terça-feira, 30 de agosto de 2022

Centro Esportivo do Carlos Aldrovandi será inaugurado com homenagem ao patrono "Vereador Professor Luiz Carlos da Silva"

 

Prefeito Nilson Gaspar em janeiro de 2021, quando a obra ainda estava em construção

Na data da foto acima, o prefeito Nilson Alcides Gaspar registrou que "o Complexo Esportivo no Jd. Carlos Aldrovandi atenderá os moradores do bairro e de toda a região, incluindo o Jardim Brasil e Recreio Campestre Internacional de Viracopos. O núcleo contará com piscina semiolímpica aquecida e equipada com elevador de acessibilidade, além de academia e espaço para exercícios aeróbicos, dança e lutas e salas de apoio. Ainda estamos construindo novos complexos esportivos na Cecap e no bairro Campo Bonito. Hoje temos 23 polos esportivos e 19 polos de lazer, que atendem alunos de toda Indaiatuba em 34 modalidades. Indaiatuba é mesmo diferenciada e oferece esporte e lazer, que tem impactos positivos na saúde e bem estar. "

O PATRONO

O novo centro esportivo receberá o nome de "Complexo Esportivo do Núcleo Residencial Prof. Carlos Aldrovandi "Vereador Professor Luiz Carlos da Silva".

A homenagem foi sancionada pelo prefeito Nilson Alcides Gaspar através da Lei Municipal 7589 de 2021 - em aprovação a um Projeto de Lei elaborado pelo presidente da Câmara Municipal de Indaiatuba Jorge Luis Lepinsk "Pepo". Em seu projeto de lei, Pepo justificou:

"Luiz Carlos da Silva, conhecido por Professor Luiz Carlos, veio a falecer no dia 20 de abril de 2021, deixando um verdadeiro exemplo de honradez e dedicação ao ensino. Natural de Tapiratiba, em São Paulo, Luiz Carlos da Silva chegou a Indaiatuba em 1990. Então recém-formado em Pedagogia, atuou por 30 anos como professor de história e diretor de escola na Rede Estadual de Educação. Atuou como diretor-geral do Colégio Meta, administrando suas duas unidades. Foi casado com Maria de Lourdes com quem teve três filhos: Ana Caroline, Helena e Rodolfo. O professor era avô de dois netinhos, o João Victor e o Pietro. Sua família é completada por dois genros e uma nora: Willian Amaro, Arthur Tomazetto e Giovana. Sua carreira política começou com um pedido da população. Morador do bairro Oliveira Camargo, Luiz Carlos foi presidente da Sociedade Amigos de Bairro. No exercício da função participou da implementação de projetos sociais e lá desenvolveu a capacidade de liderança e aprofundou os sentimentos de amor e vontade de ajudar o povo. Assim, em 2004, ao se candidatar pela primeira vez obteve 755 votos. Em 2008 recebeu 1.232 votos. Em 2012, os votos subiram para 1.492. Já em 2016, Luiz Carlos alcançou 2.550 votos, votação excelente, mas ainda insuficiente para assumir uma cadeira na Câmara Municipal, ficando como primeiro suplente. Finalmente, no ano de 2020, obteve número de votos mais expressivo ainda: 2690, sendo o quinto mais votado de Indaiatuba, dentre os mais de 300 candidatos. O professor adorava trabalhar com jovens e tinha muita proximidade com a periferia. Os jovens gostavam da sua presença e da sua amizade. Luiz Carlos acreditava que, um educador não pode só ensinar, precisa acompanhar também, assim como faz com seus filhos."

Professor Luiz Carlos da Silva


O COMPLEXO

O Complexo Esportivo Vereador Professor Luiz Carlos da Silva conta com piscina semiolímpica aquecida, equipada com cadeira de transferência acessível, arquibancada, vestiários masculinos e femininos acessíveis. A academia oferece espaço multiuso para exercícios aeróbicos e lutas, além de sala para exames. No total são 1.191m² de edificação.

