segunda-feira, 30 de novembro de 2009

As cores da região nas obras de Tarsila do Amaral

Poucos sabem, mas a modernista Tarsila do Amaral, natural de Capivari, morou em Indaiatuba e se inspirou em paisagens da região, inclusive de Itu e Jundiaí para suas obras*.


Obra de Tarsila que teria sido inspirada em fazenda de Indaiatuba


ABAPORU
Obra mais famosa de Tarsila, foi inspirada na região



Retrato de Tarsila do Amaral, incío da década de 1920

Casas humildes, muito verde, céu aberto e a presença de animais. Olhar para uma das obras da artista plástica Tarsila do Amaral requer muito mais do que uma simples admiração. Quem as vê certamente irá se imaginar - ou talvez viajar - por um mundo onde o que importa é o sol que nasce para um novo dia, os pássaros que cantam nas árvores e o "bom dia" entre os compradres. Mas não seria possível reproduzir todas as cenas interioranas sem que houvesse uma convivência mais íntima com esse universo.
Tarsila viveu durante anos no interior de São Paulo, mais precisamente nas regiões de Capivari e Indaiatuba, o que a ajudou a criar o ambiente caipira em seus quadros.
No entanto apenas a inspiração não seria suficiente, já que falar em Tarsila é falar em talento e sensibilidade.
Figura importante do Movimento Modernista de 1922, Tarsila do Amaral nasceu em 1o. de setembro de 1886 em Capivari, na Fazenda São Bernardo. Até mudar-se para São Paulo, pode usufruir do cenário que mais tarde seria fonte para sua criação. É nítido observar em seus quadros a presença de paisagens rurais representadas por casas envoltas em cercas de madeira como em "Cartão Postal" e "O Mamoeiro", entre outros.
Capivari não foi o único reduto da pioneira de 22. Grande parte de sua vida aconteceu na Fazenda Santa Teresa do Alto, vilarejo de Mont Serrat, entre as cidades de Indaiatuba e Jundiaí. Um dos seus quadros mais famosos, o Abaporu,  produzido em 1928, foi inspirado nas pedras que preenchem até hoje as estradas entre Itu e Jundiaí. Formas arredondadas e cores vibrantes caracterizaram a região por meio de um homem com pés e braços enormes, que segundo ela representava um indivíduo selvagem que se alimentava de carne humana. A obra foi um presente para seu então marido Oswald de Andrade.
Seis obras que retratam os convencionais de Itu, expostas ainda hoje no Museu Republicano "Convenção de Itu", também são da autoria da artista, revelando a grande ligação que ela mantinha com a região.
Parentes da artista que ainda vivem em Mombuca (distrito de Capivari) e Indaiatuba tiveram o prazer de conviver com Tarsila, contaram como o interior era fonte inspiradora de suas pinturas. " Ela valorizava muita a região toda. A sua obra intitulada "Paisagem" foi pintada em homenagm a fazenda Santa Teresa do Alto", realça Heloísa Maria do Amaral, sobrinha de Tarsila e proprietária da fazenda Sertão, em Indaiatuba.
A variação de cores e a presença de imagens campestres são as referências apontadas pelo procurador e sobrinho de Tarsila, Guilherme Augusto do Amaral, nas obras de sua tia. Ela costumava afirmar que os tons utilizados nos quadros eram exatamente iguais àqueles que havia tido contato enquanto criança. Orgulho de sua origem, Tarsila soube com perfeição e modernismo retratar olugar onde viveu e passou parte da sua vida. O mundo conheceu e continua conhecendo a simplicidade de uma caivariana que também foi ituana, indaiatubana, juniaiense... ou melhor, brasileira.









*Imagens e texto: Revista Regional.

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