sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O Monolito do Centenário de Indaiatuba

Eliana Belo Silva




Na ocasião em que Indaiatuba comemorou o aniversário de 100 anos de sua elevação como Distrito de Paz da jurisdição de Itu, em 1930, o prefeito Alfredo Camargo da Fonseca instalou o “Monolito Comemorativo ao 1º Centenário”. 

As aventuras e desventuras desse nosso personagem não engrossam simplesmente uma lista de exemplos de descaso para com o patrimônio histórico indaiatubano, mas servem para demonstrar o quanto a rivalidade política pode chegar ao limite do desatino. 

O monolito foi apenas um dos elementos previstos para a festança, que teve como nobre acompanhante de evento o recém-criado Hino Indaiatubano, que o prefeito - e também major - encomendou ao então - já respeitado - músico Nabor Pires Camargo especialmente para a ocasião, que por sua vez escolheu Acrísio de Camargo para escrever a letra. A encomenda foi criteriosa: o substrato de granito rosa ganhou como adorno um entalhe de pé de indaiá esculpido pelo artista campineiro Miguel Scharer

Uma placa de bronze com as informações concernentes ao ato e mais os nomes das autoridades correligionárias completaram a obra. Se for verdade que o melhor da festa é esperar por ela, imagine o leitor como estavam ansiosos os membros da comissão dos festejos, os nobilíssimos promoters Christiano Steffen, Dr. Francisco Peixoto Sobrinho e Affonso Celso Valente! 

Chegado o grande dia 9 de dezembro, após 1930 anos do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo, a festança começou cedo, antes mesmo do crepúsculo matutino: meia hora após o sino da matriz sonorizar 4 horas da manhã, a Corporação Musical 7 de Setembro entoou a Alvorada, seguida por uma salva de 21 tiros. 

Logo em seguida, por volta das seis, os cidadãos, que tão solenemente haviam sido despertados, participaram do hasteamento do pavilhão no paço municipal; às dez horas houve uma missa campal e finalmente, ao meio dia, chegou a hora da inauguração dele... (!) do nosso monolito, que erigia lustrado, (por pouco tempo, quem diria?) em um local cuidadosamente escolhido em um canteiro do largo da matriz, na praça Barão do Rio Branco, atual Praça Leonor de Barros Camargo. 

A inauguração foi apoteótica: um grupo de senhoritas ensaiado pelo prof. Acylino do Amaral Gurgel cantou pela primeira vez o Hino Indaiatubano, e após discursos e novamente o hino – desta vez apenas musicalizado pela já dita Corporação, os indaiatubanos cantaram um solene Te-Déum, certamente vestidos com suas melhores roupas, quase sempre adquiridas com mascates forasteiros. 

Após outros eventos com orações e discursos inflamados, o dia terminou com um baile de gala no salão do Cine Internacional, onde mãos que ardiam pelos aplausos consecutivamente doados durante o dia, agora se harmonizavam, a bailar, enquanto que, iluminado pelo inconfundível luar de Indaiatuba, majestava ele... O monolito! 

Em 1934, após cerca de quase 4 anos desse dia em que a pequena Indaiatuba esteve tão engalanada para comemorar o centenário da sua fundação, o major foi substituído por ferrenho opositor que, para apagar o feito brilhante das comemorações do centenário (alguém arrisca outro motivo?) pediu à câmara para retirar o obelisco da praça. 

O que se seguiu com nosso personagem foram cenas de terror, impróprias para menores, sensíveis e cardíacos. Ele foi arrancado dali sem dó, tendo nossa matriz e o povo que ia-e-vinha para a estação de trem o dia inteiro, como testemunhas. A execução terminou de forma cruel: foi amarrado em uma carroça e arrastado pelo centro, via rua Candelária até aquela ruazinha que muitos contavam ser mal assombrada, atrás do cemitério de pedras: a (extinta) Rua Ana Nery. Como disse Fernando Martins Gomes, “ _ali ficou por cerca de quatorze anos atirado à condição indigna de coisa inservível e para ser esquecido para sempre”. Mas não foi assim. 