As atividades ofertadas no espaço são: caratê, natação, musculação, alongamento, funcional, ginástica e hidroginástica. O novo núcleo esportivo está localizado na Avenida Ângelo Bertelli Netto, 1.150, no Jardim Carlos Aldrovandi, ao lado da Escola Municipal de Educação Básica Professora Maria Albertina Bannwart Berdu. Mais informações pelo telefone (19) 3834-4419.





segunda-feira, 22 de agosto de 2022

CHAVE STEIN

HISTORICO DA LINHA: O ramal de Piracicaba foi construído pela Cia. Ituana a partir de 1873, partindo da estação de Itaici, na linha, também da Ituana, entre Jundiaí e Itu. Em 1892, houve a fusão com a Sorocabana, formando a Cia. União Sorocabana e Ytuana (CUSY). Em 1893 o ramal chegou a São Pedro, ponto terminal, 58 km à frente de Piracicaba, onde havia chegado em 1877. A Ituana foi definitivamente incorporada pela Sorocabana em 1905, com a compra da CUSY pelo grupo americano de Percival Farquar. O ramal - algumas vezes chamado também de ramal de São Pedro - teve o trecho final, entre Piracicaba e São Pedro, suprimido em 1966 e seus trilhos foram retirados em 1969. O tráfego de passageiros entre Itaici e Piracicaba acabou em 1976, enquanto trens de carga continuaram trafegando cada vez menos até meados dos anos 1980. Por volta de 1990, os trilhos, já abandonados, foram retirados pela agora FEPASA.

 

A ESTAÇÃO

Chave Stein era uma pequena parada, aberta em 15 de julho de 1958 de acordo com o blog consultado “Estações Ferroviárias”. No entanto, de acordo com um artigo de 1875 publicado no jornal “O Estado de São Paulo”, a parada já existia em 1893.



Jornal O Estado de São Paulo (10/10/1875)

Também é sabido que, em 1918, entre as várias escolas isoladas sob a responsabilidade de Monte Mór, havia a "Escola Isolada Mista de Chave Stein" (veja aqui).

“Chave” era o nome comumente dado pelas ferrovias à pequenas estações (paradas), quando existia ali a saída de algum desvio industrial, caso de Stein: havia ali uma serraria onde embarcavam sua produção. Os relatórios da ferrovia, embora citassem por algum período a Chave Leopoldina (um pouco mais à frente), não citam em nenhum momento esta parada. Os moradores de Cardeal referiram-se a ela como "o Stein". Na casinha, ainda havia nessa época a placa de identificação do patrimônio da Fepasa.

Localização: https://mapcarta.com/pt/W659968242

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

BODEcast encerra a 1ª temporada no décimo episódio e lança canal no Youtube

A partir de hoje, sexta-feira 19 de agosto, você pode encontrar todos os episódios do BODEcast no Youtube. São dez episódios produzidos pela Rádio Jornal de Indaiatuba e apresentados por Antônio da Cunha Penna – fotógrafo e escritor, Eliana Belo Silva- historiadora e pedagoga e Marcos Kimura - jornalista. A primeira temporada termina com dez capítulos gravados e a segunda temporada já foi planejada.

KIMURA, ELIANA E PENNA

BODEcast é um projeto que nasceu para contar histórias e memórias de Indaiatuba de maneira informal e lúdica. Quando Antonio da Cunha Penna foi convidado para participar do até então chamado podecast, ele perguntou: o que é bodecast? A confusão gerou risadas e, mesmo o projeto tendo tomado o formato final de videocast, o nome BODEcast se adequou muito bem.

Primeiro, porque é uma iniciativa “caipira” de contar ‘causos’ de Indaiatuba, e bodes e cabras são típicos da pequena propriedade rural brasileira. Segundo, porque os caprinos têm servido como representação do povo ao longo da história brasileira, e de cara me vêm à memória a frase de Pinheiro Machado, o Fazedor de Presidentes da República Velha: “No Brasil, a política consiste em não deixar a onça com fome, nem o cabrito morrer”, que é atual até hoje. Sem falar na famosa buchada de bode, que virou sinônimo das coisas que o então Príncipe dos Sociólogos, Fernando Henrique Cardoso, teria que engolir se quisesse de tornar presidente da República.

Se o bom cabrito do ditado não berra, a intenção dos apresentadores é fazer exatamente o contrário: é contar fatos que ajudaram a criar a personalidade desta Indaiatuba, para o bem e para o mal, e que a fizeram se destacar em meio a seus vizinhos, tornando-a sinônimo de qualidade de vida e prosperidade em todo o País.

 No Maranhão, quando alguém está mentindo, o povo diz “me compre um bode”. Pois pode “comprar” o BODEcast, o canal do Youtube sobre Indaiatuba, suas histórias e memórias, onde não tem lorota.

https://www.youtube.com/channel/UCDYIMu0wfgMRizaupWJRf9w


terça-feira, 9 de agosto de 2022

Escolas municipais realizam trabalhos comemorativos ao Dia Internacional dos Povos Indígenas

 Temática é trabalhada de forma interdisciplinar e como Tema Transversal na Rede Municipal

Hoje, 9 de agosto, é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Para comemorar a data, as escolas municipais promoveram diversos estudos sobre a cultura indígena, que acontecem de forma interdisciplinar e como Tema Transversal na Rede Municipal. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem como objetivo garantir condições de existência dignas aos povos indígenas, principalmente no que se refere a preservação das condições de vida e cultura, bem como a garantia aos direitos humanos.

