quinta-feira, 28 de maio de 2015

O NEGRO NA HISTÓRIA E NA HISTORIOGRAFIA DE INDAIATUBA ou "eu não sou racista mas conheço quem é"

Esta semana foram executados vários eventos no Brasil todo, em alusão ao Dia da África, instituído no dia 25 de maio de 1963, com o objetivo de aumentar a visibilidade do continente africano, destacando a diversidade de seu patrimônio cultural e artístico e de todas as demais questões importantes relacionadas à África e as influências desse continente na História e na Cultura brasileira.

Em Indaiatuba, foi promovido pelo gabinete do vereador Derci de Lima o evento "1a. Semana em Solidariedade aos Povos Africanos", onde uma das pautas, levantadas pelo Professor Edgar Paulino dos Santos foi a presença, ou melhor - a ausência - (que eu corrigiria para "quase ausência") do negro na historiografia indaiatubana.

Embora com presença marcante na História de Indaiatuba, os negros possuem pouca presença em nossa Historiografia já publicada. Aparecem em poucos textos e livros sobre o assunto "escravidão" em referências que contam - ainda pouco - da época em que os negros eram trabalhadores escravizados aqui em Indaiatuba ou região.

Também são citados em outros textos como tendo sido personagens marcantes do meio urbano em nossa cidade, principalmente na primeira metade do século XX, que é justamente o período no qual, até agora, mais temos registros escritos sobre a História e Memória local; quer tenham sido  feitos por historiadores (poucos),  quer tenham sido escritos por memorialistas, cronistas ou jornalistas.

O fato é que a crítica do professor Edgar Paulino dos Santos não deixa de ser procedente. Há uma carência da presença dos negros na historiografia indaiatubana publicada até hoje; mas não é só essa demanda que temos na construção de nossa identidade como cidade tão jovem que somos. Há outras minorias ausentes, há outros fatos, há grupos, há classes, há lutas, há conflitos, há famílias, há crimes, há apropriações e desapropriações do espaço urbano, há movimentos de população e tantos e tantos outros assuntos do cotidiano do cidadão comum ou dos gabinetes que não foram registrados.

Temos o Arquivo Público da Fundação Pró-Memória com numerosas fontes primárias e fontes não-primárias a serem lidas, interpretadas, contextualizadas, contadas, entendidas, distribuídas, refletidas, questionadas, construídas e novamente reconstruídas com novos saberes. Afinal, a produção da História nunca se encerra pois "Verdade Absoluta" nesta Ciência, não há.

Mas urge, sim, dar prioridade para esse tema e mais especificamente na forma de enfrentar o problema da discriminação e da desigualdade entre os grupos sociais em nossa sociedade. É um assunto que muito tem a ser desvendado e que tão pouco se publicou até agora. E a carência reclamada é um desafio às mentes inquietas.

Indaiatubanos gostam de ir na Festa da Helvetia e deliciar-se com a culinária Suiça, adoram suas iguarias, aquela torta de maçã, salada de batata, salsichas especiais, joelho de porco. Indaiatubanos dançam com as japonesas nas festas nipônicas, comem yakisoba com palitinho, deliciam-se com sashimis, sushis, hossomakis, nigiris. Ora, ora...suiços são iguais aos japoneses? Claro que não. Então porque muitos indaiatubanos berram veementemente com asas de supostos anjos benevolentes que brancos são iguais aos negros, usando o princípio da igualdade como argumento principal, quando a própria ciência jurídica superou a visão estreita de igualdade formal (1)?

Não, não são iguais.
Descendentes de suiços não são iguais aos descendentes dos japoneses.
E brancos não são iguais aos negros.

Chega de tentar passar uma borracha hipócrita na questão racial e dizer que branco é igual ao negro. O que acontece é que a nossa sociedade se caracteriza por não se reconhecer racista, mas ao mesmo tempo admite a existência do racismo (2)

Somos todos iguais - teoricamente - nos Direitos. Isso sim.
Mas nossas raízes são diferentes.
Nossa História é diferente.
Nossa identidade é diferente.
Nosso passado é diferente.