No dia 11 de abril de 1948 o obelisco foi recolocado na esquina das ruas Padre Bento Pacheco e 15 de novembro, na praça onde funciona o Colégio Randolfo Moreira Fernandes

O reerguimento - distante do local originalmente dele - foi abençoado por uma oração feita pelo vereador Dr. Edmundo de Lima Pontes, o mesmo que, como líder da câmara, solicitou o resgate daquele “monumento ultrajado pelos rancores políticos dos opositores do major”. A imagem abaixo, publicada graças também a Fernando, mostra o evento da ressuscitação.


Ali ficou o monolito até a metade da década de 1960, expondo as evidências da violência que sofrera: a placa de bronze com o nome dos políticos mostrava suas cicatrizes, feitas com toda certeza pela força de marreta e talhadeira manuseadas por funcionário ordenado pela administração municipal (quem diz que não?). 

Mesmo testemunhadamente cicatrizado, nosso personagem foi vítima de novo capítulo de terror por volta de 1966 quando retiraram sua placa de bronze que pesava cerca de 30 quilos. Não, não foram moleques meliantes que se apoderaram dele para vender em ferro-velho, não! Ele foi parar... no depósito da prefeitura. Arquimedes Prandini ilustrou a indignação pública através do texto abaixo.

Foi um lamento em vão.

O obelisco “desalmado” foi retirado dali e depositado lá na presidente Vargas, onde ficava aquele depósito da prefeitura, junto com a placa, condenados ao esquecimento... Mas isso não aconteceu!

Após mais de dez anos, o então prefeito Clain Ferrari, no final da década de 1970 reutilizou a pedra cor-de-rosa e fez um monumento à bíblia na praça central da cidade, a Prudente de Moraes.

Ali, nosso obelisco mutilado passou a fazer companhia ao voluntário João dos Santos, indevidamente. Enquanto isso a placa ficou jogada, tal qual um órgão amputado. Mas até as histórias macabras podem possuir um final feliz.

Eis que após quase 30 anos, por motivos que aqui também não cabem, o senhor Antonio Reginaldo Geiss esteve no depósito e viu a peça valiosa atirada como “pronta para o fogo”.

Não hesitou.

Resgatou nossa heroína e arredou o pé dali, indo diretamente para o Casarão do Pau Preto, onde ela passou a integrar o acervo do museu.

Após a trajetória quase inglória do monolito, ele está de volta na praça da matriz! Com o esforço de Fernando, que publicou vários artigos sobre o monolito no Jornal Votura e também um livro, com adesão e auxílio (para não dizer pressão) da Fundação Pró-Memória e de vários outros cidadãos, o prefeito Reinaldo Nogueira Lopes Cruz reinstalou vossa majestade em seu local de origem no dia 9 de dezembro de 1998, no 168º aniversário da cidade.

E nas comemorações daquele dia, com certeza, o Hino de Indaiatuba foi ouvido com mais prazer pelo luar de Indaiatuba, que rapidamente reconheceu o retorno do seu querido afilhado.

Ao visitá-lo, lembremos sempre que um patrimônio sempre representa a nossa história, os nossos momentos vividos, a nossa identidade!


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(1)Fontes
GOMES, Fernando Martins, O Monolito Comemorativo do 1o. Centenário de Indaiatuba. Indaiatuba (SP), 1998.
SANNAZZARO, Sylvia T. de Camargo, O Tempo e a Gente. Indaiatuba (SP): Rumograf,1997.
(2) Leia também o livro de Scyllas Leite de Sampaio e Caio da Costa Sampaio, que narra o ponto de vista da oposição política ao major, sobre o obelisco. Indaiatuba, Sua História.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Teatro na década de 1930


..
Em 1936, um grupo de atores indaiatubanos do Grêmio Dramático Bandeirantes encenou duas peças no Cine Variedades com o objetivo de angrariar fundos para a construção do salão da Congregação Mariana de Indaiatuba.

Mais informações sobre o evento, contendo inclusive os nomes dos generosos artistas, estão na imagem - apresentada na íntegra - abaixo, que anunciava o "Grandioso Acontecimento Theatral".

