa História, nossa memória.


Mas não basta.

O patrimônio - entendido como um bem móvel, imóvel ou natural que possua valor significativo para uma sociedade, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico – não basta ser tombado, deve ser preservado.

Tombar e preservar não são sinônimos. Preservar é uma ação advinda principalmente de duas frentes: do poder público, através de Políticas Públicas, e de ações populares através de atitudes cidadãs.

Política Pública, esse conceito tão em moda, é um sistema de gestão cujo objetivo está relacionado a um compromisso público e ações práticas decorrentes, que visam dar conta de uma determinada demanda, nesse caso, da necessidade de preservar nosso Patrimônio. Mas infelizmente o que temos visto é apenas uma parte desse conceito sendo aplicado, uma vez que as autoridades muitas vezes demonstram sim, o compromisso público, mas a segunda parte, que são as ações decorrentes, pouco se vê. Nesta parte prática, o correto seria planejar as ações de preservação, divulgar, treinar envolvidos, aplicar metas e, no tempo planejado, verificar se as metas foram ou não atingidas para, então, fazer ações de correção e replanejamento. Para que esse sistema funcione, gestores e colaboradores devem ter, obviamente, o suporte favorável de um sistema jurídico. Daí sim farão ações concretas. Caso contrário, nossa cidade, ou qualquer local ou bem, fica apenas exposta à boa vontade, ao compromisso falado e não aplicado. Para viabilizar políticas públicas favoráveis à preservação do patrimônio é também necessário decisão política, pois novamente, política pública e decisão política não são sinônimos.

Por outro lado, há de se considerar nós, o povo. O que fazemos para conservar nosso patrimônio? Um louvável exemplo é atitude do proprietário do terreno onde está a Caixa D água, perto do Casarão. Desconheço seu nome e injustamente perco a chance de aqui o registrar, mas cito sua exemplar atitude de construir um belo prédio, funcional e bem localizado sem, contudo, interferir no patrimônio, muito pelo contrário: a Caixa D água está lá, preservada, pintada, ajardinada, linda! Ema referência positiva de que o velho e o novo podem coexistir em paz.

Outra atitude que pode ser aplicada de forma independente, sem advir necessariamente de ações de governança pública é a Educação. A família, a Igreja, a Escola, as instituições públicas e privadas devem também contribuir com ações de informação, treinamento e/ou conscientização para com a valorização e conseqüente preservação do nosso patrimônio. Afinal, ninguém gosta do que não conhece e divulgar a história e a importância do nosso patrimônio é um importante (se não o melhor) caminho para preservá-lo.

Para terminar citando um exemplo que reforça essa tese, (re) lembro os fatos ligados à conservação do Casarão Pau-Preto, que estaria hoje ruído (ai!), existente apenas em nossas memórias e fotos amareladas se não fosse um grupo que, de tanto agir e insistir de várias formas, não só o manteve, mas deu início ao que hoje valorosamente é um orgulho para nossa cidade: a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba.

E você? O que faz para a preservação do nosso patrimônio?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Família Takahara

texto de Maria Imanishi

Foi em março de 1.947 que o casal Miyoji e Toshiko Takahara chegou a Indaiatuba. Trouxeram juntos seus oito filhos: Luiz Hideo, o primogênito, com 15 anos, Mário Takashi, Maria Maçako, Mariano Chirossi, Estela Kayo, Terezinha Kiyoko, Amélia Shigueko, Maria Katsuko (Cida) de apenas 1 ano.

A vinda para Indaiatuba não foi apenas a troca de uma cidade por outra. Foi, principalmente, uma mudança radical na vida do imigrante japonês Miyoji Takahara.

Miyoji Takahara, nascido em 12 de fevereiro de 1907, na província de Fukushima, Japão, era o segundo filho do casal Sakuju e Moyo Takahara.

Imigrou para o Brasil em 1928 e foi trabalhar nas fazendas de café da região da Mogiana (São José do Rio Pardo).

Residiu também nas regiões de Bauru, Gralha, Gália, Pirajuí, Duartina e Garça, locais de grande concentração de japoneses, trabalhando e enfrentando muitas dificuldades, e sempre procurando ajudar seus conterrâneos.

