segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Randolfo Moreira Fernandes


Por "Randolfo" (grafia atual, mas não original - que é Randolpho) Moreira Fernandes conhecemos a escola que formou muitos indaiatubanos, e também o prédio onde atualmente está o Centro Cultural Vanderley Peres, mesmo a Escola não estando mais ali. Mas a biografia daquele que é patrono da escola, poucos conhecem.

A História de Indaiatuba e de seus habitantes é um vasto campo de estudos onde a maior parte dos fatos e feitos ainda precisam ser pesquisados e divulgados. Dentro dessa seara e até onde se sabe atualmente, Randolpho foi o primeiro educador diplomado a lecionar em nosso município; todos antes dele eram leigos, que davam aulas sem o devido canudo, condição comum na época. Por esse fator de diferenciação, foi escolhido para ser o patrono do então imponente novo prédio do primeiro Grupo Escolar de nossa cidade, através de um decreto de 21 de abril de 1932.

Randolpho nasceu no Estado do Rio de Janeiro, no município de Barra Mansa no dia 23 de dezembro de 1856, filho do Capitão João Moreira Fernandes e de D. Cândida Rosa do Nascimento. Talvez por conta da vontade ou influência da família relativamente abastada, pensou em estudar medicina, mas logo percebeu que não tinha vocação para essa carreira e foi ingressar na tradicional Escola Militar, havendo sido Cadete do Império e até conquistando a amizade de D. Pedro II.

Ali também não encontrou vocação e após também tentar a carreira religiosa, decidiu mesmo foi ser professor. (Bom, talvez não tenha sido tantos fatores de indecisão, afinal - porque não? Quase todo professor querido é um pouco médico, um pouco militar, um pouco padre e um pouco de outras coisas também). Consta que Randolpho fundou um colégio na cidade de Queluz, ainda morando no Estado do Rio de Janeiro.

Formou-se professor normalista com 19 anos pela Escola Normal Caetano de Campos, em SP. Logo em seguida veio para Indaiatuba, onde assumiu o cargo público de “Aferidor da Câmara Municipal”, sendo responsável pela conformidade de pesos e medidas do nosso município, uma espécie de INMETRO (em pessoa física) do século XIX . Também foi nomeado “professor das primeiras letras para o sexo masculino” na cadeira da então Vila de Indaiatuba.

Foi então que uma indaiatubana laçou de vez seu coração e com 28 anos - em 30 de agosto de 1884 - casou-se com ela: Vitalina Augusta de Cerqueira.

Randolpho Moreira Fernandes com sua esposa Vitalina Augusta de Cerqueira,
com o primeiro filho do casal, Benedito.

Cópia da fotografia original cedida para este blog por Felício A Pires Jr.



Além de lecionar em Indaiatuba, Randolpho professou sua sabedoria em outras cidades: Bragança, Bom Jesus do Buquira, Freguesia de Cruzeiro, Piracicaba, Sorocamirim, Cotia, Caçapava e finalmente Tremembé do Norte, onde faleceu com 49 anos, no dia 4 e outubro de 1905, sendo sepultado em São Paulo, capital.

Mestre Randolpho teve três filhos: Benedito Randolfo Fernandes, Cyrene da Conceição Fernandes e Deuzalina Fernandes.






Escola Randolfo Moreira Fernandes, em duas épocas.
Imagens cedidas por Antonio da Cunha Penna


A Escola Randolfo funcionou no prédio da praça D. Pedro II até o ano 2000, quando, mesmo sobre os protestos das principais partes interessadas, professores, funcionários, alunos matriculados e antigos e familiares foi compulsoriamente transferido para um prédio construído originalmente para ser uma maternidade, na rua Alberto Santos Dumont, onde já havia funcionado a Escola Hélio Cerqueira Leite e a FIEC. Ficou ali até 2006, quando novamente foi transferido, agora para o Jardim Alice, onde passou a partir de então por vários transtornos, desde disputa por demanda até problemas de infraestrutura.

