segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Hoje (segunda, dia 31 de outubro) missa de 7o. dia do último membro da Força Expedicionária Brasileira - FEB

Hoje, segunda-feira dia 31 de outubro será a Missa de Sétimo Dia de José Costa de Mesquita, que faleceu em 25 p.p. e que foi sepultado no mesmo dia no Cemitério da Candelária.

"Morreu na cidade de Indaiatuba (SP), onde residia, o último membro da Força Expedicionária Brasileira, JOSÉ COSTA DE MESQUITA". Assim despediu-se do conhecido "Sr. Mesquista", o primo dele, da cidade de Três Pontas, no facebook, referindo-se ao falecimento do último membro da Força Expedicionária Brasileira - FEB nascido naquela cidade que ainda estava vivo.

Filho de Antônio Augusto de Mesquita e Arina Costa de Mesquita, casado em Indaiatuba (SP) com Maria Elisa Pucci, nasceu em 26 de agosto de 1919.

Foi incorporado em novembro de 1943 no 6o. Regimento de Infantaria e permaneceu na Itália de 2 de julho de 1944 a 6 de julho de 1945. 

Desembarcou no Brasil em 18 de julho de 1945, dando baixa do Exército em 25 de julho de 1945. (1º Escalão).  Seu posto era de soldado rádio operador. 

Seu equipamento era instalado em um jipe que se deslocava após cada mensagem transmitida, a fim de não ser de não localizado e destruído pela artilharia alemã. Estive presente, por ocasião do desembarque dado 1º Escalão da FEB. Quando trapo iniciou o desfile na Avenida Rio Branco no Rio, a multidão invadiu a Avenida, abraçando os heróis com uma emoção tão grande que o desfile não pode prosseguir. 

As moças arrancavam parte dos uniformes dos pracinhas. Foi uma emoção indescritível, que até hoje não sai de meu pensamento, escreveu Paulo Costa Campos em sua página do facebook, onde também publicou a foto abaixo:


Também pelo facebook sua filha Mariinha Provenza anunciou seu falecimento, lamentado por todos que o conheciam:



José Costa de Mesquita, meu pai querido, cidadão prestante desta cidade, nos deixou esta semana, dia 25/10. Uma vida dedicada a Indaiatuba, de diversas formas, deixa um legado de honra, trabalho e dignidade.





"Combati o bom combate, venci a corrida, guardei a fé..."

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Concurso de texto sobre História de Indaiatuba dá TABLETS como prêmio.

A Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, com o intuito de aproximar o público infantil com a história de Indaiatuba promove o segundo Concurso Cultural Arquivo Público Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho”. As inscrições vão de 09 de maio a 09 de novembro de 2016. 

O objetivo do concurso é estimular a criatividade na escrita de um texto de gênero livre com tema “Minha história em Indaiatuba” por meio do conhecimento dos documentos históricos. 

O Público alvo desse ano são crianças de 08 e 11 anos regularmente matriculados no 3º ou 4º ano das escolas públicas municipais de Indaiatuba e os textos deverão ser criados juntamente a um professor responsável. 

Os vencedores, consecutivamente, 1º e 2º lugares ganharão um Tablet (01 para o aluno e 01 para o professor participante) e serão anunciados no dia 09 de Dezembro em comemoração ao aniversário da cidade. 

O regulamento completo, a ficha de inscrição e os locais para retirada do material de apoio podem ser encontrados no site da Fundação Pró-Memória: www.promemoria.indaiatuba.sp.gov.br.


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Próxima Oficina no Casarão: Aleijadinho e o Barroco Brasileiro

A Fundação Pró-Memória já está recebendo inscrições para mais um curso gratuito do projeto Escola do Patrimônio, projeto que vêm executando deste 2014 em parceria com a UNICAMP e que está trazendo para Indaiatuba profissionais da área de ciências humanas para ministrar cursos gratuitos de excelente qualidade. 

