sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Casarão Pau Preto passa a se chamar “Museu Antonio Reginaldo Geiss”

Os vereadores aprovaram homenagem ao fundador e, por 25 anos, presidente do conselho administrativo da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, Sr. Antonio Reginaldo Geiss.
Geiss3
            Com a aprovação do projeto do vereador Luiz Alberto Cebolinha, que recebeu a assinatura de apoio dos demais 11 vereadores, o Museu Casarão Pau Preto, um dos pontos turísticos e históricos mais importantes do município, passará a ter o nome do homenageado, falecido no mês passado.
            O Sr. Geiss, como era chamado, há vários anos já era considerado um dos indaiatubanos mais ilustres. Além da forte atuação na Fundação Pró-Memória, exerceu várias atividades: diretor da Rádio Jornal de Indaiatuba, membro do Rotary Clube, fundador da Federação das Entidades Assistenciais de Indaiatuba (FEAI) e da Associação Brasileira dos Pesquisadores de História (Abrasp) e foi ainda diretor da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo.
            De acordo com o vereador Cebolinha, o Sr. Geiss “contribuiu imensamente com o desenvolvimento de nossa cidade, conquistando respeito e admiração por onde passava”. Além disso, “foi um ser um ser humano fabuloso, homem gentil e prestativo, esposo e pai afetuoso, amigo e possuidor de um coração solidário incomparável. Ele, infelizmente, sempre fará muita falta”. 
Crédito: Câmara Municipal de Indaiatuba.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

140 anos da Sociedade Escolar do Bairro Friburgo - 27 de outubro

A colônia alemã do Bairro Friburgo em Campinas que tem como objetivo preservar a história da imigração alemã e a cultura por meio de festas e atividades culturais.

 Seu principal meio de divulgação é o grupo de dança Tanzgruppe Friedburg.




Salve galera....

Festa a vistaaaa!!!

Para encerrarmos as festividades de 2019 preparamos, com muito carinho, uma super festa pra vocês.

Esta festa, além de reunir os amigos, os familiares, a comunidade e todos que curtem a cultura e tradição alemã, tem um motivo muito especial....

Comemoraremos os 140 anos de Fundação da Sociedade Escolar do bairro do Friburgo - a nossa querida "Colônia Alemã do Friburgo"

E é com esse espírito de festividade e alegria que convidamos vocês a estarem conosco neste dia para se emocionaram com as homenagens e com a nossa história....

Informações importantes:

* Almoço por adesão até 20/10/219
R$ 35,00 por pessoa (buffet livre conforme cardápio)
Crianças até 6 anos free.
Crianças de 7 a 12 anos 18,00.

Venda de ingressos antecipados até 20/10 pelos telefones do banner.

Garanta já seu ingresso....

* Entrada franca.
* Estacionamento gratuito.
* Brinquedo pra criançada.
* Souvenirs.
* Alegria garantida.

** Bebidas e sobremesa a parte.

Divulguem para suas listas, curtam nossas páginas no Facebook e Instagram e faça parte desta história vc tb...

Vem!!!

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Morre Walter de Almeida, do Circo Teatro Irmãos de Almeida, que por inúmeras vezes se apresentou em Indaiatuba

Morre (sexta-feira, dia 04 de outubro de 2019) Walter de Almeida, do Circo Teatro Irmãos de Almeida, que por inúmeras vezes se apresentou em Indaiatuba.

O Circo Teatro Irmãos Almeida que, após época de temporada por todo o Brasil, se estabeleceu definitivamente em Campinas em 1960, é uma herança circense iniciada por José Luis de Almeida e continuada por Diógenes de Almeida, respectivamente avô e pai de Walter de Almeida. 

No circo, onde começou a atuar aos 5 anos como trapezista, Walter de Almeida obteve enorme destaque como ator e cantor, interpretando sucessos teatrais como "E o céu uniu dois corações", "A noite do Riso", "O Direito de nascer" e "Carnaval no Rio", compondo um repertório de cerca de 100 peças diversas.



Ao lado de seus irmãos, Alfredo (o palhaço Fredô) e Abegair (a personagem Nhá Tica), Walter de Almeida conquistou um enorme público e, posteriormente, também passou a dividir o palco com a esposa, Paulina Pachelli de Almeida que, assim como ele, obteve grande sucesso no circo. Aos poucos também os filhos, como Abério Diógenes de Almeida - que encenou seu primeiro espetáculo aos 5 anos - foram conquistando espaço sob a lona do Circo Teatro Irmãos Almeida.