Desde então a nova Escola Randolfo, luta no dia-a-dia arduamente para manter-se na história da nossa cidade como escola querida e reconhecida pela sua qualidade, para dignificar não só o patrono que lhe deu o nome, mas todos os mestres e alunos que por ali passam.

Já da antiga escola Randolfo que funcionava no prédio homônimo, restou uma praça.

Uma praça com um prédio.

Mas uma praça... Sem escola.


.....oooooOooooo.....

Nota: A professora Neuza Tomaz Rezende idealizou e produziu com alunos do novo Randolfo uma belíssima obra que aguarda patrocinadores para publicação em forma de livro.


Você tem imagens de outras escolas de Indaiatuba?
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Seja um deles também e zele pela história, memória e patrimônio de nossa Indaiatuba!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Guapuruvu no Museu do Casarão Pau Preto - Primavera de 2010

 





O Garapuvu (Schizolobium parahyba, Vell.), também é conhecido em outras regiões como guapuruvu, guarapuvú, ficheira, bacurubu, badarra, bacuruva, birosca, faveira, pau-de-vintém, pataqueira e ainda pau-de-tamanco.

Créditos - Museu do Casarão - imagens de 24 de setembro de 2010
Claudia Kleidloro



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Livro do Penna "Nos Tempos do Bar Rex"



Na noite de terça-feira p.p., dia 21 de setembro de 2010 aconteceu o lançamento do livro "Nos Tempos do Bar Rex", de Antonio da Cunha Penna para a imprensa, na Tulha do Casarão do Pau-Preto.

Penna presenteou os convidados com um exemplar do livro, que será lançado oficialmente na próximo dia 30 de setembro, no Indaiatuba Clube, a partir das 19:00 hs. O convite é aberto para todos, não é só para quem é sócio do clube.

Eu já tinha lido a versão draft em arquivo eletrônico, mas ao receber o livro confesso que tive uma grata supresa. A edição está muito caprichada, fruto de um trabalho de  5 anos que começou com a intenção de elaboração de uma crônica.

"Foi em 7 de setembro de 2005, no café do Cine Topázio no Shopping Jaraguá que marquei com amigos para conversarmos sobre o Bar Rex. A intenção era fazer uma crônica para a Revista da Tribuna. Estávamos: Paulo Lui, Geiss, Rubens Bonito (in memorian), Clóvis Civolani, Zaira de Genaro e sua filha Cristina Genaro Scodro", relembra Penna. Só que foram tantas as histórias e tantas as possibilidades que se abriram de pesquisa que a crônica nunca foi escrita e virou livro. Sorte nossa. Sorte da história de nossa Indaiatuba, que está todinha aí, escondida... para ser desvendada, escrita e divulgada.

Além desses que foram entrevistados nesse primeiro momento, Penna conta que alguns conhecidos deram o "tom" ao livro e confessa que foram deles as principais entrevistas que formaram o conteúdo. São eles: Carlos Antônio Gotardo, Humberto Carlos Prandini, Jonas Felipe, Luiz Hermínio Tasca, Nelson de Campos e Nevil Bonachella.

Mas quem pensa que o livro discorre apenas com fatos que aconteceram no dito Bar Rex, terá uma grata surpresa ao reconhecer que, na verdade, o bar é apenas um eixo temático - não deixando de ser, obviamente, o "eixo gravitacional", conforme diz o próprio autor.

 Penna escreve sobre tudo o que está direta ou indiretamente relacionado com a época em que o Bar Rex era uma referência para a juventudo, ou seja, os anos 40, 50 e parte dos anos 60. "Seria como se alguém de hoje escrevesse sobre Indaiatuba dos tempos da Pepis".