A seguir, a imagem está dividia em duas metades, para melhor visualização:


1- Metade superior


2- Metade inferior


Da esquerda para a direita: felício Borguezano, Miguel Carotti, Archimedes Prandini, Octacílio Groff, Francisco Borguezano, Arthur Soares Siqueira, Moacyr Guimarães, Moacir Martins ( o menino), Fortunato José Deltregia, Elzira Ferrarezzi, Geraldo Minioli, Glória Ferrarezzim Geny Ferrarezzi, Walfrido Miguel Carotti (no colo de Elzira).
Sentados estão os bonecos de Archimedes Prandini, Juca e Tião.



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A imagem foi emprestada por Athos Mazzoni Sobrinho, o Sinin
Empreste também documentos seus! 
Caso queira criticar, sugerir ou corrigir: elianabelo@terra.com.br 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Igrejas e Templos da década de 1970

Neste post estão imagens e informações de algumas igrejas e templos da década de 1970.
IGREJA PRESBITERIANA DE INDAIATUBA
Pastor Rev. Prof. João Marinho Filho - Presidente do Conselho
Antônio C. Camargo - Vice-presidente do Conselho
Presbítero Carlos Klinke - Secretário do Conselho
Walter Fhal - Tesoureiro da Igreja
Dolores Stefen - Superintendente da Escola Dominical
Departamentos Interinos:
Sociedade Auxiliadora Feminina
União de Homens Presbiterianos
União de Mocidade
Liga Juvenil
Conjunto Coral sob a regência da Prof. Martha Andrade Barbosa Marinho
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ASSEMBLÉIA DE DEUS
Pastor Ermírio José dos Santos
Presbíteros: João Coelho de Oliveira e José Inácio da Silva
Diáconos: Izupério J. Pereira e Alziro A. da Silva
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IGREJA SANTA RITA DE CÁSSIA
Padre Francisco de Paula Cabral de Vasconcellos (Padre Xico)

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CONGREGAÇÃO CRISTÃ DO BRASIL Rua Cerqueira César, 1023 Cooperador: Gustavo Sander ----------00000O00000----------

Para criticar, sugerir ou corrigir: elianabelo@terra.com.br
Empreste a fotografia de sua igreja, templo, capela, centro, etc. para ser publicada nest post!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Hidrografia de Indaiatuba


A Região Metropolitana de Campinas (RMC) está situada nas bacias dos rios Tietê, Piracicaba e Pardo, afluentes do Rio Paraná. O município de Indaiatuba localiza-se nas bacias de dois afluentes do Rio Tietê: o Rio Jundiaí e o Rio Capivari.

Pode-se dividir o município em três bacias:
(1) Bacia do Ribeirão do Buru,
(2) Bacia do Rio Jundiaí e
(3) Bacia do Rio Capivari - Mirim.

1) Bacia do Ribeirão do Buru

1.1. O Ribeirão do Buru é o divisor dos municípios de Indaiatuba e Elias Fausto e deságua no Rio Tietê;
1.2. O Córrego do Garcia ou Buruzinho localiza-se na região noroeste do município, entre as bacias do Córrego Barnabé e o limite dos municípios de Indaiatuba e Elias Fausto. Abrange uma área de drenagem de 39,8km2.

2) Bacia do Rio Jundiaí

2.1. O Rio Jundiaí adentra à leste do município de Indaiatuba e a seguir faz uma deflexão à esquerda, tomando depois a direção sudoeste até a divisa com o município de Salto. Nesta confluência faz nova deflexão à esquerda, acompanhando a divisa com o município de Salto com a direção sudeste, até a foz de seu afluente “Água do Barreiro”. A partir deste ponto, adentra o município de Salto. Atravessa Indaiatuba num leito com grandes quantidades de pedras e domintas quedas d´água, conforme imagem abaixo:




O Rio Jundiaí nasce na Serra da Pedra Vermelha, no município de Mairiporã, na região da grande São Paulo, percorrendo 123 quilômetros até desaguar na margem direita do Rio Tietê, na represa da Usina Porto Goes, no município de Salto. Seus principais afluentes são:

