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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Telefones - Lei de 1911

 Lei número 16 de 11 de fevereiro de 1911


O cidadão Major Alfredo de Camargo Fonseca, Prefeito Municipal de Indaiatuba etc.


Faça saber que a Câmara Municipal de Indaiatuba, em sua sessão de 11 de fevereiro de 1911, decretou e promulgou a lei seguinte:


    Artº1º A Câmara Municipal de Indaiatuba decreta a concessão aos engenheiros Horácio Rodrigues e Rodrigo Claudio da Silva para estabelecerem no município uma rede telefônica.


   Artº2º. Na assinatura do contrato a Câmara estipulará as condições do serviço colocação e qualidade dos postos nas ruas da cidade.


    Artº3º. O preço máximo a cobrar dos assinantes será o de 10$000 mensais pela assinatura da sede urbana e o de 2$000 para as linhas intermunicipais.


    Artº4º. Revogadas as disposições em contrario.


segunda-feira, 12 de julho de 2021

O Primeiro Código de Posturas de Indaiatuba

 A PRIMEIRA POSTURA MUNICIPAL DE INDAIATUBA


No dia 24 de março de 1859 a até então Freguesia de Indaiatuba (que formou-se agrupando os bairros de Piraí, Jundiaí – atual Itaici – e Mato Dentro) foi elevada à categoria de Vila (que significava município).  Após alguns dias foi empossada a primeira Câmara Municipal, que legislou de julho de 1859 até 30 de dezembro de 1860. A segunda Legislatura após Indaiatuba ganhar o status de ‘Vila’ foi composta por sete vereadores eleitos, e estes tiveram a incumbência de elaborar o nosso primeiro Código de Posturas Municipais, que foi aprovado pelo Presidente da Província de São Paulo em 1863.


O que é Postura Municipal

Postura municipal é um preceito escrito, uma lei que obriga os munícipes a cumprirem certos deveres de ordem pública, ou seja, os legisladores da Câmara Municipal produziram-na para organizar não apenas o espaço público, mas também a ordem social, sendo seu maior meio de punição a aplicação de multas destinadas ao caixa da municipalidade.


Vigiar e Punir

Na época em que o 1º. Código de Posturas de Indaiatuba foi feito, vivíamos sob a estrutura judiciária imperial, implementada pela Constituição de 1824, feita após Proclamação da Independência. De forma resumida, essa constituição determinava que em cada município houvesse o Juiz de Paz eleito por quem tinha direito de votar, responsável por garantir a aplicação das Posturas das Câmaras e aplicar penas aos violadores. Ele era auxiliado por Inspetores de Quarteirão e por cidadãos da Guarda Nacional (uma espécie de guarda municipal que também era subordinada ao presidente da província e ao imperador), todos eles cidadãos ‘de bem’ que trabalhavam gratuitamente, tão somente por ideal, prestígio ou sede de poder. Como não existia prefeito, pode-se dizer que esses atores sociais, direcionados pelas Posturas, governavam a cidade. Sem esquecer do pároco, é lógico. Mas esse compõe outra história.



O saber produzido pela 1ª. Postura de Indaiatuba

A lei de 1º. de outubro de 1828 obrigava que as Posturas fossem publicadas e já delimitava o escopo de atuação desse aparato de pessoas do sistema de vigilância e punição: atuar na limpeza, alinhamento, iluminação de logradouros públicos, zelar pela conservação dos edifícios, cadeias, esgotamento de pântanos; cautelar-se dos loucos, embriagados, animais ferozes, vozerias noturnas obscenidades e tudo o que for contra a moral; cuidar de feiras, mercados; favorecer a agricultura, comércio e indústria; conceder licenças e autorizar espetáculos públicos eram algumas das questões que as posturas deveriam regular.

Divulgado para ser cumprido e obedecendo sempre que aplicáveis essas diretrizes, o conteúdo das posturas de Indaiatuba mostrou-se influenciado pelos vieses religioso, jurídico e higienista.

Proibiu, por exemplo, casas cobertas com sapé no perímetro urbano; proibiu comercializar diretamente com escravos, indicou especial cuidado na venda de remédios ´fortes´ para os negros, com receio de possível uso em venenos e feitiçarias.

