quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Os Dinos do Patrick


Jovem acumula mais de 400 fotos de jovens indaiatubanos que "agitaram" as décadas de 80 e 90 em álbum no Facebook




 
No início era apenas uma brincadeira de amigos onde alguns levavam fotos "antigas" em encontros, até que Patrick Novacek Ribeiro decidiu criar um álbum no Facebook e postar algumas fotos engraçadas da época em que o grupo saia em clubes, bares ou mesmo nas casas de um ou de outro aqui em Indaiatuba.

O idealizador (e agora moderador) do grupo Dinossauros: Patrick Ribeiro e sua irmã Priscila.


A brincadeira, que começou com 20 membros, cresceu rapidamente e hoje o acervo possui aproximadamente 400 fotos com cerca de 200 membros que participam e curtem a formação do álbum, chamado de  Fotos de Indaiá - Dinossauros.

Patrick Novacek Ribeiro nasceu em 1973 em São Paulo e veio para Indaiatuba com 5 anos. Aqui cresceu, estudou e passou grande parte da adolescência e juventude; atualmente mora em São Paulo, onde é proprietário de uma agência de turismo, com foco em atendimento corporativo. "São Paulo é uma cidade onde se trabalha muito, mas se vive pouco", diz ele, que sempre vem para Indaiatuba, local que considera "seu porto seguro, sempre".

Dinossauros? Quem são eles?

Patrick os define como "os bons e velhos amigos". Para uma definição menos subjetiva, eu diria (...que atrevimento o meu, definir essa galera... mas vamos lá...) que são jovens da classe média e classe média alta de Indaiatuba que nasceram na segunda metade dos anos 60 (ou menos ou bem menos, em alguns casos) até o final da primeira metade dos anos 70 (ou mais, em alguns outros casos). Se tomarmos como referência "cronológica-histórica para assuntos de boemia" o livro recém publicado por Antônio da Cunha Penna, "Nos Tempos do Bar Rex", uma outra tentativa de definição dos dinos seria aquele grupo seleto de estrelas rodeados por vários satélites que Penna passou para Marcos Kimura continuar sua narrativa, em outro livro, algo como "Nos Tempos do Bar da Pepis". Patrick completa essa tentativa de definição indicando que muitos estudaram nas escolas Alavanca ou Monteiro Lobato, onde os laços de amizade se fortaleceram e sobreviveram até hoje.

Pois são justamente esses laços de amizade que facilitaram o garimpo das imagens, como por exemplo a da colação da faixa de judo, quando Patrick tinha sete ou oito anos: "pelo menos 70% das pessoas que ali estão, permanecem até hoje no nosso meio".

O grupo do Facebook não é aberto, mas foi crescendo na medida em que cada amigo convidava outro amigo por causa de alguma referência em comum e Patrick, que obviamente assume o papel de moderador, procura administrar os participantes usando o que chama de bom senso. Tenta parametrizar os períodos e os temas publicados para que não fujam da ideia* principal. A maioria colabora, mandando fotos eletrônicas para ele ou ainda emprestando imagens em papel para que possam ser escaneadas.

"Na maioria dos casos as pessoas do grupo circularam indiscriminadamente por praticamente todas as "turmas" e "galeras" de Indaiatuba, então, em um ou outro momento, a história de todos se cruza", diz Patrick, então ele tenta manter a brincadeira dentro o objetivo inicial, com fotos "antigas", boas memórias... e não fotos de pessoas que estão buscando auto-promoção ou algo que o valha.

"Deixo aqui, aproveitando, o convite para que as pessoas entrem em contato conosco, participem da brincadeira e compartilhem suas lembranças" disse ele, quando eu disse que escreveria este post, "como eu disse antes, em algum momento a história de todos se cruza, e este tipo de iniciatriva traz muita coisa boa, principalmente a reaproximação de pessoas que, por um motivo ou outro, se afastaram e perderam o contato. Isto é sensacional, não tem preço", completa.

O maior objetivo é levantar a história dessa juventude, manter viva suas melhores lembranças através do arquivo e compartilhamento das imagens, de maneira respeitosa, sempre considerando o direito de quem quer ou não compartilhar. Para isso, ainda como moderador, aceita sugestões e até reclamações dos dinossauros, procurando conciliar e até excluindo imagens quando é o caso.
Patrick termina dizendo que...