MARGEM DIREITA
2.2. O Córrego do Barnabé, que já se chamou Ribeirão Votura no passado, tem um papel relevante para a cidade de Indaiatuba por atravessá-la, com uma extensão de 11 km. Segunda a tradiçao, foi junto à sua foz, quando ele deságua no Rio Jundiaí, no Bairro Caldeira, que Indaiatuba surgiu em meados do século XVIII. O Corrego serviu como diretriz para o projeto e implantação do Parque Ecológico de Indaiatuba, de grande importância para a expansão urbana. Seus principais afluentes são os córregos do Belchior e Bela Vista. Sua nascente está localizada na Lagoa Preta, Bairro Mato Dentro.



(cópia da imagem do folheto lançado pelo SAAE no Dia Mundial da Água, em março de 2009)

2.3. O Córrego do Cupini com área de drenagem de 7,9 km2;
2.4. O Córrego da Cachoeira com área de drenagem de 8,0 km2.

MARGEM ESQUERDA
2.5. O Córrego da Fonte ou Santa Rita é o divisor dos municípios de Indaiatuba e Itupeva;
2.6. Córrego da Fazenda Santa Cândida;
2.7. O Córrego da Barrinha é o afluente de porte mais significativo da margem esquerda do rio Jundiaí, com uma área de drenagem de 24,5 km2, seu afluente principal pela margem esquerda é o Córrego da Grama Velha;
2.8. O Córrego Água do Barreiro;
2.9. O Ribeirão da Grama possui a nascente em Indaiatuba e a foz em Salto.
Na área indaiatubana sua área de drenagem é de 24,7 km2. Em sua margem esquerda possui dois tributários: Ribeirão da Ponte Alta e Córrego do Valério.

3) Bacia do Rio Capivari – Mirim


3.1. O Rio Capivari - Mirim localiza-se ao norte de Indaiatuba, desenvolvendo-se de nordeste para noroeste. Define a divisa de Indaiatuba com Monte Mor e Campinas. Os principais tributários da margem esquerda desse rio são:
3.2. Ribeirão do Campo Grande ou Monjolo Grande, que tem sua área de drenagem com 30,2 km2. Seu principal afluente é o Córrego do Brejão;
3.3. Córrego do Jacaré, que tem com afluente o Córrego do Mato Dentro;
3.4. Córrego da Fazenda Santa Irma;
3.5. Córrego do Morro Torto;
3.6. Córrego Próximo ao Jardim Brasil.
Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (1), as águas de Indaiatuba (exceto o Rio Jundiaí) são destinadas para:
a) ao abastecimento doméstico após tratamento;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário;
d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e a;
e) criação natural e/ou intensiva (agricultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
Já o Rio Jundiaí é de classe diferente de todos os demais, e deve ser destinado para uso menos exigentes e para a harmonia paisagística.
Cada cidadão pode contribuir - e muito – com a qualidade das águas de nossa Indaiatuba. Não jogar o óleo de cozinha usado pelo ralo já é uma grande ação: guarde os restos em uma garrafa pet!

Para saber mais, visite: http://www.saae.sp.gov.br/

(1) Resolução do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente de 18 de junho de 1986, que classifica as águas doces do território nacional, segundo seus usos preponderantes.

Para criticar, sugerir ou corrigir: elianabelo@terra.com.br

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Colônia Helvetia - Centro de Memória



O guia apresentado neste post advém de um encarte que foi distribuído para os visitantes do Centro de Memória da Colônia Helvétia durante a festa realizada em agosto de 2008, naquele local.


