Eliana Belo Silva
Na Sessão de ontem (26/06/23) da Câmara Municipal de Indaiatuba a Estação Ferroviária de Pimenta foi pauta novamente de Indicação para tombamento.
A proposição foi apresentada pelo vereador Alexandre Carlos Peres que já havia apresentado esse mesmo pedido em julho de 2018, junho de 2019, junho de 2020, e março de 2021. Este ano, insistindo pela quinta vez, Alexandre protocolou a justificativa afimando que a estação tem importância histórica e cultural. Contrapôs o estado atual de abandono, comparando-a com as outras 3 (três) estações de Indaiatuba, que foram restauradas e estão em uso comum: a Estação Ferroviária de Indaiatuba, onde está o Museu Ferroviário no Centro, a Estação de Helvetia no Jardim Brasil e a Estação Ferroviária de Itaici.
Em sua proposição o vereador afimar que "já houve dois processos de tombamento abertos, os de nº 16.894/2012 e 25.193/2014" e completou que atualmente a área da Estação pertence ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit), ligado ao Ministério da Infraestrutura. A Indicação segue para o Prefeito Nilson Alcides Gaspar que, se decidir favoravelmente, envia para os trâmites na Secretaria da Cultura, Departamento de Preservação e Memória.
HISTÓRICO
Totó Sampaio de Pimenta
Só a Fazenda Pimenta chegou a abaranger uma área de 350 alqueires com 115 mil pés de café, duas mangueiras para gado, casa-grande para morada, 25 casas de colonos, alambique,moedas, roda d´água, tulha para beneficiamento de café com dois motores e terreiro de secagem.
Estação Ferroviária de Pimenta
Porém, funcionou pouco até a abertura da continuação até Itu, no ano seguinte: "a linha foi entregue ao trafego por secções, sendo a primeira em extensão de 53 kilometros, entre Jundiahy e o lugar denominado Pimenta, teve lugar em 14 de novembro de 1872; no dia 28 do mesmo mez foi interrompido por varios desmoronamentos dos cortes e abatimentos de aterros pelas copiosas chuvas cahidas naquelle mez; a 9 de dezembro do mesmo anno reabriu-se o trafego; e foi interrompido no dia 25 do mesmo mez pelas mesmas razões; demorarão-se os trabalhos de reparação do leito até 2 de abril de 1873, quando abriu-se o trafego até a estação do Salto, a 61 kilometros de Jundiahy e no dia 17 do mesmo mez teve lugar a inauguração de toda a linha até a cidade de Itu, com a extensão total de 68 kilometros" (Relatório do Governo da Provincia, 1878).
No horário publicado pelos
jornais em 3/4/1873 e que indicavam a abertura do trem de Jundiaí a Salto, a estação de Pimenta era chamada de Indaiatuba, local a
que atendia e que ainda não tinha sua própria estação. Como as de Salto, Itu e
Itaici, a estação de Pimenta, que servia à linha-tronco original da Ituana,
passou a servir ao ramal de Campinas a partir de 1914.
Em 1899, a estação foi totalmente reconstruída e ampliada.
É a única estação de todo o
antigo ramal que ainda está à beira dos trilhos, pois, na retificação da linha,
na construção da variante Boa Vista-Guaianã, nos anos 1980, naquele ponto os
leitos das ferrovias nova e antiga coincidiram. Mesmo assim, a estação foi
fechada e sua plataforma demolida, de forma que os trilhos quase encostam no
prédio; e desativada, estando situada a cerca e 500 metros de Pimenta, que é um
pequeno bairro de Indaiatuba e tem
uma linda e antiga igreja.
Dela passou a sair, por volta de 1984, o ramal de Piracicaba, que deixou então de sair de Itaici devido à linha velha estar sendo desativada. O ramal, entretanto, também foi desativado e seus trilhos foram retirados em 1985. Desde então, está totalmente abandonada.
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