Proibiu escravos de fazer danças de batuque e aos brancos, algazarras dentro de tabernas; proibiu jogos de azar, proibiu soltar balões.

Obrigou o calçamento, a varredura das ruas.

Mercados passaram a ter a obrigatoriedade de manter o balcão com asseio e após matar qualquer res, era obrigatório limpar o matadouro.

Proibido vender carne podre, fazer pichações e proferir palavras obscenas.

Proibido usar armas de fogo ou armas brancas; bengala podia.

E por aí foi...

As posturas agrupavam múltiplas atribuições de controle na tentativa de organizar o espaço urbano em processo de disciplina permanente, de modo que os cidadãos sofressem um adestramento contínuo, apontando o que era normal ou anormal.



Foto do Código de Posturas Municipais de 1910 e 1930
Fonte: "Indaiatuba - Sua História" de
Scyllas Leite de Sampaio e
Caio da Costa Sampaio





Eliana Belo Silva
Texto originalmente publicado no Jornal Exemplo na coluna semanal "Identidade Indaiatuba" em 11/09/2015



Notícia publicada pela Assembleia Provincial de São Paulo,  
sobre a aprovação do Código de Posturas no jornal Diário de São Paulo do dia 24/04/1878


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

SÍMBOLOS QUE ANTEVIRAM O FUTURO - Bandeira e Brasão de Indaiatuba

 IDENTIDADE INDAIATUBANA - Coluna do Jornal Exemplo

Eliana Belo Silva

04.09.2015

SÍMBOLOS QUE ANTEVIRAM O FUTURO


Bandeira Municipal de Indaiatuba

Foi em 20 de agosto de 1968, que o então prefeito Romeu Zerbini aprovou e sancionou a Lei número 1024, que instituiu a Bandeira do Município de Indaiatuba.

Consta na própria lei a caracterização da nossa bandeira: um campo de três faixas, sendo a primeira vermelha, a segunda - central branca, com o Brasão de Indaiatuba - e a terceira azul.


Brasão de Armas da cidade e município de Indaiatuba

Por iniciativa do Rotary Club, o Brasão de Armas da Cidade e Município de Indaiatuba já havia sido criado antes, em 17 de outubro de 1966, através da lei municipal 930, que assim o descreve:  formato redondo, com o primeiro campo vermelho com o pé de indaiá para lembrar o nome da cidade; segundo campo também vermelho com duas engrenagens coligadas para representar o desenvolvimento industrial e o terceiro campo com uma faixa branca ondulada que representa o Rio Jundiaí, base de sua Bacia Hidrográfica.

A coroa possui uma flor de lis prata que cobre a porta principal para referenciar a Padroeira Nossa Senhora da Candelária. A direita há folhas de cafezais representando o Ciclo do Café, que “contribuiu para o engrandecimento do Brasil” e a esquerda, um ramo de louro para “lembrar de forma perene às glórias do povo de Indaiatuba”.

A faixa possui três elementos: (1) a palavra Indaiatuba que remete ao nome do município e as duas datas que se localizam nos extremos da palavra; (2) a 1ª data é 9 de dezembro de 1830, data da elevação do povoado de Cocais a freguesia da vila de Itu (nessa oportunidade o nome do então povoado passou a ser Indaiatuba) e (3) a 2ª data é 24 de março de 1859, quando a freguesia foi elevada à categoria de vila. 

O "Brasão de Armas da Cidade e Município de Indaiatuba" foi elaborado pelo então presidente da Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhística, Sr. Euzo Silveira, que realizou um antigo sonho do nosso vereador Osvaldo Stein, já falecido, que muito queria um brasão significativo para nossa Indaiatuba.

Em um brasão com destaque à elementos do Meio Ambiente, como o rio e vegetação nativa  - coexistindo com vegetação cultivada e com indústrias, podemos afirmar que já houve uma intuição relacionada ao grande desafio do milênio, não só para Indaiatuba, mas para o mundo todo:  onde está o limite entre o crescimento econômico (monoculturas latifundiárias e tecnologia industriais) e o meio natural (rios e vegetação nativa)? 

Que para resolver essa questão, preservando à biodiversidade e ao mesmo tempo gerando emprego e renda, Indaiatuba tenha ações inovadoras, dignas de serem laureadas, como sonhou Osvaldo Stein e conforme indica nosso Brasão!