Alguns, usando de arrogante perfil supostamente intelectualizado, utilizam o argumento falho que "não existe racismo porque não existe raça". Sim, do ponto de vista científico e após o estudo do genoma - na perspectiva biológica - não existem raças humanas, mas o conceito de "raça" continua válido na descrição da realidade social vivenciada pelos negros. Assim manifesta-se o preconceito, que está na esfera íntima, mental, e diz respeito a noções falseadoras e julgadoras da realidade. E esse preconceito gera a discriminação, essa sim, se manifesta na esfera externa, nas relações sociais.

Enquanto cada um de todos os indaiatubanos não conhecer e respeitar a culinária negra como se respeita a suiça, enquanto cada um de todos os indaiatubanos não conhecer e respeitar as danças negras como as japonesas, e assim consecutivamente com cada etnia, continuará a menosprezar - de forma velada - a cultura africana e cinicamente continuará com esse discurso de "igualdade", dizendo que "pode até haver racismo", mas "eu é que não sou racista".

Usar o discurso da igualdade é mascarar a existência da realidade. O mascaramento do preconceito e a negação da discriminação tornam mais difíceis as soluções para o problema. Não se resolve o que não se reconhece.

Sim, temos que tirar dos arquivos, das gavetas, dos porões, das memórias esquecidas, das lembranças apagadas cada História de quem construiu nossa Matriz, nosso Casarão, plantou cada pé de cana, de café, de algodão, de cereais, e fez tantas e tantas outras coisas em nossa cidade em todas as instâncias; assim como fizeram os italianos, suiços, alemães, árabes, japoneses, nordestinos, etc. e agora os sulistas que estão chegando para trabalhar na John Deere.


Quem se habilita?



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(1) O Estatuto da Igualdade Racial, aprovado em 20 de julho de 2010 tem como consequência lógica o reconhecimento de discriminações e desigualdades que muitos consideram inexistentes ou que seriam situações secundárias, sem importância, pontuais.

(2) Em 1998 uma pesquisa foi realizada em São Paulo com o objetivo de entender, de que maneira, cem anos após a Abolição, os brasileiros definiam o racismo vigente no Brasil. Os resultados da investigação foram simples e reveladores: enquanto 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito, 98% disseram conhecer, sim, pessoas e situações que revelaram a existência de discriminação racial no país. Ao mesmo tempo, quando inqueridos sobre o grau de relação com aqueles que denominavam racistas, os entrevistados indicaram com frequencia parentes próximos, namorados e amigos íntimos. A conclusão informal da pesquisa era, assim, que todo brasileiro parece se sentir como uma "ilha de democracia racial" cercado de racistas por todos os lados. SCHWARCZ, Lilia Moritz, Racismo no Brasil, São Paulo: Publifolha, 2001. p.76, citado na tese de Vinicius Mota de Jesus: Do Silêncio ao Estatuto da Igualdade Racial: os caminhos da igualdade no Direito Brasileiro. USP. 2013. (créditos de conteúdo citados neste post para essa tese).


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Crédito: Território Multicultural (Revista)

VEJA ABAIXO O QUE TEMOS PUBLICADO EM NOSSA CIDADE SOBRE O ASSUNTO:


Alguns posts neste blog:

e ainda, da Fundação Pró Memória:




A cartilha " Vovô Dito e Aristeu em Nunticuntô Voticuntá! – Histórias de Indaiá”, escrita por Aparecido Messias Paula Leite de Barros –  o Cido -,  e ilustrada por Edgar Paulino dos Santos  é composta por três personagens (avô, neto e o oriental Akira) que debatem a falta de registro sobre a escravidão em Indaiatuba e a necessidade do assunto ser pesquisado, debatido e divulgado entre todos os cidadãos do Município. 
A cartilha foi sendo distribuída gratuitamente pelo mandato do vereador Derci de Lima e foi publicada com o apoio dos Sindicatos dos Metalúrgicos, dos Servidores Públicos, Sindiquinze e Sintconf. 
material também conta com texto reflexivo sobre a história da escravidão no Brasil de Thiago de Souza, que atua no gabinete do vereador Derci, que luta pela instituição do feriado de 20 de novembro.
Leitura indicada para crianças e jovens.


