segunda-feira, 29 de junho de 2020
sexta-feira, 26 de junho de 2020
Curso oferecido pela Fundação Pró-Memória - “Em Tempos de Pandemia: Reflexões Através de Arte Contemporânea”
Por meio do projeto de extensão “Escola do Patrimônio”, resultado da parceria com a Unicamp, a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba oferecerá curso online sobre Arte Contemporânea em tempos de crise
Nos dias 01, 02 e 03 de julho a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba oferecerá o curso online “Em Tempos de Pandemia: Reflexões Através de Arte Contemporânea”, resultado do projeto em parceria com a UNICAMP, “Escola do Patrimônio”, o curso será ministrado por Marcus Mazieri e Gabriela Paiva de Toledo.
Na verdade, o objetivo deste (per)curso é apresentar uma curadoria virtual e abrir espaço de discussão sobre arte contemporânea dividido em três encontros:
1. Circulação e insegurança alimentar;
2. A interdependência entre a espécie humana e outras espécies e
3. Metáforas de doenças e discriminação.
Diante do contexto atual de isolamento social e pandemia, a arte contemporânea atua como disparador de reflexões sobre questões cada vez mais fundamentais no presente. Foram selecionados, assim, para o curso, alguns projetos artísticos interdisciplinares para serem debatidos no contexto atual que, por seu aspecto lúdico, permite tensionar a ordem das coisas e testar novas possibilidades de organização social, constituindo-se como um lugar fundamental para se refletir sobre a realidade e várias estratégias de ação do momento atual.
Marcus Mazieri é performer, dramaturgo, roteirista, diretor e pesquisador. É formado em Geografia pela UNICAMP e nos cursos de Humor e Dramaturgia da SP Escola de Teatro. Atualmente é mestrando em Estudos de Teatro na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É um dos fundadores do Coletivo Fleuma, onde escreveu, atuou e dirigiu as peças “Prática incessante” e “Gestos de equilíbrio” e fez dramaturgismo na obra “Estudos para macaco”. Seus trabalhos mesclam literatura, teatro, performance e audiovisual.
Gabriela Paiva de Toledo é mestre em História da Arte pela Unicamp e estudante de doutorado em História da Arte pela Southern Methodist University, Dallas, Texas. Realizou uma pesquisa de mestrado em teoria da arte do Renascimento Italiano, desenvolvendo um estudo sobre o tratado teórico do pintor e crítico milanês Giovanni Paolo Lomazzo. É autora de uma tradução crítica e comentada do “Idea del Tempio della Pittura” (1590) de Lomazzo que será publicada em breve na Coleção editorial A Palavra da Arte (Editora da Unifesp-Unicamp).
O curso será transmitido através do Zoom (plataforma de videoconferência), das 18h30 às 20h00 nos dias 01, 02 e 03 de julho.
As inscrições terão o limite de 40 vagas e deverão ser realizadas através do link: https://forms.gle/CShrYHRdSBNG8T7i8
Haverá emissão de certificados apenas para aqueles que tiverem 75% de participação.
quarta-feira, 24 de junho de 2020
TESTE SEUS CONHECIMENTOS SOBRE A GEOGRAFIA DO MUNICÍPIO DE INDAIATUBA
A
linha amarela no mapa demarca os espigões de várias sub-bacias hidrográficas do Rio Jundiaí, saindo do ponto mais baixo e indo ao ponto mais alto do município.
No quadro abaixo é representado o perfil
desta linha, que marca as altitudes de cada ponto.
Com base nestas Informações
responda:
- Qual é a menor altitude do município?
- Qual é o local onde se registra a menor altitude em Indaiatuba? Dica: É o encontro de 2 rios.
- Qual é a maior altitude do Município?
- Nos limites de quais municípios de registra a maior altitude de Indaiatuba?
- Qual a diferença, em metros, entre a maior e menor altitude do município?
- Qual estrada passa pelo ponto mais alto da cidade, e qual o nome da conhecida subida temida pelos romeiros neste local?
Respostas:
1. O ponto mais Baixo de Indaiatuba está a 543 metros acima
do nível do mar.
2. O local de menor altitude de Indaiatuba é a Foz do
Ribeirão Piraí no Rio Jundiaí, entre os Municípios de Salto e Indaiatuba.
