No Brasil, o primeiro caso
notificado da doença foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020 e hoje, dia 16
de setembro de 2021, o número de vítimas no país é mais de 588.640, sendo mais de 21.032.268 casos. Em
Indaiatuba, o número de casos soma-se 27.119 e o de óbitos é
de 717, com uma letalidade acima da média nacional (a média no Brasil é
de 2,42% de número de mortos em relação aos infectados em Indaiatuba é de
2,64%).
Além de todas as questões
relacionadas a saúde pública na esfera mundial, o que se testemunhou e ainda se
testemunha é uma combinação de desinformação e ataques à ciência, elevada como
inimiga da economia por políticos diversos, entre eles o presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump e do Brasil, Jair Bolsonaro, que influenciaram,
por sua vez, uma grande parcela da classe média - que embarcou na falácia de que “produzir
é mais importante do que viver” em um período em que não tínhamos vacinas
nem remédios comprovados, agravando os índices de óbitos pela doença – sendo que
um dos parcos recursos para se evitar esses números elevados era (e ainda é,
somado a vacina que foi desenvolvida em tempo recorde) o máximo de isolamento
social possível, aliado ao uso de máscaras e higienização das mãos.
Neste cenário, espalharam-se rapidamente
as fake news sobre um tratamento não comprovado: o uso dos medicamentos
cloroquina/hidroxicloroquina; que, inclusive, passou rapidamente do status imediato
de “não comprovado” para “ineficaz e prejudicial” não só por vários cientistas
em publicações reconhecidas por seus pares, mas na prática médica. Milhares de
pessoas foram (e ainda são) expostas às mentiras e desinformação dessas fake news em
proporções também pandêmicas através, principalmente, do Instagram, Facebook e Whatsapp.
Atualmente, as duas primeiras plataformas citadas fazem uma anexação automática
em postagens sobre a pandemia - avisando sobre o cuidado que se deve ter quanto
a tratamentos com remédios ineficazes e sobre a importância da vacina; mas até
chegarmos aí, o número de vítimas das duas pandemias – a do Covid e a produzida por dos
mentirosos compulsivos e irresponsáveis – é gigantesco, revoltante, triste - e as consequências jamais poderão ser mensuradas com acurácia.
O prefeito, a pandemia e o tratamento precoce
Já em Indaiatuba, o prefeito Nilson Alcides Gaspar, em suas muitas e necessárias declarações sobre a pandemia (inclusive em muitas notas e lives que você pode conferir no Facebook da Prefeitura Municipal) não embarcou insistentemente na defesa acirrada de nenhum tratamento medicamentoso e também não defendeu ofensivamente a ineficácia da cloroquina ou outro placebo/recurso charlatão.
Pelas
suas manifestações públicas, podemos concluir que ele acatou o discurso de liberdade
de cátedra, transferindo para os médicos a responsabilidade por receitar ou
não o medicamento. Mas registre-se que, mesmo sofrendo pressões políticas advindas da
turminha do “a fonte do meu sustento é mais importante do que tudo” o
prefeito defendeu o isolamento social, a higienização das mãos, uso de máscara
e foi - e ainda é - o garoto-propaganda do plano de vacinação municipal, defendendo e
incentivando o uso de todas as vacinas, independente da marca. Por outro lado, foi muito criticado por deixar de comandar fiscalizações em intensidade adequada em pontos comerciais, festas clandestinas e outros locais onde havia aglomerações.
A Câmara Municipal e a APM - Associação Paulista de Medicina Indaiatuba
Quando se pesquisa as fontes documentadas da Prefeitura Municipal, mais especificamente da Secretaria de Saúde, encontra-se as evidências de que medicamentos de uso não comprovado foram adquiridos e distribuídos (veja um dos pregões abaixo).
Já a Câmara Municipal - e seus vereadores -, que tem como dever fiscalizar, debater e até denunciar as ações do Poder Executivo - se manteve calada, exceto pela documentação que você pode conferir abaixo, que corrobora com a "defesa de cátedra" dos médicos.
Conclusão
A História não tem em si apenas a função narrativa baseada em evidências; mais do que isso, ela deve ser uma lição para entender o presente e evitar os mesmos erros no futuro.
Essa lição não está sendo aprendida de forma eficaz uma vez que "pandemia" é um conceito que vem sendo tratado não com a objetividade científica requerida a favor da VIDA, mas como um acontecimento discursivo onde forças contrárias disputam a verdade - ou optam pelo silêncio ou posicionamentos relativos, leigos, incompletos, dissimulados, ingênuos, manipulados e manipuladores, oportunistas e/ou mentirosos e até violentos para obter vantagens e prover desvantagens.
A crise no jornalismo investigativo e as redes sociais colaboraram - e muito - não só para o fortalecimento e divulgação dessa linguagem leiga e perversa que só agravou o desentendimento e a desconstrução dos laços sociais - mas que provocou a MORTE de incontáveis vítimas da Covid.
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Ultimamente, com o avanço da vacinação, os defensores do "tratamento precoce" foram sumindo paulatinamente das mídias, de onde nunca deveriam ter aparecido, a não ser para servirem de lição que nunca mais deve ser feita.
Viva a Ciência.
Viva o SUS.
Pós escrito (1) - 22/05/2022
Fonte: Agência Senado
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