Trata-se de um livro com 55 páginas, totalmente ilustrado por Marco Antônio Zanoti, aluno do professor Aparecido Messias Paula Leite de Barros na ocasião da preparação dos originais.
O texto foi elaborado, basicamente, com relatos orais passados de geração para geração na família de Cido e conta a história de duas escravas que viveram em Indaiatuba: Felícia e Clemência, que estão na capa do livro postada acima.
Para educadores que irão trabalhar o tema neste ano letivo, o livro pode ser uma referência para ligar a micro-história de Indaiatuba com a macro-história da Escravidão no Brasil .
Usando uma referência de nossa cidade nas aulas, não se perde nossa história do todo, lembrando sempre aos estudantes que também estivemos inseridos nesse período da História do Brasil, não sendo uma cidade desprovida de vínculos.
Leitura indicada para jovens e adultos.



Livro publicado na ocasião das comemorações do 400 o. aniversário da cidade de Itu, é a versão revisada da tese de mestrado do historiador MSc. Marcelo Alves Cerdan. O foco da extensa pesquisa do historiador é a região de Itu, na qual Indaiatuba é citada algumas vezes. 
O que mais chama atenção no livro "Praticando a Liberdade: um estudo sobre resistências escravas em Itu (1850-1873)" é o viés que o autor sustenta com documentação garimpada em arquivos públicos - entre eles  o arquivo público da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba - é que o negro, enquanto trabalhador escravizado, não foi um sujeito passivo na relação entre senhor-escravo, ele foi sim, muitas vezes ativo, " participando tanto da construção do palco onde ele se enreda quando do próprio enredo, isso, quase sempre, à revelia de seu senhor". E para mostrar esse papel ativo, onde o negro chega a a ser senhor do seu próprio destino, agente de sua história, "ocupando outros lugares que não os eitos e pelourinhos" o historiador Cerdan conta a história dos negros Nazário,  Cezário, Jacob e outros.
Leitura indicada para jovens e adultos.

É também de autoria do historiador  MSc. Marcelo Alves Cerdan o capítulo "Escravidão e Autonomia na Vila de Indaiatuba" do livro "Indaiatuba - História e memórias da antiga Freguesia de Cocaes e dos anos que se sucederam desde então", de Adriana Carvalho Koyama, Editora Komedi, 2011.


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Temos direito de ser iguais quando a diferença não inferioriza
 e o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza.

Boaventura de Souza Santos
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/boaventura/boaventura_e.html

domingo, 24 de maio de 2015

Corporação Musical Villa-Lobos com reengenharia de Wladimir Soares e guitarra de Roberto Tempesta

Aconteceu na manhã de hoje (25 de maio de 2015) a apresentação da banda indaiatubana Corporação Musical Villa-Lobos com a presença do jornalista Roberto Tempesta e sua guitarra em uma apresentação que recebeu aclamações entusiasmadas do público presente no CIAEI  na Virada Cultural.

Mas não foi apenas essa inovação - para quem espera apenas o clássico, o erudito - que a Corporação Musical Villa Lobos apresentou. A banda, que foi fundada em 1979 e desde 1994  atua sob regência  de Samuel Nascimento de Lima (1) e desde 2012 sob a assistência de Tiago Morandi Roscani (2), está sob direção artística de Wladimir Soares que está fazendo uma reengenharia na corporação.

E neste clima de modificações, nomeado como "a banda in progress"  a corporação apresentou seu repertório tradicional, só que de uma maneira diferente: através de células separadas. Os músicos puderam, assim, apresentar-se no que Wladimir chamou de "fragmentos", possibilitando ao público uma observação parcial de cada grupo separado de instrumentistas.

Tradicional em Indaiatuba, a banda conta com mais de 40 integrantes entre músicos (3), arquivista, montador e regentes, com repertório tradicional, MPB, música sinfônica e, se depender do público que lá esteve hoje, a partir de agora, rock clássico. 

A mistura entre rock e clássico - dá resultados surpreendentes; na minha play list, entre várias, há duas especialmente fantásticas: Metallica com a Orquestra Sinfônica de San Francisco (San Francisco Symphonic Orchestra)  e Scorpions com a violinista Vanessa Mae em Still Loving You.