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcANeYplc9hTLU2HTUKKHVK-dAAvWFr0ySUQWcWab05JpaHZpYHGedypstROSrsJkvM9YRMuEk6ZSbxRT2BxuQDiGaSo-k0j6IczSJzBimK_QdXq2ETZwB1CqPCFF43wC7BuDZb7t2zDR6/s400/BRASAO+INDAIA.jpg


quinta-feira, 18 de junho de 2015

O cinema há 50 anos: recordando o Cine Rex.

 texto de Maria Luisa da Costa Villanova
Historiadora pós graduada em Arqueologia
                                  de 11 de junho de 2015.

Para quem está acostumado ao cinema de hoje, com vários horários, diversas salas com um filme diferente em cada uma, com tempo para “um passeio” na praça de alimentação, ou - para os mais preguiçosos - assistir o que quer nos diversos canais de TV paga, sem sair de casa, ou quem sabe ainda, pegar o filme que quiser na locadora, deve estranhar se resolvesse assistir a um filme na de Indaiatuba de 1965. O cinema, no caso o Cine Teatro Rex, não estava em um shopping, ficava na Rua Candelária, em frete a Praça Prudente de Moraes, onde hoje é o Bradesco.

O filme era o que estivesse em cartaz, um, no máximo dois por semana. Os filmes vinham em rolos, dentro de latas, entregues pela Estrada de Ferro Sorocabana e o frete não era muito barato não. Quando chovia muito, como aconteceu em fevereiro desse ano, a ferrovia ficava intransitável no trecho de Jundiaí até Indaiatuba e era necessário ir de Kombi até Jundiaí para pegar os rolos.

Havia sessões todos os dias, exceto as segundas-feiras, mas as mais importantes eram as dos finais de semana que tinham as matinées as 14h e as duas soirées, ou sessões noturnas, as 19 e às 21 horas. As quartas-feiras eram passados filmes japoneses, em geral alugados pela Toho Filmes América do Sul Ltda., com sede na Liberdade, em São Paulo e que já não existe mais, ou pela Shochiku Filmes do Brasil Ltda., até hoje em funcionamento.

Algumas vezes, pelo acordo feito com o prefeito da época, Romeu Zerbini, o cinema cedia gratuitamente a sala para empresas que precisavam exibir filmes relativos à indústria, como aconteceu no dia 23 de fevereiro de 1965, quando a Iseki de Máquinas Agrícolas (depois adquirida pela Yanmar) fez uso das dependências, sendo cobrada apenas as despesas na bombonière.

O valor das entradas era, em geral, de Cr$ 200,00 a inteira e Cr$ 100,00 a meia, valor esse que não era alto, se considerarmos que o salário mínimo da época de Cr$ 66.000,00. Para termos um parâmetro para esses valores: o litro de leite custava Cr$ 140,00 (in natura, no balcão), o pão (bisnaga de 200 gramas) Cr$ 56,00 e uma revista Seleções da Reader’s Digest Cr$ 400,00.

A média de pessoas que assistiam às sessões era de 300 a 400, sempre mais espectadores pagando inteira do que os que pagavam meio ingresso, mas essa plateia podia ser maior, dependendo do filme, como aconteceu com “Rômulo e Remo”, filme italiano de 1961, com Steve Reeves e Gordon Scott, ou “O Manto Sagrado” com Richard Burton, Jean Simmons, ou o brasileiro “A morte comanda o cangaço” (1). Se levarmos em conta que a população de Indaiatuba em 1965 era de cerca de 30.000 habitantes, muita gente frequentava o cinema.

Enquanto esperava o filme começar, os espectadores ouviam música, tocada em vitrola ou toca-discos como também era conhecida, com discos de vinil ou LP (abreviatura do inglês long play), que possuía cerca de 31 cm de diâmetro, pesava de 120 a 180 gramas e tinha capacidade normal de 20 minutos de música cada lado.