"Acabei de postar uma do Baile da Maria Cebola de 1991, e ali está um pessoal que, desde sempre, fez parte da minha vida. Difícil falar em algumas, pois as imagens são minha memória mais viva, cada uma delas teve seu brilho em algum momento. As campeãs de acesso são as mais engraçadas, como por exemplo uma da Constanzia Fernandes com o Alexandre Frota, em 1985, outra de uma festa Junina no Objetivo, muito tempo atrás, onde o Fernandinho Dourado Costa está de menininha, junto com Humberto Panzetti e mais alguns.... Enfim, de imediato me vem umas 15 ou 20, pelo teor de comédia. Mas as que mais me marcam são as mais antigas, justamente pela questão de serem pessoas ali com quem mantenho vínculos até hoje, o que é um privilégio enorme, no mundo individualista em que vivemos.

Esta brincadeira, que começou como uma piada, se mostrou uma ferramente poderosíssima de agregação a reaproximação das pessoas. Uma consequência muito nobre, que me trouxe muita, muita satisfação e muita gente boa de volta pra perto."


Baile da Maria Cebola, 1991


 
Dinossauro Marcos Kimura (!): parte do trabalho que Penna te incumbiu, de escrever as memórias da juventude à qual você pertence,  já está facilitado, com essa ideia super legal do Patrick. Pelo menos parte das imagens de publicação você já terá.

Patrick querido, obrigada pelas informações,

De sua "prófis",
Eliana Belo Silva.


Festival de Skate (um dos) na Praça da Estação (fim dos anos 70 início dos 80)
No centro da foto: Silvio Dominges e Luizão do Som



Os irmãos Mauro, Márcia (em pé) e Marcel Zerbini (ajoelhado)
em frente à antiga sede social do Clube 9 de Julho - início dos anos 1970.


....oooooOooooo.....

* escrever "ideia" sem acento é o "ó".

Colaborou:  Patrick Ribeiro e Marcel Zerbini.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Padre Bento Pacheco

Eliana Belo Silva
Originalmente publicada na revista Imediata Opinião de dezembro/2010


O nome completo do patrono de uma das ruas muito movimentadas de Indaiatuba é Padre Bento Dias Pacheco, que nasceu na Fazenda da Ponte – também chamada de fazenda dos Ferraz - em 17 de setembro de 1819, filho do fazendeiro Inácio Dias Ferraz e dona Ana Antônia Camargo.

Era neto do Capitão Bento Dias Pacheco, que sonhava que o neto fosse “doutor”. Mas como escreveu o historiador Francisco Nardy Filho, “Deus, no entanto, tinha outros desígnios. Desde toda eternidade, o escolhera para seu ministro. O “Bentinho” da Fazenda da Ponte seria Padre,” o que aconteceu em 28 de outubro de 1843, quando foi ordenado.

Padre Bento Pacheco foi vigário  da então freguesia de Nossa Senhora da Candelária substituindo em algumas ocasiões – interinamente - o Padre Casemiro da Costa Roris: primeiro durante aproximadamente 6 meses em 1844 e depois em mais duas ocasiões, em 1847 e 1848.


A fazenda dos Ferraz era uma das grandes produtoras de açúcar da região e possuía um grande número de escravos. Quando recebeu oficialmente parte da herança de sua mãe, que muito jovem ficou viúva, Padre Bentinho teve uma atitude que o fez entrar para a história pela sua benevolência: libertou todos os seus escravos, transferiu as terras que lhe pertenciam para seu irmão e doou para os pobres o dinheiro recebido.


Foi então que, ainda segundo o historiador Nardy, ele veio despedir-se definitivamente de sua padroeira e madrinha Nossa Senhora da Candelária e foi para a Chácara da Piedade trabalhar como capelão no Hospital dos Lázaros. Ali passou a viver junto dos leprosos durante 42 anos, convivendo com uma doença que ele tinha medo desde criança. “Indiferente ao cansaço, ao perigo de contágio, procurava acender, em cada coração sofredor, a lâmpada da esperança num mundo melhor, sem as vicissitudes deste vale de lágrimas.”