A contar pela aceitação do arranjo de Toshiro Sahashi, que harmonizou os músicos da banda e o guitarrista Roberto Tempesta em Deep Purple Medley, penso que criou-se uma espectativa de "quero mais" do genero rock sinfônico. 

E para a banda, que já apresentou Elvis, Queen, Titãs, Paralamas do Sucesso e outros, ouso a sugerir mais pacerias com Tempesta para as próximas apresentações: Canon In D Medley, de Pachelbel, Minueto em G e Cello Suite no.1 Prelude, ambas de Bach, Teh Nutcracker Suite de Tchaikovsky, e todas de Vivaldi, impossível escolher. Todas ficam um arraso com guitarra. Que tal?





Composição da banda:


(1) Samuel Nascimento de Lima: teve seu primeiro contanto com a música aos seis anos, incentivado por seu pai, violinista, que atuava em grupos de Serestas. Estudou piano no Conservatório Maestro Eleazar Carvalho e trombone de vara no Conservatório Maestro Henrique Castellari. A partir de 1987 passou a atuar como trombonista na 2a. Seção da Banda do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo. De 1995 à 1999 cursou regência na classe do Maestro Roberto Farias na Universidade Livre de Música. Em outubro de 1994 assumiu a regência da Corporação Musical Villa-Lobos em Indaiatuba e em 1998 assumiu a direção da Orquestra do Projeto Guri onde atuou até 2009. Atualmente atual também como regente assistente da Banda Sinfônica da Polícia Militar do Estado de São Paulo e como convidado dos seguinte grupos: Coral, Camerata e Seções de Banda. Também é o bandleader da Jazz Band dessa mesma corporação.

(2) Tiago Morando Roscani é formado no curso técnico de piano do Conservatório Jauense de Música, estudou também clarinete e bandolim no Conservatório Dramático e Musical "Dr. Carlos Campos" em Tatuí. É bacharel em regência plena e em regência coral pela UNICAMP. Entre os anos 2010 e 2012 atuou como curador de eventos de música erudita dentro da Unicamp, como bolsista. Em 2014 integrou o grupo "Fábrica de Óperas" na UNESP em São Paulo. Atualmente é regente assistente da Corporação Musical Villa -Lobos em Indaiatuba, regente do Coral Nossa Senhora Aparecida  de Campinas, clarinetista da Orquestra Filarmônica de Valinhos, integrante do Coro Contemporâneo de Campinas e presta serviços ao Theatro São Pedro, em São Paulo, na área de legenda de óperas.

(3) Músicos:

FLAUTAS
Fabrícia Oliveira (piccolo)
Maria Alice Massoca
Carolina Monteiro
Paulo Ribeiro
Edmilson dos Santos
Priscila de Morais
Vinícius Lima

OBOÉ
Victor Perroni

CLARINETES
Fábio Oliveira
Argemiro Siqueira
Laís Marina Franscischinelli
Rute Santana
Késia Damaceno
Oséas bento
Paulo Barbosa
José Tabajara
Geisa Machado
Wilton Santos (clarone)

SAXOFONES
Tadeu Bisacchi (alto)
Natã Lopes (alto)
João Victor Gomide (alto)
José Paulino (alto)
Filipe Silva Lima (tenor)
Alef Pacheco (tenor)
Luis Henrique Pupo (barítono)

ARQUIVO E MONTAGEM
Gabriel Marcelino
Augusto Nascimento

TROMPAS
Bruno Cutolo
Priscila Silva

TROMBONES
João Verderi Júnior
Marcelo Vieira
Claudinei Nascimento

EUFONIO
Lourival Castro

TUBAS
Pablo Nunes Cabral
João Guilherme Valente

CONTRABAIXOS
William Machado
Venâncio dos Santos Neto (convidado)

PERCUSSÃO
Israel Castro
Márcio dos Santos
Rodolpho Simmel
Jonatas de Santana
Nicolas Botelho.


HISTÓRIA
A "banda" sempre esteve presente na história de nossa cidade e é citada carinhosamente pelos cronistas, memorialistas e historiadores em seus textos. Leia sobre a influência da (s) "banda (s)" na História de Indaiatuba:

A Indaiatuba de 1907 e outros.