São mestres, mestrandos, doutorandos e doutores que em oficinas ministradas no Casarão e em locais específicos complementares - para estudo do meio - estão proporcionando acesso ao que está sendo produzido, discutido e indicado nas universidades.

Para a oficina de novembro, o tema será: Aleijadinho e o Barroco Brasileiro com o Prof. Doutorando Mateus Alves Silva (UNICAMP).

As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas no site da Fundação -www.promemoria.indaiatuba.sp.gov.br, - ou por meio do telefone (19) 3875-8383.

Ementa: Como reconhecer o Barroco brasileiro; Aleijadinho e sua oficina; análise das principais obras do barroco mineiro; o Barroco em São Paulo.
Atividade prática: exercícios de análise de obras de arte.
Data: Sábado, dia 05 de novembro de 2016
Horário: 9h às 12h.

ESCOLA DO PATRIMÔNIO

O programa implantado em junho de 2014 já atendeu educadores, profissionais liberais, jornalistas, estudantes e demais interessados.


A Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, em parceria com o Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas, busca por meio deste projeto de extensão, atender a demanda da comunidade nas diversas áreas do saber relacionadas à história, memória, patrimônio histórico, cultural e ambiental. 

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Para saber sobre o Barroco em Indaiatuba, leia aqui.


domingo, 16 de outubro de 2016

História da iluminação em Indaiatuba

 texto de Maria Luisa da Costa Villanova
Historiadora pós graduada em Arqueologia
                             


É importante lembrarmos que até quase metade do século XIX, os recursos utilizados para iluminação destacavam-se os óleos combustíveis de peixe e baleia, afora o azeite e a tradicional vela de cera, também as candeias e candeeiros.  Por volta de 1860 a iluminação pública era feita com lampiões a querosene. Talvez por isso as pessoas tivessem o costume de “dormir com as galinhas”, mas com certeza era o motivo das casas terem janelas grandes, para aproveitar bem a luz do dia.

No caso de Indaiatuba, a iluminação utilizando querosene, foi inaugurada em 1887. Adquiridos por Vicente Tanclér ao preço de 28$000 (vinte e oito mil réis) cada, com o poste de madeira de lei, foram colocados não só nas esquinas, mas também no meio das quadras, distantes um do outro aproximadamente 40 metros. Ao lado da Matriz, foram colocados modelos mais artísticos. A inauguração aconteceu em 25 de novembro daquele ano, com festa, banda de música e os clássicos rojões.

Os lampiões eram abastecidos e acesos ao escurecer (entre 18 e 19 horas, por lei) e assim permaneciam até acabar o combustível. O que acontecia durante vinte dias por mês, por motivo de economia, não sendo aceso em noites de lua cheia, quando o luar era, por sua vez, mais eficiente que a luz dos lampiões.

Foi nomeado o cidadão Felipe Nery de Camargo Thebas, que recebia 18$000 (dezoito mil réis) mensais, para cuidar dos lampiões, cargo criado em 08 de janeiro de 1888. A Câmara, em sessão de 09 de março desse ano, votou lei que “impunha multa às pessoas que fizessem qualquer dano aos lampiões, bem como obrigava a pôr os mesmos no estado em que estavam antes”. Essa multa era de 20$000 por danificar os lampiões ou qualquer objeto a ele decorrente e o dobro por reincidência e multa de 30$000 para quem nele amarrar animais ou quaisquer objetos.

Os lampiões cumpriram gloriosamente sua missão até 1913, quando, entra em funcionamento o sistema de iluminação pública com lâmpadas elétricas, conforme contrato firmado entre o município e a “Empresa de Luz e Força de Jundiahy” em 1911.

Cabe aqui recordarmos, que a primeira hidrelétrica construída especificamente para fins de utilidade pública em toda a América Latina, foi a Marmelos-Zero, em Juiz de Fora (MG), inaugurada em 07 de setembro de 1889.

Em 1925, segundo relatório do prefeito Alfredo de Camargo Fonseca o município teve um gasto de iluminação de 7:903$500 ou quase oito contos de réis. Com a ajuda da Empresa de Luz e Força de Jundiahy, foi feita a reforma da praça Prudente de Moraes, colocando 11 combustores com lâmpadas de 100 velas cada.