Para que você tenha uma ideia da quantidade e diversidade de informações que encontrará, eis a lista de todos os outros colaboradores:

Adelki Costa (Rocha)
Admar Martini
Airton Rodrigues
Alberto Amstalden
Alberto Martins
Alexandre Carlos Peres
Altayr Garibaldi Rotholi Gardia
Alzira Volpato Beccari
Anaida Quinteiro Peres Canovas
Ângelo Prandini
Antônia Melânia E. Pires Rodrigues
Antonieta Bonito
Antônio Mingorance Filho (Chido)
Antônio Pianucci
Antônio Reginaldo Geiss
Aparecida Rosemeire C. do Nascimento
Aristides Cantelli
Armando Pachelli
Benta Célia Galdino Teixeira
Carlos Antônio Gotardo (Gotardinho)
Carlos Waldir De Genaro (Badóli)
Clóvis Civolani
Danilo Carlos Fuga
Djalma Bergantim
Domacyr Stocco (Ciro)
Edgard Steffen
Edjair Claro de Oliveira
Eduir Antônio Pazini
Eliana Mattos
Emanuel Jorge Fernandes Pinto (Mané)
Feres Pedro Aun Neto (Salim)
Fernando Stein
Francisco Nitaques
Glória Dinorah Quinteiro Belo
Glória Ferrarezzi Martins
Hélio Bigatti
Hélio Milani
Humberto Carlos Prandini (Doda)
Iolando Bernardinetti
Jaime José Possan
Jefferson Canova (Gerê)
João Antônio Puccinelli
Jonas Felipe
Jorge Ribeiro da Silva Jr.
José Aristides Barnabé
José Arnaldo Zulian
José Beccari
José Jair Pistoni
José Maria de Araújo (Zé Baleiro)
José Paulo Ifanger
Julio Carlos Stein
Jurandir Costa (Timóteo)
Lauro Magnusson
Luís Hermínio Tasca (Lula)
Luís Ronaldo Mazeto (Dinho)
Manoel de Miranda
Maria Mercedes Zoppi Bonito
Marcelo Pires
Marcos Poli (Mug)
Marilena Mingorance Brunetti
Marizilda Perez Zanutello
Moacir Martins
Nelson de Campos
Nevil Bonachela
Octacílio Groff
Onesi Magnusson Mendes
Paulo Antônio Lui
Paulo Camargo
Paulo Von Ah
Pedro Queiróz
Reinaldo Von Ah
Renato Santos Pena
Roberto Ferrari (Tutu)
Rubens Bonito
Sérgio Baroni
Sergio Mateus Squilanti
Servílio Batista (Servilinho)
Sidney José Pigatto
Sinézio Martini
Waldiney Peres (Diney)
Valter de Almeida
Walter Nicolucci
Zaíra de Genaro
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Penna destacou o auxílio especial de Antonio Reginaldo Geiss e Moacir Torres.

Para supervisionar a obra e fazer a revisão fundamentalista, Penna elegeu Sérgio Mateus Squilanti, Walter Nicolucci, Bronislaw Antonys Drabek, Eliana Mattos, Dalva Andrade, Rubens de Campos Penteado e eu, Eliana Belo Silva.

Cederam textos para compor a obra: Admar Martini, Edjair Claro de Oliveira, Edgar Steffen, Rosália Pollimeni, Sergio Mateus Squilanti, Roberto Fagagnoli, Marcos Kimura e Eliana Mattos.

Digitaram os originais - porque Penna escreve com lápis -  os filhos do autor, Érico e Larissa.

Trataram as mais de 160 imagens do livro os profissionais Rafaela Giacomeli e Ediltom Monteiro da Silva.

Fez as vinhetas Ige D´Aquino.

Foram revisores Pedro Queiroz e Cecília Lorena.

Diagramação, fotolito e impressão da Rumograf - Gráfica e Editora Ltda.

Patrocínio cultural - sob a presidência de Antônio Reginaldo Geiss da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, da Prefeitura Municipal de Indaiatuba, gestão do prefeito Reinaldo Nogueira Lopes Cruz.


Bom gente, com todo esse povaréu na lista de créditos, nada mais tenho a escrever a não ser repassar o convite do Penna para que todos os leitores desse blog compareçam no lançamento do livro.