Não podemos esquecer-nos da bombonière, que vendia balas, mentilla, frutella e melloment da Melbras Indústria de Caramelos, drops da Chocolate Dulcora e chocolates, saquinhos de gomas, confeitos de gomas e amendoins da Nestlé. Do lado de fora do cinema havia o carrinho de pipoca Cruzeiro do Sul, com pipocas doces e salgadas sempre quentinhas e cheirosas.

Precisamos lembrar que o Cine Rex, não apenas em 1965, mas durante todo o tempo que funcionou, não foi somente o representante da “sétima arte” na nossa cidade, era também gerador de empregos e também fazia um papel social importante, pois, não esqueçamos que os personagens do cinema eram vistos como exemplos a serem seguidos (nem sempre os exemplos eram bons, como fumar, beber), mas a forma de vestir, de agir, a aparência ao mesmo tempo gentil e viril, eram em geral copiados pelos rapazes e derretiam dos corações das mocinhas que viam neles o noivo ideal. 

Permitia ao espectador se divertir e viajar para outros mundos e lugares, além de um percursor de cultura.
A imagem pode conter: céu, árvore e atividades ao ar livre
Cine Rex, Prédio à direita da imagem (sobrado) na Rua Candelária, década de 1960


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Obs.: as informações de valores aqui usadas são referentes aos meses de janeiro e principalmente fevereiro de 1965; a partir de março, o governo militar passa a permitir constantes reajustes, que leva a inflação.


Veja mais sobre cinema dessa época:
http://www.interfilmes.com/listaporano_1965_1_nd.html



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(1) O Indaiatubano Wolney Figueira foi figurante deste filme, cuja atuação você pode ver aqui.

Um excelente texto sobre vários filmes do cinema nacional que foram rodados aqui em nossa região você pode ler aqui.

inema antigocinema de indaiatuba
cine rex


CINE REX
Imagem doada por Antonio da Cunha Penna



CINE REX
Imagem do arquivo de Antonio da Cunha Penna







CINE REX - década de 1940 - antes da reforma
Imagem do arquivo de Antonio Reginaldo Geiss


CINE REX - 1948 - antes da reforma
Imagem do arquivo de Antonio Reginaldo Geiss


Cine- Teatro Rex 

Sala de Projeção do Cine Rex


quarta-feira, 25 de março de 2015

As Mulheres Pioneiras do Jardim Morada do Sol

Eliana Belo Silva

Coluna Semanal "Identidade Indaiatubana"

Jornal Exemplo de  25/03/2015


           PRIMÓRIDOS

No dia 19 de março o Jardim Morada do Sol completou 35 anos. A fundação é considerada quando, em 19 de março de 1980, o então prefeito Clain Ferrari legalizava a sua criação, através do lançamento do bairro, advindo de uma fazenda das mais antigas de Indaiatuba, a Fazenda Engenho D´Água.


PIONEIRAS

Em alusão à data, moradoras de nossa cidade foram homenageadas na última sexta-feira, na Câmara Municipal, por terem sido, de várias maneiras, não só as primeiras moradoras de um bairro que foi habitado rapidamente sem nenhuma infraestrutura, mas também por terem auxiliado na construção dele de várias formas, principalmente como empreendedoras, que fizeram da própria dificuldade pessoal, estratégias para gerar emprego e renda.


MARIZA

Uma das homenageadas foi a educadora Mariza Baroni Bernardinetti, responsável pela implementação da primeira escola estadual no bairro, justamente na antiga sede da citada Fazenda Engenho D´ Água, que atualmente é um patrimônio tombado pela Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. Esse patrimônio edificado, provalvemnte construído em 1807, testemunhou o período em que a fazenda foi uma grande produtora de cana de açucar (até onde sabemos, do final do período colonial e durante o Império brasileiro). É uma patrimônio edificado da nossa história que ainda precisa ser alvo de mais estudo, principalmente de suas técnicas de construção; por isso é necessária a colaboração de toda a comunidade, para que ela seja preservada, não seja reformada dem modificada sem a autorização do Conselho de Preservação da Fundação Pró-Memória.