As primeiras lâmpadas elétricas, conhecidas como “lâmpadas a arco”, que utilizavam um arco ligado a dois eletrodos de carvão, eram muito duráveis, como dimensões semelhantes a uma bola de basquete. Na Escola Randolfo, nesta época, utilizavam as lâmpadas queimadas para fazer amostras de plantas.

Em 1934 a população de Indaiatuba era de 11.000 habitantes (2.214 na cidade e 8.786 na zona rural). A noite se reuniam nas esquinas, cafés, bares com o fim de ouvir uma narração de partidas de futebol ou programas caipiras nos pouco rádios, conversar com amigos ou fazer um joguinho de cartas ou bocha. Além disso, há sessões de cinema as quintas, domingos e feriados ou o “principal” programa, fazer um footing, no largo da Prefeitura a noitinha, para ouvir o alto falante que funcionava até as 21 horas. O gasto com essa iluminação foi de 15:000$000.


Tribuna de Indaiá - 28 de janeiro de 1962



Nos anos de 1969 e 1970, o então prefeito Mario Araldo Candello, com recursos da Prefeitura e sem cobrar taxas ou tributos deu procedência a ampliação da rede de iluminação nos logradouros Vila Almeida, Vila de Todos os Santos, Bairro Santa Cruz (entre o matadouro e a Indaiatuba Têxtil). Foram substituídas lâmpadas de 200W por outras de 400W tipo vapor de mercúrio nas Praças Prudente de Moraes, Dom Pedro II e Rui Barbosa, e algumas redes de iluminação domiciliar, num gasto aproximado de NCr$ 102.000,00 (cento e dois mil cruzeiros novos).

Em 1971 foi a vez da praça Newton Prado, mais conhecida como “praça da estação”, que depois de dezenas de anos esquecida, foi totalmente remodelada e urbanizada e claro, iluminada com luminárias de acrílico de 250W e as ruas, agora asfaltadas ao seu redor, com luminárias de 400W. 

Em 1972 o programa de remodelação e ampliação da iluminação pública da cidade prosseguiu, substituindo por luminárias de 400W.

Hoje a cidade é servida pela Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL), em 2000 contava com aproximadamente 16.000 postes com iluminação pública e possuía 16.436 lâmpadas, que funcionam sob tensão de 220V, sendo que essas lâmpadas têm operação de acender e apagar controlada por foto-células, dispositivo este, que permite que sejam acesas quando a luminosidade do Sol cai e apagam quando esta luminosidade aumenta.

Indaiatuba é em geral muito bem iluminada até hoje, mas não podemos esquecer que o uso raciona de energia é uma necessidade constante que se impõe à sociedade quando se toma consciência de que os recursos da Natureza são finitos e devem ser explorados com o cuidado necessário à preservação do meio ambiente, para que as gerações futuras também possam desfrutar.


Imagem do Largo da Matriz antes da iluminação pública eletrificada.

BIBLIOGRAFIA
- 500 anos Energia Elétrica no Brasil – Centro de Memória da Eletricidade no Brasil – Rio 2000.
- História, Energia e Cotidiano. Museu de energia Itu.
- BARROS, Dilermano Pedroso. Lembranças de Menino. 1ª ed. Piracicaba (SP). Edição do autor, 1994.
- BARROS, Dilermano Pedroso. Lembranças da Mocidade: o gráfico de uma vida.  Piracicaba (SP) Shekinah Editora e Gráfica, 1998.
- FERNANDES, Armando de Oliveira e FERNANDES, Achilles de Oliveira. A Indústria da Energia Elétrica no Brasil. Rio de Janeiro, 1953. Biblioteca FPHESP.Pp 9, 22 e 23.
- MARINHO, Martha de Andrade Barbosa. 1ª ed. Uma aventura na Terra dos Indaiás: história de Indaiatuba para jovens leitores. Itu. Rotary Club/ Editora Ottoni, 2003.
- RIBEIRO, Alda. Combustíveis empregados nos sistemas primitivos de Iluminação no Brasil. Museu da Casa Brasileira. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, s.d. volume 4.
- SAMPAIO, Syllas Leite e SAMPAIO, Caio da Costa. Indaiatuba – sua história. Indaiatuba. Rumograf. 1998. P. 129-131.
- SCACHETTI, Ana Ligia. O oficio de Compartilhar histórias: história e memória de Indaiatuba sob a perspectiva de uma periodista. Indaiatuba. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 2001. P. 92,93.
- ZOPPI, Antonio. Reminiscências de Indaiatuba. Indaiatuba. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. 1998. (Coleção Crônicas Indaiatubanas,vol 1).