E também... que leiam. Eu já estou na segunda leitura e recomendo.

domingo, 19 de setembro de 2010

A praça do Randolfo em tempos idos & o Plano Diretor



Esta imagem tratada e cedida para este blog por Marcos Barce é da praça onde funcionou o antigo Grupo Escolar Randolfo Moreira Fernandes, atual Centro Cultural Vanderley Peres.

Antonio Packer e seus amigos posam no local quando ainda nem era praça!

O proprietário da foto escaneou a original, que é pequena e não está muito legível (mas é belíssima e importante registro urbano) e em seguida fez essa arte, colorindo um passado em que - nem apenas para tirar uma foto - era possível curtir com mais calma o local.

A imagem deve ser da década de 1940. Em frente do local, onde hoje é a Magazine Luiza, era o clube de campo do Primavera Futebol Clube.

Os mesmos rapazes, na mesma data, "em cima do muro"; o sr. Antonio Packer é o primeiro da esquerda.



Abaixo, time oficial do Primavera em foto tirada no ano de 1946.
Eles estão exatamente onde hoje é o Magazine Luiza.


Como já escrevi em outros post´s, embora eu  seja uma provinciana assumida (e talvez você também, só que ainda não assumiu) , sei que é importante emprego, renda e riqueza (afinal, eu não sou uma provinciana bobinha).  Mas nem sempre (ou melhor, quase nunca) crescimento é desenvolvimento e essas nostálgicas imagens nos levam a refletir: _ Até quando e quanto Indaiatuba deve crescer?

Será que não basta apenas desenvolvimento, em vez de crescimento?

Parece que depois de loteamentos e mais loteamentos, condomínios e mais condomínios, atração de empresas e mais empresas, nosso novo Plano Diretor elaborado pela Secretaria de Planejamento Urbano e Engenharia com sugestões da população deu sinais de saniedade apontando que a área de expansão urbana da cidade cairá cerca de 17.000  km² (51.846,92 km² para 34.229,35 km²).

Dá até vontade de dar uma respirada de alívio, mas não é hora ainda. Foi um avanço, sim. Foi. O crescimento desordenado pode estar sendo contido. Chega de mais bairros, mais condomínios, mais fábricas e mais impactos ambientais, sociais, econômicos, de trânsito e o que é pior... de violência.

Muitos intelectuais de tudo quanto é universidade de todos os cantos do mundo já provaram que as mesmas metrópoles que atraem mão-de-obra por causa de seus supostos postos de trabalho é aquela que segrega, oprime e empurra muitos para a marginalidade, pois não oferece oportunidades para todos os que são ardilosamente atraídos, embriagados pelo seu traiçoeiro canto de sereia.

Chega de vender a ilusão de que cabe mais gente aqui, que tem oportunidade para mais e mais pessoas. Mais um motoboy na rua e o trânsito pára! Não vai ter escola para todos (pelo que se diz, já não tem creche!), não vai ter empregos, o que dirá de vagas nos hospitais. O SAAE não vai conseguir tratar tanto esgoto, nem prover água para todos beberem. Nem sombra terá, todos não caberão sob as parcas árvores que restam após nossos campos de indaiás terem sido impermeabilizados com esse asfalto que esfarela cada vez que chove na China. Nossos mortos terão que procurar vagas no cemitério de Salto.

Não haverão outros grupos de amigos como o do sr. Antonio Packer acomodados em nossas praças, que tomadas serão - todas elas - pela imundície da pressa de quem não enxerga as lixeiras públicas e pelo som das magazines e suas nefastas caixas de som com música brega, ouvidas compulsoriamente ao cheiro de pastel frito em óleo vencido.
.
Provincianos ou metropolitas, fiquemos atentos!

Todos queremos desenvolvimento sustentável.  A área de expansão urbana caiu no Plano Diretor mas vários decretos podem - no futuro - ludibriar essa pequena conquista.