Na Emeb “Profª Sylvia Teixeira de Camargo Sannazzaro”, para aprofundar o tema, um indígena Xavante, Aldeia São Marcos, no Mato Grosso, foi entrevistado. O material foi publicado no Jornal Sannazzaro Notícias. A experiência proporcionou a descoberta de muitas informações sobre a cultura indígena, além de colocar em prática o estudo do gênero textual estudado nas aulas de Língua Portuguesa.

Já a Emeb Professora Cleonice Lemos Naressi, desenvolveu um projeto com a temática, em que as crianças tiveram acesso as tradições orais, a cultura e formas de viver dos povos indígenas. Através de uma exposição os alunos puderam experimentar alimentos, como a mandioca e seus derivados, produzir adereços com os materiais que eram usados pelos indígenas, ouvir lendas e histórias desta etnia e conhecer as brincadeiras, músicas e danças para aprender um pouco mais da Cultura dos Povos Indígenas.

 

Jornal Sannazzaro Notícias com a entrevista indígena Xavante

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Em meio a inúmeros retrocessos que o Brasil enfrenta com o desgoverno de Bolsonaro, os direitos dos povos indígenas devem ser prioridade em pautas informativas, culturais e educativas com o objetivo de garantir  os direitos básicos dos indígenas estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

CURSO: Sites educativos e coleções acessíveis do Museu Republicano

A partir do final de agosto, o Museu Republicano de Itu vai oferecer o curso “Sites educativos e coleções do Museu Republicano”, dirigido especialmente para professores do ensino público e privado. 

Nas quatros aulas (dias 20 e 27 de agosto e 3 e 10 de outubro, das 10h às 16h),  realizadas no Centro de Estudos do Museu Republicano, serão abordados os sites educativos produzidos nos últimos dois anos pela instituição.

“Vamos apresentar o conteúdo e as atividades educativas de cada site, propondo planos de aula e projetos juntos aos educadores que envolvam os estudantes”, explica Aline Zanetta, educadora do Museu Republicano.


Carga horária: 40 horas

Horário: 10h às 16h (com intervalo para almoço das 12h às 13h30).

Público: professores.

Datas: 20 e 27 de agosto e 03, 10 de setembro de 2022.

As aulas serão realizadas no Auditório da Casa do Barão/ Centro de Estudos do Museu Republicano de Itu/USP. Rua Barão de Itaim, 140, Centro, Itu/SP.

Datas: 17 e 24 de setembro online com a coordenação da Diretoria de ensino de Itu/ Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Inscrições: Entre 04 e 18 de agosto de 2022, por meio de formulário

Link de inscrição: https://forms.gle/WtBjsuSaZML7nVsM6

No ato de inscrição o interessado deverá anexar o comprovante de vacinação e durante as aulas será obrigatório o uso de máscara em sala de aula e nas dependências do Centro de Estudos do Museu Republicano de Itu/USP.

Informações: edu.mrci@usp.br ou pelo telefone 11 40230240, menu 3 (Serviço Educativo do Museu Republicano de Itu/USP)

Data: 20/08/2022 – Aula 1: Coleção Digital de Jornais Ituanos dos Séculos 19 e 20.

Data: 27/08/2022 - Aula 2 – Site Educativo: Viagens Fluviais em exposições.

Data: 03/09/2022 - Aula 3 - Site Educativo Almeida Júnior no acervo do Museu Republicano.

Data: 10/09/2022 - Aula 4 - Site Educativo: “Cardápios e Banquetes do acervo Washington Luís – MRI”.

Data: 18 a 24 de setembro - Correção do plano de aula e envio das correções e aceites.

Envio por e-mail.

Após o envio do plano de aula, as Professoras Especialistas em Currículo enviarão as correções e/ou aceites no e-mail cadastrado no momento da inscrição do cursista.