Além do grupo, o circo ainda recebia, periodicamente, diversos artistas de renome, como Os Trapalhões, Oscarito, Mazzaropi, Cauby Peixoto, Luís Gonzaga, Tonico e Tinoco, entre outros.


Entre as homenagens rendidas ao Circo Teatro Irmãos Almeida estão o samba-enredo da Escola de Samba Unidos do Indaiá - que sagrou-se campeã do carnaval de rua de 1986 de Indaiatuba, SP - e o programa de rádio "A Hora do Circo", apresentado por mais de 10 anos na Rádio Educadora de Campinas.


Morre o artista circense Walter de Almeida
Picadeiro está de luto com a perda do multiator e empresário
Publicado 06/10/2019 00:22:40



Casal Paulina e Walter de Almeida em cena no espetáculo Quo Vadis
Mesmo em noites de melodramas mais tristonhas e chorosas do circo-teatro, como a do clássico ...E o Céu Uniu Dois Corações, o picadeiro não se vestia de tamanho luto. Não é para menos: na tarde desta sexta-feira, a cena circense de Campinas entristeceu-se em lágrimas com a morte do multiartista e empresário circense Walter de Almeida, proprietário do tão conhecido Circo Teatro Irmãos Almeida. Aos 94 anos, Walter de Almeida, vítima de insuficiência respiratória, deixa a esposa Paulina, com quem foi casado por 74 anos, quatro filhos, 12 netos e seis bisnetos.
Herdeiro de uma família de artistas mambembes da China, Walter nasceu sob a lona circense em 1925, quando a trupe estava em temporada no distrito de Marcondésia, no Interior de São Paulo. A estreia no picadeiro foi aos três meses de idade em um drama circense. No picadeiro, acumulou as funções de trapezista, cantor, encenador, adaptador, empresário, e, claro, ator principal das peças de circo-teatro. Walter também levou a sua voz inconfundível aos ouvintes da Rádio Educadora. Por 10 anos, apresentou o programa A Hora do Circo. Em 1975, em Campinas, resolveu abaixar de vez a lona do Circo Teatro Irmãos Almeida.
“Walter de Almeida, bem como o Circo Irmãos Almeida, tem uma significativa contribuição para as artes cênicas do Interior de São Paulo, especialmente a de Campinas. Por meio da lona da família, os campineiros puderam assistir a espetáculos belíssimos do repertório do circo-teatro, como Mestiça, Quo VadisMarcelino Pão e Vinho e ... E O Céu Uniu dois Corações, além de conhecer figuras emblemáticas de nossa cultura, como Luiz Gonzaga, Cascatinha e Inhana, Tonico e Tinoco, Vicente Celestino, Os Trapalhões e Mazzaropi”, destaca Tiago Gonçalves, jornalista cultural e pesquisador de circo-teatro.
Quem dividiu a cena com Walter de Almeida não esquece jamais. É o caso da circense Iracema Cavalcante, integrante do Circo Guaraciaba. “Aos poucos, vamos perdendo essas grandes figuras do nosso picadeiro. Walter de Almeida é uma delas: um grande amigo, um homem generoso, além de galã das peças. Mesmo tendo uma estatura baixa, que fugia do típico galã da época, ele interpretava magistralmente esse tipo. Isso sem falar que Walter cantava muito bem. As meninas ficavam impressionadas com a sua beleza e com a sua voz”, recorda-se Iracema.
As donzelas suspiravam, relembrava Walter entre gargalhadas. Das peripécias que protagonizou no circo, a maior e melhor delas, como gostava de brincar, foi encontrar o seu grande amor, Paulina de Almeida. “Eles sempre repetiam essa história para mim. Que tudo aconteceu numa noite de chuva. Paulina tinha ido pela primeira vez a um circo. Quando chegou à lona, descobriu que, por conta da tormenta, o espetáculo tinha sido cancelado. Perdeu a encenação, mas ganhou o coração do galã da trupe. Não se separaram nunca mais. Até mesmo no picadeiro viviam os casais apaixonados das peças”, conta o pesquisador.
Em homenagem a esse grande homem do circo-teatro brasileiro, esta reportagem encerra-se com a letra da canção interpretada pelos artistas do Circo Irmãos Almeida ao final de cada espetáculo: 
“Ó, ó meu povo amigo! 
Ó, boa noite! Até amanhã! 
Que sonhes comigo, é meu desejo, é meu afã!”. 
Aplausos e silêncio.