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Concurso RETRATOS DE INDAIATUBA



Nenhum documento possui neutralidade.

Nem mesmo um retrato ou qualquer nome que se dê a uma imagem.

Ao escolher (ou não escolher) o que retratar, com qual técnica, recurso, ângulo, luminosidade, nitidez, cores e outras variáveis e atributos, o retratista está optando por inúmeros fatores que compõe sua personalidade, sua história, sua vida. 

Optando, ele atribui e desatribui valores ao objeto, pessoa ou local que ele capta. Cada retrato é repleto de significados, que vão além do conteúdo retratado. Retirar a historicidade que compõe um retrato é tratá-lo com desonesta singeleza. Mas do que uma testemunha de um segundo que nunca mais retornará, um retrato analisado em seus múltiplos vieses abre a possibilidade de milhares de interpretações e sobretudo... modificações.

Inscrições


Você tem até 24 de outubro para inscrever-se na 3ª. edição do Concurso Cultural Retratos de Indaiatuba de 2016, cujo tema é patrimônio natural urbano ou rural de nossa cidade.
Para inscrever-se, o interessado deverá enviar até duas fotos (coloridas ou branco e preto) no e-mail concursocultural@promemoria.indaiatuba.sp.gov.br., digitando no assunto "Concurso Cultural Retratos de Indaiatuba 2016". A imagem deve: (1) ser sala na extensão JPEG., (2) não deve conter assinatura ou logotipo do fotógrafo, (3.1) deve ter até cinco megapixels de resolução ou (3.2) ser formatado no tamanho de 20x30 cm, em 300 dpis.
O participante, na qualidade de titular dos direitos autorais sobre as fotografias enviadas para participação no concurso, desde já autoriza a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, em caráter gratuito, não exclusivo, por tempo indeterminado, a reproduzir as fotografias para fins de divulgação do concurso e demais fins institucionais da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba.

O nome do vencedor do concurso será divulgado no dia 05 de dezembro de 2016 e, posteriormente, na página oficial da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba no Facebook (https://www.facebook.com/FundacaoProMemoriaDeIndaiatuba) e em seu site oficial.

O primeiro colocado receberá um tablet Galaxy Tab E Samsung, enquanto que o segundo e terceiro colocados ganham um tablet Multilaser.


O regulamento completo pode ser encontrado no site www.promemoria.indaiatuba.sp.gov.br

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

EXPOSIÇÃO: IMIGRANTES JAPONESES NAS FOTOGRAFIAS DE RYOCHI KATAHIRA.



Dia 15 de outubro, sábado às 10h tem início no Museu do Casarão Pau Preto da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, a nova mostra IMIGRANTES JAPONESES NAS FOTOGRAFIAS DE RYOCHI KATAHIRA, com 96 fotografias selecionadas a partir do acervo iconográfico do próprio fotógrafo. 

O conjunto dessas fotografias permite conhecer, sob o olhar de Ryochi, a trajetória de uma família de imigrantes japoneses no Brasil, suas experiências e realizações.

A exposição é resultante das pesquisas realizadas por Anicleide Zequini e Aline Zanatta do Museu Republicano “Convenção de Itu”/MP/USP, e do museólogo Ricardo Nogueira Bogus (Museu Paulista), Thiago Malakowsky (Museu Paulista) a partir do acervo iconográfico do próprio fotógrafo.