Pois foi nesse local que a professora e diretora Mariza iniciou muitos adultos - que hoje habitam o bairro - nas primeiras letras. Mariza Baroni Bernardinetti é ituana, nascida em 1944. Educadora, desde criança já gostava de brincar de escolinha. Organizou essa primeira escola estadual do Jardim Morada do Sol quanto trabalhava na 3a. Delegacia de Ensino de Campinas, em 1982. Eram, na época, 120 famílias que moravam no local. Em seguida, com o aumento da demanda, foi montada a E.E.P.G. Antônio de Pádua Prado. Atualmente é diretora do departamento de alimentação escolar da prefeitura de Indaiatuba.


AURORA

Aurora Severina da Conceição (Dona Nosa), de 87 anos, pernambucana que teve como maior motivação a saída da roça por causa de agrotóxicos que manuseavam na cidade de Moreira Sales, no Paraná, foi oura homenageada. Primeiro morou no Jardim Califórnia e em 1981 mudou-se para a 4a. casa construída na Morada do Sol, antiga Rua 7. Ajudava na limpeza da Igreja Santo Antônio. Lembra-se que onde está a igreja hoje, "tinha uma cocheira" onde eram rezadas as primeiras missas campais. Ganhava uns trocados organizando excursões para a Aparecida do Norte. Também trabalhava em fazendas de Indaiatuba nas colheitas de pimentão, batata e café entre 1981 e 1990. O marido cortava lenhas onde hoje é o Shanadú, para servir de combustão em uma época que não tinha energia elétrica nem água encanada. 


ANA MARIA

            Ana Maria Postigo Volpiano, natural de Ourinhos/SP é fundadora da Associação 12 de Junho. Veio de São Bernardo (SP) em 1981  para morar no Jardim Morada do Sol, onde comprou um terreno na Rua 5. Junto com o marido, construiu o Bar do Vanderlei, onde trabalhou por 32 anos. Através da Associação, lutou para trazer para o bairro asfalto, energia elétrica e posto de saúde. Mas a conquista que ela aponta com mais relevante foi quando a Associação viabilizou um curso profissionalizante para as mulheres do bairro, que foram trabalhar nas fábricas de jeans da cidade. Como um dos poucos moradores do bairro a adquirir um carro, ele foi logo apelidado de "ambulância" pois eram muitos os vizinhos que vinham pedir carona para levar pessoas para o HAOC. Na frente de sua casa foi instalado o primeiro orelhão do bairro, tornando-se referência. Quando chegou a iluminação teve uma grande festa com a dupla Liu e Leu, conta Dona Ana Maria, que também foi, por 2 anos, representante do bairro no Conselho de Saúde.



domingo, 22 de abril de 2012

Minúsculo tratado sobre a evolução da comunicação e a cidadania

Os nossos mais antigos ancestrais, aqueles muito parecidos com macacos - mas que não era macacos - e sim, primatas peludos (para alívio de alguns, há diferença entre eles!), provavelmente já se comunicavam com seus semelhantes em uma linguagem rudimentar, mesmo que através de uma linguagem corporal ou grunhidos e gritos.

Aos poucos, essas formas de comunicação evoluíram para a palavras mais articuladas relacionadas à objetos do cotidiano – comida, principalmente; até que culminou com a linguagem escrita, ou melhor desenhada, obviamente usada para relatar como que se pegava ela, a comida novamente.

De pictórica, essa linguagem escrita passou a ser ideográfica, passando a representar não mais apenas coisas, mas ideias. E assim surgiram as primeiras pedras de argila e mais tarde os pergaminhos para registrar as leis de regras sociais, inicialmente para contabilizar o quê? A comida.

Mas como há pessoas que são diferentes de mim, que não pensam privilegiadamente na comida, surgiram também poemas, leis, regras, tratados, contos e tudo o mais. A grande dificuldade dessa época era a reprodução de tudo isso, feita de maneira artesanal. Na Idade Média, por exemplo, houve uma evolução nesse sentido: nos grandes mosteiros haviam os monges que ficavam horas à fio escrevendo cópias de manuscritos e miniaturas de gravuras. Obviamente apenas de textos relacionados à ideologia católica; mas mesmo censurada, a prática trouxe bons resultados do ponto de vista da divulgação.

Até que ele – que adorava comer – Gutenberg inventou a tipografia em 1445, ou seja há pouco tempo atrás se considerarmos que aquele primata peludo do começo do texto já vivia há 40.000 mil anos antes. Lá no passado os decretos, as leis, as notícias e outros textos eram difundidos por um correio rudimentar, basicamente monopolizado pela classe dominante: cavaleiros galopavam por estradas quase sempre poeirentas – se existentes!, levando os documentos para serem conhecidos a longa distância.