 
O artista morador de Campinas que fez história no circo, Walter de Almeida, morreu  sexta-feira (4/10/2019) aos 94 anos, por falência múltipla de órgãos. Ele estava internado desde quinta no Centro Médico, no distrito Barão Geraldo.

Segundo a família, ele teve um desconforto pulmonar. "Mas foi tranquilo, ele foi com a idade. Estamos bem confortáveis com a partida dele. Foi uma insuficiência renal, cardíaca e respiratória. Naturais da idade", disse a neta Mariana Bellucci de Almeida.

Walter, que durante boa parte da trajetória foi galã no picadeiro, interpretou diversos personagens como Raul Gil, Chitãozinho e Xororó, Silvio Santos, Os Trapalhões, Tonico e Tinoco, Mazzaropi e membros da Jovem Guarda.

Ele começou a sua carreira aos 24 anos de idade no Circo Teatro Irmãos Almeida, ao qual fundou em 1950. A companhia era um circo sem animais, com apresentações de dança e música. "Era uma época que não existia televisão, então era uma potência. Só tinha isso de entretenimento", contou a neta.

Quando chegou a televisão, preocupado, Walter comprou um terreno para cada família que vivia no circo, em trailers, para que eles não ficassem desamparados. Walter era casado com Dona Paulina, de 92 anos, com quem ficou por 73 anos. Ele deixa a mulher, quatro filhos, 11 netos e 11 bisnetos.

O enterro de Almeida será às 10h30 deste sábado, no Cemitério dos Amarais, em Campinas.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

" O Crime do Poço - Uma Tragédia Indaiatubana"


Resenha 

Informações básicas

  • Título: Uma Tragédia Indaiatubana: O Crime do Poço 

  • Autora: Eliana Belo Silva 

  • Ano de publicação / Editora: 2007, Editora Ottoni 

  • Número de páginas: ~120 


Enredo / Sinopse

O livro reconta o sangrento assassinato de Domenico de Luca, um jovem imigrante italiano, ocorrido em Indaiatuba em 1907.  Domenico tinha cerca de 17 anos, vinha a Indaiatuba para comprar grãos (milho e feijão), e trazia consigo uma quantia de dinheiro.  Ele é enganado por Adamo “Adão” Ripabello, que o convida a ver o milho que tinha para vender. Chegando à casa de Adão, ele é atacado: sofre pauladas na cabeça (por Antônio Nugnesi) e facadas na garganta (por Eugênio Cardinale). O corpo é então escondido dentro de um poço no quintal e coberto de terra. 

O crime provoca impacto profundo na pequena comunidade de Indaiatuba, que à época tinha algo em torno de 1.200-1.500 habitantes na zona urbana, e uma vida cotidiana bastante marcada por costumes simples, estrutura rural/comercial incipiente, ausência de infraestrutura moderna (como água encanada) e forte presença de laços comunitários. 

O desvendamento do crime envolve fatores curiosos: investigações locais, participação de autoridades, exame de autos do processo — e até mesmo elementos da memória oral e da imaginação popular, como o sonho da mãe de Domenico, identificando posteriormente uma casa como a casa onde o filho fora morto. 


Estrutura e estilo

  • A autora recorre a múltiplas fontes: autos de processo, jornais da época, fontes memorialistas, historiadores, memória oral. 

  • Capítulos organizados de forma cronológica, apresentando primeiro o contexto da Indaiatuba de 1907 (geografia, demografia, condições de vida, costumes), depois o percurso da família de Domenico, os suspeitos, o crime em si, as investigações e o julgamento. 

  • A narrativa mistura descrição histórica, reconstrução de cenas e tentativa de captar o clima da época — o que dá ao livro um caráter quase literário, embora seja essencialmente de não-ficção. Há atenção aos detalhes menos conhecidos, que a memória popular esqueceu ou distorceu. 


Significados, impactos e temas

  • Memória e identidade local: Este crime se enraizou fortemente na memória coletiva de Indaiatuba. O túmulo de Domenico De Luca recebe homenagens frequentes, ex-votos, velas. O autor mostra como o episódio deixou marcas profundas na identidade da cidade. 

  • Justiça, violência e poder: O livro mostra como desigualdades, tensões sociais (entre imigrantes, entre pessoas mais pobres ou menos instruídas, entre comerciantes locais) podem alimentar crimes brutais, além da forma como a justiça operava no interior paulista no início do século XX.