O acervo do Centro de Memória Helvetia, atualmente com nove fundos, passa pelo processo de higienização, acondicionamento e organização. São eles:

SOCIEDADE ESCOLAR SÃO NICOLAU DE FLÜE
Com 35 documentos, fotografias, livro de registros de alunos, livros de contabilidade,etc.
Português/Alemão
Datas limite: 1904 - 2003

SOCIEDADE DE TIRO AO ALVO HELVETIA
Com 25 documentos relativos a contabilidade da instituição.
Português/Alemão
Datas limite: 1896 - 2002

SOCIEDADE IGREJA N.S. DE LOURDES
Com 55 documentos de caráter religioso, contábil e histórico.
Português/Alemão
Datas limite: 1902 - 2004

LEONOR AMSTALDEN
Com 102 documentos relativos à História da Colônia Helvetia: festas, sociedade, Jodlerklub, religião, demografia, artigos de jormais e fotografias.
Português/Alemão
Datas limite: 1877 - 2005

HELENA MING AMSTALDEN
Com 15 fotografias da Colônia Helvetia: famílias, sociedades e festas.
Português/Alemão
Datas limite: 1887 -1935

LYDIA MING
Com 8 fotografias, Sociedade Tiro ao Alvo, igreja e famílias.
Português/Alemão
Datas limite: 1935 - ?

ÚRSULA ZELLER
Com 138 fotografias relacionadas a Colônia Helvetia: festas, religião, sítios e escola.
Português
Datas limite: 1977 -?

CEMITÉRIO PARTICULAR DE HELVETIA
Com um Livro de Registro de Assentamentos e Registros de Contas.
Português
Datas limite: 1923 -1930

LUIZ ANTONIO AMBIEL
Com aproximadamente 100 fotografias.
Português/Alemão
Datas limite: 1893 -1970

Glossário:
Fundo: Conjunto de documentos de uma mesma proveniência.
Guia: Instrumento de Pesquisa que oferece informações gerais sobre fundos e coleções.



Colabore com o Centro de Memória Helvetia: doe ou empreste fotografias e documentos da sua família!

Relevo de Indaiatuba

As altitudes do município de Indaiatuba variam entre 500 e 900 metros. 

A altitude da cidade propriamente dita é de - em média - 650 m. 

Basicamente encontram-se quatros tipos de relevo no município:
  • planícies aluvionares
  • colinas
  • morros
  • morretes

Na imagem podemos ver que o relevo de Indaiatuba é uma planície, com poucos pontos de colinas e morros.
 Mais escassos ainda são os morretes.



As planícies aluvionares são áreas planas, em nível, com pequenas declividades (com até 3%) que ocorrem em pequenas proporções no município, nos vales ao longo dos cursos d´água. Resultam da erosão causada pela água nas encostas das elevações, cujo material transportado é depositado nas várzeas. 

No caso de Indaiatuba, a principal planície aluvinar é a do rio Jundiaí, ma região sudeste do município.

As colinas compreendem as superfícies de relevo ondulado, de declividade suave, que predominam no município especialmente nas regiões norte, noroeste e sul. Distribuem-se entre altitudes que variam de 600 a 675 metros.

Os morros apresentam vertentes de relevo mais movimentado, com vales mais fechados que as colinas. Seus topos são plano-convexos, variando as altitudes de 675 a 900 metros. Ocorre no sudeste e em região relativamente pequena no extremo leste.

Os morrotes são ocorrências isoladas de elevações mais pronunciadas nas regiões das colinas, onde se destacam pela sua altitude que varia de 600 a 900 metros. Caracterizam-se por seus topos planos e vertentes íngremes. São mais frequentes a sudeste e a leste do município.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Recuperação das Matas Indaiatubanas


A vegetação nativa do planalto do Estado de São Paulo foi quase completamente destruída por ações antrópicas, especialmente pelo aumento da área agropecuária, utilização de produtos florestais, crescimento urbano e estabelecimento da malha rodoviária. Em Indaiatuba não foi diferente; nossa vegetação natural primária foi praticamente extinta. Estão quase extintos também os indaiás, que deram origem ao nome da cidade por serem abundantes na região.