Mas com Gutenberg isso mudou: documentos começaram a ser copiados e geraram as valorosas bibliotecas do Renascimento, os jornais que insuflaram a Revolução Francesa, os panfletos que fizeram eclodir a Reforma Religiosa e muito mais que não se pode mensurar, tamanha a grandeza do impacto. Depois surgiu a Internet, e principalmente as redes sócias. Inicialmente a comunicação pela web gerou uma discussão sobre o fim dos jornais, revistas e livros em papel.

Profetizou-se o fim deles, assim como aconteceu com o cinema, na época do advento do videocassete. Embora isso não tenha acontecido, pois o prazer de se ler com o “papel” na mão não foi e nem será substituído por um tablet, o fato é que a internet mudou o modo de divulgação da informação. Antes, precisávamos esperar o horário do Jornal Nacional para ouvir as notícias do dia, precisávamos esperar a revista semanal para estar por dentro das análises.

Agora não: todos os cidadãos plugados são repórteres e a profissionalização da divulgação da notícia não existe mais. Qualquer um, mas qualquer um mesmo, anda com seu celular, com sua máquina fotográfica digital e na hora do seu almoço, entra na rede e espalha notícias como bem entende.

Claro que se espalha muito lixo, muita gente exagera na exposição vulgar ou desnecessária de sua – ou do vizinho – vida privada. Mas a Cidadania, essa sim, ganhou e pode ganhar muito mais. E esse ganho tem sido mundial, sendo que o maior exemplo é a Primavera Árabe, uma sucessão de acontecimentos que têm derrubado ditaduras seculares através de movimentos sociais organizados no Facebook.

Em nossa Indaiatuba, na mesma plataforma, temos vários grupos cidadãos. Inicialmente foi o grupo Dinossauros de Indaiá, que começou com uma brincadeira entre amigos para relembrar o passado, e hoje é o principal acervo iconográfico da História de Indaiatuba, com mais de 6000 fotos identificadas e o que é mais importante: compartilhadas.

Há o grupo que se organiza para discutir sobre o Pedágio, há grupo que se organiza para discutir sobre o Trânsito. Há também o Indaiatuba Ativa, que possui um foco mais amplo, debatendo, denunciando, questionando e fiscalizando vários focos diferentes, todos relacionados à Indaiatuba e suas dimensões diversas como Educação, Saúde, Segurança, Política.

Com isso, surge um novo conceito de analfabetismo: o analfabeto digital. Se você é um daqueles que ainda não entrou na rede e por motivos vários ainda não quis enfrentar um computador, lembre-se que esse meio de informação e divulgação está fazendo História, está legitimando o nosso direito de exercermos nossa liberdade de falar, de ser ouvido, de ser comentado.

De mudar de pensamento após conhecermos a opinião do outros, de sermos mais flexíveis e mais próximos, mesmo na correria dessa vida. Ali tudo mundo vê e é visto, e essa liberdade, se bem empregada, é um importante meio para que possamos exercer nossa cidadania. V

enha para a rede também e surpreenda-se com o dinamismo, o nível de criticidade e comprometimento de nossa gente indaiatubana. Ou, simplesmente...divirta-se!


Alguns dos grupos de Indaiatuba:
http://www.facebook.com/#!/groups/indaiatubaativa/ http://www.facebook.com/#!/groups/dinossaurosdeindaia/
http://www.facebook.com/#!/groups/antipedagio/

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Patrick do Dinossauros de Indaiá recebe moção do Legislativo através de Cebolinha

Na sessão da Câmara Municipal de Indaiatuba realizada na noite de ontem, segunda-feira - dia 12 de setembro, uma ação que vêm valorizando a História, Memória e Patrimônio de Indaiatuba recebeu reconhecimento dos nossos vereadores, através da aprovação da Moção feita pelo vereador Cebolinha (PDT).

A Moção foi para Patrick Ribeiro, que criou e é mantenedor do grupo virtual "Dinossauros de Indaiá", da plataforma do Facebook.