Influenciou também o grande artista plástico José Paulo Ifanger:


óleo sobre tela do artista indaiatubano José Paulo Ifanger (in memorian)
disponível em: http://ifanger.blogspot.com.br/

" A Banda de Coreto" é tema dessa obra em óleo sobre tela do artista plástico José Paulo Ifanger, que faleceu em outubro de 2010. 
Ele fez a obra após estudar sobre a Semana de Arte Moderna, quando abandonou o academicismo e adotou o modernismo. Essa foi uma de suas primeiras obras sob influência modernista. Autodidata, desde pequeno teve habilidades em desenhar, tanto é que as professoras levavam para casa seus desenhos. Desconfiou então que tinha algum talento. Aos 14 anos pintou o retrato de Leonardo da Vinci. Seguiu pintando retratos e aperfeiçoava sua técnica consultando coleções dos grandes mestres. Quando leu sobre a “Semana de Arte de 22” sua mente se libertou e passou a usar linhas retas e temas modernos. Fez sua primeira exposição em 1978 por insistência do professor da Universidade de Tóquio, Toshiasu Maqui. Nesse mesmo ano o artista uruguaio Carlos Paez Vilaró levou um quadro seu para Washington, no OEA, Museu de Arte Moderna da América Latina; o quadro foi bem recebido e hoje representa as aquisições do Brasil, ao lado de grandes nomes como Tomie Otake, Manabu Mabe e Candido Portinari. Ainda em 1978 fez outra exposição em Punta Del Leste, Uruguay, no ateliê de Vilaró, onde exibiu 14 telas. Possui quadros em vários países como Japão, Suiça, Argentina, Venezuela, entre outros. Foi publicitário durante 20 anos, mas em 1997 fechou a agência e passou a ter a pintura como estímulo de vida até quando faleceu.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Bola de Meia



Os companheiros de tempos, que longe vão
A pequena e velha rua, lamacenta e empoeirada
Aquele primeiro gol, alegria do coração.

Bola de meia, molecada, pelada,
Gritaria, entusiasmo, GOOL!!!
Uma briguinha, logo apartada,
Jogo bruto, reclamação.

Bola na mão, mão na bola, discussão.
Jogo reiniciado, um elemento se machuca,
É o dedão que bateu no chão,
Pelos torcedores, tem inicio a gozação,
Um gol é marcado, fica mais acirrado,
vitória de um lado, logo fica empatado,
não se entendem, está gozado.

O sol sumiu,  a noite caiu,
Mamãe chamou, papai zangado gritou,
O jogo acabou,
e a bola de meia
DESCANSOU.





quarta-feira, 20 de maio de 2015

Semana de Museus - Eventos no Casarão

A Semana de Museus e uma ação de promoção permanente do Ibram para congregar atividades diversas dos museus brasileiros no primeiro semestre de cada ano, marcando o Dia Internacional de Museus (18 de maio). 

Neste ano de  2015, o tema de sua 13ª edição é Museus para uma sociedade sustentável.

Aqui em Indaiatuba, no nosso Museu do Casarão, eventos estão sendo realizados em alusão à Semana de Museus.

Participe!

Programação:

21/05 – das 14h00 às 16h30 – Oficina de Produção de Teatro, com a temática da reciclagem e do lixo.