Temos ainda que garantir também a  redução dos “índices construtivos” de modo a provocar menor cobertura dos terrenos.  E além disso, obviamente, continuar cobrando e fiscalizando os órgãos públicos no sentido de valorizar nossos espaços para que tenhamos a oportunidade de, como os amigos do sr. Antonio Packer, aproveitarmos prazerosamente as praças de nossa Indaiatuba.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Chapéu e a Cabeça

texto de José de Souza Martins


Em antigas fotografias de rua de São Paulo, são raros os homens sem chapéu. Com o primeiro chapéu, o adolescente se tornava adulto. Eram os tempos da garoa e da cerração. Em dia de sol forte, quem chegasse em casa queixando-se de dor de cabeça, logo ouvia: “Pudera! Você saiu sem chapéu!” Ou, se chegasse tossindo: “Tá vendo o que dá deixar o chapéu em casa?” O chapéu era medicinal e não se vendia em farmácia!

Num túmulo do Cemitério do Araçá, uma bengala e um chapéu pousado sobre um banco de jardim expressam a piedade filial por alguém que se foi, mas também a comovente certeza do reencontro na simbolização da ausência temporária. O chapéu era um componente ritual do traje, instrumento de uma linguagem. Servia para ser tirado quando passava um enterro ou uma procissão. Ou para ser tirado ligeiramente no encontro com pessoa a quem se devesse essa deferência. A falta do gesto insultava, mas degradava o desrespeitoso, não o desrespeitado. Disso conscientes, os humildes não só tocavam ligeiramente a aba do chapéu diante de terceiros: tiravam-no, se o encontro envolvesse conversação. O chapéu falava a linguagem das classes sociais, dos que mandavam e dos que obedeciam, dos que tinham e dos que careciam. Até o mendigo precisava de chapéu. O chapéu na mão, de copa para baixo, na porta da igreja ou na saída da estação, poupava ao pobre a humilhação de pedir de viva-voz o pão nosso de cada dia.

O chapéu se foi, mas ainda permanece simbolicamente na cabeça de quem já não o usa. Até hoje, arrecadação de fundos para qualquer causa se faz passando o chapéu, como se diz. Ainda se ouve: “É de se tirar o chapéu!”, diante de fato admirável ou de pessoa extraordinária. Dos sem caráter, que aproveitam de mérito de outro em benefício próprio, o chapéu diz tudo: “Aquele ali faz cumprimento com chapéu alheio.” Criou palavras, difundiu significados em nossa língua. Sob chuva, a aba virava para baixo, desabava. Pessoas e prédios continuam desabando sem terem aba nem chapéu.

Famosos foram entre nós os chapéus da fábrica Ramenzoni, no Cambuci, de 1894, e os da fábrica Prada, de Limeira, de 1904. Mas o pai do chapéu moderno entre os paulistanos foi João Adolfo Schritzmeyer (1828-1902), alemão de Hamburgo,  aqui chegado em 1848, que abriu sua fábrica no Anhangabaú em 1851, visitada por D. Pedro II, em 1878. Ficava na área da hoje estação do metrô. Está retratada em antigo medalhão de bronze no mausoléu da Sociedade Beneficente dos Chapeleiros, no Cemitério da Consolação, onde ainda são sepultados os descendentes dos operários da fábrica de Schritzmeyer. A loja era na esquina da Rua Direita com a Rua de São Bento, no quarteirão que foi demolido para abertura da Praça do Patriarca. Durante muito tempo, os chapéus de João Adolfo fizeram a cabeça dos paulistanos.





Com os seus chapéus, os elegantes indaiatubanos Athos Mazzoni e Nestor Estevam de Araújo,
 no início da década de 1940
Imagem cedida por Athos Mazzoni Sobrinho



O elegante João Pecht e seu chapéu, com a esposa Benedita Estevam de Araújo Pecht, na ocasião em que o casal foi visitar Pirapora, na década de 1940.
Imagem cedida por Victor Pecht



Benedito Estevam de Araújo e seu chapéu provavelmente na década de 1910 (?)
em imagem cedida por Luiz Stocco
(meu bisavô Dito é também avô, bisavô e tataravô de sabe-se lá quantos indaiatubanos... somos em muitos).





