quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Centenário do Cemitério da Helvetia - 1923 - 2023

 

A Colônia Helvetia foi fundada em 1888 por imigrantes suíços que começaram a imigrar para a região em 1854.

Os suíços trataram de construir um centro de convivência nesse local, na zona rural de Indaiatuba, perto do limite com Campinas. Ali construíram a igreja (1898), a escola (1893) e o cemitério, que neste ano de 2023, completa 100 anos.







(1) HELVETIANOS PEDEM AUTORIZAÇÃO PARA CONSTRUIR CEMITÉRIO

fevereiro de 1922





(2) CÂMARA MUNICIPAL CONCEDE AUTORIZAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO







(3) CÓPIA DA ATA DE REUNIÃO EM ABRIL DE 1922 SOBRE O CEMITÉRIO




ZELADORES DO CEMITÉRIO DA HELVETIA





ANTON AMBIEL - PRIMEIRO ZELADOR DO CEMITÉRIO DA HELVETIA


























Crédito do conteúdo: Casa da Memória da Helvetia - Inverno de 2023

Eliana Belo Silva





quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Câmara insere no Calendário Oficial do município o “Dia de Santo Inácio de Loyola”

 Vereadores Du Tonin e Luiz Chiaparine destacam que o Mosteiro do Itaici 

pertence à ordem fundada pelo Santo


                                                                    David Boal

                                      Câmara Municipal de Indaiatuba (Divulgação)


Os vereadores aprovaram por unanimidade nesta segunda-feira (21/08) a inserção do “Dia de Santo Inácio de Loyola” no Calendário Oficial do Município. Os autores da proposta, Du Tonin e Luiz Carlos Chiaparine, ressaltaram que o Santo é o patrono da Companhia de Jesus, ordem religiosa cujos membros são conhecidos por jesuítas e que construiu e mantém o Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba. O Papa Francisco é o primeiro pontífice jesuíta da história.

A data será celebrada anualmente em 31 de julho, dia em que Inácio de Loyola faleceu aos 65 anos. Nascido em Azpeitia, na Espanha, em 1491, o Santo faleceu em Roma, em 1556.



“O Mosteiro de Itaici – destacam os vereadores – é um conjunto formado por uma grande igreja, oito capelas, várias salas para reuniões, biblioteca, refeitório, sarcófago e quartos para acomodar 500 pessoas, todos dispostos harmoniosamente entre jardins cuidados com esmero”.

Localizado em Itaici, na Vila Kostka, o local é conhecido por ter sediado durante décadas o encontro anual da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e por ser um centro de espiritualidade onde há cursos, encontros e retiros.

Neste ano, em 31 de julho, o Mosteiro organizou a segunda festa em homenagem ao Santo. 

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

CLEONICE MATTIOLI CAMARGO SERÁ NOME DE PRAÇA

Na Sessão Plenária de hoje, 14 de agosto de 2023, o vereador Du Tonin apresentou um Projeto de Lei para fazer uma homenagem póstuma para CLEONICE MATTIOLI CAMARGO, autora da da letra de "Luar de Indaiatuba", conhecida como o "segundo hino de indaiatuba". 

O Projeto de Lei - que nomeia a a área de lazer do Jardim Regente como "Praça Cleonice Mattioli Camargo" será votado pelos demais vereadores e seguirá para sanção do prefeito Nilson Alcides Gaspar.

 

Quem foi Cleonice Mattioli Camargo

POETISA, autora da letra da música “Luar de Indaiatuba” (1975) cuja melodia foi composta por seu marido Nabor Pires Camargo

 



Cleonice e  Nabor (s/data) no piano de Nabor que foi doado, junto com seu acervo, para a Fundação Pró-Memória onde foi, por um tempo, usado pela Sociedade Cultural Cantátimo


Cleonice Mattioli Camargo nasceu em São Paulo- SP, no em 6 de novembro de 1915 e faleceu em 25 de fevereiro de 2009, no município de Mococa, SP.(1)

Filha (2) de Alberto Mattioli e Josephina Rodrigo Botet Mattioli, irmã de Celina Mattioli Mendes (casada com Francisco Silveira Mendes) e Cybelli Mattioli.