22/05 – das 09h00 às 11h30 – Oficina de Confecção de Mandalas

22/05 – das 14h00 às 16h30 – Oficina de Produção de Poesia

22/05 – das 14h00 às 16h30 – Oficina de Produção de Teatro

Em destaque,  a Fundação Pró-Memória vai oferecer à população no próximo sábado (23), das 9h às 17h, o curso Natureza e Museus: Diálogos Possíveis. A atividade, que ocorrerá no Museu Municipal Casarão Pau Preto, versará sobre o debate atual a respeito do patrimônio ambiental e o papel do Museu como depositário de tais bens, bem como trabalhar com a conscientização e a importância da educação patrimonial e a da preservação do patrimônio ambiental.
O palestrante será o professor Dr. Eduardo Giavara, docente da Universidade Federal de Uberlândia, Doutor em História Social e especialista em História e Patrimônio Ambiental.
Ementa: A natureza na História do Brasil sempre ocupou posição de destaque nas várias formas de representação e apropriação. Desde os viajantes no século XVI até a contemporaneidade a natureza tem sido objeto de admiração e de estudo por viajantes e cientistas que percorreram o território brasileiro. Muitas dessas viagens tinham por objetivo catalogar, classificar e colher espécies animais, de plantas e minerais para compor acervos de museus no Brasil e exterior, conferindo ao país uma posição no complexo mundo das descobertas científicas. Nesse contexto a oficina ministrada pretende trazer ao público uma introdução sobre as viagens científicas e a atuação do ofício cientista nesse processo de catalogação, entender que como os museus se tornaram depositários desse patrimônio, e, por fim, avançar em torno do debate atual acerca do patrimônio natural.


As inscrições podem ser feitas por telefone, presencial ou apenas nos encaminhando a ficha que está no site da Fundação Pró-memória por e-mail.


terça-feira, 19 de maio de 2015

Pró-Memória recebe Fundo sobre história do Bairro Jardim Morada do Sol

O superintendente da Fundação Pró-Memória, Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, esteve na última sexta-feira (15) acompanhado dos membros do Conselhos Administrativo, Consultivo e de Preservação da Fundação na Câmara Municipal para receber do vereador Hélio Alves Ribeiro documentações a respeito da história do Jardim Morada do Sol. “O material é fruto de um trabalho feito pelo vereador para resgatar a memória e a história daquele bairro junto à sua população”, comenta o superintendente.





 Gustavo agradeceu e comemorou o recebimento do material pelo Arquivo Público Municipal. “Agora vai estar à disposição de toda a população parte da história deste importante bairro de Indaiatuba, que tanto contribuiu para construção da identidade do cidadão indaiatubano, agradeço ao Vereador Hélio por confiar ao Arquivo Municipal o relevante material”, comemora.


O superintendente afirma que a proposta do vereador está de acordo com a política da Fundação Pró-Memória de ouvir, guardar e divulgar as histórias e as memórias de todos os sujeitos históricos, que contribuíram de alguma forma, para construção da cidade. “Ao meu ver, nessa história, o Jardim Morada do Sol desempenhou uma importante função na consolidação do que é ser indaiatubano. O Fundo integrará a coleção de fundos privados do Arquivo Público Municipal e receberá o nome de "Fundo Vereador Hélio Ribeiro do Jardim Morada do Sol!”, finaliza. 







 Crédito das imagens: Rose Parra.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

26 de maio - Dia da África será referenciado em Indaiatuba





No dia 25 de maio de 1963, 32 chefes de Estados africanos reuniram-se pela primeira vez, na Etiópia, para protestar e enfrentar a subordinação que o continente vinha sofrendo há tempos com o colonialismo ou neocolonialismo que partilhou a África, dividindo-a entre os países ditos "desenvolvidos"  para que fizessem descaradamente a apropriação de suas riquezas naturais e humanas, em um processo de usurpação que levou à miséria absoluta milhões de pessoas.


Após 9 anos, em 1972, a ONU reconheceu a importância desse encontro e instituiu o dia 25 de maio como o Dia da África, que simboliza a luta dos povos do continente africano pela sua independência.

Muitos eventos são realizados no mundo a partir de então, em alusão ao Dia da África, celebrado no dia 25 de maio ou a Semana da África, celebrada entre 26 e 28 de maio, com o objetivo de aumentar a visibilidade da África, destacando a diversidade de seu patrimônio cultural e artístico e todas as demais questões importantes relacionadas ao continente africano e as influências desse continente na História e na cultura brasileira

Nesse contexto, o gabinete do vereador Derci de Lima  realizará  no Plenário da Câmara Municipal dos Vereadores de Indaiatuba, no dia 26 de Maio, um evento alusivo à data, referente à Lei de autoria do vereador, que institui a Semana de Solidariedade aos Povos Africanos no Município de Indaiatuba.



Programação:


“O SEQUESTRO DE CORPOS PRETOS, UMA VIAGEM À BARBÁRIE EUROPEIA” 
– Pastor João Carlos Araújo. 