3. O Ponto mais alto do Município está a 913 metros acima do
nível do mar.
4. O ponto mais alto de Indaiatuba, está próximo aos limites
de Indaiatuba com Itupeva, Cabreúva e Itu
5. A diferença entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo
da cidade é de 370m.
6. Na estrada de Cabreúva, logo após o Morro do Trator, na
temida subida dos romeiros, está o ponto mais alto de Indaiatuba, de onde se
avista: a sul o município de Cabreúva, a leste o município de Itupeva e a oeste
o Município de Itu. Esta região é manancial e nascente do córrego Santa Rita,
que segue até o Rio Jundiaí determinando os limites entre Indaiatuba e Itupeva.
Fotografia de 2009 do alto do Morro do Trator, com vista para a calha do Rio Jundiaí e Indaiatuba.
Do Morro do Trator, que fica perto do "mirante dos 4 municípios" (ponto de maior altitude de Indaiatuba) se avista em sentido horário: Indaiatuba, Itupeva, Cabreúva e Itu.
segunda-feira, 22 de junho de 2020
Cinema japonês no Youtube
A Fundação Clóvis Salgado disponibilizou, gratuitamente no Youtube, dez clássicos imperdíveis do cinema japonês, para serem vistos até o dia 9 de julho.
Confira nos links abaixo:
Pai e Filha (1949), de Yasujiro Ozu
https://youtu.be/zVkDT8Aq7a0
Batalha de Rosas (1950), de Mikio Naruse
https://youtu.be/vD_2UolPDJ8
Senhorita Oyu (1951), de Kenji Mizoguchi
https://youtu.be/hr24JOqso6U
O sabor do Chá Verde sobre o Arroz (1952), de Yasujiro Ozu
https://youtu.be/ANGu6ICxzi8
Relâmpago, de Mikio Naruse (Inazuma, JAP, 1952)
https://youtu.be/1Rx4eZMqc_M
Era uma vez em Tóquio (1953), de Yasujiro Ozu
https://youtu.be/OMNli71ozJo
Cartas de Amor (1953), de Kinuyo Tanaka
https://youtu.be/-ckzNoRs1DM
Contos da Lua vaga (1953), de Kenji Mizoguchi
https://youtu.be/82ApJt-LS1U
A Música de Gion (1953), de Kenji Mizoguchi
https://youtu.be/esmvK2ALhgY
Irmão, Irmã (1953), de Mikio Naruse
https://youtu.be/8cTSP5GodeI
Colaborou: Cida Imanishi
Dentre os selecionados, está "Era Uma Vez em Tóquio" (1953), de Yasujiro Ozu, amplamente considerado um dos melhores filmes da história, bem como filmes de Kenji Mizoguchi, Mikio Naruse, e um dos primeiros filmes japoneses dirigidos por uma mulher: "Cartas de Amor", de Kinuyo Tanaka.
Era uma Vez em Tóquio
Um casal de idosos deixa sua filha no campo para visitar os outros filhos em Tóquio, cidade que eles nunca tinham ido. Porém os filhos os recebem com indiferença, e estão sempre muito atarefados para terem tempo para os pais. Apenas a nora deles, que perdeu o marido na guerra, parece dar atenção aos dois. Quando a mãe fica doente, os filhos vão visitá-la junto com a nora, e complexos sentimentos são revelados.
Confira nos links abaixo:
Pai e Filha (1949), de Yasujiro Ozu
https://youtu.be/zVkDT8Aq7a0
Batalha de Rosas (1950), de Mikio Naruse
https://youtu.be/vD_2UolPDJ8
Senhorita Oyu (1951), de Kenji Mizoguchi
https://youtu.be/hr24JOqso6U
O sabor do Chá Verde sobre o Arroz (1952), de Yasujiro Ozu
https://youtu.be/ANGu6ICxzi8
Relâmpago, de Mikio Naruse (Inazuma, JAP, 1952)
https://youtu.be/1Rx4eZMqc_M
Era uma vez em Tóquio (1953), de Yasujiro Ozu
https://youtu.be/OMNli71ozJo
Cartas de Amor (1953), de Kinuyo Tanaka
https://youtu.be/-ckzNoRs1DM
Contos da Lua vaga (1953), de Kenji Mizoguchi
https://youtu.be/82ApJt-LS1U
A Música de Gion (1953), de Kenji Mizoguchi
https://youtu.be/esmvK2ALhgY
Irmão, Irmã (1953), de Mikio Naruse
https://youtu.be/8cTSP5GodeI
Colaborou: Cida Imanishi
terça-feira, 16 de junho de 2020
Curso online Fundação Pró-Memória: HISTÓRIA ORAL - CONCEITOS E PRÁTICAS
A Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, por meio do Projeto Escola do Patrimônio, em parceria com o Departamento de História da UNICAMP, oferece curso online sobre História Oral - conceitos e práticas.