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Colaboraram também Renato Gigliotti e Carlos R. Almeida


Você também tem foto de seu avô ou bisavô de chapéu?
Envie para esse blog elianabelo@terra.com.br
Compartilhe as memórias de sua família, a História de Indaiatuba foi e é contruída por todos nós!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

1a. Parada Gay de Indaiatuba

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é."
(Caetano Veloso)




O dia 12 de setembro de 2010 entrará para a História de nossa Indaiatuba como o dia em que aconteceu a primeira Parada Gay, também chamada de Parada dos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis e transexuais) ou ainda parada dos LGS (lésbicas, gays e simpatizantes) - após 13 anos do primeiro evento do gênero ter ocorrido no Brasil, em São Paulo, no ano de 1997.

O evento que reuniu pessoas de toda a região e que teve início em uma concetração após o almoço na Praça Prudente de Moraes, desfilou pelo Centro da cidade e foi até o Parque Ecológico, onde terminou no final da noite de domingo com falas de protesto e conscientização, com muita música e dança acompanhadas por um público enorme, não só de Indaiatuba, mas de outras cidades do Estado, inclusive São Paulo.

O público presente caracteriza o evento realmente como uma grande festa e essa é, sim, a melhor definição, mas seria simplista demais caso ficasse reduzida à apenas o conceito de praticamente um Carnaval, com fantasias, cores, flores e arco-íris. Então falar exclusivamente sobre toda a irreverência do evento é armadilha que não quero cair. O foco é outro. Além de uma festa social,  cultural, artística, de entretenimento, o objetivo é mesmo político.

Vejamos: o cidadão que se acha normal - e quase sempre "superior" por isso, em sua agorrância baseada em sua suposta condição de heterossexual pensa, quase sempre, assim: se é gay, é promíscuo; se é promíscuo, tem AIDS e se tem AIDS, é do "mal" e  oferece riscos.

E é contra essa cadeia de suposições tidas como Verdades Absolutas que o movimento deve ser citado.

Afinal, nem todo gay é promíscuo. Há casais fiéis que baseiam sua relação no amor. E se for promíscuo, não é problema dele? Não. É problema de todos os cidadãos, de toda a sociedade, que tem carência de meios eficazes de propagação e aderência de valores morais. É um problema político.

Bom, nem todo promíscuo tem AIDS, ou qualquer outra DST que seja. Ora, se for aidético, o problema não é dele? Não. É problema de todos os cidadãos, de toda a sociedade, que tem carência de políticas públicas eficazes de prevenção de doenças, problemas na distribuição e disponibilização de remédios, de hospitais públicos rápidos, geridos com base no resultado eficaz. É um problema político.

E para finalizar, nem todo aidético oferece riscos. Puxa, se estiver doente, não é problema dele? Não. É problema de todos os cidadãos, de toda a sociedade, que carece também de políticas públicas educativas que propaguem insistentemente  os meios de contaminação e decorrente prevenção e principalmente contra o preconceito, discriminação e homofobia. É um problema político.

Quanto à opção sexual de cada um, isso é o de menos, isso sim é assunto privado e não público. Afinal, a individualidade de cada um com seu parceiro escolhido é assunto íntimo, a ser vivenciado entre quatro paredes, dentro de suas preferências e diferenças.
Que além da festa, o evento possa servir para que todos façam reflexões sobre as diferenças.

Pertencer ao grupo LGBT não é ser uma pessoa pior. Nem melhor. É ser simplesmente diferente.

E no desafio de convivermos com os diferentes  (afinal, onde estão os "iguais"?) é que está o grande foco não só dessa Parada, mas de nossas vidas.

Afinal a visão que temos de nós mesmos não é que somos pessoas do "Bem"?

Pois é... então passe a colocar valores como o amor e respeito sobre a ótica de todas as suas definições e conceitos, conviva pacificamente com todos os seus "diferentes" e... VOTE CERTO!


Qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor valerá.
(Geraldo Azevedo)

























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A prefeitura, através da Guarda Municipal e do Departamento de Trânsito, de apoio ao  pacífico movimento, assim como a Polícia Militar.

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(Desculpem as fotos, elas estão um pouco escuras, minha máquina estava sem bateria e eu tirei fotos do meu celular que eu não sei inserir os parâmetros direito para melhorar a imagem. Um dia talvez eu não deixe de cometer esses erros na hora de planejar um post)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pequena biografia do Du Tonin



Eduardo Tonin, mais conhecido como Du Tonin (28) é candidato a Deputado Estadual pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB com o número 15.015.

É natural de Indaiatuba, filho do engenheiro civil, ex-prefeito e ex-deputado estadual José Carlos Tonin e da professora Maria Emília Tonin.




Filho de ativo e influente político de Indaiatuba, cresceu em meio à Política e desde muito jovem mostrou interesse pela área, a ponto de seu professor Eduardo Coelho declarar que “_ Quando dava aulas para o Du, sempre percebi sua preocupação com o próximo e sua liderança nata, características importantes para quem quer representar a população”.


Du Tonin ainda bebê na posse de seu pai como Prefeito

Ainda muito jovem foi morar e estudar nos Estados Unidos nos anos de 1997/98, oportunidade em que concluiu o 2º. ano do segundo grau.


Du Tonin em romaria à Pirapora

Formou-se pela PUCC Campinas na turma de 2004 e está concluindo pós-graduação em Gerenciamento de Projetos na Fundação Getúlio Vargas em Campinas. É Diretor da Associação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos de Indaiatuba.


Como engenheiro civil, ainda recém formado fundou  seu próprio escritório de engenharia, onde executa importantes projetos em todas as cidades da região.
 Du vê seu ingresso na política como uma forma de renovação. “_ Sempre senti a necessidade de ajudar mais as pessoas. Tenho amigos que me perguntam como comprar um terreno e começar uma nova família com o alto valor dos imóveis em Indaiatuba. Isso foi um dos motivos que me levou a disputar um cargo político. Quero poder ajudar mais pessoas, e a política tem esse poder”.

Em Indaiatuba, onde há maior ênfase em suas atividades, vem elaborando projetos e executando reformas e construções residenciais, comerciais e industriais dentre as quais se destaca a construção da creche do Lar de Velhos Emmanuel, projeto que abriga diariamente cerca de 24 idosos.


 Du Tonin empenhou-se muito em sua formação e é detentor da crença de que "_ todo projeto ou obra, assim como outras realizações fora do campo da engenharia civil, só são possíveis graças ao trabalho em equipe".

Na sua visão as pessoas vem antes das conquistas materiais, vez que estas só acontecem pela atuação de mulheres e homens que se empenhem coletivamente.

“_ Tenho condições de trabalhar por nossos municípios através da boa prática política. Quero ensejar para o nosso povo uma esperança de um futuro melhor”, finaliza Du Tonin.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Novo livro do Penna sobre História de Indaiatuba



É com muito prazer que anuncio o lançamento de mais um livro sobre a história de nossa Indaiatuba.

Trata-se da obra "Nos Tempos do Bar Rex", onde o fotógrafo, escritor e agitador cultural Antonio da Cunha Penna escreve sobre fatos que aconteceram com as pessoas que frequentavam o Bar Rex nos anos 40, 50 e 60, bem como de fatos da época, não diretamente relacionados aos frequentadores, mas motivo de suas conversas nas mesas daquele que foi uma espécíe de "Pepsi" dos anos dourados.

Para escrever o livro, Penna entrevistou mais de 80 indaiatubanos que contaram suas memórias do tempo áureo (e não tão áureo) do Bar Rex.

O livro é ilustrado por Ige D’Aquino e possui belíssimas fotos de Indaiatuba da época, relevantes não só para o tema discorrido por aquele estilo crítico, bem humorado e até sarcástico que já conhecemos de Penna - mas também para a história de Indaiatuba como um todo.