 

sábado, 6 de agosto de 2022

Indaiatuba - Um lugarejo morto e desconsolado

Na edição do jornal ituano "A Cidade" do dia 26 de setembro de 1926, o articulista Silveira Bueno escreve um texto sobre o Padre Bento Dias Pacheco e define Indaiatuba como um lugar "morto e desconsolado".












sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Sacy Indaiá

Texto de Maria Luisa da Costa Villanova
Historiadora pós-graduada em arqueologia

22 de agosto - sabe que dia é este? É o dia do folclore, aliás, agosto é, ou já foi, o mês do folclore, mas apesar de algumas escolas ainda comemorarem, nossos mitos brasileiros estão sendo esquecidos, ou até, digamos, substituído por folclores de outros países.

Folclore é o conjunto de manifestações da cultura popular que são típicas de um determinado povo, simboliza e apresenta grande importância na identidade deste povo, de uma nação. 

A palavra tem origem no inglês, em que "folklore" significa sabedoria popular. A palavra é formada pela junção de folk (povo) e lore (sabedoria ou conhecimento).

Extremamente rico, nosso folclore possui influências da cultura europeia, africana e indígena, um resultado da diversidade cultural existente no Brasil.

O folclore brasileiro só ganhou força no Brasil a partir do século XX, mas as pesquisas remontam ao século XIX. Isso foi possível graças à influência do Romantismo, corrente artística e literária que teve grande importância no Brasil. Essa corrente esteve associada com movimentos nacionalistas e procurava ressaltar elementos da cultura nacional.


Essa ideia foi reforçada com o Modernismo, corrente artística e literária que esteve em evidência, no Brasil, no começo do século XX. O movimento modernista tinha ideais ufanistas (nacionalismo exagerado) e idealizava o interior do Brasil como local da verdadeira brasilidade.

 

O estudo do folclore passou a ser visto como uma forma de valorizar a cultura nacional. Autores como Amadeu Amaral, Silvio Romero, Mario de Andrade, Arthur Ramos e Monteiro Lobato, ganharam notoriedade nesse campo de conhecimento.

 

Com origem oral, passada de geração para geração, cada figura passou por transformações, mudanças, “atualizações” e continua se transformando.


Como anda seu conhecimento sobre folclore brasileiro? Vamos fazer um teste rápido: pense em cinco personagens do nosso folclore.

Pensou?

Mula sem cabeça, boitatá (do tupi-guarani (mbói = cobra,| tatá = fogo), curupira (com os pés virados para trás), saci pererê, caipora (do tupi-guarani caapora, que significa "habitante do mato"), Iara ou Uiara ("senhora das águas", na língua tupi-guarani), boto cor de rosa, acredito sejam as mais conhecidas, mas vamos tomar cuidado, o lobisomem, o ser que foi amaldiçoado com a licantropia (ato de transformar-se em lobo em noite de lua cheia) por exemplo, conhecido no mundo todo, foi trazido para o Brasil.

Acredito que de todos os personagens do nosso folclore, o mais conhecido mesmo seja o saci, o menino de uma perna só, que também possui influência indígena, seu nome vem do tupi-guarani Yaci-Yaterê, porém, por ser negro e ter perdido a perna numa luta de capoeira, pode ter também origem africana, já a carapuça e o cachimbo, fazem parte dos mitos europeus.

Pelo que estudei, ele era retratado como um pequeno curumim endiabrado que tinha duas pernas, tez morena e um rabo típico dos demoniozinhos. Através da influência da mitologia africana, o Saci se transformou, como os negros lutavam capoeira, o Saci passou a ser retratado como um negrinho que ao lutar perdeu uma perna. Da mesma influência afro, veio o seu cachimbo, denominado pito pelos nossos negros, e herdou dos europeus o gorro vermelho. Não esqueçamos que ele é um profundo conhecedor de plantas e ervas medicinais. Controla e guarda os segredos do feitio e da aplicabilidade de todas as plantas e ervas da floresta.

Os Sacis nascem em brotos de bambu, lá onde cantam os ventos. Ali eles vivem por sete anos até aprenderem a fazer redemoinhos, vivem por mais setenta e sete anos a fim de atentar a vida das pessoas e dos bichos.

Depois de todo esse tempo de diversão eles morrem e viram uns cogumelos venenosos para mais uma vez "passarem a perna" nas pessoas que, por acaso, se atreverem a comer os cogumelos.

 

Por isso, fiquei muito feliz quando fiquei sabendo de um “sacyólogo” chamado Rudá K. Andrade, pesquisador de sacys e codiretor do documentário Somos todos sacys.