A Fundação Pró-Memória realizará, por meio do Projeto Escola do Patrimônio, em parceria com o Departamento de História da UNICAMP, um curso online gratuito sobre História Oral: conceitos e práticas que será ministrado por Lívia Morais Garcia Lima (Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Atualmente é docente do Programa de Mestrado em Educação do Unisal - Americana/SP, pós - doutoranda pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo - EACH/USP, pesquisadora colaboradora do centro de memória da UNICAMP ).
A metodologia da História Oral, permite o fazer da história do tempo presente, evidencia as visões e interpretações de grupos, tradicionalmente, invisibilizados e não ouvidos, amplificando as vozes e tensionando as versões oficiais e os discursos hegemônicos.
É ferramenta de pesquisa fundamental para trabalhos de cunho social e histórico que utilizem qualquer aspecto da oralidade como fonte e para o registro da história das comunidades, além de constituir-se em ferramenta inovadora para a constituição de acervos públicos de memória.
O presente curso tem por objetivos:
- Apresentar a importância das fontes orais na valorização da memória de grupos.
- Proporcionar ao participante um contato com as principais técnicas de história oral, preparando-o para usar a oralidade na constituição e acervos de memória.
- Capacitar os participantes para a implementação de projetos de história e memória e para a constituição de acervos de memória.
As aulas acontecerão na plataforma de videoconferência Jitsi Meet no dia 19 de junho das 14h às 17h.
As inscrições deverão ser realizadas através do link: https://forms.gle/9N1A2rSoGzA169wr9
Haverá emissão de certificados para os alunos que participarem!
Para mais informações:
Facebook: Fundação Pró-Memória
Instagram: promemoria_indaiatuba
sábado, 13 de junho de 2020
NOTA DE REPÚDIO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA
13 de junho de 2020
A Associação Nacional de História repudia os ataques perpetrados pelos bolsonaristas em atividades promovidas por historiadores e historiadoras negros de todos país.
Escondidos pela invisibilidade propiciada pela internet, os fascistas tupiniquins fazem o que sabem fazer de melhor: constranger e ameaçar os que estão a refletir sobre os nefastos desdobramentos do racismo no Brasil. Ao fazerem isso, desnudam suas ignorâncias abissais acerca da história da África e das histórias de homens e mulheres que formaram a Nação.
As ofensas e ataques pornográficos encaminhados pelos fascistas mostram que a magnitude de sua ignorância e prepotência os aproximam dos ratos.
As violências que realizaram, ao invadirem lives produzidas pelos docentes, não encontrarão eco entre nós. Ao contrário daqueles que se comportam como ratos saídos dos esgotos das ruelas, os professores e professoras de História são intelectuais e cientistas, dispostos a se dedicarem a refletir sobre o peso do passado nas ações que se inscrevem ainda no presente.
A ANPUH, seus associados e associadas não têm medo deles. Temos apenas cautela, sempre temperada com uma dose de coragem necessária para enfrentar a ratada.
Se querem ameaçar nossos colegas, utilizem-se de sua hipotética força e se apresentem em público.
Contra os ignorantes, a ANPUH apresenta a reflexão inteligente.
Contra a violência, clamamos pela paz.
Contra o desprezo por outrem, reiteramos a empatia.
A internet é um espaço democrático, livre e plural. Em nome da Constituição que rege o país, reiteramos que não há recuo possível, quando a verdade, revelada pela desigualdade entre gêneros, entre etnias, entre pobres e ricos, se firma como nosso desafio maior.