Apesar de seu contato permanente com os enfermos nesse longo espaço de tempo, morreu sem contrair moléstia. Faleceu em 6 de março de 1911. Seu corpo foi sepultado na Igreja do Senhor do Horto e São Lázaro, no bairro que hoje leva o seu nome.

Em reconhecimento ao seu trabalho realizado em prol da caridade, sendo também que seu túmulo passou a ser visitado por inúmeros fiéis, que lhe reconhecem graças e favores alcançados em seu nome, em março de 2003 a Cúria Diocesana de Jundiaí instalou o Tribunal Eclesiástico Diocesano para a Causa de Beatificação e Canonização de Padre Bento Dias Pacheco, cujo processo tramita atualmente na Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano. A canonização de Padre Bento é aguardada ansiosamente por muitos fiéis ituanos.

Consta que parte da fazenda “dos Ferraz” ficava no antigo “Bairro dos Cocais”, um dos bairros de Itu que mais tarde viria a ser Indaiatuba. Assim, fica a questão: teria sido Padre Bento indaiatubano ou ituano?

Não importa. Importa sim seu desprendimento e elevado espírito humanitário, que o fez renunciar do conforto material para servir aos mais necessitados, conforme ditou o cristianismo primitivo, complexa filosofia deixada pelo nobre aniversariante de 25 de dezembro: Jesus Cristo.


"Padre Bento Dias Pacheco"
Escultura em bronze 1,50m x 1,05m x 1,06m com pedestal em granito (0,95m x 1,05m x 1,06m)
Praça Padre Bento, Bairro Pari, em São Paulo.


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Itu, o Berço da República

Em fevereiro deste ano (2010), Itu comemorou 400 anos de fundação. Localizada a 100 quilômetros de São Paulo, a cidade ficou conhecida como a Cidade dos Exageros. Os porquês dessa fama podem ser entendidos tão logo o visitante adentre à cidade e aviste os semáforo e orelhão gigantes da cidade. As lojas de souvenires em tamanho avantajados são passagens obrigatórias dos turistas e ajudam a propagar essa fama.


História



A história ituana está permeada na história do Brasil. Além de participar do movimento bandeirista (expedições de bandeirantes que navegavam pelo rio Tietê em busca das minas de ouro de Cuiabá, no Mato Grosso), foi berço da Convenção Republicana.

Ponto de apoio e ligação para as expedições, por ser um entroncamento de diversos caminhos terrestres e fluviais, o local recebeu o nome de origem indígena Itu-Guaçu ou Utu-Guaçu, devido às suas grandes queda d"água, como o Salto de Itu, no rio Tietê.

Os primeiros habitantes de Itu foram os colonos portugueses, que se dedicaram à construção de uma capela a Nossa Senhora da Candelária. Essa capela é o marco de fundação da cidade, em 2 de fevereiro de 1610. Até 1750, a vila de Itu era bem pequena, com apenas uma rua, a rua Direita, conhecida hoje por rua Paula Souza. Escravos e donos de fazendas construíram dois conventos e algumas igrejas na região.

O período entre 1836 e 1854 marca grande crescimento de Itu. A exportação do açúcar brasileiro para a Europa lhe garantiu o título de vila mais rica de toda a província. Neste período, em fevereiro de 1842, a vila foi alçada a condição de cidade.

Já em 1860, com a crise no mercado internacional do açúcar e o conflito entre políticos e fazendeiros ituanos contra o governo imperial, cresceu em Itu o movimento republicano que resultou, em 1873, na realização da primeira convenção republicana do país.

A produção cafeeira substituiu a cana e foi a base da economia local até 1935. Esse advento resultou na chegada de milhares de imigrantes italianos para trabalhar no lugar dos escravos nas fazendas.

Em 1950, as indústrias começaram a se instalar no município, gerando uma migração da zona rural para a urbana em busca de trabalho. No fim dos anos 1960, com a inauguração da rodovia Castello Branco, houve significativo impulso industrial em Itu.


Atrativos



Os 642 km² de Itu também reservam atrativos turísticos de cunho histórico, religioso, ecológico e gastronômico. O Mercado Municipal, por exemplo, inaugurado em 1905, construído com projeto de Ramos de Azevedo, apresenta espaços livres que constituem pequenas praças, onde se desenvolvem atividades.