Casou-se em 1934 com o famoso clarinetista e maestro indaiatubano Nabor Pires Camargo, com quem teve uma filha, Marizaura de Camargo. (3)

O casal viveu junto sessenta e quatro anos, sobre os quais ela escreveu que acompanhou 

“a vida artística de meu marido e sei o quanto ele lutou para conseguir concretizar o que havia planejado em sua adolescência. Felizmente, foi um vencedor!” (4)

Nabor gravou uma música com o nome “Clarice” que foi gravada e compõe um disco gravado pelo músico.(5)

Cleonice sempre gostou de escrever, e não só poesias e poemas. Durante a vida do marido Nabor, ela fez muitos manuscritos sobre as memórias dele e de seus feitos, incluindo prêmios. Seus manuscritos contribuíram para a produção da biografia de Nabor, entre eles um texto que foi reescrito por Fernando Martins Gomes, onde ela narra os três primeiros bailes que Nabor tocou (6). Por esse cuidado em registrar fatos biográficos em diários, o próprio maestro Nabor adquiriu o hábito, a ponto de lançar o livro “Recordações de um clarinetista” (7). 

 

“Poucos músicos em nosso país tiveram a preocupação de registrar suas próprias memórias. Nabor, felizmente, estimulado por D. Cleonice, sua mulher e reconhecida poetisa, teve esse cuidado, razão pela qual podemos ter aqui o relato de sua vida, desde a infância, no alvorecer do século, até seu êxito na capital paulista, tanto no gênero popular como na chamada música clássica, como integrante de orquestra sinfônica. ”

 

Por ter composto a letra da música “Luar de Indaiatuba” - que para muitos é o “segundo Hino de Indaiatuba” - e outras peças musicais através de seu legado literário, D. Clarice, como era chamada, é merecedora de uma homenagem póstuma com seu nome eternizado em um próprio municipal.

 

       LUAR DE INDAIATUBA

 

A lua está tão linda! Tão linda, cor de prata!

Luar assim, é um desafio ao trovador;

Luar assim, é um convite à serenata...

E serenata é confissão de um grande amor!

.

Hoje aqui estou... quero cantar pela cidade

Para evocar outras mil noites como esta,

Este luar me inunda a alma de saudade,

Foi a saudade que inspirou minha seresta

 

Já pode o coração dizer hoje sem medo

Quanta ternura ele sentiu, e ele não disse;

Só por querer que nosso o amor fosse segredo

E que ninguém, ninguém soubesse... ninguém visse.

 

Oh, não zombeis vós, que escutais em meu cantar

O desfilar das melodias prediletas,

Se canto assim, e porque eu não sei chorar,

Porque cantando é que choram os poetas!

 

A lua, em outras plagas, brilhando na amplidão

Pode inspirar canções de rara suavidade,

Porém, ninguém pode cantar sobre esse chão,

Melhor do que eu, com mais amor, com mais saudade.

 .

Parai ó ventos, e impedi que lá nos céus,

Uma só nuvem, nesta noite, desça ou suba

Deixai que a lua, grande lâmpada de Deus

Fique brilhando sobre a nossa Indaiatuba!

 

Em 1985, o casal, que morou praticamente a vida toda em São Paulo, retornou para Indaiatuba. Dois anos mais tarde, tiveram a oportunidade de presenciar a segunda montagem de Ara Erê Uçú – o grande dia de festa. Essa obra-bailada chamada Ara-erê-uçu (outra forma de grafar), que significa “GRANDE DIA DE FESTA”, foi a última obra composta por Nabor, com texto de D. Cleonice, sobre a formação do povo de nossa Indaiatuba, encenada. O espetáculo consiste num bailado que conta a história de Indaiatuba desde o seu nascimento. A primeira montagem de Ara Erê Uçú aconteceu em 1976, a segunda ocorreu em 1987. O casal permaneceu na cidade até o final da década de 1980, quando então se mudou para Mococa onde Nabor faleceu, em 3 de outubro de 1996, aos 94 anos de idade, sendo sepultado em Indaiatuba e Cleonice em 2009.



