terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Anjo Falou

texto e imagem do artista José Paulo Ifanger






Faz bastante tempo que estou representado materialmente aqui na torre da Matriz Nossa Senhora da Candelária. Vejo o nascer do sol todo dia, e com carinho e respeito, executo o toque da alvorada (preste atenção que você consegue ouvir) para o povo gentil desta cidade.


Conheço tudo e todos que aqui viveram e vivem; observei as grandes transformações urbanas que aqui ocorreram e continuam acontecendo, aliás, fico preocupado com esse crescimento exagerado, pois sinto que a infra-estrutura precisa estar devidamente preparada.

Vou falar um pouco sobre a cidade atual, quero abordar as coisas alegres e boas que se passaram nesta “terra querida e venturosa”. Querida porque é nossa, é de todos que a adotam, e venturosa porque, morar aqui, nos faz mais felizes ainda. Vocês sabem que o tempo não conta para mim, razão pela qual me lembro do “campo florente, vasto e bonito”, que esperava a chegada dos primeiros moradores.

Eu vi tudo: as ruas de terra batida, cavalos, carroças e charretes circulando calmamente, a construção das praças, escolas, igrejas, prédios públicos e residenciais. Lembro-me bem da construção do hospital, uma obra importante e grandiosa para aquele tempo e que é apropriada até os dias atuais.

Lembro-me da construção do prédio da Câmara e Cadeia na Praça Prudente de Morais, que foi demolida para ceder lugar a “nada”, uma pena. Tenho lembranças da construção da estação ferroviária, dos cinemas, dos clubes de futebol e mais tarde os sociais.

Eu precisaria de muito espaço para descrever o desenvolvimento da cidade em todos os seus aspectos. Indaiatuba foi administrada por excelentes (mas nem todos) homens que deixaram marcas indeléveis no conceito dos moradores da cidade.

A população da cidade sempre foi maravilhosa, cheia de pessoas simples, trabalhadores respeitosos, intelectuais brilhantes e dedicados em suas atuações, comerciantes, prestadores de serviços, professores, médicos e tantos outros que mantêm sua dignidade na cidade.

Vou passar algumas décadas e comentar os últimos 30 anos quando a cidade começou mesmo a se expandir. Graças à visão administrativa e a vontade popular, tomou novos rumos, grandes avenidas foram elaboradas, condomínios de alto padrão, novos e modernos bairros, novas praças e logradouros públicos se ergueram à nossa vista quase que de imediato.

Houve imensa migração, gente de outros estados, de cidades próximas e distantes, optaram por morar em Indaiatuba; tudo isso graças ao aumento das indústrias, dos serviços e do comércio cada vez mais efetivo e representativo.

Surgiu o shopping center, novas lojas e salas de cinema, os clubes se modificaram e cresceram, grandes escolas foram instaladas favorecendo o futuro da nossa juventude.

A prefeitura saiu do centro da cidade buscando um lugar adequado para o desenvolvimento urbano.

A quantidade de agências bancárias aumentou, hospitais, clínicas médicas e consultórios odontológicos e outros se espalharam pela cidade.

A parte cultural da cidade está muito bem, com um magnífico teatro, cursos de artes, eventos significativos e o nosso povo participando.

Restaurantes, bares e casas noturnas surgiram e continuam despontando para atender a todos a contento.

Assim foi, assim é nossa Indaiatuba: repleta de histórias, de momentos difíceis, ocasiões fáceis e satisfatórias como ocorrem às demais cidade parecidas.

Bem, eu vou parando, pois necessitaria de mais umas duzentas mil páginas para me manifestar sobre Indaiatuba, aí, ninguém leria.

Não é do meu feitio, muito menos minha missão aqui na terra, prever ou orientar sobre o futuro, porém deixo algumas sugestões possíveis à mente do homem de reflexionar e antecipar possíveis desconfortos urbanos.

Crescer é bom, mas estar preparado é bem melhor.

Cuidado com o futuro bem próximo, pensem desde já nas circunstâncias do trânsito, cuidem bem da água, da segurança pública, da educação, do emprego para todos, evitem enquanto é tempo a disseminação das drogas e orem bastante para continuarmos no nosso “santo ninho de amor caro e gentil”.


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Texto originalmente publicado no livro "Um Olhar Sobre Indaiatuba (1) de 2006.

Um comentário:

  1. Querido anjo,eu pude notar ,quando vou tomar caldo de cana na kombi que fica ali parada todos os dias ,em frente a praça onde está a sua Igreja ,que sua corneta está quebrada,que absurdo como pode tocar?Você me vê de lá?
    Que absurdo ver sua Igreja pixada,e ainda espixada para traz ,mas não termina nunca a reconstrução ela está muito acabada.
    A Igreja está esquisita,está limpa e está a cheirar,e sempre sendo limpa não se pode ali rezar.Adoro tua Igreja vazia e ali eu entro sózinha para pensar,nada peço,as vezes choro,e volto a te olhar.E que bom te ver aqui a conversar nos contando coisas que só tu pode observar,estou com saudade de Indaiatuba ela já não é mais aquele local sereno e tranquilo,não, não é mais.
    Falta pouco para eu ir embora e todos os dias eu entro em sua Igreja e fico a observar que até as missas ficaram modernas, tão repletas de gente que não cabe mais ,e foi posto um telão e muitas cadeiras pra fora pro povo participar.Ou foi assim porque era época da festa da Padroeira?Como é bom ouvir o sino,ou será que eu pensei que ouvi tocar?

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