Cada capítulo é um conjunto de crônicas enlaçadas na descrição da vida cotidiana dos frequentadores. Ao lê-las estaremos revivendo a época através da lembrança ou da imaginação dos que viveram ou não - respectivamente na época do Bar.

É uma oportunidade de conhecer fatos e pessoas pitorescas de nossa história, com uma particularidade "pennística", ou seja, dando risadas. Por falar em risadas, não deixe de ler a  "Cronologia Errante". Imperdível, assim como o livro todo.








quarta-feira, 1 de setembro de 2010

História da Paróquia de Santa Rita de Cássia

texto do padre Xico
originalmente publicado na coluna "Ekos do Santuário" do Jornal Tribuna de Indaiá


Ekoando

A partir de hoje queremos recuperar um pouco da história da Paróquia de Santa Rita de Cássia, que coincide um pouco com a história do bairro Cidade Nova.

Em 1957, padre Carlos Menegazzi benzia a primeira pedra de uma futura capela de Santa Rita a ser construída no novo bairro, num terreno adquirido pelas associadas das oficinas de caridade Santa Rita, da Paróquia Nossa Senhora da Candelária.

Iniciando

Em 22 de maio de 1964, d. Paulo de Tarso Campos, arcebispo de Campinas, tomando conhecimento da existência desse terreno, decide criar a primeira paróquia dedicada a Santa Rita na Arquediocese de Campinas, juntamente com a Santa Rita de Campinas, cuja igreja já estava praticamente pronta no bairro Nova Campinas.

Xicos

No mesmo dia foram nomeados os párocos das novas paróquias: o padre Chiquinho, da Nova Campinas e o recém ordenado sacerdote, padre Xico, agora de Indaiatuba. Os dois Xicos começaram os seus ministérios. Padre Chiquinho de Campinas, infelizmente já partiu para a casa do Pai. A Paróquia Santa Rita de Indaiatuba deve muito à generosidade do coração do padre Chiquinho de Campinas.

Padre Xico
(crédito da imagem: Jornal Tribuna de Indaiá)


Celebração

A notícia da criação da nova paróquia foi proclamada por d. Bernardo Bueno Miele, então bispo auxiliar de Campinas, em visita a pastoral na Paróquia da Candelária. Na noite do dia 22 de maio, num rancho improvisado, foi celebrada a primeira missa da paróquia. A notícia de uma segunda paróquia em Indaiatuba foi motivo de muita alegria.




Primeira missa da paróquia de Santa Rita em 22 de maio de 1964
(crédito da imagem: Fundação Pró-Memória de Indaiatuba)


Posse


Recebida a nomeação, padre Xico tomou posse de uma paróquia sem igreja, sem casa e sem nenhuma estrutura. Somente esperança e um povo cheio de boa vontade. Numa missa celebrada num domingo, dia 7 de junho as 8:30 de uma fria manhã, foi lido pelo pároco da Candelária, padre Claret, o documento de nomeação, assinado por d. Paulo, e depois confirmado por mais duas assinaturas: Silvano Amstalden e Juca Ambiel.

Personagens

Entre as muitas pessoas que se apresentam para diversos serviços que se fizeram necessários, uma pessoa muito humilde, prestativa e dedicada encarregou-se da preparação do terreno para começar a abertura do alicerce. José Ambiel, nosso "Homem do Tempo", sempre com seu cigarro de palha, atuando como responsável pelo terreno e como guarda-costas do padre. Que saudade deste saudoso amigo.

Casal 20


Silvano e Marta Amstalden foi o casal 20 da paróquia iniciante. Repartiram o amor e a dedicação da família com a nova paróquia. Deram a vida para que a nova Paróquia pudesse chegar ao patamar que ela hoje se encontra.Valeram a pena os sacrifícios, as renúncias e a dedicação.Valeu. Grandes amigos.

Avenida Major Alfredo Camargo Fonseca em imagem tirada da torre da Igreja Santa Rita, 
na década de 1970

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