Inicialmente criado para reunir lembranças de seus amigos e de sua época de juventude, mais especificamente da década de 1980, pouco a pouco o grupo de Patrick foi reunindo indaiatubanos natos e adotados de várias gerações, que postam e comentam fotos de diferentes épocas, desde feitas no século XIX até fotos atuais do próprio grupo, que também começou a se unir fora da rede para eventos culturais e filantrópicos.

Fotografias são importantes documentos históricos. Há várias maneiras de os historiadores classificarem esses documentos, mas há praticamente uma unanimidade quando se trata de indicar a importância dos registros em imagens.  Antes da invenção da fotografia era comum quem um ou mais artista fosse convidado para celebrizar a coroação de um rei, a inauguração de um prédio importante e outros acontecimentos de destaque; e nessa prática percebe-se, muitas vezes, a tendência em estilizar ou idealizar um assunto. Essa "evocação" artística, algumas vezes feitas após (e muitos anos após) o evento, distancia-se da necessidade de se registrar a verdade histórica (ela existe, afinal?) e se aproxima muitas vezes de anacronismos. Um clássico exemplo é a imagem de Pedro Américo da Proclamação da Independência, com aquela imponência toda de D. Pedro em seu cavalo branco, quando é sabido que ele estava mesmo era numa mula e sofrendo um sério desconforto intestinal.

Mas com fotografias essa subjetividade desaparece, a não ser quando presente em quem a interpreta. E interpretações é um dos fatores que mais encantam os dinossauros que frequentam o grupo virtual em diferentes periodicidades. Todos tentam identificar as pessoas, a data, o evento. Muitas vezes isso é feito com muita precisão e certeza, em outras nem tanto, há apenas os que se arriscam a dar pistas ou palpites que por sua vez geram ou não outras memórias e assim por diante. Forma-se uma interação virtual onde muitos se divertem e aprendem e quem ganha com isso é a nossa Indaiatuba, que se vê retratada, comentada, defendida, enfim... amada.

Amada pois é em imagens e comentários pontuais que cada um se encontra e encontrando-se, cada dinossauro se reconhece como parte de um todo, desse todo que é a cidade que de repente descobrimos que amamos tanto. E a liderança desse dinamismo todo cabe principalmente ao criador e principal mantenedor, o paulistano que fez despertar em muitos esse amor adormecido: Patrick. A toda essa questão particular e ao mesmo tempo coletiva, soma-se a importância imensurável da formação do maior e creio o mais importante acervo iconográfico de nossa cidade. Fotos descartadas e esquecidas, muitas vezes condenadas ao esquecimento ou lixo  foram emergindo e retomando sua importância no âmbito das famílias e mais do que isso, no âmbito coletivo. Impagável isso, ainda mais quando compartilhado democrática e generosamente.

Muitos podem criticar essa iniciativa do Legislativo apontando a ação como fútil ou superficial. Estamos todos muito reativos à políticos por causa de sucessivos escândalos que envolvem a classe. Escandalizados e feridos, muitas vezes a gente generaliza e dá repúdio a ações de alguns como se todos fossem iguais. Creio que esse reconhecimento feito pelos nossos vereadores e viabilizado pelo vereador Cebolinha é uma das muitas excessões as quais temos que dar destaque. Com muita adequação, reconheceram a atitude de um cidadão que não é partidário e que soube tomar uma oportunidade para exercer sua cidadania, trazendo junto de sí muitos outros, que durante esse período de participação no grupo dinossauros, vêm valorizando cada vem mais nossa História, nossa Memória, nosso Patrimônio.

Parabéns Patrick pelo reconhecimento público à sua iniciativa e parabéns Cebolinha por ter tido a sensibilidade de reconhecer um trabalho que é cultural, social, histórico, de diversão e outros atributos que cada um dos dinossauros poderiam citar, com o fundo da sinceridade de seus corações. E feito espontânea e gratuitamente.

domingo, 22 de maio de 2011

O Controle do Espaço Urbano

Nesta curiosa foto cedida por Antonio da Cunha Penna, vê-se o desespero do morador da antiga Indaiatuba da década de 1960 tentando conter o que ele considera como incômodos que ocorriam em espaço público na frente de sua casa.

(clique para ampliar)

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