Quando estourou a 2ª Guerra Mundial, Miyoji Takahara era um bem sucedido comerciante, proprietário de um armazém de secos e molhados em Garça. Era também professor de japonês, trabalho que exercia, voluntariamente, à comunidade japonesa.

A entrada do Brasil na guerra contra o Japão, foi uma reviravolta em sua vida. Ele teve que destruir, à noite e às pressas, o barracão que servia de escola da língua japonesa. Teve confiscado as mercadorias com rótulos escritos em japonês e sofreu também o abuso da polícia brasileira que se achava no direito de não pagar o que consumia.

Por outro lado, seus próprios conterrâneos, não saldavam as dívidas. Foi considerado “traidor da pátria” porque na abertura de um jogo de beisebol, ele discursou dizendo que a derrota do Japão “era um fato real e que era preciso muita união, compreensão e trabalho redobrado para que todos pudessem viver em paz.”

O fanatismo tomou conta dos “vitoristas” (katigumi) que pregavam a vitória do Japão e eles perseguiam os “derrotistas” (makegumi) que aceitavam a derrota. (Surgimento do “Shindo Renmei”, organização ultraconservadora de japoneses residentes no Brasil, responsável por muitos atos de violência e até mortes, episódio tão bem retratado no livro “Corações Sujos” de Fernando de Morais).

Foi perseguido e, jurado de morte, teve que fugir de Garça, no início de 1946, procurando abrigo em Campinas, onde tinha amigos.

Dª. Toshiko tinha ficado num sítio nas proximidades de Garça, com sete filhos e grávida do 8º. E foi aí, sozinha, que ela deu à luz a uma menina. Até então, todos os partos de seus sete filhos tinham sido feitos pelo marido, Miyoji Takahara. Era ele também que costumava cuidar de doentes, aplicar injeções, servir de conselheiro e casamenteiro e muitas outras funções nas comunidades onde viveu.

Escolheu Indaiatuba por sua localização privilegiada, seu povo hospitaleiro e, principalmente porque na cidade, Miyoji Takahara não encontrou nenhum japonês fanático, o que vinha de encontro ao seu desejo de paz.

A família veio de Garça no trem da Companhia Paulista, desceu em Campinas e chegou a Indaiatuba, tomando a “jardineira” (ônibus) da empresa Bonavita pela estrada velha de terra.

Foi acolhida por Jerônimo Perussi (Momi) que os alojou num imóvel de sua propriedade, localizado na Rua Siqueira Campos, próxima ao Banco Mercantil que ficava na esquina com a Rua Candelária.

Depois de alguns meses, a família se estabeleceu na chácara de Domingos Genaro que era casado com Emília, filha de Momi (pais de Carlos, atual presidente do Indaiatuba Clube). Nessa chácara, que ficava na baixada da antiga Estação da Estrada de Ferro Sorocabana (hoje transformada no Museu Ferroviário, que pertence à Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura - FIEC), Takahara plantou verduras: alface, couve, almeirão e tomate. Cultivou também couve-flor e acelga, mas como poucas pessoas conheciam esses produtos, ele dava receitas para poder vendê-las.

Muitos estranhavam o tipo físico e a linguagem exótica dessa família japonesa. Os vizinhos também não estavam acostumados com certos hábitos, como o “ofurô” (tina de banho), a culinária ou a mãe que carregava a criança amarrada às suas costas, enquanto lavava roupas no rio.

É fato que, no período de 1935/1941 já havia, em Indaiatuba, um pequeno número de japoneses que plantava algodão na Fazenda Pimenta: os Gomassako, Imanishi, Miura e Miyake.

Mas foi por iniciativa de Miyoji Takahara que, em 29 de abril de 1947, esse grupo se reuniu pela 1ª vez e no dia 7 de setembro desse mesmo ano com 18 membros fundaram a 1ª Associação Japonesa que deu origem à atual A.C.E.N.B.I. (Associação Cultural Esportiva Nipo-Brasileira de Indaiatuba). Foi presidente dessa entidade, que é referência da comunidade japonesa de Indaiatuba, por 17 anos (1953 a 1970).