  • Fé e sobrenatural: O sonho materno que ajuda a desvendar parte do crime, e o cuidado com o túmulo, com fé atribuída a graças alcançadas, são elementos que ultrapassam o mero registro policial; há uma dimensão simbólica, de crença, de ritual. 

  • Relações internacionais / imigração: O crime se insere no contexto de imigração italiana no Brasil, do ciclo do café, da expansão ferroviária — tudo isso presente como pano de fundo que ajuda a entender por que alguém como Domenico estaria em Indaiatuba, como se deslocavam as pessoas, qual era o papel dos imigrantes no comércio local. 


Pontos fortes

  • A autora consegue trazer luz sobre um caso que é parte importante da história local, mas que pode ser pouco conhecido fora da cidade, mostrando sua complexidade e contexto.

  • A combinação de várias fontes (oficiais + orais) permite uma visão mais rica, menos simplista.

  • O estilo parece acessível, atraente tanto para quem gosta de história quanto para leitores gerais interessados em tragédias reais, mistérios e memória.


Pontos que podem causar ressalvas

  • Por depender bastante de memória oral e de versões populares, pode haver variações ou incertezas nos relatos de certos detalhes — nem sempre as versões se conciliam perfeitamente.

  • Em obras desse tipo, sempre há um risco de romantização ou de dar mais destaque ao sensacionalismo do crime que ao seu entorno social — embora não pareça que Eliana Belo Silva tenha exagerado nisso, segundo os relatos.

  • O livro é relativamente curto (~120 páginas), o que limita a profundidade de análise de alguns temas maiores, como a comparação do caso com outros crimes similares na região, ou a economia mais ampla da imigração italiana.


Conclusão

Uma Tragédia Indaiatubana – O Crime do Poço é uma obra muito relevante para quem se interessa pela história local, pela memória coletiva e pela forma como tragédias moldam identidade. Eliana Belo Silva traz um olhar cuidadoso sobre um crime brutal, mas também sobre a sociedade em que ele ocorreu, com suas contradições, crenças, fragilidades e tensões.

Esse livro não é apenas para especialistas, é para qualquer pessoa de Indaiatuba ou da região que busca entender não só o que ocorreu, mas por que esse episódio continua reverberando até hoje no imaginário da população.


A capela curada que deu origem à Indaiatuba

A formação histórica de Indaiatuba está diretamente ligada à capela curada, instituição religiosa que, nos séculos XVII e XVIII, desempenhava papel central na organização das comunidades do interior paulista.

No contexto colonial, a expansão da ocupação do território se deu por meio das sesmarias e das grandes propriedades rurais. À medida que a população se fixava em determinado local, era comum que os moradores construíssem uma pequena ermida ou capela particular, geralmente em terras doadas por algum fazendeiro da região. Esses templos funcionavam inicialmente como capelas filiais de uma freguesia ou paróquia mais antiga, subordinadas ao vigário local, e só posteriormente recebiam autorização eclesiástica para se tornar capelas curadas.

O termo “capela curada” designava uma capela dotada de certo grau de autonomia administrativa e religiosa, já que possuía um cura (padre responsável), autorizado a celebrar missas, administrar os sacramentos e atender espiritualmente a comunidade, sem que os fiéis precisassem se deslocar para a paróquia-sede distante. Esse passo era fundamental, pois consolidava a comunidade em torno da vida religiosa e favorecia a fixação populacional.

Em Indaiatuba, esse processo ocorreu em meados do século XIX. A região, então ainda vinculada à freguesia de Itu, cresceu em torno da Capela de Nossa Senhora da Candelária, erguida graças ao empenho de moradores e proprietários rurais locais. Inicialmente, a capela era apenas um ponto de devoção e encontro comunitário, mas sua elevação a capela curada marcou a institucionalização da vida religiosa, tornando-se o núcleo formador do futuro município.

A criação da capela curada não apenas reforçou o papel da religião na organização social, mas também impulsionou o desenvolvimento econômico e político da região. Em torno dela foram se estabelecendo casas comerciais, pequenas moradias e atividades de subsistência, consolidando um núcleo urbano. Com o tempo, esse crescimento justificou a emancipação política, e a antiga capela tornou-se a Matriz de Nossa Senhora da Candelária, hoje símbolo da cidade de Indaiatuba.

👉 Em resumo, a capela curada de Nossa Senhora da Candelária foi o embrião urbano da atual cidade, atuando como centro religioso, social e comunitário. Ela representou a passagem de um povoado disperso para uma comunidade organizada, capaz de se afirmar como freguesia, depois vila e, por fim, município.

Postagens mais visitadas na última semana