A vegetação de fundos de vales (matas justapostas aos rios e ribeirões, brejos, matas de brejos, lagoas) é especialmente suscetível a essas ações, às quais se somam ainda: construção de lagoas de uso agrícola e piscícola e de reservatórios para geração de energia e suprimento de água, assoreamento, drenagem e aterragem e estabelecimento de plantas invasoras exóticas. Por vários motivos é necessária a recuperação de parte das florestas outrora existentes na bacia do rio Jundiaí, tributário do rio Tietê, em nossa cidade de Indaiatuba. Além de cumprir legislação estadual e federal, podemos citar os seguintes: 

1) preservar a diversidade florística (vegetal) própria da região;

2) oferecer abrigo e alimento à fauna silvestre: mamíferos, aves (incluindo migratórias), répteis, anfíbios, peixes e invertebrados; 

3) propiciar o aumento das populações das espécies nativas, vegetais e animais, reduzindo os riscos de extinção total ou regional; 

4) propiciar a manutenção dos processos hídricos naturais, aumentando a infiltração das águas pluviais (das chuvas) e reduzindo os escoamentos superficiais (enxurradas); 

5) estabilizar as margens do rio Jundiaí, reduzindo o desbarrancamento na ocorrência de torrentes; aumentar a produção de água, reduzindo as secas estivais (no inverno); 

6) aumentar a estabilidade das encostas e reduzir a erosão das terras nas encostas servidas pelos cursos-d’água; 

7) reduzir o assoreamento dos cursos-d’água e assim prolongar a vida útil das barragens a jusante; 

8) reduzir a poluição dos cursos-d’água por produtos utilizados na agricultura; 

9) propiciar a utilização das florestas como recursos pedagógicos para a prática da educação ambiental; 

10) interconectar áreas naturais ainda existentes, garantindo a circulação livre dos animais silvestres e o fluxo gênico vegetal (dispersão do pólen e das sementes); 

11) manter populações estáveis de plantas de interesse humano (medicinais, fornecedoras de madeira, fibrosas, ornamentais e outras) e de microrganismos de interesse industrial; 12) preservar a qualidade e o volume de água para abastecimento humano, agrícola e industrial; 

13) aumentar as áreas apropriadas para abrigo de predadores naturais de pragas agrícolas e; 

14) garantir recursos naturais apropriados para exploração do turismo ecológico. Celso do Lago Paiva (1) fez um levantamento botânico sistemático nas florestas ripárias nos municípios de Indaiatuba, Campinas e Itu. 

Constatou quais são as espécies arbóreas e arbustivas (pioneiras ou secundárias) que devem ser utilizadas para a recomposição da floresta ciliar em nossa cidade (e citada região). São elas:

  • Alecrim-de-campinas
  • Amendoim-do-campo
  • Angicos
  • Araribá-amarelo
  • Araticum-cagão
  • Aroeira-brava
  • Aroeira-pimenteira
  • Banana-de-macaco
  • Branquinho
  • Canafístula
  • Canelinha
  • Capixingüi
  • Chal-chal
  • Corticeira
  • Crindiúva
  • Embaúba
  • Embiruçu
  • Fruta-de-sabiá
  • Gameleira
  • Gerivá
  • Grão-de-galo
  • Guaçatonga
  • Guanandi
  • Ibirapuitá
  • Ingá
  • Jangada-brava
  • Jatobá
  • Jenipapo
  • Jequitibá
  • Lixeira
  • Louro-pardo
  • Louveira
  • Mamica-de-porca
  • Mutamba
  • Paineira
  • Pata-de-vaca
  • Pau-d´alho
  • Pau-d´óleo
  • Pau-jacaré
  • Pau-marfim
  • Pessegueiro-bravo
  • Pindaíba
  • Pombeiro
  • Primavera-arbórea
  • Saguaraji-amarelo
  • Sananduva
  • Taiúva
  • Tapiá-guaçu
  • Timboúva.


(1) Fonte: PAIVA, Celso do Lago, 2003. Projeto "Recomposição de florestas ciliares na bacia do rio Jundiaí no município de Indaiatuba, São Paulo". Parceria Fundação Pró-Memória de Indaiatuba/ Secretário Municipal de Serviços Urbanos da Prefeitura de Indaiatuba/ CPFL Geração de Energia S/A. Indaiatuba, Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, 18 p., il.

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