A exposição foi aberta no Museu Paulista (Museu do Ipiranga) e Centro de Estudos do Museu Republicano em 2008. Em 2014, foi reaberta no Museu Republicano “Convenção de Itu”/MP/USP.

Ryochi Katahira

Ryochi Katahira nasceu na cidade de Date, província de Hokkaido, Japão, em 05 de janeiro de 1908 e chegou ao Brasil recém casado – acompanhado de sua esposa Hideko no ano de 1934. De posse de uma máquina fotográfica e conhecendo a técnica da fotografia e da revelação, teve oportunidade de registrar imagens de sua terra natal e de seus familiares. Ao longo da viagem fotografou sua passagem pela África, bem como a sua chegada ao porto de Santos.

Graças à sua paixão pela fotografia, ele deixou registrado o cotidiano de seu trabalho no campo em Marília, Porto Feliz e Itu, que incluíram as roças de algodão e de hortaliças, assim como as casas onde morou, seus vizinhos, parentes e amigos.

Em 1950, já residindo em Itu, abandonou a atividade agrícola, mudando-se para a cidade, onde instala seu estúdio fotográfico, passando a dedicar-se exclusivamente à fotografia como profissional até o seu falecimento no ano de 1994.


Museu do Casarão Pau Preto
Local: Rua Pedro Gonçalves, 477 – Jardim Pau Preto – Indaiatuba/SP (Casarão Pau Preto).
Imagem do acervo de Ryochi Katahira
Originalmente publicada pela Revista Regional.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

ESTUDOS SOBRE A HISTÓRIA DA ARQUITETURA EM INDAIATUBA - Parte 4: ECLETISMO parte II


Parte 1 - Barroco
Parte 3 -  Ecletismo - Parte I


ESTUDOS SOBRE A HISTÓRIA DA ARQUITETURA EM INDAIATUBA - Parte 4: ECLETISMO parte II

texto de Charles Fernandes

A UTILIZAÇÃO DE PROJETOS TIPO E A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE INDAIATUBA 


A estação de trens de Indaiatuba possui uma linguagem que indica elementos de arquitetura Gótica Inglesa, cujo estilo é chamado de Neogótico, um formato inovador para a época, que foi utilizado em várias estações, inclusive a grande e próspera Itararé, rica em café, que possui o maior exemplar entre os prédios similares, e alguns prédios com projetos tão parecidos que não pode ser negada a utilização de um PROJETO TIPO para todas as estações.


Estação Ferroviária de Indaiatuba – 1873 - Estilo Neogótico



 
Estação Ferroviária de Angatuba



Estação de Curitibanos


Estação Ferroviária de Piapara
Estação Ferroviária de Itararé



Pequenas diferenças pontuam estes projetos, em geral indicados pelas aberturas, mas todos indicam os mesmos elementos ecléticos que fogem aos padrões neoclássicos e indicam a arquitetura tradicional inglesa, expressados pelo estilo Vitoriano, que vem sempre em compasso com a ferrovia.


O NEOCLÁSSICO DE NOSSA SENHORA DE LOURDES EM HELVETIA

A igreja construída pela comunidade de imigrantes suíços de Indaiatuba, possui linguagem neoclássica, isenta de excessos de adornos e com algumas referências regionais helvéticas como o campanário, e o óculo em forma floral. Os nichos da fachada  apresentam detalhes de escultura de madeira de artesãos vindos de fora do Brasil. Essas licenças neste projeto tão regrado, dão uma característica especial e este patrimônio da cidade de caráter único na região.
Igreja da Colônia Helvetia – 1899 – foto de Houck Junior

O NEOCOLONIAL DO HOSPITAL AUGUSTO DE OLIVEIRA CAMARGO E VILA KOSTKA.