“POETAS MOÇAMBICANOS CONSAGRADOS: Os temas e a identidade africana poética” - Maria do Céu Lopes Heinrich (Aruângua) - Moçambique. 



“ÁFRICA NOS DIAS DE HOJE”
- Pastor Enoque - Guiné Bissau.


O evento em Indaiatuba terá direito à Certificado para alunos e professores.



Mais sobre o Dia da Africa no Brasil:



O "Dia da África",  será comemorado em várias cidades brasileiras. 

Em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Redenção (Ceará) e Recife, diferentes entidades e instituições organizam atividades culturais, debates e conferências para festejar essa que é a data mais importante a unificar o continente.

O Conselho África do Instituto Lula irá comemorá-lo no dia 26 de maio, terça-feira, através de mais um debate da série "Conversas sobre África". Organizado em parceria com o Sindicato dos Bancários de São Paulo e o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos, o evento contará com a honrosa presença do embaixador Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula e ex-ministro da Defesa do governo Dilma Rousseff.

Amorim falará sobre as relações Brasil-África. Estarão presentes embaixadores de países africanos, sindicalistas, professores, historiadores, estudantes e representantes de instituições que atuam no Brasil e na África. O debate será aberto ao público, mas será necessária uma inscrição prévia em função da limitação de espaço do auditório do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Veja, no convite, como fazer sua inscrição; e, abaixo, os demais eventos a serem realizados pelo "Dia da África":

Também em São Paulo, mas no dia 25 de maio, a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo vai comemorar a data com outro debate, entre Celso Marcondes, diretor para a África do Instituto Lula, Massar Sarr, da Associação Senegalesa de São Paulo, Rafael Pinto, do CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras) e Suhayla Khalil, professora de Política e Relações Internacionais da Escola.

A FESPSP está situada à Rua General Jardim, 522. A entrada é aberta ao público e o evento começa às 19h30. Para mais informações acesse: https://www.facebook.com/events/462802023885539/

Ainda em São Paulo, o Museu Afro-Brasil vai inaugurar no dia 25 de maioa maior mostra de arte contemporânea africana já realizada no Brasil, com instalações, pinturas, vídeos, esculturas, moda e um encontro para discussões com os artistas, o projeto Africa Africans. Veja no site da Secretaria da Cultura de São Paulo:

Rio de Janeiro também não deixará a data passar em branco. O Centro de Ciências Jurídicas e Políticas da UNIRIO e o GRISUL (Grupo de Relações Internacionais e Sul Global) realizarão a VII Jornada de Ciência Política, que também contará com a presença do embaixador Celso Amorim na abertura. Conheça toda programação:http://www.pordentrodaafrica.com/cultura/rio-de-janeiro-universidade-realizara-palestra-em-comemoracao-ao-dia-da-africa

No Recife, as comemorações, organizadas pela Universidade Federal de Pernambuco, irão se estender por quatro dias: 23, 25, 28 e 29 de maio. A UFPE fica na Avenida Moraes Rego, 1.235. Os pernambucanos vão comemorar com muita música, danças e debates. Tenha mais informações em https://www.facebook.com/events/658375850935132/

Na cidade de Redenção, no Ceará, a UNILAB, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira, vai comemorar a data com uma extensa programação, que vai de 20 a 30 de maio. Exposição fotográfica, danças, jogos, poesia, debates, teatro e gastronomia fazem parte da ampla agenda cultural da universidade. Mais informações em: https://www.facebook.com/pages/Comemora%C3%A7%C3%A3o-Do-Dia-Da-%C3%81frica-25-De-Maio-De-2015/685866218207963?fref=ts

Em Belém, a comemoração acontecerá no dia 25 de maio, organizada pela Casa Brasil-África, da Universidade Federal do Pará. Será realizado o Festival de Gastronomia Africana e Caribenha e será exibida a animação" Kiriku e a Feiticeira". Veja mais informações emhttp://casaafricabrasil.blogspot.com.br/2015/05/convocacao-comemoracao-ao-dia.html

Na Bahia, em Salvador, o Grupo Olodum organiza no dia 17 de maio o evento “Década Internacional de Afrodescendentes – reconhecimento, justiça e desenvolvimento”, no Pelourinho, das 14 às 17 horas, com a Banda Mirim Olodum e convidados. O grupo cultural também organiza um debate para o dia 25 de maio.https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10152803670121850&set=gm.820751264661303&type=1&theater

Dia 24 de maio na Praça Tereza Batista às 19h o Bando de Teatro Olodum apresentara o espetáculo Áfricas. 