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(1) Informações sobre o óbito advinda do OFÍCIO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS E INTERDIÇÕES E TUTELAS -  Livro 053, Folha 0029V, Termo 0013194.

 

(2) Informações sobre a família advinda do obituário da mãe Josephina Rodrigo Botet Mattioli, publicado no jornal Correio Paulistano de 11 de março de 1939, ano LXXXV, número 25463, página 4.

 

(3)  BERNARDO, Marco Antônio. Nabor Pires Camargo – Uma biografia musical. São Paulo: Irmãos Vitale, 2002.

 

(4) Palavras de Clarice Mattioli Camargo, publicadas no livro “Recordações de Um Clarinetista” (2000) Coleção Crônicas Indaiatubanas - publicado pela Fundação Pró-Memória de Indaiatuba.

 

(5) Nesse “long play” (Nabor usava esta palavra) foram gravadas as seguintes músicas: “Cleonice”, “Denise”, “Lúcia Helena”, “Nilza”, “Saudade de Mococa”, “Velha amizade” (valsas), “Chorinho da velha guarda”, “Indaiatuba querida”, “No rancho da coroa”, “Vá carregar piano”, “Totorito pescador”, “Polca da princesa”. Essas doze músicas também foram impressas pela Editora Arlequim.

(6) Texto disponível em https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2017/06/os-tres-primeiros-bailes-em-que-nabor.html

 

(7)  Livro lançado pela FUNDAÇÃO PRÓ-MEMÓRIA DE INDAIATUBA, da Coleção “Crônicas Indaiatubanas” no ano 2000.






segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Vitrine giratória ou "footing"

 Texto de Antonio da Cunha Penna


    Até o início da década de 70, dar volta na praça era preceito quase que obrigatório para moças e rapazes ainda disponíveis. Era um espaço democrático: uma espécie de vitrine giratória onde moças honestas, desonestas e ou dissimuladas passeavam geralmente de braços dados, em grupos de duas, três, quatro, no máximo cinco garotas, enquanto os homens giravam no sentido contrário em grupos não tão organizados ou ficavam parados sobre o meio-fio apreciando o desfile. Era a melhor maneira de ver e de ser visto. A cada passada do “broto” de seu interesse, “tirava-se linha”, gíria muito usada na época para designar flerte; uma mirada rápida que, se correspondida, transformava-se em aviso de que houve certo interesse de ambas as partes; uma espécie de sinal verde indicando que a abordagem poderia ser feita.

Quantas vezes de olho numa pretendente, o “Don Juan” frustrava-se ao perceber ansiado que na volta da vez a moçoila não estava mais com as amigas. Era sinal de que, desgraçadamente, fora atraída por outro num dos trechos do circuito.

            A prática do footing era comum nas cidades do interior. Nossa praça tinha a vantagem de ser em nível, simétrica e do tamanho de um quarteirão, o que facilitava o fluxo. Não saberia precisar quando esse costume começou. Moacir Martins tem vaga lembrança de que, em fins da década de 30, esse passeio acontecia meio enviesado, num rapadão onde hoje se encontra o Correio central, passando por sobre o leito da Rua Cerqueira César e dando volta no antigo coreto que na época ficava um pouco mais próximo da rua que o atual.

Com as melhorias realizadas pelo prefeito municipal Major Alfredo de Camargo Fonseca, os frequentadores do footing passaram a fazê-lo em torno do prédio da prefeitura-câmara-cadeia que ficava bem no centro da Praça Prudente de Moraes no espaço onde hoje fica a fonte luminosa. Era como se o prédio fosse um eixo.


Casa da Câmara e Cadeia, centro do footing indaiatubano na Praça Prudente de Morais



O asfalto (o primeiro de Indaiatuba) já havia passado no entorno da praça em 1951, dando condições para que o engenheiro agrônomo Sinésio Martini*, que também entendia de paisagismo, fizesse o traçado que, apesar das muitas reformas sofridas, permanece inalterado até hoje, bem como seu piso em pedrinhas portuguesas. Essa urbanização definitiva se deu no governo de Jacob Lyra (1952 -1955). Inaugurada em 1954, a praça teria o antigo coreto de madeira substituído no ano seguinte pelo atual de alvenaria.