Continuaremos em luta, com corações abertos e chancelados pela sabedoria de nossa profissão.
História em Combate
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA
sexta-feira, 12 de junho de 2020
O Jogo dos 7 erros - Portaria do HAOC
Hospital Augusto de Oliveira Camargo HAOC
Foto antiga - Fachada original da entrada principal
Foto recente – Modificação da fachada da entrada principal
Foto recente – Modificação da fachada da entrada principal
Foto antiga – sem guarita na entrada
Foto recente – Construção de uma guarita na entrada
Foto antiga – Nome do Hospital escrito abaixo da cobertura maior
Foto recente – Realce ao nome do Hospital na fachada escrito de maneira diferente
Foto antiga – não haviam árvores
Foto recente – Grande quantidade de árvores
Foto antiga – Portões na entrada Principal
Foto recente – Sem portões
Foto antiga – Construção ao lado direito sem toldo na entrada
Foto recente – Toldo na construção do lado direito
Foto antiga – Sem placas de identificação
Foto recente – Outdoor com identificação do lado esquerdo
O jogo dos 7 erros - Matriz Nossa Senhora da Candelária
Respostas:
Foto antiga – não havia o Marco zero (simboliza o início da formação da cidade)
Foto recente – No meio da fotografia há o Marco zero
Foto recente – No meio da fotografia há o Marco zero
Foto antiga – não havia coqueiros
Foto recente – 4 coqueiros na frente
Foto antiga – não havia prédios e construções
Foto recente – as construções de prédios
Foto antiga – em volta da Igreja as ruas eram de terra
Foto recente – Construção da Praça
Foto antiga – A quantidade de pessoas na frente da igreja (provavelmente um dia de missa)
Foto recente – Fotografia tirada enquanto a igreja estava fechada
Foto antiga – sem iluminação
Foto recente – Há postes e redes de iluminação.
Crédito: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba
O jogo dos 7 erros - Casarão Pau Preto
Casarão Pau Preto
Foto antiga – Ruas de terra
Foto recente – Rua pavimentada com paralelepípedo
Foto recente – Rua pavimentada com paralelepípedo
Foto antiga – Construção um pouco danificada
Foto recente – Construção com uma nova pintura após o restauro de 2014.
Foto antiga – Calçada estreita
Foto recente – Calçada larga
Foto antiga – não havia Portão na Tulha
Foto recente – Portão na Tulha
Foto antiga – A tulha do Casarão Pau Preto tinha dois andares
Foto recente – O andar de cima da Tulha foi demolido restando apenas um andar
Foto antiga – Sem iluminação
Foto recente – com redes elétrica e iluminação.
Foto antiga – Sem plantação de árvores na frente
Foto recente – árvores e bancos na frente do casarão.
quarta-feira, 3 de junho de 2020
Pontilhão da Estrada de Ferro de Indaiatuba
Na quadra da rua 9 de julho entre as ruas 7 de setembro e Rua Augusto de Oliveira Camargo encontra-se os vestígios do pontilhão da Estrada de Ferro Sorocabana.
Esse pontilhão ficava bem próximo à Estação de Indaiatuba. Hoje, há somente os muros que estreitam essa rua, mas, até a década de 1980, haviam também os dormentes de madeira e os trilhos de ferro da antiga ferrovia.
Durante a construção dessa importante ferrovia que ligou a cidade de Indaiatuba à capital, Itu, Sorocaba e Campinas, em 1873 a Companhia Ytuana fez alguns aterros na cidade para a instalação dos trilhos.
O pontilhão, antes de ser construído, foi objeto de muita discussão na cidade. A Companhia ferroviária havia previsto apenas a construção de um bueiro para escoamento de água no local.
Os vereadores da cidade embargaram a obra da ferrovia em 1875 para negociar que a rua 9 de julho não fosse bloqueada pela estrada de ferro. Depois de muita negociação, a Ytuana concordou em fazer um pontilhão no local.
Construído em alvenaria de pedra e tijolos e rebocado em algumas partes, o pontilhão permitiu a passagem de automóveis e pedestres pela rua 9 de julho que, na época era muito utilizada pelos moradores da cidade.
Estabelecido no coração da cidade, a passagem do pontilhão era muito utilizada como um atalho entre o centro da cidade, o Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC) e os bairros Santa Cruz e Vila Brizzola.