Takahara era muito comunicativo e fazia amigos com facilidade. Preocupado com a educação dos filhos, já havia mandado o primogênito para São Paulo e o segundo para a Escola Agrícola de Pinhal. Como em Indaiatuba só existia o curso primário do Grupo Escolar “Randolfo Moreira Fernandes”, logo que chegou aqui, procurou o prefeito Jacob Lyra (1947) para reivindicar a criação do curso ginasial. Jacob Lyra propôs ao Takahara que se ele conseguisse um número mínimo de alunos, o ginásio seria implantado.

Como vendia hortaliças de porta em porta, ele perguntava se na família havia alguém que quisesse cursar a 1ª série do ginásio. Com toda essa persistência e força de vontade, ele teve a alegria de ver sua primogênita ser matriculada na 1ª turma do Ginásio Estadual “Dom José de Camargo Barros”, em 1950, na gestão do prefeito Luiz Teixeira de Camargo Júnior. Colaborou, também, com o O.C.E., Órgão de Cooperação Escolar do Ginásio (atual Associação de Pais e Mestres), desde a sua criação.

Apesar de todos os esforços, devido às diversas causas e dificuldades da época, os filhos mais velhos só puderam cursar o ensino fundamental. Em Indaiatuba, nasceram seus dois filhos mais novos: João Carlos Ditumi (1948) e Mitiko (1951).

A dedicação de Miyoji Takahara foi decisiva para o desenvolvimento da agricultura em nossa cidade. Graças à sua intermediação, os japoneses que chegavam do interior, depois do período doloroso da guerra, passaram a cultivar tomate na fazenda de João da Fonseca Bicudo. A cidade se tornou conhecida como a maior produtora de tomate de mesa e Takahara trabalhou muito para divulgar as Festas do Tomate e da Uva e também as antigas Festas das Nações.

Takahara costumava receber os imigrantes e estudantes que o procuravam para suas pesquisas. Era também um dedicado pesquisador: teve uma variedade de tomate, do tipo Santa Cruz, batizado com seu nome.

Em seu sítio, que ficava à beira da antiga estrada de terra que ligava Indaiatuba à Campinas (hoje, Avenida Presidente Vargas onde estão a Balila, Hotel Vitória, etc.) costumava receber e hospedar muitos visitantes e servia também a comunidade nipo-brasileira que aí realizava muitos eventos.

Despojado, doou um trecho de sua propriedade para a prefeitura, com o propósito de abrir uma estrada, facilitando o acesso à Unidade de Tratamento Água do Bairro Tombadouro.

Foi também um importante articulador na implantação da Fábrica Yanmar do Brasil, empresa japonesa de motores que se instalou em Indaiatuba.

Durante toda sua vida trabalhou para entidades beneficentes e para a comunidade em geral, recebendo diversas homenagens de várias entidades.

Foi agraciado com o título de Cidadão Indaiatubano pela Câmara Municipal, em 1977; com a Comenda Pedro Álvares Cabral do governo paulista em 1977; com a Comenda Sol Nascente oferecida pelo Imperador Hiroito do Japão em 1986; com a Medalha João Tibiriçá Piratininga, da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, em 1999, honraria esta, recebida também, por sua esposa Dª. Toshiko. Ambos foram homenageados pelo povo de Indaiatuba, tendo seus nomes imortalizados com nome de rua e uma unidade escolar, o Centro Educacional da A.C.E.N.B.I. “Miyoji Takahara”.

Miyoji Takahara discursando (ou cantando?) ao lado de Osvaldo Ussui
Foto de Vanderlei Massatoshi Otaguro originalmente publicada na comunidade virtual do Facebook "Dinossauros de Indaiá"

Miyoji Takahara em gincana japonesa (undo-kay) em 1953
Imagem cedida por Maria Maçako Takahara Imanishi (filha)


Festa do Tomate na Acenbi - 1962
Imagem cedida por Maria Maçako Takahara Imanishi (filha)

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