“Pois o Pererê é fruto da mesma árvore que alimenta as aventuras mais emocionantes do homem: a imaginação, mãe das magias, santa criatividade que ilumina nossa travessia. Banhado pela força das águas em queda, o sacy é a manifestação cósmica de nossa fantasia. Cachoeira de quimeras que nutre a alma” Rudá K. Andrade (sacyólogo)

Isso, sacy com Y (que parece mesmo um sacysinho).  Sacy é uma palavra de origem tupy-guarany “çaa cy” ou “olho de mãe”

Foram catalogados pelo ‘Centro de Estudos da Irmandade dos Sacys Livres’, com descobertas e teorias sobre a diversidade sacysística, 77 sacys, além do conhecido Sacy pererê, reconhecido em todo sudoeste brasileiro, existe o Sacy uai sô de Minas Gerais, o Sacy lombola das Regiões Nordeste e Sudeste, o Sacy lítico encontrados na Serra da Capivara (PI), Minas, Bahia, Paraíba e Mato Grosso, Sacy siriri do Pantanal (MT), Sacy frevi de Olinda (PE), o Sacy mi do Bairro da Liberdade na capital Paulista, mas também encontrado no interior de São Paulo, entre outros.

Sendo ou não um sacyólogo, a verdade é que nesse mundo atual com tantos falsos mitos, cultivar os verdadeiros é muito bom, e o Saci com seu redemoinho, tem espalhado brincadeira, espiritualidade, despertado consciências, identificação e reconhecimento em todas as regiões do Brasil e até pelo mundo afora. Fiquei pensando se também já não existiu (ou existe) o Sacy indaiá, que se alimentaria com pipocas e indaiás, mas aí apareceu o problema, onde eles encontrariam indaiá? Nossa terra de “muito indaiá” já não os tem mais, ou se tem é muito pouco, apesar de algumas tentativas de replanta-la.

Seria ótimo termos o nosso Saci Indaiá. Não seria interessante jogar a culpa nele porque o feijão queimou, ou um objeto não é encontrado, ou pelos brinquedos estarem fora do lugar ou misturados?

O que quero aqui levantar, é que no mundo atual, com tanta tecnologia, seria muito bom um pouco de tempo para a imaginação e a fantasia, relembrar nossa cultura, nossos tão ricos mitos, esse universo popular tão esquecido.

 

O SACI E A CAVALHADA
Óleo sobre tela de R. Cippichia
Fonte: Revista do Brasil - São Paulo, ano II - novembro de 1917, n.23 - página 411
disponível em  "Sacis Históricos"


segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Romaria de Indaiatuba para a "Roma Brasileira"


"Romaria"
xilogravura de João Pedro - 2009


A primeira romaria organizada pela Paróquina Nossa Senhora da Candelária para Pirapora aconteceu oficialmente em 1942 (leia aqui) mas definitivamente essa não foi a primeira romaria saída de Indaiatuba para um local santo - geralmente uma igreja ou capela - seja para pagar promessas, agradecer ou pedir graças ou simplesmente por devoção uma vez que - ainda no final do século XIX Anton Ambiel registrava que os helvetianos iam anualmente, em romaria, para Bom Jesus de Pirapora (veja aqui).

Outra romaria que aconteceu antes da considerada "primeira" em 1942, foi a que um grupo de Indaiatubanos fez para a chamada "Roma Brasileira" em junho de 1928.

Você sabe onde é a "Roma Brasileira"?

No início do século XX, oficialmente o Cardeal Arcoverde chamou Itu de Roma Brasileira, em visita ao Colégio São Luiz, fundado pelos jesuítas. Mas outras histórias são contadas sobre essa referência. A primeira narra que foi D. Peddro II quem fez a citação, em alusão a quantidade de igrejas, colégios católicos, irmandades, padres e freiras que ele teria visto na cidade. Outra versão conta que o título foi dado à cidade antes, na ocasião da própria fundação do Colégio São Luiz, em 1867, versão que dá outro viés diferente do religioso: nessa versão, Itu teria sido chamada de Roma Brasileira pelo conjunto de conhecimento físico, químico, astronômico e cultural trazido pela Companhia de Jesus através do Colégio, tornando a cidade ainda mais rica em Educação, igualando-se ao centro de Roma. Qualquer que tenha sido a origem, o título foi incorporado ao "Berço da República" e se mantém até hoje.

Romaria de Indaiatuba para Itu em 1928

Os romeiros de Indaiatuba foram para a "Roma Brasileira" em junho de 1928 em comemoração aos festejos religiosos do sagrado Coração de Jesus. No recorte do jornal "A Cidade" do dia 12 de agosto daquele ano, você pode conhcer mais sobre esse evento:










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