Fonte: JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de; SIVIERO, Fernando Pascuotte. O Patrimônio Cultural de Indaiatuba: História e Memória. Indaiatuba/SP: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2020.
Imagem 1 - Crédito: SIVIERO, Fernando. Pontilhão da Estrada de Ferro de Indaiatuba. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2018. Coleção História de Indaiatuba. Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson Cardoso de Carvalho.
Imagem 2 - Crédito: SIVIERO, Fernando. Pontilhão da Estrada de Ferro de Indaiatuba. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2018. Coleção História de Indaiatuba. Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson Cardoso de Carvalho.
Imagem 3 - Crédito: SIVIERO, Fernando. Pontilhão da Estrada de Ferro de Indaiatuba. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2018. Coleção História de Indaiatuba. Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson Cardoso de Carvalho.
Imagem 4 - Crédito: SIVIERO, Fernando. Pontilhão da Estrada de Ferro de Indaiatuba. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2018. Coleção História de Indaiatuba. Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson Cardoso de Carvalho.
Imagem 5 - Crédito: Arquivo Público Municipal de Indaiatuba Nilson Cardoso de Carvalho
Imagem 6 - Locomotiva passando sobre o pontilhão, provavelmente no início da década de 1980.
Crédito: Acervo pessoal de Zé da Gaita, cedida para publicação no Dinossauros de Indaiá (Patrick Ribeiro em 05/11/2012)
Imagem 7 -
Crédito: Acervo de Sérgio Ueda Art-Foto originalmente publicada por Patrick Ribeiro no Dinossauros de Indaiá em 11/08/2011
Imagem 8 -
Crédito: Acervo Roberto Ulitska publicada no Dinossauros de Indaiá em 20/02/2016
Imagem 9 -
Crédito: Charles Fernandes
Projeto de Pontilhão feito em bico de pena sobre linho
terça-feira, 2 de junho de 2020
Fazenda Cachoeira do Jica
Localizada no bairro Tombadouro às margens do Rio Jundiai, a Fazenda Cachoeira do Jica é uma relevante representante dos ciclos da economia açucareira e cafeeira do Estado de São Paulo e do Brasil.
De acordo com recentes pesquisas feitas em fontes documentais do Arquivo Público Municipal de Indaiatuba e do Arquivo do Museu Republicano Convenção de Itu, pudemos constatar a importância do bem em três aspectos que se intercruzam: o arquitetônico, o histórico-econômico e social e o cultural-religioso.
O histórico econômico e social está ligado ao fato de ter pertencido a família Almeida Prado e ter sido a sede de uma fazenda de alta produtividade açucareira e depois cafeeira.
Em 1840, a fazenda Cachoeira do Jica nasceu sob a posse de José de Almeida Prado (mais conhecido como Jica) . Dentre os vinte filhos do Capitão Mor de Itu, João de Almeida Prado, o “coluna de Itu” (1767-1835) se destacaram na região onde hoje é Indaiatuba três irmãos: João Almeida Prado Junior (Tibiriça Piratininga-pai), Francisco de Paula Almeida Prado e José Almeida Prado, o Jica.
O primeiro foi dono da Fazenda Taipas e Pimenta, o segundo da Fazenda Engenho D Água e terceiro da Fazenda Cachoeira do Jica.
Ainda em 1871 o Jica fez com que passasse pela sua propriedade um ramal Estrada de Ferro Ituana, o que já denotava o interesse de escoar a nova cultura produzida na Fazenda, o café.
Entre os nove filhos do Jica pode-se mencionar Ana de Almeida Prado, a Baronesa de Itaim (1826-?), casada com o Bento de Almeida Prado, o Barão de Itaim e a Thereza de Almeida Prado (1837-1865), ramo da família que herdou a Fazenda Cachoeira do Jica. A filha caçula de Thereza, Gertrudes da Fonseca (1842-1894) casou com o Inglês William Mackrell Cotching (que veio a ser chamado no Brasil de Guilherme Coatching), que ganhou do Capitão José Manoel da Fonseca Leite, como dote, a Fazenda Cachoeira.