Conhecida também como Berço da República, Itu abriga em seu histórico o convento de Nossa Senhora do Carmo, a igreja matriz de Nossa Senhora da Candelária e o Museu Republicano Convenção de Itu, que dispõe de acervo relativo à propaganda republicana, aos republicanos históricos e à memória política de Itu.

Outro ponto turístico da cidade é a Casa Imperial. Situada à praça Dom Pedro 1º, hospedou em 1884 a princesa Isabel e seu marido Conde D"Eu. Ainda que não seja aberta à visitação, é um dos marcos das antigas residências de Itu.




https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=281037

Quadrilátero do Açucar, Convenção de Itu

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Feliz Natal e um Excelente 2011!



No discurso feito quando Indaiatuba completou seu primeiro centenário como Freguesia, em 1930, Manuel Arruda de Camargo disse: "a chronica de nossa terra, relativamente pobre de fatos, é das mais ricas em valores humanos".

São esses valores humanos que fazem de Indaiatuba a melhor cidade do mundo.

Na pessoa do fotógrafo da prefeitura, Eliandro Figueira, que se contorceu todo (praticamente serpenteando no meu pé)  para ajustar sua máquina fotográfica em um cantinho, num banco improvisado, discreta mais firmemente - para capturar as belíssimas imagens desse post - comprimento todos os indaiatubanos que fazem o melhor de si para termos Indaiatuba como ela é, repleta de preciosos "valores humanos".

Para todos os colaboradores, seguidores e leitores deste blog, eu desejo um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de realizações.


 


Indaiatuba, 12 de dezembro de 2010
Encerramento das festividades da comemoração do 180o. aniversário da elevação à Freguesia.
Largo da Matriz

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Permanências, Mudanças e Desafios

por Eliana Belo Silva
publicado originalmente no Jornal Exemplo de 9 de dezembro de 2010

Aniversário é uma data muito significativa para reflexões, e neste 9 de dezembro que Indaiatuba comemora o 180º ano em que foi elevada à freguesia, penso não ser diferente; e para isso obviamente recorro ao seu passado. Afinal, uma das funções da História é explicar nosso presente através da análise desse citado passado para, talvez – com muita atitude política e cidadã - construir um futuro melhor em vários aspectos.

Quando foi elevada à freguesia, Indaiatuba tinha quatro ruas com algumas tão poucas travessas, a paróquia de Cocaes com sua pequena capela e seu respectivo pátio, que também era um cemitério, vastos campos de indaiás e canaviais abastecendo engenhos da região na fabricação de aguardente e açúcar. Já quando foi elevada a município (Villa), quase trinta anos após (24/03/1859), as ruas já eram em número de oito, onde habitavam cerca de 200 casas (fogos).

Nessa época, a Prefeitura Municipal (então chamada de Câmara), tinha basicamente cinco processos a serem geridos: o primeiro correspondia ao que hoje fazem os vereadores: fazer leis, ofícios, atas, editais, basicamente para impor as regras de convívio e subsequente controle social; era exercido por um Secretário.

O segundo era incumbido de proceder a arrecadação de impostos, algo como a Secretaria da Fazenda de hoje em dia, exercido na época apenas por um Procurador.

O terceiro, exercido por um Fiscal, era responsável por providenciar a limpeza da cidade, principalmente a varredura das ruas de terra batida antes das festas religiosas, fiscalizar os mascates que apareciam de outras bandas para vender coisas de porta em porta e dar as multas, isso quando o dito cujo não tinha arredado o pé antes da abordagem, no lombo das mulas e mais tarde via maria fumaça.

O quarto era exercido pelo Porteiro da Câmara, uma espécie de zelador do patrimônio que cuidava do próprio prédio e tinha também como função bater o sino da matriz para marcar abstratamente as horas, controlando com isso o tempo das pacatas pessoas: hora de trabalhar, hora de descansar, hora de ir à missa.