No dia 25 de maio às 19h no Museu Eugênio Teixeira Leal, Pelourinho, o Olodum também organiza um grande debate com a presença da mestra em Direito e Ciências Sociais pela Universidade de Nova York, Elisa Larkin Nascimento; do professor Ivair Augusto Alves, mestre em Ciência Política; de Zulu Araújo, presidente da Fundação Pedro Calmon; de Célia Sacramento, vice-prefeita de Salvador; do presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos, o  Vovô e da secretária da Secretaria da Mulher, Olivia Santana.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Realizada no dia de hoje a Oficina sobre Paleografia no Casarão

Foi realizada no dia de hoje, sexta-feira dia 15 de maio a oficina " Paleografia e pesquisa histórica: questões sobre a leitura de fontes e produção do conhecimento histórico" ministrada pelo Prof. Tércio Voltani Veloso da Universidade Federal de Ouro Preto. A mesma oficina foi ministrada ontem, em Capivari.

A Oficina faz parte do projeto "Escolas do Patrimônio", executado em parceria entre a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba e a UNICAMP que visa disponibilizar para a população oficinas gratuitas que tratam da questão do Patrimônio, História e Memória. Este ano, o público-alvo é, mais especificamente, a área da Educação.

" Quando duas instituições de peso como o Pró-Memória e a Unicamp se unem, é mais que obrigação atender a um pública cada vez mais amplo, o que demonstra também a preocupação da fundação com a constante formação dos educadores em escala regional", informou Carlos Nóbrega de Jesus, superintendente da Fundação.



O Presidente do Conselho Consultivo Gentil Gonçales Filho (à esquerda) com Gustavo Nóbrega de Jesus e a Professora Martha Barbosa Marinho (à direita), do Conselho Administrativo recebem a equipe técnica da Diretoria de Ensino de Capivari, presente na Oficina desta sexta-feira,


A oficina discutiu aspectos que relacionam as fontes históricas, a pesquisa histórica e a produção do conhecimento histórico, com o intuito de produzir uma compreensão mais profunda da História, enquanto disciplina a ser ensinada. O ponto central foi a leitura e transcrição de documentos manuscritos,  procurando relacionar a prática paleográfica com as discussões em torno da produção do conhecimento histórico. Foi trabalhado, em um primeiro momento, algumas relações básicas entre o arquivo (enquanto fonte), a memória e a produção científica da História. Em um segundo momento, a oficina foi direcionada às formas de análise e transcrição de documentos. 
A maior parte do público presente foi formada por professores de História da rede estadual de ensino. "Parecíamos uma família de educadores, o evento nos trouxe grande proveito social e pedagógico, através das explicações do professor, repensamos nosso ofício de uma maneira prática e contemporânea na era digital e global, comentou a professora Daniela Perroni Nicoletti.

Professor Tércio comanda atividade prática com participantes da Oficina no dia de hoje, no quintal do Casarão do Pau Preto.

As questões discutidas tiveram como objetivo a reflexão sobre a prática do historiador e do professor de História no mundo contemporâneo, principalmente no sentido de reconhecer que  a História - seus temas, suas investigações e tudo o mais - é, mais do que um dado, uma construção. E isso foi feito com maestria pelo Prof. Tércio. "O professor explicou muito bem, e de forma interativa", comentou o professor Daniel Lorim.

A oficina contou ainda com atividades práticas. Os participantes fizeram exercícios de transcrição e trabalho com tipologia dos documentos. " ... As letras me revelaram um fascínio pela sociedade letrada... o jeito como escreviam me fez perceber muita coisa daquela sociedade do passado... completou ainda a professora Daniela.







Crédito das imagens: Rodrigo Felix Pereira

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