Um estilo tipicamente brasileiro aparece para se contrapor às tendências europeias, resgata a linguagem das antigas igrejas barrocas e  é lançado em vários tipos de edificação, sejam escolas, residências ou hospitais,  uma característica totalmente eclética nestes projetos: de se ter um formato de planta, derivado de uma referência, enquanto a relação entre posição das aberturas e alturas da edificação é determinado por  proporções clássicas além do o uso dos elementos BARROCOS, muitas vezes fora do contexto de perspectiva e composição livre deste movimento. É uma grande colcha de retalhos, com elementos de múltiplas referências em uma só composição.

Hospital Augusto de Oliveira Camargo, 1937
Arquivo Público de Indaiatuba - Coleção Antônio da Cunha Penna

Uma composição com elementos de várias fontes, com um forte linguagem Neocolonial, dada sobretudo pelos beirais aparentes, características de uma obra eclética. 
Já a capela desse hospital pouco lembra o Neocolonial, a na ser pelo pequeno retábulo.
Os arcos plenos e colunas compósitas indicam linguagem Eclética.


Igreja de Vila Kostka - 1950 - Neocolonial 


No mosteiro inaciano (1) de Itaici, na Vila Kostka a referência é de igrejas jesuítas brasileiras da época do Brasil colônia. A composição pode ser chamada de neocolonial com quase nenhuma licença eclética. É um edifício que procura buscar sua linguagem nas construções históricas que precederam a ordem religiosa, que inclusive utiliza essa linguagem até hoje  em suas instalações.


Elementos da Arquitetura Barroca utilizados pelas igrejas jesuítas do início do Brasil colônia, são utilizados para compor a fachada eclética neocolonial da Vila Kostka.
Apesar de arquitetura muito rica e trabalhada seu projeto é de Ecletismo Tardio, pois na época da construção desta obra, já estávamos desenvolvendo o Modernismo como vanguarda artística. A primeira casa modernista do Brasil é de 1929, construída por Gregori Warchavchik.

O ECLÉTICO PROJETO DA IGREJA DE PIMENTA

A igreja de Pimenta é repleta de referências da arquitetura clássica, mas possui algumas soluções compositivas que a destacam das demais, em especial à composição que rebaixa os capitéis das pilastras criando uma linha, na lateral da igreja, em ordem menor de pilastras de base de arcos, e que na fachada frontal, mudam para uma ordem maior de pilastras que vão até o entablamento, e o ático sobre os arcos em vista lateral, torna-se justamente o entablamento na fachada, esta apropriação pouco usual e criativa é uma interessante curiosidade e diferencial desta obra.

Outra criativa solução formal, que indica uma fluidez quase art deco, é o frontão que marca a porta principal de entrada, e que tangencia o óculo formando uma congruência perfeita entre as formas que indica um movimento quase floral.


Igreja de Pimenta - fim do século XIX – Foto de Paulo José.

Esta é uma igreja que ilustra como o Eclético evolui e passa de uma arte puramente compositiva embasada em tratados e regras para um movimento de composição livre, que apesar do uso das formas, adquire uma liberdade que lembra o ideário Barroco, o mesmo que o eclético lutou tanto para suplantar. 

É o ciclo da arte, mais uma vez fechando uma Era.

Em breve, as máquinas, a tecnologia e as necessidades de uma nova sociedade, que é mais veloz e informada do que nunca foi,  não permitirá mais que os espaços sejam determinados por referências históricas.

E uma nova época chega. Época em que, em Indaiatuba, sua sede será na Praça Prudente de Morais. 

Será o Modernismo. 

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Notas:


(1) inaciano: aquele ou aquilo que é relacionado à Santo Inácio de Loyola, fundador e patrono da Companhia de Jesus. Também utilizado para a qualificação de tudo o que é jesuítico, que advém dos jesuítas.


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Em breve Estudos sobre a História da Arquitetura em Indaiatuba - Parte 5 - O Modernismo.

Quer colaborar, criticar, acrescentar informações a este estudo? 
Escreva para elianabelo@terra.com.br ou charlesarquiteto@terra.com.br

https://www.facebook.com/CharlesFernandesArquitetura/



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