Mas sobre o quinto processo é que chamo atenção para uma reflexão mais profunda: trata-se da gestão do alinhamento das casas e das ruas, exercida pelo Arruador. Seria o que hoje chamaríamos de planejamento urbano, ação definitivamente relacionada à contenção do crescimento desordenado. Tarefa difícil desde aquela época: o primeiro arruador nomeado – Luiz Antonio de Campos Bicudo - foi exonerado porque preferiu ficar trabalhando em seu sítio; cauteloso, ele. O segundo - Antonio Paes – disse simples e decididamente: “_ Não quero”, o que deixou a Câmara irada com sua topetuda “desobediência”. Finalmente aceitou a incumbência o Sr. Antonio Francisco de Oliveira, ganhando para exercer suas funções 500 réis por cada nova casa alinhada, e com a previsão de pagar uma multa de 4 mil réis se não alinhasse ou se alinhasse “mal”. Já o cidadão, se edificasse, reedificasse ou mesmo cercasse seu “fogo” sem sua autorização, poderia pagar uma multa prevista em até 10 mil réis.

Após tantos anos, salvaguardadas as devidas proporções, o desafio é o mesmo. Autoridades instituídas pelo nosso voto ou por seus designados técnicos, devem agir casa vez mais rigorosamente para conter e disciplinar o crescimento urbano de nossa Indaiatuba.

Crescimento não é sinônimo de desenvolvimento, muito pelo contrário: quanto mais gente, mais necessidades de infraestrutura.

Quanto mais empresas, mas impactos ambientais.

Quanto mais condomínios e bairros, menos água.

E quanto menos eficiência para acolher todo mundo com uma Educação que possibilite a inclusão social, mais violência.

Que os “arruadores” do século XXI pensem na disciplina do crescimento urbano. E que tenham atitudes eficazes para conter a expansão desenfreada!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Maria Fumaça em Itaici (3) - a Locomotiva #111 da Sorocabana



Imagem 1 - Locomotiva 111 da Sorocabana, estacionada em Itaici, em 1960 (clique para ampliar)

A lenha que ela transporta no "tender" é o seu combustível.
Essa série de 2-8-0 da EFS tinha a caldeira e caixa de fumaça na cor prata, cabine e tender verde escuro, com logo EFS de fundo preto.  O número na cabine era dourado.
Características:

Fabricante: Baldwin Locomotives Works
Tipo: Consolidation
Procedência: Estados Unidos
Data da entrada em serviço: 1903
Bitola: 1 metro
Configuração das rodas: 2-8-0
Diâmetro dos cilindros: 406 mm
Curso dos pistões: 508 mm
Comprimento: 15 340 mm

Na década de 1950 ela foi identificada no "Inventário das Locomotivas da Estrada de Ferro Sorocabana" que estavam em operação.

A locomotiva não existe mais, infelizmente foi sucateada


Imagem 2 - Planta da Locomotiva 111 da Sorocabana com dados técnicos completos
(clique para ampliar)





Imagem 3 - Capa do relatório final do inventário das locomotivas em operação da
Estrada de Ferro Sorocabana no ano de 1950.



Imagem 4 - A mesma locomotiva #111 estacionada em Piracicaba no depósito/oficina, com ferroviários (sem data)



Imagem 5 - Anuncio feito em 26 março de 1944 no jormal "A Tribuna"

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Colaboraram para este post:

Jorge Hereth
Thomas Corrêa
Wanderley Duck

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Reminiscências a propósito do Primeiro Centenário de Indaiatuba



A Fundação Pró-Memória de Indaiatuba publicou o fac-símile do livro "Reminiscências: a propósito do Primeiro Centenário de Indaiatuba", com referência a um livro que foi editado em 1930, quando Indaiatuba comemorou com muita festa o primeiro centenário de sua eleveção à Freguesia.

A edição foi organizada pelo presidente da Fundação, Antonio Reginaldo Geiss, e pelo superintendente, o historiador Marcelo Alves Cerdan, que apresenta a obra dizendo que "este fac-símile é mais uma obra, que se junta a tantas outras que a Fundação Pró-Memória vem editando, e que deverá também contribuir para aqueles que vêem no passado de Indaiatuba um motivo para suas pesquisas e paixões".

A obra reproduz o discurso feito por Manuel de Arruda Camargo no dia da comemoração do centenário e apresenta os "principaes habitantes de Indaiatuba" no período em que ele viveu, desde seu nascimento em 1870 até o ano de 1882.

Uma obra preciosa que a Fundação Pró-Memória distribui gratuitamente para nossa cidade! 

Nela há pequenas biografias de ilustres indaiatubanos (ou ituanos) que aqui viviam que já são conhecidos, como Dom José de Camargo Barros e Francisco de Paula Leite de Barros.  Mas há referências à pessoas desconhecidas da historiografia até agora divulgada.