A popularização da prática do footing pode ter acontecido devido à lenta liberalização dos costumes, quando as mulheres passaram a poder sair de casa sem a companhia de alguém da família.

Muitas moças pertencentes às famílias mais abastadas não faziam o footing; quando muito, vez ou outra, sentavam num banco para apreciar o movimento. Outras, pertencentes a famílias pobres, porém filhas de pais severos, sofriam as mesmas limitações. Algumas famílias, que moravam em quarteirões contíguos a praça, levavam cadeiras até a esquina para confortavelmente conversarem, olharem o movimento e principalmente vigiarem os filhos. Uma demora em completar a volta punha a mãe em alerta; a donzela havia parado no trajeto ou se desviado, o que era pior. Moça que desse um pulo à Praça Dom Pedro II, que fica a apenas uma quadra da Prudente de Moraes, era sinal de que estava mal-intencionada e, segundo Walter Nicolucci, corria o risco de ficar falada.  

Dar volta na praça aos sábados e domingos era uma oportunidade para as moças exibirem roupas novas e se arrumarem melhor, pondo papelotes ou fazendo rolinhos no cabelo; engomavam as anáguas, caprichavam no batom e no carmim.

Comprar pipoca nos diversos carrinhos espalhados pelos quatro cantos do logradouro, ir ao cinema, tomar um sorvete, comer pastel e ver as novidades exibidas nas vitrines da Casa Nicolau (a única realmente chique) era obrigatório; até que em 1960, surgiu a Brasília Magazine com amplas vitrines, inaugurando em nossa cidade uma nova maneira de se exibir os produtos.

Quando as ruas de nossa cidade ainda não eram asfaltadas, o atrito dos calçados contra a areia do chão fazia aumentar nas segundas-feiras a procura dos sapateiros para a troca dos saltos, deixando assim os sapatos, sandálias e tamancos prontos para a próxima maratona. Hoje a evolução industrial está fazendo minguar as profissões de sapateiro, assim como as de alfaiate, tintureiro, leiteiro, verdureiro etc. Trocar saltos e solas de sapatos era tão comum que, quando se queria afirmar que uma balzaquiana ainda estava conservada, dizia-se sutilmente: — Fulana ainda dá uma meia-sola.

Detalhe digno de nota é que, até os meados de 1960, era de bom-tom os homens irem à praça, ao cinema ou à missa trajando terno e gravata. O chapéu já havia sido abolido entre os mais jovens. Essa informalidade na maneira de se vestir invadiria os anos 70, seguramente a década em que se fez a apologia do mau gosto. Nunca a moda masculina foi tão feia como a desses anos.

Praça Prudente de Morais, na época do footing
Prédio do lado direito é o Cine Rex, onde hoje é o estacionamento do Bradesco.
Na esquina, atualmente é o Santander



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Crédito do texto: livro "Nos Tempos do Bar Rex"

Antônio da Cunha Penna (que em breve, lançará outro livro)

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

CURIOSIDADES DA GEOGRAFIA DE INDAIATUBA / PARA BIKERS.

O ponto de maior altitude de Indaiatuba é o Mirante do Limoeiro, também chamado de Mirante do Morro do Trator ou Mirante dos 4 municípios, e está a 908m acima do nível do mar.


O morro do trator é o caminho para chegar ao mirante, e desde sua base, são 1775m de distância com elevação de 108m de altitude.

A subida do morro do Trator tem cerca de 6% de inclinação, e equivale a subir 1 metro a cada 16,60 m de distância.

O rio Jundiaí chega a estar mais de 350m de altitude abaixo do Mirante do Limoeiro. Sair de qualquer ponte sobre o Jundiaí em direção ao Mirante pode ser o percurso de maior elevação que achará em Indaiatuba.

Do alto do Mirante, é possível avistar quatro municípios: o mirante está em Indaiatuba; a estrada apontará em linha reta para Cabreúva; poucos metros a direita da estrada é Município de Itú; e a esquerda, do outro lado do vale do Córrego Santa Rita, avista-se o município de Itupeva.


Pesquisa, texto e imagem: Charles Fernandes

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