William era “imigrante enviado pela coroa ao Brasil para avaliar as possibilidades de aqui estabelecer uma colônia inglesa, aos moldes de Helvetia,” (IBAÑES, 2012, p.16).
A última herdeira dos Almeida Prado a ser proprietária da fazenda foi Mary Harriet Gertrudes Ignez da Fonseca Cotching Speers (1906- 1982), que mesmo nascida em São Paulo frequentava costumeiramente a Fazenda Cachoeira do Jica. Perto da morte, por não ter herdeiros, Mary Speers decidiu criar uma Fundação de assistência social ligada à Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo. Até o final do século XX, a Fundação Mary Speers buscou manter a Fazenda ativa na produção de leite. No entanto, a instituição julgou inviável financeiramente a manutenção da Fazenda que foi vendida para o Grupo Oscar Americano.
Além da Fazenda ter sido uma grande produtora de açúcar e café no Estado de São Paulo há indícios presentes na sua construção que nos possibilitam levantar a hipótese a respeito de sua relevância para a histórica da arquitetura paulista, marcada pela migração (principalmente de mineiros) e a imigração da mão de obra estrangeira para trabalhar nos campos de café.
Essas, talvez, sejam as justificativas para encontrarmos entre as paredes de taipa de pilão da época do açúcar, a inserção de tijolos, resultado de alguma reforma posterior à construção original, já no ciclo cafeeiro.
Provavelmente, outra evidência dessa transformação é a adição de um jardim murado que passou a cercar a sede e o trabalho de cantaria presente em sua base. Tais ornamentos segundo os especialistas também fez parte de mais uma das adaptações que o ciclo cafeeiro empreendeu às casas da época do açúcar, buscando, assim, além de valorizá-la esteticamente, lhe dar um ar de modernidade, desvencilhando de um passado não tão distante marcado pelas técnicas de arquitetura de terra que estigmatizam o partido colonial paulista.
Além disso, a influência da mão de obra imigrante (..) ganha uma maior relevância se levarmos em consideração que as pedras utilizadas no embasamento do casarão são semelhantes às utilizadas em pequenas casas presentes nas cercanias da sede, possivelmente casas de colonos italianos que estiveram presente na região. Feitas em cantaria, as pedras, muito provavelmente granito, foram moldadas em bloco retangulares, regulares, e assentadas com argamassa ou algum outro tipo de liga mais rudimentar. Esse tipo de construção remete às casas construídas na Itália, de muito antes da unificação do país.
A presença de outra técnica italiana também pode ser notada na própria parede interna do embasamento que apresenta um tipo de técnica construtiva de terra muito rara no Brasil e peculiar na Europa, principalmente Itália, utilizada nos muros defensivos de antigas cidades, a taipa ciclópica, técnica que mistura de taipa de pilão com pedra.
Além da relevância social, histórica e arquitetônica, a Fazenda Cachoeira do Jica tem preponderância do ponto de vista da memória (...) Nesse sentido, entre tantas iniciativas de memória ligadas à Fazenda, como, por exemplo, atividades ligadas ao mundo do trabalho, acontecimentos sociais e festas, pode-se destacar a procissão de São Benedito. Em tempos de longa estiagem, era costume realizar-se na cidade uma procissão conduzindo a imagem de roca de São Benedito, que ficava na capela da Fazenda do Jica, no bairro Tombadouro, até a Igreja de São Benedito, no centro da cidade. Tal atividade deslocava boa parte da população católica da cidade para a sede da fazenda, relacionando assim, nas memórias de muitos membros da comunidade indaiatubana a Fazenda com essa prática da cultura popular e não a abastança do café, do açúcar ou a refinada arquitetura rural.
Publicação original: página da Fundação Pró-Memória no Facebook.
JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de. A Fazenda Cachoeira do Jica: um patrimônio cultural do quadrilátero do açúcar. Indaiatuba: Editora Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, 2017. (Coleção Patrimônio Cultural de Indaiatuba, V.2).
Complemento
Imagem 1 - Sede da Fazenda Cocheira do Jica
Arquivo Público Nilson Cardoso de Carvalho (divulgação)
Liberação de recursos para a procissão dos festeiros de São Benedito, publicado pela Câmara Eclesiástica de São Paulo no jornal " O Commercio de São Paulo" na edição do dia 9 de maio de 1895
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