E nas narrações do cotidiano dessas pessoas comuns, podemos desvendar um pouco do cotidiano de nossa Indaiatuba no final do século XIX.

Entre outras histórias, conheça a "pedagogia" aplicada pelo professor Randolfo Moreira Fernandes para conter a indisciplina da molecada que era sua aluna na época e a triste história da Maria Louca, a Nhá Maria.

Não deixe de pegar seu exemplar na Biblioteca do Casarão, a distruibuição é gratuíta.



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Programma" do Centenário de Indaiatuba (1930)

O arquivo eletrônico deste post é a cópia do "Programma" que foi executado na ocasião das comemorações do primeiro centenário da elevação e Indaiatuba `Freguesia', em 1930

O documento foi distribuído no dia 07 p.p. dia em que foi lançado o documentário "Terra Querida e Venturosa", de Alessandro Barros, para comemorar o 80o. ano do Hino de Indaiatuba e 180o ano da elevação de Indaiatuba à freguesia.


(clique para ampliar)


Nota: Na época, o "programma" refere-se à comemoração do centenário da "fundação" de Indaiatuba, mas o termo foi usado incorretamente. O correto é o centenário da "elevação de Indaiatuba à Freguesia", fato este bem diferente de "fundação".


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sobre o livro do Penna: "Nos Tempos do Bar Rex"

Eliana Belo Silva
Originalmente publicadona Revista Imediata Opinião de novembro de 2010


Apropriadamente Walter Nicolucci desabafou, ao comentar o livro lançado por Antônio da Cunha Penna: _ “Bom seria se no início e meados do século XVIII, em Vila de Cocais, houvesse também um Penna.” Acho que o desabafo até foi reducionista e, por essa ótica, eu expandiria-o, também inconsoladamente choramingando: _ “ Bom seria se desde o início, em meados do século XVIII até hoje, tivéssemos tido vários Pennas.”

Sim. Há uma carência de escritores que estudem, registrem, interpretem, publiquem, critiquem a História de nossa Indaiatuba, que está praticamente todinha aí, para ser desvendada, publicada, compartilhada. E também há demanda, percebo pela quantidade de pessoas que comentam os textos que escrevo ou divulgo de outros escritores. [neste blog]

A História não é uma ciência exata, onde o objeto estudado possa ser experimentado e analisado empiricamente como outras ciências; e escrever sobre o Homem no tempo exige, na maior parte das vezes, que o pesquisador decida sobre quais proposições são mais verdadeiras que outras. E Penna usou de critérios subjetivos para registrar a História de Indaiatuba, em determinada época, com o Bar Rex como cenário: ele escolheu a veracidade a partir de seus gostos e preferências individuais.

Assim temos um livro que descreve alguns homens e sua época, suas relações com os outros, com o trabalho, com o lazer, com a família, com a arte, com a manguaça... Tudo registrado com um humor e uma criticidade que beira o cinismo, características tão presentes em Penna.

Uma obra de História? Historiadores ortodoxos torceriam o nariz (ai, como a inveja dói), assim como o fazem para Eduardo Bueno e Laurentino Gomes, jornalistas que atrevidamente assumem o papel de historiadores produzindo obras deliciosíssimas. Uma obra Literária sobre vida social? Um apanhado de crônicas delimitadas por um determinado espaço-tempo? A classificação é um esforço inglório e o que importa mesmo é reconhecer a obra como um registro histórico sim, mesmo afastado (ainda bem!) daquele enfoque político-institucional que privilegia os denominados “fatos importantes” ou mesmo economicista que estamos acostumados, desde os bancos escolares, a classificar como “História”.

Compreender a História de nossa Indaiatuba é uma forma de adquirir conhecimento através da interação do sujeito com o meio. Quando nos reconhecemos nas narrações do Penna, reforçamos nossa identidade como indaiatubanos e por consequência – mais rapidamente para alguns do que para outros, fomentamos as bases de nossa cidadania e consciência individual.

Ler e aprender sobre nossa cidade é uma forma de atribuir novos significados para ela: é reconhecê-la como “nossa”.

É reconhecer-nos como “seus”.

É criar vínculos com o meio social em que vivemos e assim, compreendermos melhor seus valores, seus conflitos, sua gente.

E esse renascer onde já nascemos ou vivemos é base para a construção de uma vida melhor, afinal conhecimento quase sempre leva a prática. Ao lermos Penna, ao partilhar suas histórias, críticas, piadas e até deliciosas fofocas, estamos fortalecendo a comunicação com nossa identidade social e reforçando decisivamente nossas ações, saindo de nossas ostras para compartilhar o mundo exterior.

E como é bom fazer isso lendo uma obra que nostalgicamente nos faz rir!


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[1] Nos Tempos do Bar Rex é o nome do livro do escritor Antonio da Cunha Penna, editado pela Rumograf e lançado em 30 de setembro deste ano.  Foram mais de 80 pessoas entrevistas para a reconstrução de vários temas que giram em torno do eixo temático escolhido: o bar Rex, importante ponto de encontro indaiatubano das décadas de 1940 até 1960.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Terra Querida e Venturosa (2)


Foi lançado ontem, 6 de dezembro, no Cine Topázio, o documentário "Terra Querida e Venturosa" de Alessandro Barros, da C2 Produtora, feito com apoio da Prefeitura Municipal de Indaiatuba sob gestão de Reinaldo Nogueira e da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, sob gestão do presidente Antonio Reginaldo Geiss.

A obra, que é o resultado de uma pesquisa feita pelo produtor Alessandro principalmente com fontes orais, conta a história do Hino de Indaiatuba (originalmente grafado por Nabor Pires Camargo como Hino Indaiatubano) e dos três principais homens que viabilizaram essa belíssima música:

O Major Alfredo Camargo da Fonseca, então prefeito, que encomendou o hino para comemorar o centenário de Indaiatuba à elevação de Freguesia de Itu;

Nabor Pires Camargo, que compôs a melodia e;

Acrísio de Camargo que compôs o poema (letra).


O documentário foi produzido com tal maestria pelo Alessandro, que não precisou de narrador. São aproximadamente 60 minutos em que a história é perfeitamente contada com as falas dos colaboradores que foram entrevistados: os historiadores  Marcelo Alves Cerdan, Adriana Carvalho Koyama e eu, Eliana Belo Silva  foram editados de modo a assumirem os papéis de "narradores" e diversos outros importantes participantes deram sustentanção à narração, "ilustrando"-a com lembranças e referências. Participaram, entre outros: Padre Xico, Antonio Reginaldo Geiss, Reinaldo Nogueira, Rita Transferetti, familiares de Acrísio de Camargo.

Os atores que representaram Nabor e Acrísio foram excelentes e o Major foi impagável: per-fe-i-to (pelo menos para a ideia que eu faço dele). A interpretação do músico Derico dispensa comentários, aliás, eu não tenho competência para descrever sua interpretação - além de usar a palavra "arrepiante". Antonio da Cunha Penna cantou "Luar de Indaiatuba", música também do maestro Nabor, que eu considero nosso "segundo" hino.  Pena que cantou só um pedacinho... deu vontade de "quero mais". Sofia Belo Sanchez, de 2 anos e meio também cantou estrofes do hino. O filósofo e poeta Cláudio Guilherme Alves Salla interpretou
o poema de Acrisio magnificamente, estofe por estrofe, conseguindo - que façanha! dar ainda mais beleza e significado à obra.

Participaram também vários músicos de nossa cidade, na apresentação final do hino que ficou belíssima, lembrou-me o arranjo em que Michael Jackson and friends cantam "We Are the Word". Lindo, lindo, lindo. Emocionei-me e fiquei orgulhosa ao ver tantos artistas talentosíssimos de Indaiatuba participando com seus vozeirões de arrasar.


Atores, profissionais técnicos, patrocinadores e o imenso público que lotou o Cine Topázio novamente cedido grata e gentilmente  pela Família Lui abrilhantarem a noite que marcará para sempre o lançamento de mais esse meio de divulgar a História de nossa querida Indaiatuba, que está todinha aí... para ser desvendada, divulgada e admirada como aconteceu ontem, onde todos os presentes se emocionaram com esse belíssimo e privilegiado Hino de nossa cidade.


O DVD do documentário (veja a capa abaixo) está à venda por R$ 15,00.
(Perdoem-me os que eu não citei, os jornalistas têm razão: é difícil fazer referências.)






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